— Mamãe por que nos mudamos para cá? — Ângela falou olhando para a nova casa de grade na frente e um lindo jardim.
— Não meu amor não nos mudamos não; já morávamos aqui só passamos uma temporada em outro lugar! — Ravena falou sorrindo.
— Tudo bem então, mamãe. — Ângela sorriu e olhou para o novo jardim.
— Meu amor vem cá. — Ravena falou chamando a menina e sentando-se com ela no batente da porta.
— Está vendo aquela grade? — Ravena apontou para o portão da casa.
— Sim estou. — Ângela disse olhando-a
— Não poderá ultrapassá-la até que esteja pronta, tudo bem? — Ravena falou a encarando carinhosamente.
— Por que mamãe? Por que não estou pronta? —
7 Anos Depois...Ravena terminou o almoço e foi até o lado de fora procurar por Ângela, que estava observando as pessoas na rua...— O que está fazendo meu bem? — Ravena falou se sentando no batente da porta ao lado da menina.— Por que nós não podemos passear lá fora mãe? — A menina falou olhando para um grupinho de três meninas que passavam na rua. — Por que não posso ter amigas como elas?— Eu já te falei sobre isso meu bem. Atrás dessas grades é perigoso; olha vou te explicar, aqui dentro eu posso te proteger de quaisquer coisas ruins, mas como eu te disse antes, lá fora existem pessoas que gostam de fazer o mal e quando você sair nem sempre poderei te proteger, você é muito especial e precisa estar preparada para se proteger sozinha! — Ravena falou carin
Angêla...Querido diário,Hoje foi um dia muito difícil para mim. Eu estava passeando pela cidade como de habitual quando parei em frente à biblioteca central e tive uma daquelas sensações novamente… Meu coração pulsava tão forte que achei que explodiria e de imediato entrei. A biblioteca estava como sempre: meio vazia naquele horário. Foi então que senti meus pensamentos pararam e corri para as prateleiras do fundo como se estivesse sendo guiada, algo me chamou e eu procurei livro por livro até que o encontrei.Sua capa estava completamente empoeirada, mas quando o abri estava intacto como todos os outros que já li! O levei até a bibliotecária e perguntei pelo preço esperando ouvir o de sempre... A bibliotecária é a mesma desde que vou lá... Às vezes fico a examinando em minha mente... M
A Ravena é minha dama de companhia, nunca conheci meus pais, ela quem me criou... Sempre que perguntava por eles ela me dizia que eles me amavam, mas que eu era muito nova para entender, dizia que eles tinham feito isso por puro amor a mim, depois de um tempo, sempre tendo a mesma resposta, deixei de perguntar!Nossa casa é pequena, apenas dois quartos, um banheiro; uma sala; uma cozinha americana e um jardim protegido por grades brancas... Meu quarto é lindo, todas as paredes e móveis são lilás, a Ravena sempre fez todas as minhas vontades, de um lado do quarto fica minha cama de solteiro; uma poltrona marrom (que a Ravena usava para me colocar pra dormir) do outro lado fica uma cômoda com meus materiais escolares e uma ave melro prata...A Ravena é muito supersticiosa, ela me explicou que a melro representa força, coragem e proteção! Todas as manhãs, quando acordo, ela espera eu me pre
— Oi... — Eu disse apoiada no balcão da biblioteca.— Olá? Escolheu algum livro? — Ela disse, desviando os olhos de suas anotações e me encarando.— Ah não... Qual seu nome? — Dei um sorriso tímido.— Aradia; e o seu, minha linda? — Ela disse retribuindo um sorriso meigo.— Ângela, senti sua falta na semana passada... — Parecíamos ter uma conexão, senti afeto.— Eu não sabia que era tão importante assim, mas fico muito feliz! E você escolheu algum livro bom, enquanto eu não estava aqui? — Ela se aproximou e se apoiou no balcão.— Não, não achei nenhum interessante... — Minha voz soou completamente desanimada.— E você já procurou? — Ela me encarou.Olhei no fundo dos seus olhos e senti algo estranho, uma se
Fazem três semanas que eu não encontro nenhum livro, às vezes ia até a biblioteca e ficava conversando com a Aradia, ou ficava na praça em frente conversando com o Demétrio... A Ravena tem andado muito ocupada e cheia de segredos e acho até que seja algum admirador secreto.Me levanto e saio do quarto, olho pela janela e percebo que o dia está chuvoso, o tempo lá fora indica a chegada de uma tempestade, meu coração pulsa de tristeza. Quando acordei, a Ravena já não estava em casa... Tudo está tão confuso em minha mente, eu queria um notebook, a Ravena disse que talvez me dará um... Eu queria poder conversar com alguém, dizer o quão angustiada estou, o quão sozinha me sinto e o quão desesperadores são os meus sonhos...Deito no sofá e me deixo perder em meus pensamentos, agora minhas lágrimas caem em sincronia co
Os dias estavam se passando tranquilamente, a Ravena havia conseguido um emprego e agora passava todo o dia fora de segunda a sexta. Eu passava as tardes conversando com a Aradia ou com o Demétrio... Estava sentindo um pouco de falta dos livros, mas em parte eu estava conseguindo acreditar um pouco que estava começando a ser normal. ∞Novamente eu estava lá, naquela cela; ele estava dormindo, então caminhei até sua escrivaninha e comecei a analisar aqueles papéis jogados... Percebi que eram rascunhos das histórias que eu li, ele era o escritor! Comecei a pegar folha por folha, quando encontrei algo em especial:“Com sua pele pálida, espelho da branca de
Quando eu acordei estava em meu quarto deitada em minha cama e a Ravena estava sentada na poltrona, olhando um livro e pela cara não estava nada concentrada.— O que aconteceu? — Me sentei na cama com o corpo completamente pesado.— Eu não sei, quando cheguei você estava apagada no sofá e o Demétrio estava ao seu lado. Ele me disse que você teve um mal-estar e eu pedi para que te colocasse aqui na cama para que descansasse melhor. — Ela disse fechando o livro e olhando para mim.— Eu só me lembro de estar com ele e... Me sentir muito cansada... — Eu me lembrei do que havia acontecido, mas algo me dizia para não contar, então, não contei. — Que horas são?— São oito horas da noite, vou preparar um café para você. — Ela se levantou e me deu um beijo na testa.— Estou me sentindo tão ca
A cela estava abafada, parecia não ter sido arrumada há semanas. O Merlin estava sentado apoiado na grade da janela olhando a luz do dia, quando me aproximei e me sentei de frente para ele:— Oi, tudo bem? — Percebi o quanto ele suava.— Oi. Eu não sei... — Ele disse num sorriso triste.— Por que você está preso nessa cela? Quero conversar sobre sua história.— É uma longa história. — Ele disse olhando através das janelas.— Eu já sei sobre os semideuses e sei que vocês não podem falar sobre o submundo, embora quando eu fale, nada aconteça! Você está aqui para me proteger? E o que o Philipus tem a ver com tudo isso? — Eram muitas perguntas para uma só cabeça, eu sorri.— Eu sabia que você conseguiria descobrir, você é um escudo. Quando as palavras sa