Leandro, que sempre foi muito respeitoso com Natália nos últimos tempos, agora respondeu com firmeza:- Sou assistente, não me encarrego dos assuntos domésticos e, além disso, o Presidente Douglas não se feriu por minha causa. Tenho trabalho a fazer, vou embora agora.Assim que Leandro falou, ele partiu, dirigindo o carro de Douglas.O carro passou rapidamente diante deles, e Douglas, olhando para Natália, falou com um tom suave:- Você fez meu motorista ir embora.Ele levantou a mão, o corte que se expôs durante esse tempo agora parecia ainda mais assustador do que antes. A pele rasgada pelo alicate pendia solta, a vermelhidão ao redor já havia se transformado em hematomas, e a crosta de sangue coagulado havia se partido novamente, sangrando. As gotas de sangue escorriam pelos dedos e caíam no chão de concreto.Só de ver esse ferimento horrível, podia-se imaginar o quão forte foi o golpe.Se Douglas não tivesse chegado a tempo, segurado a mão dela, e o segurança não tivesse chutado o
Douglas passou a língua pelos lábios, erguendo a mão para a cintura de Natália. Ele não tocou seu corpo diretamente, mantendo uma pequena distância, sem um contato pleno. O botão mais alto da gola era difícil de desabotoar. Natália, concentrada em ajudá-lo, não percebeu seu gesto, nem viu as sombras de ambos, quase se sobrepondo no chão.Conforme ela desabotoava mais para baixo, a camisa se abria, expondo seu peito ao ar frio da manhã. A frequência com que a maçã de Adão de Douglas se movia aumentava, e, apesar de seus esforços para se conter, sua respiração pesada traía seus pensamentos.Quando Natália chegou aos botões perto de seu abdômen, a reação dele ficou claramente visível, tocando também os dedos dela... Mesmo através de duas camadas de roupa, Natália sentiu o calor ardente.Seu rosto corou instantaneamente, como se tivesse tocado algo escaldante, e ela recuou abruptamente.- Tire a roupa você mesmo.Os botões já estavam desabotoados; não havia mais nada que ela precisasse aju
Douglas se machucou na mão direita, já tinha dificuldades para se movimentar, e ainda escolheu um bife que precisava ser cortado. Mesmo Natália, concentrando-se em cortar seu bife, podia sentir os olhares excitados ao redor. Ela, rangendo os dentes, se inclinou em direção ao ouvido de Douglas e sussurrou:- Você é burro, por acaso?Douglas ergueu a mão, permitindo que ela visse claramente a atadura.- Não foi justamente porque me machuquei que vim procurar você?Mas essa fala soou muito estranha.O alvoroço chamou atenção até mesmo no escritório de Isaac, ou melhor, foi a secretária que o chamou para sair.Observando os dois, que mesmo apenas parados, pareciam tão compatíveis, seu rosto escureceu e, depois de alguns segundos, ele se aproximou.- Presidente Douglas, temos uma reunião em meia hora, e a Natália pode não conseguir cuidar de você durante a refeição. - Assim que se aproximou, viu a atadura na mão de Douglas. Eles já foram amigos e conheciam bem a personalidade um do outro. -
No carro, Natália piscou seus olhos vermelhos, enquanto as lágrimas rolavam de seus olhos.Alguma coisa havia caído em seu olho, e ela, olhando no espelho, não conseguiu encontrar o que era, esfregando com um lenço até a pele ao redor ficar vermelha. O desconforto de ter algo estranho no olho não aliviava.Finalmente, Douglas, não suportando mais ver aquilo, forçou o rosto dela a virar na sua direção.O homem se aproximou tanto que seu respirar quente passou por seu rosto, e Natália, ao abrir os olhos, pôde ver seus lábios atraentes e sensuais.Para Natália, naquela situação, o que seria um momento doce e íntimo aos olhos de outros era pura tortura.Ela não dormira na noite anterior e parecia cansada, tendo feito uma maquiagem completa pela manhã. Ela esfregou os olhos sem pensar, e só depois viu a sombra e o delineador borrados em suas mãos, quando Douglas já estava bem perto.Agora, ele observava seu rosto há quase cinco minutos.Natália, impaciente, o empurrou suavemente e perguntou
Natália olhava para Susana e Rocío, que já haviam bebido bastante, mas não pareciam bêbadas. Parecia que ainda levaria um tempo até que realmente ficassem embriagadas. Ela disse:- Tudo bem.Ela terminou de beber o copo em um gole e, após se despedir das duas, saiu do camarote com Leticia.Ao passar pelo banheiro público do lado de fora, Leticia comentou:- Natália, estou com uma dor súbita no estômago, vou ao banheiro. Você me espera um pouco?- Claro.Cada camarote tinha seu próprio banheiro, então o banheiro público estava vazio.Natália, encostada na parede, sentia-se desconfortável. Não sabia se era por ter bebido demais, mas sua cabeça estava pesada e a visão, embaçada.Ela balançou a cabeça, tentando clarear a mente e planejando lavar o rosto com água fria na pia para se reanimar. Porém, mal deu dois passos e sentiu as pernas fraquejarem, caindo descontroladamente no chão. Não chegou a desmaiar completamente, mas estava sem forças, incapaz de se levantar, permanecendo meio ajoe
Na banheira.Isaac com a camisa entreaberta, o tecido já fino, agora colado ao corpo pela água, revelando suas formas. Parece que o barulho na porta o alarmou, ele olha para cá, seus olhos tranquilos e serenos, mas seu traje desalinhado lhe confere um ar de sensualidade.Natália, abraçada a ele, tem o rosto pálido como papel. Não se sabe se é pelo frio ou pelo efeito da medicação, seu olhar parece vazio, sua reação, mais lenta que o habitual.Douglas, com os olhos semi-cerrados, exibe uma expressão de desagrado e sombriedade tão intensa que parece transbordar. Ele caminha até eles e pega a mulher imersa em água fria nos braços.Isaac segura sua mão.- Não percebe que ela não está bem?- Se eu não percebesse, você não teria a chance de estar aqui sentado falando comigo. - Douglas responde friamente, segurando Natália, sem mãos livres. - Solte-a.Isaac sai da banheira, pisa descalço no azulejo escuro, insistindo:- Não vou permitir que a leve para fora do meu campo de visão, pelo menos n
A razão tensa do homem pareceu ser puxada com força nesse momento, fazendo com que sua mão tremesse, quase tocando outro lugar.- Natália...A mulher chamada pelo nome neste momento estava perdendo a consciência como a maré recuando. Seu olhar fixou-se nos lábios de Douglas, e em sua mente só restava o desejo de beijá-lo.Ela franziu a testa, murmurando:- Estou me sentindo mal, Isaac, estou desconfortável.Sua memória ainda estava no momento em que Isaac a levantou da cama, sussurrando em seu ouvido: "Natália, eu sou Isaac."Douglas parou por um momento, ficando extremamente agitado. De repente, ele perdeu a razão e a paciência, e um desejo destrutivo e possessivo começou a subir em sua mente, formando um pensamento: "Eu vou fazer com que essa boca dela não consiga falar!"Natália sentiu-se jogada para o alto, a sensação intensa de perda de peso fez com que ela apertasse inconscientemente os dedos, caindo em seguida em um lugar macio.Douglas estava ao lado da janela, acendendo um cig
Douglas permaneceu em silêncio, escutando atentamente, até que perguntou:- Quem mandou você fazer isso?- Não sei, estava muito escuro lá e eu tinha bebido, só lembro que ela parecia estar usando o uniforme do Clube Eros, nem consegui ver o rosto dela direito. - Disse o homem, tremendo intensamente. - Presidente Douglas, estou falando a verdade, só sei disso, o resto realmente não tem nada a ver comigo, também não sabia que a nova garota tinha chamado a sua atenção.Antes mesmo que Douglas desse uma ordem, o gerente ao lado rapidamente disse:- Vou mandar alguém verificar agora mesmo.Douglas olhou para o homem no chão, implorando sem parar.- Vocês podem sair agora. Fechem a porta, não quero que o sangue espirre para fora....Natália acordou na cama, ainda confusa, olhando ao redor para o ambiente desconhecido, sem saber onde estava.Já era dia lá fora, e o quarto, sem cortinas, estava iluminado pelo brilho do sol, sem uma sombra sequer para esconder.Tudo estava muito silencioso.S