Qualquer um que não seja tolo não entraria em um negócio tão desvantajoso. Natália lembrou do que Rodrigo havia mencionado ontem sobre a herança de sua mãe, e hoje aconteceu exatamente isso. Ela pegou o cartão de visita que caiu em seu colo, curiosa para saber qual empresa concederia um empréstimo tão rapidamente, sem sequer verificar o histórico do devedor, ousando emprestar duzentos milhões de reais a Rodrigo.Isso era claramente uma armadilha de Rodrigo para enganá-la e obter a herança. Ele nem queria esperar mais alguns dias; estava realmente com pressa.- Não estamos considerando o prestígio do Rodrigo, mas sim o seu, Sra. Rocha. Embora você e Douglas tenham se divorciado, ainda deve haver algum carinho de marido e mulher. A família Rocha é tão rica, certamente não vai querer ver a ex-esposa ser perseguida e pressionada até a morte, certo?Natália recusou friamente:- Não tenho dinheiro para pagar a dívida dele, nem sou obrigada a isso. Matem-no diretamente, se quiserem.- Se a Sr
Natália não falou mais, embora as palavras de Douglas fossem duras, salvá-la também não era sua obrigação, e agora ele se arrependia. Ela não podia ficar brava e xingá-lo.Isso seria realmente exagerado.Natália ainda segurava um cotonete embebido em álcool, mas o homem já havia retirado a mão, claramente recusando que ela lhe aplicasse o remédio.O rosto de Douglas estava tenso e frio, e com o silêncio se espalhando pela sala, junto com a atmosfera tensa, ele franziu os lábios e disse friamente:- Fale.Natália jogou o cotonete no lixo.- De qualquer forma, ainda tenho que agradecer.O homem, encostado no sofá, olhou para ela, que agradecia sem sinceridade, e sentiu uma extrema desagrado.- Pelo menos as outras pessoas convidam para jantar quando agradecem, você nem isso faz com sinceridade.Natália mordeu o lábio e perguntou:- O que você quer comer? Eu reservo o restaurante.Douglas a olhou de relance, e havia um ar de arrogância em seus olhos.- Você acha que pareço com fome?Não,
Leandro, que sempre foi muito respeitoso com Natália nos últimos tempos, agora respondeu com firmeza:- Sou assistente, não me encarrego dos assuntos domésticos e, além disso, o Presidente Douglas não se feriu por minha causa. Tenho trabalho a fazer, vou embora agora.Assim que Leandro falou, ele partiu, dirigindo o carro de Douglas.O carro passou rapidamente diante deles, e Douglas, olhando para Natália, falou com um tom suave:- Você fez meu motorista ir embora.Ele levantou a mão, o corte que se expôs durante esse tempo agora parecia ainda mais assustador do que antes. A pele rasgada pelo alicate pendia solta, a vermelhidão ao redor já havia se transformado em hematomas, e a crosta de sangue coagulado havia se partido novamente, sangrando. As gotas de sangue escorriam pelos dedos e caíam no chão de concreto.Só de ver esse ferimento horrível, podia-se imaginar o quão forte foi o golpe.Se Douglas não tivesse chegado a tempo, segurado a mão dela, e o segurança não tivesse chutado o
Douglas passou a língua pelos lábios, erguendo a mão para a cintura de Natália. Ele não tocou seu corpo diretamente, mantendo uma pequena distância, sem um contato pleno. O botão mais alto da gola era difícil de desabotoar. Natália, concentrada em ajudá-lo, não percebeu seu gesto, nem viu as sombras de ambos, quase se sobrepondo no chão.Conforme ela desabotoava mais para baixo, a camisa se abria, expondo seu peito ao ar frio da manhã. A frequência com que a maçã de Adão de Douglas se movia aumentava, e, apesar de seus esforços para se conter, sua respiração pesada traía seus pensamentos.Quando Natália chegou aos botões perto de seu abdômen, a reação dele ficou claramente visível, tocando também os dedos dela... Mesmo através de duas camadas de roupa, Natália sentiu o calor ardente.Seu rosto corou instantaneamente, como se tivesse tocado algo escaldante, e ela recuou abruptamente.- Tire a roupa você mesmo.Os botões já estavam desabotoados; não havia mais nada que ela precisasse aju
Douglas se machucou na mão direita, já tinha dificuldades para se movimentar, e ainda escolheu um bife que precisava ser cortado. Mesmo Natália, concentrando-se em cortar seu bife, podia sentir os olhares excitados ao redor. Ela, rangendo os dentes, se inclinou em direção ao ouvido de Douglas e sussurrou:- Você é burro, por acaso?Douglas ergueu a mão, permitindo que ela visse claramente a atadura.- Não foi justamente porque me machuquei que vim procurar você?Mas essa fala soou muito estranha.O alvoroço chamou atenção até mesmo no escritório de Isaac, ou melhor, foi a secretária que o chamou para sair.Observando os dois, que mesmo apenas parados, pareciam tão compatíveis, seu rosto escureceu e, depois de alguns segundos, ele se aproximou.- Presidente Douglas, temos uma reunião em meia hora, e a Natália pode não conseguir cuidar de você durante a refeição. - Assim que se aproximou, viu a atadura na mão de Douglas. Eles já foram amigos e conheciam bem a personalidade um do outro. -
No carro, Natália piscou seus olhos vermelhos, enquanto as lágrimas rolavam de seus olhos.Alguma coisa havia caído em seu olho, e ela, olhando no espelho, não conseguiu encontrar o que era, esfregando com um lenço até a pele ao redor ficar vermelha. O desconforto de ter algo estranho no olho não aliviava.Finalmente, Douglas, não suportando mais ver aquilo, forçou o rosto dela a virar na sua direção.O homem se aproximou tanto que seu respirar quente passou por seu rosto, e Natália, ao abrir os olhos, pôde ver seus lábios atraentes e sensuais.Para Natália, naquela situação, o que seria um momento doce e íntimo aos olhos de outros era pura tortura.Ela não dormira na noite anterior e parecia cansada, tendo feito uma maquiagem completa pela manhã. Ela esfregou os olhos sem pensar, e só depois viu a sombra e o delineador borrados em suas mãos, quando Douglas já estava bem perto.Agora, ele observava seu rosto há quase cinco minutos.Natália, impaciente, o empurrou suavemente e perguntou
Natália olhava para Susana e Rocío, que já haviam bebido bastante, mas não pareciam bêbadas. Parecia que ainda levaria um tempo até que realmente ficassem embriagadas. Ela disse:- Tudo bem.Ela terminou de beber o copo em um gole e, após se despedir das duas, saiu do camarote com Leticia.Ao passar pelo banheiro público do lado de fora, Leticia comentou:- Natália, estou com uma dor súbita no estômago, vou ao banheiro. Você me espera um pouco?- Claro.Cada camarote tinha seu próprio banheiro, então o banheiro público estava vazio.Natália, encostada na parede, sentia-se desconfortável. Não sabia se era por ter bebido demais, mas sua cabeça estava pesada e a visão, embaçada.Ela balançou a cabeça, tentando clarear a mente e planejando lavar o rosto com água fria na pia para se reanimar. Porém, mal deu dois passos e sentiu as pernas fraquejarem, caindo descontroladamente no chão. Não chegou a desmaiar completamente, mas estava sem forças, incapaz de se levantar, permanecendo meio ajoe
Na banheira.Isaac com a camisa entreaberta, o tecido já fino, agora colado ao corpo pela água, revelando suas formas. Parece que o barulho na porta o alarmou, ele olha para cá, seus olhos tranquilos e serenos, mas seu traje desalinhado lhe confere um ar de sensualidade.Natália, abraçada a ele, tem o rosto pálido como papel. Não se sabe se é pelo frio ou pelo efeito da medicação, seu olhar parece vazio, sua reação, mais lenta que o habitual.Douglas, com os olhos semi-cerrados, exibe uma expressão de desagrado e sombriedade tão intensa que parece transbordar. Ele caminha até eles e pega a mulher imersa em água fria nos braços.Isaac segura sua mão.- Não percebe que ela não está bem?- Se eu não percebesse, você não teria a chance de estar aqui sentado falando comigo. - Douglas responde friamente, segurando Natália, sem mãos livres. - Solte-a.Isaac sai da banheira, pisa descalço no azulejo escuro, insistindo:- Não vou permitir que a leve para fora do meu campo de visão, pelo menos n