Agarro a maldita coleira e a levo até o pescoço. Meu coração esmurra a caixa torácica, protestando contra a ideia de se entregar de bandeja a Marco; consigo escutá-lo com precisão, desgovernado como um trem fora dos trilhos. Meu corpo reconhece a joia, o colar de esmeraldas. O mais perturbador nisso tudo, porém, é perceber que eu gosto de usá-la, e ele sabe disso. Mesmo tentando disfarçar, vejo em seus olhos o meu próprio reflexo, e há prazer misturado com todos os sentimentos negativos, solidificando-se no medo e na ânsia pela luxúria. — Ótima decisão — diz, satisfeito. — Você fica ainda mais linda com ela e não vejo a hora de ter você vestindo apenas isso para mim. Não respondo, não consigo. Vergonha e decepção se engalfinham dentro da minha cabeça e todo o progresso que eu adquiri nesses dias
— É muito simples! Você nos deve, e sabe disso. Foi muito feio o jeito que você sumiu! Não acha Beatriz? Forjando a própria morte! Eu não acreditei quando vi uma foto sua com Marco. Matheus anda até uma cadeira um pouco mais afastada e se senta. Eu consigo ver em seus olhos, que o que ele deseja é vingança. — Fiquei, mas surpreso ainda, quando Marco e o pai dele, nos procurou. Propondo uma aliança. Ele nos contou seu plano, e eu achei perfeito. Eu não teria pensado em nada melhor. Sabia que Nick, nunca deixaria que nos aproximássemos de novo, então Marco já tinha meio plano pronto. Eu olho para Antônio. — Como sempre você é apenas o cachorrinho do seu irmão, a sombra dele. Parece que nada mudou. Você continua sendo a sombra dele, e saiba que ele não pensaria duas vezes em te trair. Eu falo e olho para Matheus, que me encara como se
— Marco, eu espero que tenha um bom motivo para você está aqui em casa essa hora da noite.— Eu não posso mais Nick! Se eu continuar com isso eu vou perder a Beatriz! Eu vi nos olhos dela, que ela não me quer por perto. E cada vez o brilho do seu olhar está mais fraco. Eu não posso continuar com isso Nick. Eu encaro seu olhar, tentando demostrar que não voltaria na minha decisão. Eu iria contar tudo para Beatriz. E mesmo que isso significasse perder tudo, eu estaria disposto a aceitar, menos perder Beatriz. Mais não vejo nada em seus olhos, Nick nunca demostra sentimentos de forma alguma. Eu nunca conheci um homem com o coração tão gélido, nem meu pai que eu sempre considerei ser um homem sem nenhum tipo de emoção, consegue ser melhor do Nick. Ele acende um charuto, e calmamente fuma. — Pelo que eu vejo, eles cumpriram? Eles exigiram sua fidelidade? &mdash
Nick:— O que ele queria? Maria me pergunta assim que entro no quarto.— Lamentar, princesa!— Princesa? Por que está se referindo a mim desta maneira? Pensei que gostasse de me chamar somente de menina. — “Menina” é a maneira que mais gosto de me referir a você, pois por mais que seja rebelde e corajosa em determinados momentos, não passa de uma menina inocente e indefesa.— Está bravo, comigo, porque empurrei você? Eu fiquei receosa, pensei que poderia ser alguma coisa com Beatriz.— Não — negou com um semblante fechado. — Então, não haverá consequências graves? — Não consigo castigá-la da maneira como deveria. Você &eacut
Nós paramos nossa conversa para escutar o que um dos soldados diz ao telefone. — Chefe, o ambiente está tranquilo. Há dois garçons aqui, uma gerente no caixa e uma mulher sentada em uma mesa próxima ao banheiro feminino. As roupas que ela traja são iguais às que sua esposa estava vestindo hoje. — Permaneçam neutros e aguardando ordens! — Nick ordenou.É Beatriz! Graças a Deus! Está aqui. Sinto um certo alívio por ela estar bem e segura, não em mãos inimigas. Isto já me tranquiliza. — Eu irei entrar lá e pegar minha esposa. — Não, Marco! Os soldados estão lá dentro. Tranquilize-se! — Nada vai me impedir de entrar lá, Nick. Não se oponha! É a minha mulher que está lá dentro. — Sei disto. Apenas quero me certificar de que é ela, não uma armadilha. — Se
Beatriz:SOU ARRASTADA PELO meu pai, que me carrega em seus ombros de ponta-cabeça como se eu fosse um animal. Enfim, leva-me para perto de um carro que está nos fundos da lanchonete. Nós saímos do estabelecimento por um acesso restrito somente aos funcionários. Grito, pedindo por ajuda, porém sei que ninguém me salvará. Meus olhos analisam o ambiente ao redor, fechado por prédios. Meu estômago embrulha quando sinto um cheiro forte de comida jogada no lixo e quase vomito aqui mesmo. Em sequência, sou empurrada brutalmente para dentro do veículo, onde há um motorista no banco da frente. O meu pai fecha a porta e logo se acomoda no assento ao lado do seu cúmplice. Olho para trás e não vejo ninguém, apenas alguns gatos de rua, que ficam para trás. Para onde estou indo? — Ainda dá tempo de me deixar ir. Talvez Nick e Marco, poup
MATHEUS:Seu riso foi à primeira coisa que chamou sua atenção. Vibrante e brilhante. Tão efervescente e cheio de alegria desenfreada que o prendeu, e ele não conseguia lembrar em que pensava apenas momentos atrás. Virou-se, buscando a fonte da música cativante. E então pensou que já tinha ouvido isso antes. Quando era muito mais jovem. Uma vida inteira atrás. Beatriz. A lembrança dela ainda tinha o poder de fazê-lo doer. Então, muito arrependimento. Culpa. Pensamento tendencioso. Se ao menos ele pudesse fazer tudo de novo. Ele não tinha pensado nela por algum tempo agora. Não porque ela tivesse escorregado de sua mente, mas, porque tinha se forçado a parar de pensar na bela jovem tímida de dezoito anos que significara seu mundo quando ele estava com seus vinte anos. Ainda o machucava trazê-la à mente an
— Bem-vinda aos seus novos aposentos, princesa! — Sou jogada para dentro do pequeno quarto empoeirado. — Você deve estar acostumada com a vida de luxo e já deve ter se esquecido de que já se passou por pobre. Talvez este lugar te faça lembrar. — Sua risada diabólica me causa uma sensação de pavor. — Não pode me deixar trancada aqui! — Imagino como deve ser horrível ficar presa em um lugar imundo e apertado. A porta se fecha, deixando-me trancada em um ambiente com pouca luz. Este cômodo parece mais com uma dispensa abandonada. Aqui não há nada além de prateleiras sujas, nem mesmo uma cama onde eu possa dormir. Nem sequer há um cobertor. Estou presa em um cativeiro da pior qualidade. Tenho certeza de que meu pai me providenciou este lugar por ter conhecimento da minha fobia de lugares sujos e apertados. Bato várias vezes na porta, gritando por aju
— Pensa que ela pode estar viva/ Eu pergunto com coração transbordando de esperanças. — Eu não sei, ainda! Ele fala andando em direção ao quarto se arrumando. — Alguma coisa nessa história não bate, que valor, Beatriz teria morta? Isso não faz sentindo. — Eu vou até ele quase que correndo e em ajoelho em suas pernas com ele sentado na poltrona. — Nick, você precisa descobrir se ela está viva, precisa salva-lá. Ele acaricia meu rosto. — Eu tentarei descobrir, mais ainda não tenho nada, minha menina. Mais se ela estiver viva, eu vou descobrir. E quem fez isso ira pagar com seu sangue, eu beberei cada gota do seu corpo. Agora preciso ir, tenho algumas coisas para resolver. Não quero que sofre com isso! — É impossível! Estou perdendo alguém com quem me preocupo profundamente e minha melhor amiga também. Você n