8 semanas depois...
Beatriz:
NÃO SEI DIZER quanto tempo já se passou desde que fui trazida à força para este cativeiro, mas como me sinto muito mal, creio que estou doente. Parece que meu estômago está travando uma guerra contra todas as partes de meu corpo, que está transpirando mais do que o normal por causa do calor excessivo causado pela falta de oxigênio no ambiente completamente fechado. Não há nenhuma janela aqui para que o ar circule entre às quatro paredes. Também estou tremendo de fome e não consigo mais comer os pães duros que me dão. É como se estivessem podres e com mofo, apesar de sua aparência não mostrar nada disto. Durante todo o tempo presa aqui, parei para pensar que estou com minha menstruação atrasada. Então, comecei a me preocupar
— O que te fez pensar que eu queria te ver? — indaguei com sarcasmo e desprezo. — Eu sabia que era a última pessoa que você gostaria de ver, mas como o dono das duas pessoas que você mais ama, apostei que iria ser gentil comigo. No entanto, o plano de Dominic era mais ambicioso. Eu ganharia muito mais ao seu lado do que tentando firmar acordos com seu marido. E aquele traste do Nick, que se acha superior, mais não passa de um grande monte de lixo, mais o que é dele está guardado.— Onde elas estão? Você deveria sentir vergonha por intimidar e manter presas duas mulheres. Homem de verdade não subjuga, muito menos obriga uma mulher a permanecer ao seu lado. — Não venha me ensinar valores! Você não passa de uma pu*ta. Pensa que não sei que seu marido te obrigou a se casar? Vai me dizer que ele não te violenta? — Sim. Eu me casei enganada, eu achava qu
PARALISO POR ALGUNS instantes, sentindo uma leve falta de ar e uma vontade imensa de chorar bem alto. Quem me dera se, com o grito provocado pela dor em meu coração, eu pudesse derrubar todas as paredes ao meu redor e fugir para os braços de Marco, que era tudo que eu mais queria agora. Acabei de ouvir barbaridades do meu pai. Ele me chamou de “maldição” e “problema”. Ser tratada como um fardo durante a minha vida toda, não foi nada fácil. Eu me sinto um nada agora, sem valor algum para ele. Com certeza falou tudo isto para me afetar e me deixar mais fragilizada ao ponto de me perder em minha própria dor. Como estou sendo mantida presa, seu desejo é me deixar ainda mais frágil. Não posso lhe dar o sabor da vitória. Engulo o choro e o pressiono com um pouco de dúvida. — Você não está falando sério. Não seja covarde e diga a verdade
— Machista! George não passa de um cretino machista e destruidor de nossa família. Agora consigo entender o porquê de nunca ter me amado e ter sempre me menosprezado. Ele me vê como um fardo, um problema do qual jamais conseguiu se livrar. Eu já o odiava antes, mas nem ódio consigo mais sentir, pois merda e ele são, para mim, as mesmas coisas. Seu olhar diabólico também não me assusta mais. Tudo que eu mais desejo neste momento é o ver sofrer e pagar por todo mal que cometeu. Tomada pelo choro, não consigo raciocinar bem. Só penso em todas as dores que minha mãe suportou sozinha, sem o apoio da pessoa que mais precisava: o homem que acreditei que fosse meu pai. — Agora, que já sabe de tudo, pode parar de me olhar com esta expressão de nojo. Não sou seu pai. E depois de ter revelado a verdade, sinto a necessidade de realizar todos os meus desejos com você. — Prende meus cabelos entre seus dedos, fazendo-me sentir asco. — Eu sempre a desejei, Beatriz. Em todas às vezes que me chamava
MATHEUS:Soube que pegaram Antônio, eu já esperava a vingança tanto de Nick, quanto de Marco, mais o mais importante é que eles deveriam acreditar que Beatriz estava morta. Acordo com a claridade nos olhos e isso me incomoda demais. Não sei por que cara*lho eu sempre esqueço de fechar as cortinas do quarto antes de dormir. Acho que é porque me acostumei a dormir olhando a escuridão, ela reflete o que eu sou em minha mais pura essência. Eu sou a própria morte, levo caos e desespero por onde passo. Não tenho piedade, há muito tempo perdi a fé, ainda que continue frequentando a igreja quando necessário, faz parte dos meus deveres, das minhas obrigações, mas nem uma réstia de luz adentra o meu ser. Acho que é por isso que convivo bem com a noite e me desgosto do dia. Gostaria que todos ao meu redor fossem como eu, amantes da no
Assim que Matheus saiu, foi como se eu estivesse revivendo novamente o passado. Tudo estava ali, novamente. Bem diante dos meus olhos.-Você sabe que eu vou matar ele, antes que ele possa pensar em tocar em você. E por Deus, Beatriz! Eu matarei todos.-Matheus, não podemos agir por impulso, eu não posso fazer nada que prejudique a minha mãe, eu não sei o que o meu pai poderia fazer com ela se eu desobedece uma ordem sua. Eu temo, pela vida dela. Você precisa me deixar Matheus. Não podemos fazer nada nada, seu pai e o meu já decidiram que eu irei me casar com o seu irmão. -Isso só vai acontecer, depois que eu tiver morto. Eu não posso perder você Beatriz! - E se descobrirem toda essa loucura? Me diga Matheus! O que iremos fazer? Seremos mortos! - Eu prefiro a morte do que perder você. Ele me puxa para perto do seu
-Você sabe que eu não vou tentar fugir. Mais também não vou descer para jantar com você, não pode me obrigar a ficar do seu lado, eu tenho nojo de você. Ela parte para cima de mim e antes que eu possa conter sua unha arranha meu rosto. Eu empurro ela que cai sentada na cama e saio do quarto.— Alguma ordem chefe? — Amadeu me acompanhou quando cheguei à porta do elevador. — Siga os planos conforme combinado. — digo e noto que ele olhou o arranhão em meu rosto.As portas do elevador se fecham atrás de mim e preso sozinho na caixa metálica, eu olho o meu reflexo no espelho, um pequeno arranhão adorna a minha face próximo ao olho esquerdo. Eu não acredito que não matei quem fez isso, ao contrário permiti que fizesse.Apoio as mãos no corrimão e encaro os meus olhos não me reconhecendo, compaixão,
BRUNA:Eu não esperava ser afastada do meu pai tão rapidamente e, definitivamente, eu não queria isso, eu gostava de tê-lo por perto, ele é o meu refúgio, a minha segurança e fortaleza assim como sei que eu também sou dele. Eu precisava que ele se recuperasse, não sabia por quanto tempo seriamos mantidos aqui nesse lugar minúsculo e sem qualquer ventilação natural. Para ser sincera, pouco ar circulava pelo ambiente e até o ato de respirar eu fazia com cautela para que sobrasse mais para ele. O homem que nos servia de carrasco, sempre deixava pão, café e água, não trocávamos nenhuma palavra, com exceção do último dia que ele me tirou da cela e praticamente exigiu que eu me alimentasse, disse saber que eu apenas bebia o café para me manter aquecida e estava deixando todo o pão para o meu pa
— Relaxa, mulher. — Uma loira deslumbrante se aproximou de mim. — Aqui eles não nos obrigam a fazer nada que a gente não queira, o difícil é resistir ao dinheiro dos velhos que frequentam.— engulo seco e ela continua — Sabe, quando cheguei aqui, assim como você, fiquei assustada, fui tomada como pagamento de dívida e comecei apenas servindo as mesas, mas depois percebi que eu poderia ganhar mais fazendo o que faço hoje, nem sempre é bom, mas a gente se acostuma, as vezes temos sorte de sermos escolhidas para ficar com um dos chefes, são homens lindos e muito gostosos quem sabe você não tem sorte. — Pisca para mim. — Você já ficou com um deles? — Pergunto curiosa, porém um pouco incomodada. — Qual? — Questiono após ela confirmar com a cabeça, de repente o meu coração está acelerado com a expectati