Maria abaixou o olhar e permaneceu em silêncio. Parecia que quando a vovó Diana aligava, raramente trazia boas notícias. O tom dela soava como se estivesse enfrentando um adversário.- Você está se achando muito, não é? Ousando me desafiar como se fosse uma superestrela? A voz afiada da vovó Diana se tornou ainda mais amarga.Maria apertou os lábios e perguntou: - Vovó Diana, há algo que a senhora quer falar comigo?A vovó Diana respondeu com frieza: - Daqui a meia hora, vá sozinha ao café na Rua das Palmeiras Encantadas para me encontrar!A ordem severa não deixava espaço para objeções, e a vovó Diana desligou o telefone assim que terminou.Helena, preocupada com a expressão de Maria, perguntou: - Mariazinha, o que aconteceu?Maria balançou a cabeça e continuou olhando para a tela escura do celular. Sempre que a vovó Diana a procurava, algo ruim estava prestes a acontecer. Ela se perguntava se desta vez havia alguma conspiração oculta em jogo.Enquanto hesitava em ir ou não, a
- Sempre suspeitou que Duba tenha causado o incêndio na prisão naquele ano, Maria?Maria não respondeu; apenas questionou: - Foi o Eduardo quem te contou?- Não importa quem me contou. Chamei você aqui hoje para dizer... aquele incêndio na prisão foi causado mesmo por Duba.Maria ficou chocada e arregalou os olhos.Vovó Diana riu com ironia: - Para Duba, a coisa mais importante é ser meu neto. Quando você me deixou em estado vegetativo naquela época, ele te odiou profundamente. Duba contratou alguém para queimar você na prisão, o que, na verdade, foi um favor a você.- Você sabe muito bem que não fui culpada por você ter ficado em estado vegetativo.- Isso não importa. Ele acredita que foi você, e isso é suficiente. - Disse vovó Diana com indiferença.Maria sentiu um arrepio pelo corpo inteiro.Pelo tom de vovó Diana, ela claramente sabia quem a havia ferido naquele ano, mas intencionalmente escondeu a verdade, deixando todos acreditarem que foi ela a responsável.Ela realmente a odi
- O que mais gostaria de ouvir, então?Maria balançou a cabeça com um leve sorriso: - Bem, então, agradeço por me contar isso. Originalmente, eu apenas suspeitava que Eduardo tinha causado aquele incêndio na prisão. Mas agora, com o que disse, tenho certeza. Quando voltar, diga a Eduardo que vou me vingar. Vou fazê-lo pagar pelo que fez com sangue.- Você está se mostrando corajosa. Comigo por perto, não permitirei que machuque Duba nem um pouco. Além disso, naquela época, ele estava disposto a te matar sem hesitar. Você não sente repulsa brincando com esses sentimentos? Se você realmente tem coragem, enfrente-o diretamente em vez de se envolver em jogos de emoções vazias.Maria não respondeu.Vovó Diana se levantou com um resmungo leve.Ela se apoiou na bengala e olhou com desdém para Maria: - Na verdade, você deveria ter morrido no ventre de sua mãe. Isso teria poupado o mundo de seus problemas.Maria apertou instintivamente as mãos.A imagem de sua mãe ajoelhada sob a forte chuva,
- Você... Você... - Viviane tremia de raiva.Maria suspirou e disse: - Após te dar aquele tapa, meu ânimo melhorou consideravelmente.- Vagabunda!Viviane gritou, pegando a chaleira da mesa e lançando-a na direção de Maria.A água fervia, soltando um vapor denso quando foi atirada. Se atingisse alguém, com certeza causaria queimaduras graves.Felizmente, Maria conseguiu se esquivar rapidamente, e uma cadeira estava à sua frente, fazendo a água quente derramar sobre a cadeira e o chão de madeira.Provavelmente, Viviane se queimou acidentalmente, soltando um grito de dor e largando a chaleira imediatamente.Maria saiu de trás da cadeira e notou uma grande área vermelha de queimadura nas costas da mão de Viviane.Ela provocou: - Isso é o que você merece.Viviane a encarou com raiva: - Eu pensava que você era mais nobre, sua canalha. Parece que você é mais ardilosa e maliciosa do que qualquer um.Maria olhou para ela sem expressão, indiferente ao que Viviane estava dizendo.- Lembra-se
Maria massageou suas têmporas doloridas e lembrou a si mesma para parar de especular.Cláudio já havia encontrado a pessoa misteriosa que a havia ajudado. Talvez ela pudesse obter algumas pistas com essa pessoa.Ela não ia levar a sério as palavras da vovó Diana, mas também não ia descartar completamente a suspeita sobre Eduardo. Ela esperaria para ver. Uma hora ou outra, a verdade viria à tona.Para clarear a mente, Maria não voltou imediatamente para casa. Em vez disso, ela caminhou sem rumo ao longo da estrada.Eram quase quatro horas, e Maria enviou uma mensagem de texto para Helena pedindo para buscar as três crianças.Ela não tinha ideia de quando Eduardo traria José e Ana de volta para a Mansão dos Alves. Calculando os dias, as duas crianças já estavam morando com ela há mais de dois meses. Se eles realmente voltassem, ela sentiria falta deles.Hoje estava calmo, sem vento, o ar estava um pouco frio. Havia muitas folhas caídas ao longo das ruas, dando uma sensação melancó
Maria compreendeu imediatamente.Assim, a vergonha de Viviane urinar nas calças se espalhou amplamente na internet.O inverno estava avançando rapidamente.Quando Eduardo chegou à Mansão dos Alves às sete da noite, o céu já estava completamente escuro.As luzes estavam acesas na sala de estar, e Eduardo entrou apressadamente.Ao ver a vovó Diana sentada no sofá em bom estado, ele não pôde deixar de suspirar de alívio.Ele se aproximou dela: - Vovó, a senhora está bem?A vovó Diana apoiada na bengala resmungou: - Você tem a coragem de voltar aqui, hein? Faça a contagem de quantos anos faz que você não volta para esta casa. Eu acho que sua alma está prestes a ser roubada por aquela mulher.Ao ver sua avó começar a repreender com autoridade, Eduardo ficou sem palavras.- Vovó, da próxima vez que quiser que eu volte, pode me dizer diretamente. Por que sempre tem que fingir estar doente? Isso não é nada conveniente.- Dizer diretamente? - A vovó Diana ficou furiosa só de pensar nisso. - T
O rosto de Eduardo se contraiu.- Vovó, o que pretende fazer agora?Vovó Diana reprimiu sua raiva e disse: - Eu não vou fazer nada, só quero que veja a verdadeira face daquela mulher. - Ela acrescentou com um toque de tristeza. - O que? A avó vai prejudicar você?Eduardo apertou os lábios e ficou em silêncio.Antônio colocou um gravador na mesa e, ao ligá-lo, a voz de Maria imediatamente saiu do aparelho.“Tenho agido de forma despreocupada com ele ultimamente e, às vezes, até flertei para fazê-lo se apaixonar por mim e, então, me vingar.”“A pessoa que eu amo... Nunca foi ele!”“Hmm, lembro-me de você me dizendo muitos anos atrás que você amava Duba, não é?”“Sim, naquela época eu estava mentindo para você, porque eu queria ser a esposa do presidente do Grupo GK. Se eu não tivesse mentido para você, como você teria conseguido forçá-lo a se casar comigo? Falando nisso, graças à avó, eu tive aquele casamento com ele.”Eduardo ouviu a conversa no gravador em silêncio, com uma expressão
- Vovó Diana, não se preocupe, estou ciente. - Respondeu Eduardo rapidamente.Vovó Diana queria dizer mais, mas Eduardo já estava saindo apressadamente.Vovó Diana, apoiada em sua bengala, perguntou angustiada: - Antônio, o que devemos fazer agora?- Senhora, deixe-o ir. Ele sempre foi teimoso. Uma vez que ele faz uma escolha, é para a vida toda. Não vale a pena separá-los. - Tentou consolar Antônio.Vovó Diana balançou a cabeça com tristeza e disse: - Você não entende. Se não fosse por aquilo que aconteceu, eu poderia concordar com eles de alguma forma. No entanto, com isso pairando entre eles, quando Duba descobrir a verdade, ele sofrerá profundamente. Essa dor será tão intensa quanto a dor de se separar daquela mulher. Por isso, agora eu só posso tentar impedir que eles fiquem juntos.Antônio não entendia: - Senhora, do que está falando?Vovó Diana acenou com a mão e balançou a cabeça: - Deixe pra lá. Eu não quero falar sobre o passado. Mas Duba nunca poderá estar com ela nesta