— Não, eu estou bem. Nada está me incomodando. Um momento de silêncio.
Ele estava avaliando se deveria continuar. Será que ele estava pensando a mesma coisa? Será que ele estava sentindo que eu também estava distante? Eu não queria fazê-lo pensar isso de mim, mas mesmo assim... não era como se ele estivesse me ajudando.
— Sabe, se há algo que gostaria de me dizer, deveria falar agora.
— Mas eu não tenho nada para falar com você agora.
Ele balançou a cabeça. — Há algo que você está escondendo de mim.
Quando ele abriu a boca para dizer mais uma coisa, eu me intrometi: — Não estou escondendo nada. Sou como um livro aberto agora. Eu sorri e esperava que meu sorriso fosse suficientemente persuasivo, mas não tinha ideia se era.
Ele virou sua cabeça para olhar para o horizonte. Um longo momento de silêncio seguiu-se. — Penso que devemos ser sinceros um com o outro. Esconder qualquer coisa só vai piorar as coisas.
Estude
— Entendi! Penso que já chega de adiarmos esse assunto, eu quero que Beatriz venha morar nesta casa, e para isso quero que já estejam casados. Então quero que este casamento seja realizado quanto antes. Não temos mais o porquê de esperar. As pessoas já estão comentando e o padre ontem veio me procurar, disse que chegou aos ouvidos dele de que o meu filho estava mantendo uma amante na cidade, eu não quero que esse tipo de assunto fique circulando entre as pessoas. Daqui a pouco Beatriz está mal falada e não vai mais servir para ser sua esposa. Ela fala me olhando de cima em baixo. — Mãe, a Senhora não pode falar assim com ela, está ofendendo. — Tudo bem Marcos! Sua mãe tem razão! Temos que resolver isso logo, quanto antes. A senhora, pode cuidar de tudo, tem minha total permissão. Mais agora eu vou indo! Penso que eu nem deveria estar aqui, isso é um problema entre vocês, eu sei muito bem o meu lugar nisso tudo. Se vocês me puderem dar licença.<
Então, era ela. Eu pensei que foi apenas um rato, ou minha imaginação. Não me senti traído a ir verificar o barulho, deveria ter ido. — Mais o que você estava fazendo ali? Você desobedeceu minhas ordens? Mesmo quando eu disse que não era para você ir para aquele lado da cidade! — Sempre suas ordens! Sempre o que o todo-poderoso deseja! Não importa o que eu estava fazendo lá, mais sim, o que você estava fazendo lá. Sua reação a isso, era como se ela tivesse acabado de perfurar meu coração com uma agulha. Claro que o que ela havia testemunhado a impactava. Você precisa de uma mente forte para ignorar o quão desumano era, afinal, o que eu havia feito com aquele cara. Eu só precisava das informações que ele tinha sobre Vinício — nada mais do que isso. Mas, é claro, ele teve que ser obstinado. Ele era o melhor amigo do meu irmão. Eu nunca gostei muito dele, por isso não sentia remorsos pelo que eu tinha feito. Mas ouvir Beatriz falar sobre isso como
Pelo menos diante das nossas leis. Poderiam, facilmente sem eu poder lutar muito, já que não teria o apoio da família diante do escândalo Pela primeira vez eu não tinha como discordar do meu pai. — O Senhor está certo! Marcarei o casamento para daqui a 5 dias, suponho ser o tempo suficiente para que minha mãe prepare tudo. Vou conversar com Beatriz! Eu me levanto e vou em direção as escadas. Antes que eu suba, meu pai diz: — Pela primeira vez, está tomando uma decisão de um verdadeiro Capo. É assim que devem ser as coisas! Eu não respondo nada, apenas observo ele falar e subo as escadas. Caminho com o coração, parecendo que vai sair pela minha boca, só consigo imaginar no dia em que vou estar perto dela e ela vai estar amando outra pessoa, que não vai ser eu. Mais não será muito diferente do começo, ela terá que continuar casada comigo, e vai ter que aceitar seu destino, e não importa o quanto ela lute contra isso. Tera que aceitar que agora é minha, e ninguém poderá
Por um momento eu não sabia o que dizer para Maria, ela tinha confiado em mim e me contado um segredo, mais era grave demais, eu não podia esconder isso do Marco. — Maria você sabe que isso pode colocar o Davi em sérios apuros. Eu falo temorosa, não por Davi, ou talvez sim, apesar de nosso primeiro conflito inicial eu não conseguia sentir raiva dele. Ou nada parecido. — Estamos tomando cuidado, e ele me jurou, que assim que eu completar 18 anos, ele vai falar com o meu pai, e até lá ele já vai ser como o Marco, eu tenho certeza disso. Maria fala novamente, que Davi prometeu para ela, que será igual o Marco, isso me faz acender uma luz verde, o que será que ele quer dizer com isso? Marco me disse várias vezes, que eles eram como irmãos, tinha muito mais que uma relação de empregado e patrão, bem eu acho que essa deve ser à forma que se tratar, ou sei lá, já que ele chama quase todos de soldados. Mas que por um momento fico bastante intrigada com essa insistência, em Maria diz
— Marco? Davi me chama, me tirando da profundeza dos meus sentimentos que insistem em me atormentar. — Por mim, está ótimo! Se é da confiança de Davi! É da minha também. Está contratado! — Já estou indo para casa! Quero que me acompanhe e conheça Beatriz! — Sim, Senhor! Por um momento reparo em seus sapatos, um par de autênticos italianos de uma das sapatarias mais caras da Itália. Isso chama um pouco minha atenção, mas penso logo que para um homem sozinho, alguns meses de trabalho e economias, não seria difícil ter um sapato daqueles. Ou talvez tenha recebido alguma herança, perguntaria a Davi quando tivesse Oportunidade. Levanto-me e caminho até a saída. — Vai nos acompanhar, Davi? Eu pergunto me virando para ele. — Não nessa noite! Tenho um compromisso marcado, deixaremos para outro dia. Boa noite! Ele se afasta, e fico observando por alguns instantes. Davi tem andado muito misterioso, não tenho dúvidas! Talvez
Você tem razão! Marco é exatamente o que ele é! Pertence a uma família tradicional e não pode fugir do que já é seu destino dêis de quando ele ainda estava no ventre. Porque nunca se da, as costas para família. Mais mesmo assim, ele é um Marco diferente, quando está perto de você. Ela coloca a mão na minha perna. — Pense nisso! E se levanta, indo em direção a porta. Quando ela está saindo Marco está entrando. Ela apenas passa a mão no braço dele. Ela me olha rapidamente e sai. — Marco não é um bom momento para começar uma discussão. Vamos falar coisas que machucam, e penso que já estamos muito machucados. Eu preciso pensar, não consigo assimilar tudo isso. E agora você me fala que terei que andar com um desconhecido. Um homem que nunca vi, que será mais um intruso na minha vida. — Beatriz, eu não posso mudar o que sou. Já disse isso a você. Sabia quem eu era, joguei limpo com você. Não menti para você sobre o que fazia. Mesmo assim aceitou vir. Não pode me condenar p
— O que o Senhor quer saber? Ele finalmente me responde. — O que quer com a minha mulher? E de onde conhece ela? Eu pergunto encarando aquele homem, que por algum motivo poderia matar ali naquele momento só por estar imaginando que olhou para a minha esposa, mais meu sexto sentido me diz, há alguma coisa nele estranha, e que para descobrir é melhor que eu mantenha ele por perto. — Eu nunca vi sua esposa antes, senhor! Ele fala com uma voz firme, sem desviar o olhar. Ele não tem medo, e isso me preocupa. Ele me diz, sem desviar o olhar. — Ela ainda não é a minha esposa, será amanhã! Essa hora amanhã já será minha para todo o sempre. — Se voltar a desejar minha mulher, como fez hoje, meu próximo chamado não vai ser para conversar. Olho para Davi que parece apreensivo com a conversa que faz minhas desconfianças de que tem algo errado, só aumentar. Então nunca mais se aproxime dela, a não ser que dê algum tipo de ordem para isso. Sem dizer mais nenhuma pa
— Beatriz Raffaelo Montevid aceita Marco Bastielle Raffaelo como seu esposo. Promete respeitá-lo, obedecê-lo, dar sua vida em nome dele? Promete ser fiel, condescendente e submissa, acatando todas as suas ordens? Nesse momento foi como se uma bomba tivesse caído na minha cabeça, Marco tinha o mesmo sobrenome que eu? E esses votos estavam me assustando, percebendo isso Marco me deu um sorriso sádico. — Aceito — murmurei baixo olhando para o chão e Marco rangeu a garganta me fazendo levantar o olhar para ele. — Mais alto — murmurou raivoso. — Aceito — falei seguramente por fora, mas destruída por dentro. Tudo estava confuso! Varias imagens pareciam como fotos picotadas. Depois disso os convidados começaram a gritar ‘ bacio’ que quer dizer beijo em italiano e me surpreendendo Marco segurou meu rosto e tomou minha boca lentamente, mas não leve, senti que poderia cair a qualquer momento. Fomos cumprimentados por todos os convidados, Marco nunca largou minha cintura, me puxando co