Natália estava desajeitada em seus braços, envolvida pela cintura, com os cabelos encharcados ainda pingando água incessantemente, e levou um bom tempo até finalmente parar de tossir. Erguendo a cabeça, ela encarou o culpado diante de si.- Por que você está aqui?Seus olhos estavam vermelhos pela irritação da água termal, e suas longas e curvadas pestanas ainda tinham gotas de água, tornando-a numa visão de vulnerabilidade tentadora."Essa aparência me faz querer provocá-la." Douglas apertou os lábios, levando um momento até o pensamento emergir.Naquele instante, os olhos de Natália doíam e sua garganta estava desconfortável. Ela tinha planejado um relaxante banho termal, mas quase se afogou, repleta de ressentimentos, sua voz transmitia desagrado:- Como você entrou aqui?Ela se lembrava de ter trancado a porta.Douglas permaneceu em silêncio, lançando-lhe um olhar de desdém, claramente zombando de sua ingenuidade, mas manteve uma atitude contida, não muito óbvia.Ao vê-lo sem respo
- Natália. - Era a voz da Sra. Felícia, Natália estava distraída, e o som súbito da voz a assustou. - Você está se sentindo mal? Notei que sua aparência está um pouco pálida.A pele de Natália era clara, e embora ela não estivesse maquiada, não parecia de maneira alguma que estava descorada.A Sra. Felícia só tinha visto ela ficar para trás e apenas quis puxar conversa.O grupo estava perto o suficiente para ouvir a conversa e todos pararam.Quando Natália ergueu a cabeça, encontrou os olhos oleosos de Sr. Eduardo. Ao ver que ela olhava para ele, o homem curvou os lábios em um sorriso significativo, retornando rapidamente à aparência simples e honesta que tinha quando se conheceram.A mudança foi tão rápida que, além dela, ninguém viu.Douglas franzia a testa:- Você não está se sentindo bem?A maneira como ele veio abrir a porta pela manhã, parecia bastante energética.Natália não gostava da sensação de ser observada e balançou a cabeça:- Não, eu só não dormi bem na noite passada.O
Dizia-se que ela estava sendo conduzida, mas na verdade, era mais como se estivesse sendo arrastada pelo caminho. Natália, que já havia bebido, agora realmente se sentia tonta.O contrato já estava assinado, sua missão cumprida; a partir de agora, ela e ele eram estranhos um ao outro. Ela considerava seu temperamento muito bom, porque, se fosse uma pessoa colérica, não teria suportado Douglas, esse desgraçado, por três anos.Mas até o melhor dos temperamentos tinha limites quando enfrentava a irracionalidade e as extravagâncias dele.- Nosso trabalho em conjunto terminou, responder perguntas seria hora extra, e eu realmente não estou no humor para isso agora. Então, se você tem perguntas, guarde-as para si, não pergunte.Natália virou-se em direção à saída de emergência, seu quarto ficava no sexto andar e o restaurante no segundo; ela preferia subir quatro andares de escadas a continuar sozinha com ele.Douglas observou sua silhueta se afastando, um sorriso frio e distante delineou-se
Natália viu quem estava chegando e seu semblante escureceu.- Sr. Eduardo.O rosto do Sr. Eduardo estava ruborizado e seus passos um pouco incertos; estava evidente que ele havia bebido além da conta. Ele sorriu de uma forma vulgar e oleosa:- Srta. Natália.O olhar de Natália caiu sobre o cartão-chave que ele apertava em sua mão:- Melhor você explicar direito como é que tem um cartão que abre a porta do meu quarto.Na verdade, explicação nenhuma era necessária; com certeza foi algum funcionário ganancioso que lhe deu. Ela só perguntou para confirmar o propósito da sua presença.Os olhos do Sr. Eduardo pareciam cravados nela.- A Srta. Natália não pediu para que eu encontrasse você em um lugar sem vigilância? Pois bem, estou atendendo ao seu convite! - Ele avançou para dentro e até fechou a porta atrás de si, lambendo os lábios e caminhando em direção a Natália. - Há lugar mais seguro e confortável do que um quarto? Agora começo a acreditar que talvez seja verdade que o Presidente Dou
Douglas, seguido de Leandro, caminhava em sua direção. Observando sua expressão facial, era impossível discernir alegria ou ira. Ele parou diante de Natália, ergueu seu queixo com a mão, e seus olhos escuros e profundos fixaram-se no rosto da mulher, marcado pela impressão de uma mão. Seu rosto estava inchado, o canto dos lábios rasgado, ainda manchado com sangue.Douglas olhou para o Sr. Eduardo, que, com culpa, não ousava encontrá-lo nos olhos. Seus lábios se curvaram num sorriso, e uma voz baixa ressoou de sua garganta:- Sr. Eduardo, você agrediu uma pessoa que é minha, como pretende resolver isso?"Será que ele está aberto a negociações?"O coração, antes suspenso no peito do Sr. Eduardo, encontrou seu caminho de volta ao lugar, e ele disse sorrindo:- Na participação dos lucros da parceria, posso te dar mais vinte por cento... - Observando a expressão impassível de Douglas, apertou os dentes e disse. - Trinta por cento, eu dou trinta por cento dos lucros.Seu coração sangrava; tr
- Isaac, isso é um assunto entre mim e minha esposa. - A voz de Douglas estava tensa, o significado era claro: como um estranho, ele não deveria interferir.A situação tornou-se estranhamente sinistra, com um tenso aroma de pólvora flutuando no ar, misturado com um leve cheiro de sangue e os ocasionais gritos de dor do Sr. Eduardo, como se a qualquer momento tudo pudesse explodir.Isaac, no entanto, parecia indiferente e disse calmamente:- Douglas, vocês dois não estão em um bom estado emocional para discutir isso agora. Resolva o que precisa ser resolvido aqui e eu levo a Natália para casa.Seu olhar varreu os dois lados do corredor. Douglas deu uma olhada de relance e notou que várias portas dos quartos estavam abertas; o tumulto tinha sido grande, chamando a atenção dos outros hóspedes que agora espiavam por trás das portas, alguns até gravando vídeos discretamente com seus celulares.Douglas, com o rosto fechado, voltou seu olhar para Natália, que tinha saído às pressas e vestia a
Ninguém mais falava. A respiração de ambos estava pesada, Natália estava furiosa.Ela não conseguia ver a expressão de Douglas e tampouco tinha tempo para adivinhar seu estado de ânimo. Após um longo meio minuto, ela conseguiu, com esforço, acalmar as emoções que a abalavam intensamente.- O contrato já foi assinado, você não pode voltar atrás agora.A resposta veio na voz calma e medida do homem.- Se não há continuação da parceria, não se pode considerar o contrato bem- sucedido. Por que você não pergunta ao Sr. Eduardo se ele ainda deseja continuar a parceria com o Grupo Rocha?Sr. Eduardo certamente estaria disposto. Em comparação à reputação, o futuro da empresa era mais importante, mas após o que ele fez com Natália, como ela poderia procurá- lo?A ira inflamou novamente no peito de Natália:- Douglas, você não tem vergonha?Douglas provavelmente nunca havia sido insultado dessa maneira, sua voz soou fria e penetrante:- Natália, onde foi parar toda a sua educação e cortesia?A m
Enquanto discutiam animadamente, as pessoas foram sobressaltadas por uma voz que surgiu abruptamente, fazendo-as girar em reflexo condicionado, com a mão segurando o celular rapidamente escondida atrás do corpo.- Assistente Leandro.Embora Leandro não fosse severo, ele era um homem do Presidente Douglas, o que significava que representava o Presidente Douglas. E era de conhecimento geral que o Presidente Douglas não gostava que seus funcionários fofocassem na empresa, mesmo durante os intervalos.- Assistente Leandro, vamos ao departamento financeiro e emitiremos a multa nós mesmos. Que tal fazer vista grossa desta vez? Eu cliquei sem querer e acabei dando uma olhada.Leandro franzia a testa, persistente em sua indagação:- Qual era o nome daquele programa? Responda apenas o que eu perguntar, sem mais delongas.A secretária murmurou uma queixa em seu íntimo, mas respondeu:- "Habilidade artesanal."O documentário narrava sobre diversas indústrias de artesanato cultural, sendo o restau