Fábio soltou um leve riso, assentindo em concordância a tudo o que o amigo dissera. Por fim, após beber mais um pouco de sua bebida, continuou a conversa com um sorriso perverso no canto dos lábios.
— É, eu tenho de dizer meu amigo... Como pai, você criou um péssimo filho. Mas como homem... criou um grande Norton!... Ian não baixa a crista para ninguém, nem mesmo pra você... Será um grande homem, tenho de admitir.
Por um instante Frederick encheu-se de orgulho do filho; definitivamente Ian seria um grande Norton, um incrível empresário. Mas então, ele se perguntou, a que preço. A que preço estava pagando para fazer do filho uma cópia sua aprimorada nos negócios?... Estava ganhando ao criar um gênio em negócios e arrogância, mas perdendo drasticamente em como criar um filho.
F
Alana silenciou-se. Não havia nada a dizer, nada poderia ser dito depois daquilo. Entendia a dor de Ian, ainda que sentisse que este escondia-lhe muitas coisas acerca do acidente de Yara. Mas também, depois daquelas palavras, compreendeu a dor de Frederick. Compreendia os motivos que levavam Ian a ser contra o desligamento dos aparelhos de Yara, tanto quanto compreendia os motivos que levavam o senhor Norton a ser de opinião oposta. Sem se dar conta, Alana estava se envolvendo numa situação que futuramente a deixaria entre a cruz e a espada.Um suspiro alto lhe interrompeu os pensamentos e a garota tornou o foque de seus olhos para o senhor Norton, que retornava a sua mesa, tomando seu tão bem ocupado assento presidencial.— Você pode ir agora querida, e me desculpe por tomar seu tempo além do necessário. — disse ele a Alana com um sorriso cortês. — N&atild
Observava o entrelace de sua mão na dele com um singelo sorriso nos lábios. Bocejou. Não mentiam quando diziam que viagens como aquela eram cansativas, ainda que estivesse num luxuoso avião, bem iluminado e cheio de pessoas prontas a servir o que quisesse e quando quisesse.— ... Eu não quero saber. Vai ser do meu jeito, ou não vai ser de jeito nenhum. Estamos entendidos?Alana tirou os olhos de seus dedos enlaçados aos de Ian, subindo o olhar para a face do loiro ao seu lado.— Problemas? — indagou ela, quando Ian desligou o celular no qual vinha se mostrando numa conversa bem irritada com quem quer que fosse do outro lado da linha.O Norton largou o aparelho, fitando a garota ao seu lado com um sorriso torto no canto dos lábios. Subiu e desceu os ombros de maneira lenta, despreocupada.— Não,
Alana não sabia se estava fascinada ou chocada. Talvez os dois. E também estava preocupada. Uma vez Lisandra lhe dissera qualquer coisa sobre o nome Norton ser global, não apenas por causa das industrias da qual uma Alana era estagiária, como também devido a outros negócios. Agora ela entendia o que a amiga quis dizer. Mas preocupava-se com isso. Se, já achava que as indústrias Norton que herdaria do pai já eram coisa demais sob os ombros de Ian para este administrar, imagine como seria para ele, além das industrias administrativas, ter de cuidar de empresas e etc de outros ramos levando seu nome também? Algo que ia desde entretenimento, musica, moda e alimentação? Era muita coisa. Muita carga para um rapaz de dezoito anos!— Eu sei o que você está pensando... — a voz de Ian libertou-a de seus pensamentos, fazendo-a focar-se novamente nos olhos azu
— Bom... fazer, fazer não... O desenho é dela, a construção se deu a algum funcionário da grife.— Grife? — a cada instante Alana parecia mais surpresa, mais confusa e mais contente. Contente porque usar algo que Yara criou fez com sentisse mais próxima da cunhada que muito pouco se sabia.— É. — Ian disse, olhando brevemente para o relógio em seu pulso. — Olhe, não tenho para explicar tudo agora. Basicamente, Yara sempre desenhou roupas e acessórios, embora nunca tenha tido coragem de lançar uma linha própria...— Deixe-me adivinhar: você está fazendo isso por ela, não está? — indagou Alana, Ian sorriu travesso.— Só estou dando um empurrãozinho no sonho que ela sempre teve medo de realizar. — ele piscou. — Sint
— O prazer é meu. — Alana respondeu, apertando-lhe a mão brevemente, feliz consigo mesma por não ter gaguejado, mas não desligando-se por um momento do clima desconfortável, tenso que pairava sobre aqueles dois e que agora a tragava também.Fez-se um silencio constrangedor até que Ian pigarreou, respirando fundo em seguida e colocando um sorriso nos olhos.— Jolie estava comigo no palco. Apresentou o artista revelação... — disse ele.— Oh, é mesmo. — Alana bateu na própria testa, fingindo lembrar de tê-la visto, de ter prestado atenção na premiação da categoria. — Você estava incrível lá em cima. Vocês dois.— Obrigada. — Jolie agradeceu, e Alana estreitou os olhos pois não era um agradecimento falso. Era
Sentia sua respiração presa, sufocada na garganta. Sentia o coração doido, espremido no peito a cada passo, a cada curto e lento passo que dava. Podia sentir alguns olhares em suas costas, mas ignorava a todos, apertando mais e mais o material contra o peito. Em sua mente pensamentos embaralhados, perguntas sem respostas, dúvidas sem fim.— Boo!Assustada, Alana deixou todos os livros caírem ao chão enquanto à suas costas podia ouvir a risada divertida e melodiosa da amiga.— Eu não acredito que você se assustou! — exclamou Lisandra ainda meio risonha, abaixando-se para ajudá-la a recolher o material. — Está com a cabeça no mundo da lua é, Alana? — sorriu para amiga, lhe entregando os livros recém apanhados.— Obrigada. — disse a Steawart, nov
Meio tonta, com uma mão sob o lado esquerdo do peito, apertando o tecido da camisa como se apertasse o próprio coração, Alana cambaleou para trás, esbarrando em alguns instrumentos musicais. Só percebeu que chorava quando seus soluços se tornaram altos demais, e sua visão turva demais para que pudesse ver a expressão de dor na face de Ian ao vê-la chorar.— Acabou... — não passou de um murmúrio, baixo, mas que não escapou aos ouvidos do rapaz que imediatamente empalideceu...— Alana...— Não. — ela o interrompeu, balançando a cabeça negativamente. — Não diga mais nada... — pediu numa suplica baixa, enquanto erguia os olhos cheios de lágrimas para encará-lo. — Acabou...Apertou com mais força o lado esquerdo do peito.
— Yara é minha irmã! — o loiro rebateu, apertando com mais força as mãos em torna do pescoço do amigo quando este fez o mesmo consigo.Vincent estreitou os olhos. O que havia dado naquele dobe? Algo não estava certo com ele, sabia, mas não podia preocupar-se com aquilo agora. No momento estava mais preocupado em como arrancar fora a cabeça daquele dobe maldito. Se Ian queria briga, definitivamente, tinha vindo procurar a pessoa certa para brigar. A única pessoa no mundo inteiro que sempre o revidaria, não importando quão amigos fossem.O Bennie sorriu. Um sorriso oblíquo, cruel no canto dos lábios.— Sua irmã... Está morta. Naquela cama? Acha que ela está respirando? Pois ela não está... São os aparelhos que respiram por ela. — Vincent sentiu o aperto em seu pesco&cc