— Essa é sua ideia de levar uma garota para sair? — Provoco.
— Confie em mim. — Henri pediu, com a voz baixa.
Não conseguia ver por onde esse seria um bom encontro. Estávamos entrando por alguns becos em N-D44, próximos ao local em que ficava a Praça dos Castigos (toda colônia vampírica tem uma) e não havia luzes acesas, nem mesmo barulhos. Talvez Henri estivesse tramando uma armadilha, talvez ele fosse dispersar uma doença forte em mim e me largar perdida por becos fedendo à mijo de humanos.
Oh, Céus! Sangue.E eu preciso de sangue.Abraço forte Henri, segurando em suas costas e afundando as unhas na carne perto das escápulas e sugo com vontade, tomando seu sangue. Logo estou mordendo seu pescoço, apertando mais ainda seu corpo macio contra o meu.O gosto de Henri é como sorvete de baunilha, doce, refrescante e prenche toda a língua. E eu aprecio, me deliciando com as goladas que dou. Meu sangue se fortalece, sinto que estou ficando revigorada.
Estava começando a me acostumar com aquela vida. Havia um ar de esperança em saber que dali para frente tudo poderia ser exatamente igual, eu só tinha um problema: Celeste. Ainda me aterrorizava a ideia de ficar frente a frente com aquela mulher, ou monstro, depende do ponto de vista. E um jantar no castelo da Casa Bawarrod era uma ideia muito aterrorizante. Sem perceber, acabei me atrasando para ficar pronta, acho que dentro de mim havia uma ideia que queria postergar um pouco o encontro, pois eu sabia que dali para frente Celeste me veria em meu meio-ambiente, fazendo as coisas que eu gostava de fazer, ao redor das pessoas que eu mais amava. Os olhos dourados de Devon desviam de mim, ele abre o botão frontal do sobretudo e caminha em pesado silêncio até o centro da sala, apenas os seus passos fazendo barulho. A mesa de banquete que comprei está lá, ensacada, as cadeiras viradas com os pés para cima enquanto trocam o piso. Devon solta meu sobrepeliz nos pés de uma cadeira e seu sobretudo no outro. Pela primeira vez, fico um pouco triste de estarmos em reforma, por não ter um local decente para conversarmos sobre algo tão delicado para ele.Vou até a cozinha em busca de um copo de uísque e da garrafa. Primeiro Capítulo 16 - Sangue ácido
— Motores inoperantes! — Kolton avisa exasperado, apertando diversos botões.Desgovernado, o Aeroflex perde altitude e se bate contra o chão. O planador derrapa para a esquerda, sorte que estamos todos usando cintos de segurança.Gritamos, todos juntos e ao mesmo tempo separados. Um tranco forte no peito quando o Aeroflex se choca contra alguma coisa, o som da batida é de metal e vidros quebrando. Não soa alarme, nada, pelas telas onde normalmente projeta o sistema de GPS e proteção UV, surge uma rachadura. — Ótimo, bem para o meio dos Anjos, Jay! — Zane se diverte rindo.O visor está biruta de tanto detectar ameaças. Onde deveria ser as ruínas de um acampamento militar com um abrigo subterrâneo, está uma pista de pouso de naves alienígenas. Há muito Pó-de-Anjo no ar, os índices estão tão elevados que não sei se um vampiro conseguiria sobreviver a inalar tal perigo.— Já viram naves desse tipo? — Henri pergunta intrigado. — São diferentes. — Chegamos no módulo de resgate, Zane foi conduzido para o hospital. Nós tivemos que passar por um procedimento de segurança para checar se estávamos com a saúde íntegra. Devon encontrou-se comigo enquanto estavam arrancando uma pele negra e seca do meu ombro, deixando-o em carne viva para que pudesse cicatrizar. Eu chorei de dor, ele segurou minha mão. Foi uma queimadura de IV grau e tudo o que eu conseguia pensar era em Zane sufocando, em Naya sendo desmembrada e em Peter, que queimou até a morte e depois foi abandonado para lobos famintos.Não quis ir para casa sem saber se Zane estaCapítulo 18 - Sabotagem
Capítulo 19 - Preço alto
— Jay! — Zane dá um sorriso brilhante ao me ver. Senti tanta falta desse sorriso que vê-lo é como olhar para uma paisagem bonita.Entro no quarto do hospital segurando uma caixa com uma fitinha colorida enfeitando. Eu me aproximo do leito em que Zane está sentado, usando um daqueles pijamas de hospital, uma camisetona e uma calça de algodão em tom amarelo-ovo terrível.— Eu estava tão preocupada, Zane! — O abraço sem apertar muito, tentando não quebrar, não sei se ele está machucado ainda. Seguro em seu rosto e encho de beijinhos, enquanto el
— Uau vaqueira, esse Henri sabe mesmo se divertir! — Caedyn exaspera-se ao entrar no bar do território Taseldgar, o mesmo que Henri havia me levado dias antes. — Não sabia que lugares assim podiam ser frequentados por qualquer um, meus pais nunca me falaram nada!— A Casa Riezdra é sempre muito discreta e isolada, não é mesmo? — Dou uma cotovelada nela, divertindo-me.Gostaria de sair mais, jantar fora, ir a locais para dançar. Olha, já cogito que eu, Lucretia e Caedyn poderíamos dar um passeio “só de garotas” um dia desses, acho que merecemos