Quando acordei essa manhã, jamais imaginei que enfrentaria um problema dessa magnitude, jamais passou pela minha cabeça que uma pessoa em quem confiei para ser meu braço direito me passaria a perna dessa maneira. - Carol, preciso que me explique o que aconteceu, há quanto tempo fez a procuração pra Aline? - Felipe fala sentado a minha frente com a Ana. - Te muito tempo, desde que fui embora de Sao Paulo. O Fernando já tinha explicado para o Felipe o que havia acontecido, mas ele queria saber dos detalhes.- Eu me mudei definitivamente para São Paulo, resolvi iniciar essa mudança no ateliê com uma auditoria, no entanto, eu jamais desconfiaria da Aline. Ela trabalha comigo desde que abri o ateliê, sempre achei que era uma funcionária de confiança... - Carol, a Aline sempre foi ardilosa, nunca confiei naquela ali, ela se fazia de boa moça pra você, mas assim que você foi pra Portugal, ela foi a primeira a dar em cima do seu marido. - Ana fala e olho involuntariamente para o Fernando.
No dia seguinte, recebi uma mensagem do Fernando, pedindo que eu fosse a empresa. Primeiro, deixei o Pedro na escolinha em que havia matriculado ele, há pouquissimos dias e que ele estava se adaptando super bem, depois, segui para seu escritório. Ele deveria ter atualizações sobre o ateliê, eu estava muito aflita, mal havia dormido essa noite pensando sobre isso.- Carol, como está? - Maria pergunta assim que chego ao escritório.- Estou bem, Maria, e você? - Pergunto. - Também, querida. O Fernando está esperando por você, pode entrar. - Ela fala. - Obrigada, Maria. - Falo e passo por ela, a porta do escritório do Fernando está aberta, então, entro. Noto que parece bem a vontade com sua funcionária.- Acho que podemos acertar esses detalhes hoje, o que acha? - A mulher que estava aqui no primeiro dia que vim aqui, depois de quatro anos longe fala. Fernando levanta o olhar e me vê, ela também se vira em minha direção. - Desculpe, a porta estava aberta...- Tudo bem, Carolina, eu e
Assim que saio da sala, a Ana vem atrás de mim. Como eu poderia fingir um relacionamento com meu ex marido, ainda mais depois de termos ficado quando fui até a fazenda? Eu não conseguiria, ainda tinha sentimentos por ele, não podia fazer isso e tinha o Pedro, como ficaria a cabeça do meu filho no meio de tudo isso?- Vem, vamos tomar um café. - Ana fala me guiando para a copa que eu sabia que tinha nesse andar.Assim que entramos lá, ela serve 2 xicáras de café e me indica o lugar para que eu me sente na mesa, logo em seguida, senta-se ao meu lado.- Carol, vocês não vão se casar, nem nada do tipo. É só fingir um relacionamento para a sociedade, dará mais credibilidade a você, assim a Aline não usa a justificativa que você está atrás de dinheiro, ou que seja louca. O Felipe ja havia conversado com o Fernando sobre isso, ele está de acordo, quer te ajudar.- Não sei, Ana, preciso colocar minha cabeça no lugar. - Falo e e noto que deixei minha bolsa no carro, eu precisava tomar um reméd
- Tem água de coco na geladeira e refrigerante, Carol. Se quiser beber ou comer alguma coisa, sinta-se a vontade. - Fernando fala caminhando até a parte externa da sua cobertura com o Pedro. Vou até lá fora junto com eles e noto que a cobertura era enorme. Dava pra ter uma bela vista da capital paulista aqui de cima. São Paulo era uma metrópole que eu achava encantadora, era a cidade que a vida acontecia, os sonhos aconteciam. Quando vim para cá aos 18 anos, eu sentia que podia fazer tudo aqui, que poderia correr atrás dos meus sonhos diariamente e eles dariam certo com muito trabalho e dedicação e deram, meu ateliê foi um sonho realizado, mal podia acreditar que estava sendo tirado de mim. - Carol? - Fernando chama e me dou conta que estava falando comigo, mas não prestei atenção. - Estava aérea, desculpe. - Falo e vejo que o Pedro assim como o Fernando estão de sunga. Tento não desviar o olhar do rosto do meu ex marido, mas era difícil quando ele estava apenas de sunga e seu corp
Fernando:- Eu pensei que tivessemos uma coisa séria, Fernando. Não que sua ex mulher fosse morar com você, na sua casa. - Ouço a Cíntia falar e observo-a. A Cíntia era minha funcionária e nós ficavamos há algum tempo, ela era bonita e era gostosa, sabia muito bem como me satisfazer. Além do mais, ela era disponível. Nunca conversamos sobre relacionamento, mas ocasionalmente ela jogava algo no ar. -Cíntia, descobri há pouco que tenho um filho, eu preciso ter uma convivência com ele, já perdi muito. - E com a sua ex esposa também, presumo. - Ela fala magoada. Eu não poderia contar a ela que a Carol e eu não estavamos juntos, quando a intenção era que todos pensassem que nós haviamos reatado. Mas eu também não pretendia prolongar uma relação com a Cíntia. Desde que me separei da Carol não estive em um relacionamento sério com ninguém, apenas encontros casuais com algumas mulheres.- Oi, a Maria falou que eu poderia entrar. - Carol fala entrando na sala e assim que ela entra, Cíntia
Respire, Carolina. Mantenha tudo sobre controle. Eu parei o meu carro na frente do ateliê e não hesitei em descer como se nada tivese acontecido. Repassava na minha mente que deveria respirar e manter tudo sobre controle, quando na verdade, minha vida estava uma desordem total. Hoje eu me mudaria pra casa do Fernando temporariamente e estava me sentindo mal por isso, não seria de outro modo, a primeira vez que começamos a morar juntos, éramos recém casados e tínhamos sonhos e planejavamo um futuro brilhante pela frente. Na nossa primeira noite juntos, eu jamais imaginaria que anos depois teríamos que fingir um relacionamento e estaríamos divorciados e com uma criança no meio disso. - Carol, o que está fazendo aqui? - Aline pergunta assim que cruzo as portas do ateliê. Ela parecia assustada com a minha presença repentina e eu me senti vitoriosa por isso. Passo os olhos pelas roupas expostas pela vitrine e por toda a loja. Todas desenhadas por mim. Noto algumas clientes pela loja.-
Os dias estavam passando e eu não tinha um parecer sobre o ateliê. O Felipe estava na cidade e estavam sempre vindo ao apartamento do Fernando com a Ana. O Pedro estava se sentindo muito feliz e acredito que ele se sentia completo também. O Fernando estava revezando comigo, quando eu levava ele na creche, ele ia busca-ló, ou vice e versa. Eu decidi que deixaria as coisas acontecerem naturalmente, não sabia o que o futuro reservava ao Fernando e a mim, ele estava sendo respeitoso comigo, não estava com piadinhas, tampouco criando situações, era estranho, mas estavamos nos entendendo em prol da criação do nosso filho.- Carolina? - Fernando chama e desligo a máquina de costura. - Estou aqui, pode entrar. - Falo e pego a tesoura, cortando a linha peça. Eu trouxe uma máquina de costura para cá junto com alguns tecidos. Decidi que não adiantaria ficar indo ao ateliê ficar tendo embates com a Aline, isso só me adoeceria a cada dia. Eu precisava de uma distração e estava costurando sempre
Estava decidido, eu voltaria pra São Paulo, não ficaria com essa mulher aqui, ela me fazia mal eu não me sentiria bem em sua presença. - Senta, Carol. - Fernando pede assim que entramos no quarto. A Ana havia ficado com o Pedro lá em baixo e o Fernando havia me chamado para conversar. - Eu não vou sentar, eu vou embora. Não vou ficar aqui. - Falo nervosa.- Carol, se acalme.- Por que você está fazendo isso comigo? Essa mulher me machucou demais. Você sabia que ela estaria aqui e mesmo assim não me falou nada.- Se eu falasse, você não viria e eu queria você aqui comigo, Carol.- Pra que? Pra me fazer sofrer? Por que ela está aqui? Eu pensei que você teria cortado relações com a pessoa que acabou com o nosso casamento, mas eu estive enganada. Acredito que esse tempo todo ela estava aqui, frequentando a sua casa. - Essa casa não é somente minha. - Fernando fala e se senta na cama, mas eu continuo de pé no canto da porta.- Por que ela está aqui? - insisto.- Ela é convidada da minh