Capítulo 03
MORGANA Troquei de roupas dentro do carro. Eu já tinha deixado uma pequena mala, tinha planos de passar uns dias na minha casa de praia, longe de tudo e todos. Mas enquanto dirigia um lugar me chamou a atenção. A boate Chaos. Sempre tive vontade de ir, mas desperdicei cinco anos da minha vida para nada, me dedicando a um relacionamento fracassado. Nunca saia para festas porque ele não queria. Que burra eu fui. Sempre gostei de me divertir e sair, mas ele nunca queria e eu acabava cedendo quando ele queria apenas ficar no apartamento e transar. Um foda muito mal feita por sinal. Ele nem fazia uma preliminar direito, mal me chupava e já queria que eu passasse bastante tempo chupando seu pau. Quase não tinha um orgasmo, ou finalizava um, ele não durava dois minutos. Só de raiva desço do carro e pago minha entrada para a boate. Hoje eu vou dar para primeiro que aparecer, espero que seja uma foda boa. Já estou há dois meses sem sexo, Endrick nunca me procurava, era sempre eu. Então, quando descobri das traições senti nojo dele e não o procurei mais. Ele me perguntou uma vez, eu disse que estava com a cabeça cheia com a organização do casamento. Chega de falar desse idiota. Olho em volta. Músicas altas e animadas estão tocando. Vou até o bar e peço a bebida mais forte que tem. Danço Danço Danço Não sei quanto tempo se passa, nem quantos copos de bebida já tomei. Mas começo a ver tudo embaçado, a sensação de euforia e alegria vai diminuindo. De repente, sinto que estou sendo observada, olho em volta e vejo apenas as pessoas dançando distraídas, elas nem notam a minha presença. Tento continuar dançando, mas essa sensação não passa, sinto que tem olhos em cima de mim. Só faltava a bebida me fazer ver e sentir coisas que não existem. Desisto de dançar, o desânimo e a tristeza me atingem. As lágrimas molham meu rosto e só percebo estar chorando quando meu nariz começa a corizar. Que ridículo! Me tornei uma mulher sozinha e patética. Chega a ser humilhante. Todo o luxo, dinheiro, não foram suficientes para preencher o vazio que sempre sentir e agora parece um verdadeiro buraco negro. Sozinha Sozinha Sozinha No fim eu sempre estou só. Eu daria todo o meu dinheiro para me sentir completa e viver momentos bons e verdadeiros. Ando um pouco cambaleando, à procura do banheiro. O choro deixa a minha vista ainda mais embaçada, paro no corredor após ver a fila, desistindo de enfrentar. Eu poderia ter pegado uma parte vip. Me escorei na parede e acabei escorregando e caindo sentada. Dou risada da minha própria desgraça. Abraço meus joelhos nesse corredor, as pessoas me olham com estranheza e eu apenas choro. Choro muito, chego a soluçar. Eu só queria ser feliz. Sinto minhas pálpebras pesadas, a bebida começa a querer me desligar. Nunca fui boa com bebidas, elas me dão sono e durmo que nem uma pedra. Faço um esforço para não apagar aqui nesse chão. Mas começo a sentir uma sonolência absurda, será que me drogaram? Fecho os olhos não conseguindo deixá-los abertos. Me assusto quando sinto meu corpo sendo erguido. Braços fortes me seguraram com firmeza, me carregando com cuidado como se eu fosse um bebê. Tento reagir, mas não consigo me mexer, o máximo que consigo é abrir um pouco os olhos. — O que você vai fazer comigo, para onde está me levando? Tento parecer brava, mas minha voz sai embolada e baixa. Tenho a visão do queixo quadrado do homem que me carrega, pela rigidez do seu peitoral e a forma como me carrega com facilidade, ele me parece bem forte e, pelo que consigo enxergar muito bonito. Ele continua me carregando e não responde nada. — Você é meu anjo da guarda? — insisto. O que eu estou fazendo? Por que não saio correndo? — Se estiver se referindo a um anjo que foi expulso do céu, pode ser. A voz grossa dele causou arrepios em todo meu corpo e por um momento me senti mais acordada. — Lúcifer? Você é o diabo? Ele gargalha e sua risada é tão gostosa que me traz uma sensação boa. A temperatura do seu corpo me dá uma sensação de paz. Encosto minha cabeça em seu peito e ele me ajeitou em seu colo com cuidado. O aconchego dos seus braços me deixa com vontade de nunca mais sair daqui. Eu tô muito bêbada ou muito carente. — ou os dois — para sentir essas sensações com um completo estranho, que está me carregando e pode ser um assassino que vai me matar, ou um estrupador. Ele não para de andar comigo por nenhum segundo e eu continuo com os olhos fechados. Sinto o vento frio chicotear meus braços. O mais louco de tudo é que não conheço esse cara e nem sei para onde ele está me levando, mas não estou com medo. Talvez eu esteja tão desacreditada da vida, que nada mais me importa. Ouço vozes masculinas e ele parece dar algumas ordens. Meu corpo é colocado dentro de um carro espaçoso. Sinto um vazio quando seus braços me deixam. "Eu estou carente, por favor me dê carinho senhor desconhecido" Fico deitada nos bancos de trás. E fecho os olhos apagando de vez. Se esse é meu destino, eu aceito. Se esse cara for me matar, pelo menos morrerei pelas mãos de um gostoso.Capítulo 04MORGANAQuase não consigo abrir os olhos, mas quando consigo, meu cérebro parece que vai sair andando sozinho a qualquer momento.Forço as vistas e percebo que não estou no meu quarto. Dou um pulo da cama assustada. Tentando lembrar o que aconteceu e como vim parar aqui.Não precisou de muito esforço, porque logo as lembranças vieram. O casamento. O show de horrores. O cara gostoso. Agora eu lembro.Ele me tirou da boate e me trouxe para a sua casa? Nós dois transamos ou não? Essa parte eu não lembro.Meu coração começa a acelerar. Será que ele vai me fazer mal? Preciso ir embora daqui.Olho em volta e vejo meu vestido perfeitamente dobrado em cima da mesinha ao lado da cama, percebo estar só de peças íntimas.Essa não. Ele me viu assim.Eu e aquele cara que eu nem vi o rosto, transamos? Meu Deus!! Será?Me aproximo para pegar minha roupa e vestir o mais rápido possível e sumir daqui, mas vejo um bilhete."Seu vestido está lavado e limpo, tomei a liberdade de tirar e lav
Capítulo 05MORGANA O cara desconhecido me tira da pia e me leva para a cama. Ele me coloca com tanto cuidado, como se temesse que eu quebre.Como pode um desconhecido ter mais cuidado comigo do que o homem que eu iria me casar?Afasto esse pensamento e foco nas nossas bocas grudadas e nosso beijo delicioso.Sua boca abandona a minha e desce pelo meu pescoço, arrepiando até o último cabelo e pelo meu. Ele beija entre o vão do meus seios e desamarra a toalha deixando meu corpo nú.Ele morde o lábio inferior, seus olhos parecem brilhar de desejo. Ele fica em pé e olha para meu corpo parecendo está admirando cada detalhe meu. Me sento na cama sentindo- me impaciente e incomodada com o olhar dele que parece me queimar. "Me foda logo desconhecido, acabe com a minha agonia"Ele parece ler meus pensamentos, pois me puxa pelos pés me colocando deitada de novo e arreganha as minhas pernas deixando minha intimidade exposta.Ele senta sobre os calcanhares na cama e puxa minhas pernas colocand
Capítulo 06MORGANAHomem, poderia ser considerado a pior obra que Deus já fez. Não é possível existir tantos canalhas no mundo. Enquanto relaxo na banheira, não consigo tirar da cabeça o desconhecido que transei ontem. Hoje fazem dois dias que meu casamento acabou antes mesmo de começar.Saiu notícias em todos os lugares, tudo está um caos e eu estou aqui, sem conseguir parar de pensar no cara em que tive a melhor transa da vida e depois me dispensou como se eu fosse uma prostituta.Não que eu tivesse esperado algum carinho, dormir agarrado, passar o dia juntos ou algo do tipo. Éramos dois estranhos, mas éramos compatíveis, bons juntos na cama. Depois de me fazer gozar três vezes, ainda tomamos banho juntos e transamos mais duas vezes no banheiro. Eu fiquei exausta, toda marcada e ardida, mas estava satisfeita como nunca fiquei. Esperava ao menos que a gente falasse nossos nomes. Mas sabe o que ele fez?Disse que precisava sair, pois teria que voltar ao seu país. E quando pergunte
Capítulo 07"Dois meses depois"MORGANALavo minha boca, depois de ter vomitado pela terceira vez só agora pela manhã, abro a gaveta e pego o teste de gravidez que comprei a alguns dias, quando os sintomas começaram.Me neguei até onde deu, mas não tenho mais como fugir. Ao mesmo tempo me pergunto como pode ter acontecido. Ele usou preservativo, não lembro de ter estourado ou algo assim.Meu Deus! Retiro o teste da embalagem, e faço como diz na instrução, nunca fiz um teste de gravidez, mas sei como funciona. Coloquei o palitinho no xixi, preciso esperar cinco minutos, antes mesmo de completar o tempo, as duas listrinhas aparecem, confirmando tudo.Eu estou grávida!Eu deveria ficar desesperada por ter engravidado de um completo estranho que nunca mais irei ver. Poderia ficar triste por esse bebê crescer sem conhecer o pai, mas não.A felicidade me preenche. Sinto uma emoção e alegria gigantesca. Talvez haja uma esperança para mim, eu não estou mais sozinha. Recebi um presente.— Voc
Capítulo 08VICENTE Seu Theodoro Esposito tinha que me obrigar a participar da reunião na empresa da Morgana. Eu não sou homem de fugir, muito menos me acovardar quando se trata dos negócios. Mas eu não queria ver Morgana tão cedo, se possível, nunca mais.Não tinha como fugir, meu pai passou definitivamente o comando dos negócios para mim, a máfia eu já comando tudo a um ano, a empresa ele ainda participava de várias coisas, agora está passando tudo.Ele literalmente disse: “Você é meu herdeiro, se vira. Eu preciso descansar e tirar férias”Sempre engraçadinho esse meu pai.Agora estou aqui, sem conseguir tirar os olhos DELA desde que entrei nessa sala, fico admirado com o profissionalismo de Morgana, ela está nitidamente incomodada com a minha presença, mas somos adultos o suficiente para saber que aquele dia, foi apenas um sexo casual. Eu e meu pai prestamos a atenção em tudo dito por ela, afinal, o motivo da reunião de hoje é a compra de 30% da empresa, que vem enfrentando gran
Capitulo 09VICENTEEm poucas horas eu já tinha todas as informações sobre a secretaria dela. Que mora em um bairro humilde, mas até organizado e calmo.Esperei ela sair com sua moto, que descobrir ter sido Morgana que deu para ela ir para a empresa. Pelo menos não é ruim e agrada seus funcionários, já basta ser uma mimadinha que tem tudo na mão.O carro que estou com meu soldados, fecham a moto dela em uma pista deserta a caminho da sua casa. Ela tenta fugir, mas conseguimos pegar-la.— Por favor, não me matem. Eu sempre pago todo mundo direitinho, minha mãe está doente eu não posso morrer.Ela se ajoelha, vejo meu soldado a levantar pelos cabelos, ela reclama de dor, saio do carro e digo para soltar-la. Não quero machucar ninguém, pelo menos não se ela colaborar comigo.— Espera... você...eu sei quem é você...— Sim, sou eu mesmo. Eu tenho algumas perguntas, é bom colaborar e responder todas, caso contrário as
Capitulo 10MORGANAMal conseguir dormir com as palavras de Vicente na minha cabeça, não saber o que ele pretende me deixou conturbada.Será que ele seria capaz de jogar sujo para tirar meu bebê de mim? Não! Ele não pode fazer uma coisa dessas, quando esse bebezinho é tudo que estava me faltando.Me arrasto até a beirada da cama, sentindo o enjôo matinal que até já me acostumei nesses últimos dias.Me dirijo até o banheiro e tomo um banho para despertar. Ainda não me acostumei com a idéia de que tem mesmo um bebê sendo gerado dentro de mim Não lembro de já ter me sentido tão feliz, agora eu tenho alguém para lutar, alguém que quando nascer vai precisar e depender de mim. Depois de me arrumar, me sinto mais disposta. A funcionária que trabalha aqui no meu apartamento já tinha preparado a mesa de café. Me alimentei bem e sair para ir a empresa.Vou para a minha sala e minutos depois minha secretária diz que tenho uma reunião. Ela está estranha e mais estranho ainda é eu não ter nenhum
Capítulo 11 MORGANA Passei o dia todo ligando para advogados, explicando tudo e não quiseram pegar o caso. Os que trabalhavam para mim, disseram não trabalhar mais. Como aquele desgraçado conseguiu tomar tudo assim na maior facilidade, por que eu confio tanto nas pessoas? Que droga! Me sinto desesperada e sem saída. Resolvo tomar um banho, visto uma roupa confortável, vou pedir algo para comer e me preparar para dormir. Não posso dormir sem alimentar esse neném. Passo a mão por minha barriga e sorrio, já me sinto tão conectada com você neném. Já é possível ver um pequeno volume no meu ventre. — Você é real e está aí dentro. Me assusto quando minha campainha começa a tocar descontroladamente. Vou abrir tendo certeza ser Vicente, que eu havia até esquecido. Quando abro, fico um pouco surpresa com sua vestimenta. Diferente de ontem que era um terno, hoje ele está todo de preto, blusa, calça e um blazer de couro. Ele está sério, e antes mesmo de eu convidar para entrar ele