Isabela sorriu com um toque de malícia. - Olhem só para vocês, quem não te conhece poderia pensar que vocês são uma família feliz.A ironia sutil fez o coração de Maria tremer. Sim, ela e Eduardo eram inimigos; como poderiam se comportar como um casal normal na frente das pessoas quando havia um abismo de ódio entre eles?Eduardo já se aproximava, franzindo a testa enquanto observava Isabela, sentindo pouca simpatia por aquela mulher. Ele disse a Maria:- Vamos embora.Ela baixou a cabeça e ficou imóvel. De repente, Ana viu Pedro e exclamou com alegria.- Irmãozinho, te encontrei de novo. - Ela puxou José e continuou. - Irmão, este é o irmãozinho de quem falei, ele é muito legal, foi ele quem colocou o meu curativo.José, com sua mochila nas costas, se aproximou de Pedro e disse educadamente:- Eu sou o José, irmão da Ana. Obrigado por cuidar da minha irmã. Como você se chama?- Pedro. - O menino respondeu sem expressão e depois olhou para Isabela. - Madrinha, eu quero ir embora.Isab
Maria não tinha mais disposição para discutir com ele. Respirou fundo e, em seguida, deu a partida no carro.À noite, Eduardo estava de volta à cozinha, preparando sua refeição como de costume.No entanto, Maria não apareceu para comer. Desde que retornara, trancara-se em seu quarto.As cortinas estavam fechadas, e ela permanecia diante do espelho, acariciando a cicatriz queimada em suas costas, os olhos vermelhos de tanto chorar.A imagem do bebê machucado e sem vida veio à sua mente mais uma vez. Ela se apoiou no espelho, mordendo as costas da mão para conter as lágrimas.Não odiava aquele homem por causa da cicatriz desfigurante, nem mesmo pelo fogo doloroso que a feriu. O que odiava era a crueldade implacável dele, o desespero e a sufocação que o incêndio lhe trouxe, e a dor insuportável da perda silenciosa daquela criança.- Eduardo... - Ela soluçou baixinho. - Nunca te perdoarei nesta vida!Na sala de estar, José observou o semblante sombrio de Eduardo e perguntou com cautela:-
Isabela pressionou os lábios e, subitamente, se silenciou.Ela nunca esqueceria aquela cena.Naquela época, Maria estava coberta por queimaduras e foi levada à sala de emergência. Quando Pedro foi retirado de dentro dela, ele já estava roxo, completamente sem vida. Todos os médicos afirmaram que era um bebê morto e já o haviam colocado em um saco plástico.Mas Cláudio se recusou a acreditar naquela tragédia e, como um louco, retirou o bebê do saco. Ele gritava com os médicos para que eles salvassem o bebê, batendo freneticamente nas costas dele na esperança de fazê-lo chorar.Aos olhos dos médicos, ele parecia um louco que se recusava a aceitar a realidade. Foi quando o bebê começou a chorar.Cláudio horou de alegria, mas ninguém mais ouviu além dele. Todos disseram que ele estava tendo alucinações, que estava obcecado com a ideia de que o bebê ainda estava vivo.Finalmente, após três de luta obstinada, o bebê miraculosamente sobreviveu.Devido à fragilidade do bebê e à terrível situaç
Ela apertou os lábios e não respondeu. Em breve, a voz gentil de José ecoou do lado de fora da porta:- Tia, acordou? Vamos tomar o café da manhã.Maria fechou os olhos levemente, fingindo que não ouvia. Ela não estava ignorando José; simplesmente não desejava encontrar Eduardo.- Tia? Tia...O menino chamou várias vezes do lado de fora da porta, com uma voz baixa e cheia de culpa - Tia, não gosta que a gente fique aqui? Se... Se não gosta, nós... nós não voltaremos mais.A voz de José ficou cada vez mais baixa. O coração de Maria se apertou inexplicavelmente.Ela soltou um suspiro profundo e depois se virou na cama.A porta se abriu, e José e Ana estavam parados na porta, ambos com os olhos cheios de lágrimas, olhando para ela. Maria prendeu a respiração, sentindo um aperto no coração.Ela acariciou a cabeça das crianças, sorrindo como se nada estivesse errado. - O que está acontecendo? A tia acabou de acordar.Não importava o quanto ela detestasse Eduardo; ela simplesmente não conse
Maria abaixou os olhos, sem saber como responder àquela pergunta. No seu íntimo, Eduardo estava longe de ser considerado um bom homem; ele era até mesmo o tipo mais cruel e implacável.No entanto, uma resposta franca definitivamente desapontaria as duas crianças. Ela continuou a tomar o café da manhã em silêncio, refletindo sobre como responder à pergunta.Enquanto isso, Eduardo relaxou na cadeira, a observando com interesse. Havia um sorriso sutil em seu rosto, como se estivesse curioso sobre a resposta dela.Possivelmente impaciente, José pressionou:- Tia, afinal, o que você acha do meu pai? Na minha opinião, ele é o melhor para você.Ao ouvir a última parte da frase, Maria quase sorriu. As crianças eram verdadeiramente ingênuas, só conseguiam enxergar a superfície das coisas.Para ela, Eduardo era o pior.Sem querer desapontar as crianças, Maria refletiu sobre como responder, independentemente de como realmente se sentisse em relação a Eduardo. Na verdade, ele também sabia como el
A pessoa parada do lado de fora da porta não era Cláudio, mas sim Helena.Maria se virou para Eduardo com um sorriso sarcástico. - Este é o "homem mau" que você mencionou? Eduardo fingiu não ouvir suas palavras e se dirigiu a José e Ana com uma expressão inalterada. - Comam rápido, depois que terminarem, o papai vai levá-los para a escola.Maria riu sarcasticamente:- Você realmente sabe como disfarçar!Helena olhou para os dois e sentiu que algo estava errado no ar. Ela sorriu intrigada. - Eu não estou atrapalhando vocês, estou?Maria olhou para ela com um sorriso forçado. - Ele pediu para você sair por alguns dias, e você realmente saiu. Você realmente segue as ordens dele.Helena ficou desconcertada. Afinal, ele era o presidente do Grupo GK, sombrio e implacável. Ela ousaria desobedecer? Além disso, havia a recompensa de um milhão.Ela segurou o braço de Maria, rindo.- Oh, Mariinha, não fique chateada. Olha como é bom o Presidente Alves ficar aqui, ele ainda faz o café da man
- Você pode protegê-la à vontade, afinal, ela é a celebridade do seu Grupo GK. - Disse Maria, se aproximando dele e zombando friamente. - Seria melhor você usar a reputação inteira para protegê-la. Quando ela estiver completamente acabada, o Grupo GK não estará muito longe. Eduardo, assim que eu me vingar dela, será a sua vez.A pressão em seu pulso aumentou, e o rosto de Eduardo escureceu um pouco. Maria riu suavemente e começou a afastar sua mão lentamente.- Na verdade, olhando por outro ângulo, eu fico feliz que você a proteja tão cegamente, porque... dessa forma, o Grupo GK acabará nas suas mãos dela mais cedo ou mais tarde. Esse será seu verdadeiro castigo.Depois de dizer isso, ela retirou a mão, deixando uma marca visível em seu pulso.Ela não dirigiu mais o olhar ao homem e se virou para pegar a bolsa em cima do armário, puxando Helena para fora. Ela olhou para Maria e depois para Eduardo, querendo dizer algo, mas não ousou abrir a boca.Depois que as duas saíram, Eduardo se a
Patrícia exibia um semblante amargo e lançou um olhar desdenhoso a Maria. - Mariinha, estou cansada da Viviane. Ela não tem talento algum e adora fazer birra. Por causa dela, nossa equipe está sempre fazendo horas extras. É verdadeiramente irritante. Veja como sua equipe é incrível, encerrando o expediente mais cedo todos os dias e até mesmo desfrutando de jantares juntos. Sinto uma inveja imensa. - Desabafou ela.Com aquele discurso, além de criticar Viviane, Patrícia estava insinuando seu desejo de se juntar à Estrela Comunicações.E, claro, Maria não deixou isso passar despercebido. Ela sorriu para Patrícia e afirmou:- Assim que terminar as filmagens desta produção, saiba que será bem-vinda na Estrela Comunicações a qualquer momento.- Mesmo?- Estou falando sério, inclusive sobre o que mencionei da última vez.Os olhos de Patrícia brilharam de alegria, mas ela ainda estava preocupada. Com pesar, ela disse:- No entanto, já assinei um contrato com o Grupo GK, e ele ainda não expir