Rodrigo não estava em casa, então não havia necessidade de entrar. Ela já havia procurado em cada canto da mansão, que mais tarde foi revendida. Era certo que os pertences de sua mãe já não estavam mais lá. Ela poderia mandar uma mensagem para Rodrigo perguntando, mas ele certamente não diria a verdade. Foi por isso que ela fez questão de ir até lá pessoalmente, para tentar encontrar alguma incoerência em seu comportamento.Natália ligou para ele, descobrindo que ele estava no exterior, sem uma data específica para retornar.Nos dias seguintes, ela continuou tentando contatá-lo, mas a resposta sempre era que o retorno dele ainda não estava confirmado. Ela não sabia se era apenas coincidência ou se havia alguma outra razão.Natália pensou um pouco e tirou uma foto do esboço da pintura, enviando-a com a pergunta:- Você já viu este quadro?- Não.Ela não conseguia obter progresso com Rodrigo e, depois de muito ponderar, decidiu contatar o enigmático chefe.Quando ele atendeu seu telefo
- Sim, quem sabe você não vai usar esse dinheiro para me seguir o dia todo... - Natália disse isso de propósito para irritar Douglas. Eles já estavam divorciados e não deveriam mais ter envolvimento financeiro, além do mais, ela não precisava desse dinheiro. Se Natália tentasse explicar calmamente, certamente perderia muito tempo. Mas com o orgulho que Douglas tinha, ao ouvir essas palavras, com certeza zombaria de Natália e pegaria o cartão de volta. Douglas ficou furioso como ela previu. As veias azuis em sua testa e pescoço estavam tensas, e um ar de irritação se espalhava em seus olhos. Ele fixou o olhar no rosto dela e, de repente, baixou a cabeça e a beijou profundamente e com força nos lábios. Natália não esperava ser beijada e abriu os olhos em surpresa. Quando percebeu e tentou se debater, Douglas já tinha aberto seus lábios de maneira dominante e explorava cada canto de sua boca. O beijo era dominador. Em poucos segundos, ele havia invadido todo o seu paladar, mas termin
Depois daquele estrondo contra a parede, o corredor mergulhou em silêncio. Rodrigo, além do grito inicial de dor, não emitiu mais nenhum som. Encarando o olhar gélido daquele homem, sua cabeça quase se encolhia dentro do peito.- Parece que o tio tem uma memória ruim, é por isso que sempre esquece minhas palavras. - O recém-chegado era Douglas.Seu rosto jovem e bonito estava carregado de melancolia e indiferença. Uma aura fria e afiada como uma lâmina emanava dele enquanto ele caminhava lentamente em direção a Rodrigo, que estava deitado no chão, lutando para se levantar.Rodrigo recuou, suplicando rigidamente:- Douglas, afinal de contas, sou o pai de Natália. Embora vocês estejam divorciados agora, e você não tenha que me chamar de "pai" como ela, ainda sou seu ancião...- Eu já tinha te avisado quando você foi ao Grupo Rocha fazer um escândalo. O que você prometeu naquela ocasião? - Douglas perguntou friamente, ajoelhando-se diante dele. - Você disse que, se eu não te fizesse pagar
A pessoa diante dela era realmente Filipe?Natália viu os itens em suas mãos caírem no chão após o impacto, seu celular também caiu e mudou automaticamente para o modo viva-voz quando não estava mais perto do ouvido.A voz clara de Isaac veio do telefone:- Temos uma reunião esta tarde para discutir o plano de design do andar. Se você não puder vir, participe por videoconferência.Filipe olhou para os papéis espalhados no chão, relacionados ao projeto do museu, e disse com um sorriso sarcástico:- Srta. Natália, você parece realmente ocupada.Os restauradores de nível A e B tinham áreas de escritório separadas. Natália tinha trabalhado desde que chegou, saindo apenas para ir ao banheiro, e quase nunca deixou sua mesa. Se não fosse por encontrar Filipe hoje, ela teria esquecido da pessoa que a desafiou em seu primeiro dia.- Está tudo bem, não estou tão ocupada quanto o Sr. Filipe.Natália ouviu dos colegas que Filipe frequentemente fazia hora extra, tudo para ser promovido a restaurado
Qualquer um que não seja tolo não entraria em um negócio tão desvantajoso. Natália lembrou do que Rodrigo havia mencionado ontem sobre a herança de sua mãe, e hoje aconteceu exatamente isso. Ela pegou o cartão de visita que caiu em seu colo, curiosa para saber qual empresa concederia um empréstimo tão rapidamente, sem sequer verificar o histórico do devedor, ousando emprestar duzentos milhões de reais a Rodrigo.Isso era claramente uma armadilha de Rodrigo para enganá-la e obter a herança. Ele nem queria esperar mais alguns dias; estava realmente com pressa.- Não estamos considerando o prestígio do Rodrigo, mas sim o seu, Sra. Rocha. Embora você e Douglas tenham se divorciado, ainda deve haver algum carinho de marido e mulher. A família Rocha é tão rica, certamente não vai querer ver a ex-esposa ser perseguida e pressionada até a morte, certo?Natália recusou friamente:- Não tenho dinheiro para pagar a dívida dele, nem sou obrigada a isso. Matem-no diretamente, se quiserem.- Se a Sr
Natália não falou mais, embora as palavras de Douglas fossem duras, salvá-la também não era sua obrigação, e agora ele se arrependia. Ela não podia ficar brava e xingá-lo.Isso seria realmente exagerado.Natália ainda segurava um cotonete embebido em álcool, mas o homem já havia retirado a mão, claramente recusando que ela lhe aplicasse o remédio.O rosto de Douglas estava tenso e frio, e com o silêncio se espalhando pela sala, junto com a atmosfera tensa, ele franziu os lábios e disse friamente:- Fale.Natália jogou o cotonete no lixo.- De qualquer forma, ainda tenho que agradecer.O homem, encostado no sofá, olhou para ela, que agradecia sem sinceridade, e sentiu uma extrema desagrado.- Pelo menos as outras pessoas convidam para jantar quando agradecem, você nem isso faz com sinceridade.Natália mordeu o lábio e perguntou:- O que você quer comer? Eu reservo o restaurante.Douglas a olhou de relance, e havia um ar de arrogância em seus olhos.- Você acha que pareço com fome?Não,
Leandro, que sempre foi muito respeitoso com Natália nos últimos tempos, agora respondeu com firmeza:- Sou assistente, não me encarrego dos assuntos domésticos e, além disso, o Presidente Douglas não se feriu por minha causa. Tenho trabalho a fazer, vou embora agora.Assim que Leandro falou, ele partiu, dirigindo o carro de Douglas.O carro passou rapidamente diante deles, e Douglas, olhando para Natália, falou com um tom suave:- Você fez meu motorista ir embora.Ele levantou a mão, o corte que se expôs durante esse tempo agora parecia ainda mais assustador do que antes. A pele rasgada pelo alicate pendia solta, a vermelhidão ao redor já havia se transformado em hematomas, e a crosta de sangue coagulado havia se partido novamente, sangrando. As gotas de sangue escorriam pelos dedos e caíam no chão de concreto.Só de ver esse ferimento horrível, podia-se imaginar o quão forte foi o golpe.Se Douglas não tivesse chegado a tempo, segurado a mão dela, e o segurança não tivesse chutado o
Douglas passou a língua pelos lábios, erguendo a mão para a cintura de Natália. Ele não tocou seu corpo diretamente, mantendo uma pequena distância, sem um contato pleno. O botão mais alto da gola era difícil de desabotoar. Natália, concentrada em ajudá-lo, não percebeu seu gesto, nem viu as sombras de ambos, quase se sobrepondo no chão.Conforme ela desabotoava mais para baixo, a camisa se abria, expondo seu peito ao ar frio da manhã. A frequência com que a maçã de Adão de Douglas se movia aumentava, e, apesar de seus esforços para se conter, sua respiração pesada traía seus pensamentos.Quando Natália chegou aos botões perto de seu abdômen, a reação dele ficou claramente visível, tocando também os dedos dela... Mesmo através de duas camadas de roupa, Natália sentiu o calor ardente.Seu rosto corou instantaneamente, como se tivesse tocado algo escaldante, e ela recuou abruptamente.- Tire a roupa você mesmo.Os botões já estavam desabotoados; não havia mais nada que ela precisasse aju