Douglas, seguido de Leandro, caminhava em sua direção. Observando sua expressão facial, era impossível discernir alegria ou ira. Ele parou diante de Natália, ergueu seu queixo com a mão, e seus olhos escuros e profundos fixaram-se no rosto da mulher, marcado pela impressão de uma mão. Seu rosto estava inchado, o canto dos lábios rasgado, ainda manchado com sangue.Douglas olhou para o Sr. Eduardo, que, com culpa, não ousava encontrá-lo nos olhos. Seus lábios se curvaram num sorriso, e uma voz baixa ressoou de sua garganta:- Sr. Eduardo, você agrediu uma pessoa que é minha, como pretende resolver isso?"Será que ele está aberto a negociações?"O coração, antes suspenso no peito do Sr. Eduardo, encontrou seu caminho de volta ao lugar, e ele disse sorrindo:- Na participação dos lucros da parceria, posso te dar mais vinte por cento... - Observando a expressão impassível de Douglas, apertou os dentes e disse. - Trinta por cento, eu dou trinta por cento dos lucros.Seu coração sangrava; tr
- Isaac, isso é um assunto entre mim e minha esposa. - A voz de Douglas estava tensa, o significado era claro: como um estranho, ele não deveria interferir.A situação tornou-se estranhamente sinistra, com um tenso aroma de pólvora flutuando no ar, misturado com um leve cheiro de sangue e os ocasionais gritos de dor do Sr. Eduardo, como se a qualquer momento tudo pudesse explodir.Isaac, no entanto, parecia indiferente e disse calmamente:- Douglas, vocês dois não estão em um bom estado emocional para discutir isso agora. Resolva o que precisa ser resolvido aqui e eu levo a Natália para casa.Seu olhar varreu os dois lados do corredor. Douglas deu uma olhada de relance e notou que várias portas dos quartos estavam abertas; o tumulto tinha sido grande, chamando a atenção dos outros hóspedes que agora espiavam por trás das portas, alguns até gravando vídeos discretamente com seus celulares.Douglas, com o rosto fechado, voltou seu olhar para Natália, que tinha saído às pressas e vestia a
Ninguém mais falava. A respiração de ambos estava pesada, Natália estava furiosa.Ela não conseguia ver a expressão de Douglas e tampouco tinha tempo para adivinhar seu estado de ânimo. Após um longo meio minuto, ela conseguiu, com esforço, acalmar as emoções que a abalavam intensamente.- O contrato já foi assinado, você não pode voltar atrás agora.A resposta veio na voz calma e medida do homem.- Se não há continuação da parceria, não se pode considerar o contrato bem- sucedido. Por que você não pergunta ao Sr. Eduardo se ele ainda deseja continuar a parceria com o Grupo Rocha?Sr. Eduardo certamente estaria disposto. Em comparação à reputação, o futuro da empresa era mais importante, mas após o que ele fez com Natália, como ela poderia procurá- lo?A ira inflamou novamente no peito de Natália:- Douglas, você não tem vergonha?Douglas provavelmente nunca havia sido insultado dessa maneira, sua voz soou fria e penetrante:- Natália, onde foi parar toda a sua educação e cortesia?A m
Enquanto discutiam animadamente, as pessoas foram sobressaltadas por uma voz que surgiu abruptamente, fazendo-as girar em reflexo condicionado, com a mão segurando o celular rapidamente escondida atrás do corpo.- Assistente Leandro.Embora Leandro não fosse severo, ele era um homem do Presidente Douglas, o que significava que representava o Presidente Douglas. E era de conhecimento geral que o Presidente Douglas não gostava que seus funcionários fofocassem na empresa, mesmo durante os intervalos.- Assistente Leandro, vamos ao departamento financeiro e emitiremos a multa nós mesmos. Que tal fazer vista grossa desta vez? Eu cliquei sem querer e acabei dando uma olhada.Leandro franzia a testa, persistente em sua indagação:- Qual era o nome daquele programa? Responda apenas o que eu perguntar, sem mais delongas.A secretária murmurou uma queixa em seu íntimo, mas respondeu:- "Habilidade artesanal."O documentário narrava sobre diversas indústrias de artesanato cultural, sendo o restau
Douglas abriu a porta com um movimento brusco, fazendo Natália e Pedro olharem na mesma direção.A silhueta do homem era alta e larga, parada no portal bloqueava a maior parte da luz do exterior, seus traços eram bonitos, mas afiados e duros, e o olhar que lançou a Natália era de uma frieza que poderia congelar alguém no lugar!Natália, surpresa, endireitou-se e perguntou com uma ruga entre as sobrancelhas:- Como você veio parar aqui?O tom impaciente dela, somado à expressão que não tentava esconder nada, era uma imagem vívida de desconforto.Pedro, por sua vez, manteve a calma e suspirou. Naquele instante, seu coração havia perdido o ritmo, batendo descontroladamente, e mesmo agora podia sentir o aroma suave e sutil que emanava dela, um perfume que despertava uma paixão envolvente e relutante.Ele engoliu em seco, com receio de que o som irregular de seu coração fosse percebido.Douglas, por anos no comando do Grupo Rocha e acostumado a julgar as pessoas, percebeu em apenas um olhar
No sábado seguinte, sem trabalho, Natália dormiu até as onze e ligou para Raquel para combinar um almoço.A ira que Douglas lhe causou na noite anterior ainda a asfixiava; de fato, precisava manter-se longe de homens desprezíveis para viver bem!Elas marcaram de ir a um restaurante francês, de um cliente de Raquel, que ela fazia questão de prestigiar.Diante da imponente entrada do restaurante, Raquel, cobrindo a carteira com a mão, exclamou:- Hoje vai ser um gasto e tanto, a comida aqui custa uma fortuna. Se não fosse para fazer a social, eu teria desviado meu caminho a cinquenta metros de distância.Natália riu levemente:- Sem o caro, como se compra antiguidades?- É verdade. - Raquel enlaçou seu braço. - Vamos, vou te mostrar como é o meu momento de esplendor gastando sem olhar a conta.O restaurante ostentava uma decoração de vidro panorâmico de 360 graus, permitindo uma visão clara do interior a partir do lado de fora. As duas mal haviam chegado à entrada quando pararam, pois Na
- Senhorita, o que você está fazendo? Não pode tocar nesta pintura sem intenção de comprar! - O segurança responsável pela área gritou alto. - Coloque a pintura de volta imediatamente, ou vou considerar que está tentando roubá-la!Natália foi arrancada de seus pensamentos pelo grito que ecoava pelo andar e percebeu que, sem saber como, havia retirado a pintura do gancho.Consciente de sua gafe, ela tentou controlar suas emoções misturadas, sua voz saiu rouca:- Desculpe, eu me empolguei demais. Vou comprar a pintura. Pode, por favor, contatar o vendedor para mim?O segurança, meio cético, ligou para o gerente.A pessoa encarregada chegou rapidamente, e ao saber que ela queria comprar a pintura, contatou o fornecedor da obra.Informado de que o vendedor também estava na exposição, o gerente falou:- Srta. Garcia, há uma compradora interessada na sua pintura. Seria possível encontrá-la para discutir o preço pessoalmente?Natália franzia o cenho, uma suspeita formando-se em sua mente.- G
Natália pensou que Douglas estava apenas tendo mais um de seus ataques e revirou os olhos, seguindo em frente sem dar atenção.O desejo de posse era uma fraqueza inerente aos homens, um instinto que não permitia que outros cobiçassem pessoas ou coisas que considevaram de seu domínio, muito menos permitir-se cobiçar o alheio.Ao compreender isso, mesmo que Douglas parecesse estar com ciúmes agora, Natália permaneceu imperturbável.No entanto, ela mal havia dado alguns passos quando seu braço foi agarrado.A força do homem era um pouco grande, e Natália sentiu seu pulso quase sendo esmagado por ele!Ela gritou de dor, a testa franzida em agonia, e até o tom de sua voz mudou:- Me solte.Douglas então pareceu voltar a si, aliviando um pouco a pressão em sua mão, mas sem soltá-la completamente.Seu rosto continuava frio, suas palavras econômicas:- Vamos.- Estou trabalhando...Mas Douglas não lhe deu o direito de recusar, arrastando-a para fora.- Cunhado! Minha irmã se casou contigo, e v