Fernando ficou tenso, sorrindo ironicamente: - Eu não a atropelei, certo? Agora estou te levando de volta, consideramos como uma compensação, está bem?- Eduardo estava no carro naquele momento? - Maria perguntou novamente.Fernando acenou inconscientemente com a cabeça: - Estava. Se o Presidente Alves não tivesse interferido, eu teria descido para cumprimentá-la e depois a levaria para um passeio.“Presidente Alves interferiu?”Maria riu ironicamente. Ela olhou para a paisagem urbana que rapidamente recuava pela janela e ficou em silêncio.Fernando continuou sem se importar: - O Presidente Alves disse que você só escorregou e usou a cadeira de rodas, é um exagero. Mas eu acho que você não parece tão leve quanto ele diz, Senhora. Você se machucou gravemente? Já consultou um médico?Maria recostou-se no encosto da cadeira, rindo preguiçosamente:- Consultei, o médico disse que meu pé não está ferido, só preciso descansar por dois dias. Já disse, usar a cadeira de rodas é para mostra
- Onde você foi à tarde? Por que o celular estava desligado? Você não sabe que as pessoas ficariam preocupadas?O homem diante dela nunca tinha ficado com raiva antes; esta era a primeira vez.Sob a luz fraca do poste, ele estava parado à sua frente com a luz às costas, seus olhos escuros como um redemoinho, causando uma sensação de ansiedade e opressão.Parece que as pessoas realmente têm muitas facetas, muitas emoções.Mesmo homens gentis e refinados como Cláudio podem ter esse lado sombrio e assustador.Maria apertou os apoios da cadeira de rodas, dizendo: - Eu não fui a lugar nenhum, apenas dei uma volta no parque perto do hospital. Fernando me viu passando pelo parque e me trouxe de volta. Quanto ao celular...Ela rapidamente tirou o celular da bolsa, que estava desligado.Ela sorriu ironicamente: - Não sei quando a bateria acabou.Cláudio estava com raiva porque estava preocupado demais.Ele sempre foi bom em controlar suas emoções, nunca mostrando raiva ou felicidade no rosto.
Refletindo dessa maneira, ela mergulhou mais profundamente nos olhos de José e Ana. Claro, ela não ousava esperar que essas duas crianças fossem suas. No entanto, as pessoas inevitavelmente fantasiam, especialmente ao descobrir que essas duas crianças também foram concebidas na noite de Réveillon daquele ano, alimentando essa fantasia cada vez mais intensamente. Esse tipo de fantasia, eventualmente, precisa ser confirmado para que ela possa desistir.- Por que está olhando assim para o José e a Ana? - Cláudio de repente falou, trazendo-a instantaneamente de volta à realidade. Surpresa, ela riu nervosamente: - Nada... Não é nada. Cláudio acariciou seus cabelos densos e macios, dizendo: - Você primeiro converse com as crianças, vou preparar o jantar. Maria assentiu, movendo-se com a cadeira de rodas em direção ao sofá. Pensando em fazer o teste de paternidade com José e Ana, ela estava um pouco distraída. Cláudio a observou com um olhar complexo e deu alguns passos em direção à
Ela pegou a caixa de madeira e sentou-se na beira da cama. Ao abri-la, revelou-se uma bola de papel higiênico. Desenrolando a bola, deparou-se com várias mechas de cabelo entrelaçadas lá dentro. Os fios mais curtos pertenciam a José, enquanto os mais longos eram de Ana. Ela sabia que os testes de paternidade usando cabelo eram bastante precisos. Esses cabelos foram secretamente arrancados enquanto José e Ana tomavam banho.Com a caixa de madeira em mãos, ela sentiu uma tensão e expectativa indescritíveis, misturadas com um pouco de medo. Se o teste de paternidade revelasse que aquelas duas crianças não eram suas, nunca mais poderia fantasiar ser a mãe delas. Mas, e se, de fato, aquelas duas crianças fossem suas? Como ela lidaria com o profundo ódio entre ela e Eduardo?Durante toda a noite, seu coração esteve em turbulência. Ela até considerou a possibilidade de, se as crianças fossem realmente suas, deixar o passado para trás. Não investigaria o incêndio de cinco anos atrás
Ela franzia levemente o cenho. “Cláudio não voltaria tão rapidamente, não é mesmo?”No entanto, ao pensar melhor, Cláudio tinha a chave desta casa. Se ele tivesse voltado, não bateria na porta. Ela apoiou-se na cadeira de rodas, levantou-se com uma perna e foi abrir a porta.Ao abrir a porta, Helena surgiu com um sorriso no rosto: - Mariinha, estou aqui. Como está o pé? Helena trouxe consigo algumas frutas e lanches.Maria voltou a sentar-se na cadeira de rodas, olhando-a com surpresa: - Como você veio?Depois de concluir as filmagens de "Destinos Entrelaçados do Fado", Helena praticamente tirou um longo período de férias. Normalmente, ela não viria sem motivo, e já tinha alugado outra casa. Helena trouxe os lanches e frutas para dentro: - Eu estava preocupada com você. Pensei que o Sr. Eduardo ia levar as crianças e também está ocupado com os assuntos da empresa. Eu estava com medo de que ele não tivesse tempo para cuidar de você, então vim. - E além disso, suas pernas não e
Surpreendentemente, Helena a chamou de repente por trás.Maria virou a cabeça, surpresa, e viu Helena se aproximando apressadamente.- Você não foi ao banheiro? Como entrou por fora?- Havia muita gente no banheiro, então fui a outro lugar.Maria não perguntou mais, apenas disse: - Vamos, me empurre até a sala de cirurgia.Helena concordou com a cabeça, empurrando a cadeira de rodas e ajustando a direção.Mas ninguém percebeu a complexidade em seus olhos quando ela piscou.- Mariinha, quando sairá o resultado da avaliação?- Chegamos um pouco tarde; o médico disse para eu pegar os resultados às duas e meia da tarde.Helena respondeu com um aceno, e quando saíram pela porta da sala de avaliação, ela olhou de relance.Na mente dela, ecoou a ameaça cruel do homem: “Se você não trouxer informações úteis, nunca mais apareça na minha frente.”No canto, o homem segurava um cigarro, encostado na parede, seus olhos estreitos e sombrios sorriram levemente para ela.Helena desviou o olhar, com
Do lado de fora da sala de identificação, Maria apertava ansiosamente as mãos. Seu resultado ainda não havia saído; o médico pediu para ela esperar um pouco mais. Ela olhava para o relógio na parede, sentindo-se cada vez mais inquieta. Odiava esperar, especialmente sem saber o resultado; cada minuto era uma agonia.Helena deu tapinhas no ombro dela para confortá-la: - Mariinha, não se preocupe, os resultados devem sair em breve.Maria encostou-se na cadeira de rodas, em silêncio.Vendo a expressão ansiosa e temerosa dela, Helena percebeu uma mistura de sentimentos em seus olhos.Finalmente, a porta da sala de identificação se abriu, um médico saiu segurando um envelope e chamou: - Maria!Maria ficou surpresa e apressadamente deslizou a cadeira de rodas até lá.- Seu relatório de identificação está pronto, pegue.Maria pegou o envelope, seu coração tremendo.Vendo que ela não abriu imediatamente, Helena perguntou: - Você não vai dar uma olhada?- Eu... - Maria apertou a borda do e
- Você não tem olhos?A cadeira de rodas foi virada de lado pelo impacto; Maria ficou em uma posição desajeitada no chão, a máscara escorregando pela força, e o relatório de identificação em suas pernas espalhou-se pelo chão.Uma série de palavrões estridentes e familiares ecoou sobre sua cabeça.Ela sentiu o coração afundar, sem se importar com a dor no tornozelo, apressou-se a pegar o relatório de identificação.- Maria? - Era a voz de Viviane.Havia várias pessoas naquela equipe, Maria quase não se atrevia a levantar os olhos.Alguns dos relatórios que voaram em direção à cadeira de rodas foram repentinamente recolhidos por uma mão enrugada.O coração de Maria deu um solavanco ao olhar para cima e exclamar: - Devolve pra mim!Era a voz da avó Diana.Quem pegou os relatórios foi a avó Diana.Eduardo ainda está ao lado da avó, ajudando-a.Eduardo a olhava com indiferença, como se estivesse olhando para um estranho.- Fez algo vergonhoso para ficar tão apressada!A avó Diana resmungou