Capítulo 04

Capítulo 04

MORGANA

Quase não consigo abrir os olhos, mas quando consigo, meu cérebro parece que vai sair andando sozinho a qualquer momento.

Forço as vistas e percebo que não estou no meu quarto. Dou um pulo da cama assustada. Tentando lembrar o que aconteceu e como vim parar aqui.

Não precisou de muito esforço, porque logo as lembranças vieram.

O casamento. O show de horrores. O cara gostoso. Agora eu lembro.

Ele me tirou da boate e me trouxe para a sua casa? Nós dois transamos ou não? Essa parte eu não lembro.

Meu coração começa a acelerar. Será que ele vai me fazer mal? Preciso ir embora daqui.

Olho em volta e vejo meu vestido perfeitamente dobrado em cima da mesinha ao lado da cama, percebo estar só de peças íntimas.

Essa não. Ele me viu assim.

Eu e aquele cara que eu nem vi o rosto, transamos? Meu Deus!! Será?

Me aproximo para pegar minha roupa e vestir o mais rápido possível e sumir daqui, mas vejo um bilhete.

"Seu vestido está lavado e limpo, tomei a liberdade de tirar e lavá-lo na "lava e seca", estava com cheiro de vômito e bebida. Tem toalhas e produtos de higiene no banheiro, pode tomar um banho antes de ir"

Fico boquiaberta. Um estranho me salvou? Eu com toda a certeza apagaria ali na boate e alguém mal intencionado poderia me fazer mal de verdade.

Mas ele não. Me tirou de lá e me trouxe para a sua casa. Ele realmente me salvou. Existem pessoas boas ainda nesse mundo. Não vi seu rosto direito, mas ele parecia bem lindo e gostoso, poderia muito bem se aproveitar de mim.

Respiro fundo e me sinto aliviada e muito agradecida. Tomo um banho usando os produtos que tinha no banheiro. Sinto liberdade de pegar uma escova novinha que estava na embalagem e escovar meus dentes. Parece que estava ali para mim.

Termino o banho e me enrolo numa toalha, quando saio me bato em uma muralha de músculos.

Ergo meu olhar para me deparar com um homem lindo. Seu rosto parece que foi exclusivamente esculpido a mão por Deus, todos os detalhes. Meus olhos são guiados para seu peito exposto, cheio de tatuagens pelo peitoral e braços, tudo muito bem definido.

Quando olho novamente para seu rosto, percebi que ele tem um certo olhar perverso e sério, as tatuagens passam a sensação de perigoso. Seu semblante está fechado, mas não esconde o desejo estampado ao olhar sem nenhum pudor para meu corpo coberto apenas pela toalha.

Ele fica parado e eu também. Depois de olhar para meu corpo inteiro, ele me olha nos olhos e sinto uma familiaridade, como se o conhecesse.

Ficamos nos olhando por um tempo. O clima em nossa volta esquentou mil vezes, sinto minha boceta ficar molhada.

Seu olhar está me deixando quente e muito excitada. Meu Deus do céu! Eu não posso transar com um homem que não conheço e nem sei o nome, ou posso?

— Obrigada por lavar meu vestido. — quebro o silêncio tentando respirar direito.

— Não há de quê.

— Por que me ajudou?

Ele fica me olhando tão intensamente, me deixando ainda mais molhada.

— Você precisava de ajuda. Apenas sentir vontade de fazer uma bondade.

— Bondade? Não tinha nenhuma segunda intenção?

Questiono. Ele dá alguns passos na minha direção e por instinto de defesa eu dou alguns passos para trás. Sem alternativa me bato na pia do banheiro, ele apoia sua mão uma de cada lado do meu corpo me deixando encurralada.

Meu Deus!!

— Você quer que eu tenha outras intenções? Posso resolver isso agora mesmo.

Sua voz é grossa e grave, me trazendo aqueles mesmo arrepios quando o ouvi pela primeira vez.

— Eu não o conheço e nem sei seu nome, não vou transar com um desconhecido.

Sua expressão séria dá lugar a um sorriso de lado. Ele volta a me olhar de cima a baixo e depois olha novamente em meus olhos.

— Que tal nos divertimos um pouco? Depois você vai embora e podemos fingir que nunca nos conhecemos, hoje mesmo estou de volta ao meu país. É só uma diversão, é nítido que nós dois queremos.

Sua voz se torna sensual como se quisesse me convencer. Ele tem um sotaque que não me passou despercebido. Sabia que ele não era daqui, tenho a impressão que eu conheço esse cara, tenho certeza.

— Eu não sou esse tipo de mulher.

Ele sorri e não para de me olhar como se quisesse me comer. Bom, ele deve estar querendo mesmo.

Tento controlar minha respiração que do nada ficou acelerada.

Ele continua me olhando ainda por uns segundos, até segurar minha cintura e me erguer me colocando sentada no mármore da pia. Ele aproxima seu rosto do meu pescoço e começa a mordiscar. Me arrepio, minha boceta pulsa. Me dê forças Deus! Eu nunca fiquei tão excitada na vida. Afinal, só tive o Endrick e ele não me dava tanto prazer.

Esse cara está me deixando fora dos eixos apenas com isso. Fecho os olhos me sentindo molhada para caramba. Eu deveria está empurrando ele para longe, isso é quase um assédio, por que estou deixando?

Não tenho controle do meu corpo, minhas pernas cruzam em seu quadril trazendo ele para mais perto. Isso parece despertar algo nesse homem, pois ele agarra minha nuca puxando meu cabelo com força e cola sua boca na minha.

O beijo é feroz, ele me beija como se eu fosse sua água no deserto, sua mão gigante aperta minha cintura e eu gemo em sua boca. O empurro, juntando a sanidade que me resta. Ele rosna um palavrão, mas não sai de perto de mim.

— Isso é errado, eu não sou uma mulher que vai para cama com qualquer um.

Tento descer mas ele me prende.

— Se eu tocar sua boceta e estiver seca eu deixo você ir embora, se você estiver molhada, só sai daqui depois que eu te foder.

Esse cara é maluco.

— Tá louco!?

— Seja sincera e diga que quer.

Eu quero. Quero muito. Quer saber? Dane-se. Talvez esse desconhecido me dê o orgasmo que aquele inútil do Endrick nunca me deu.

Não respondo, apenas o puxo para mim e o beijo. Ele sorri em meio ao beijo e parece satisfeito.

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