— Oi... — Eu disse apoiada no balcão da biblioteca.
— Olá? Escolheu algum livro? — Ela disse, desviando os olhos de suas anotações e me encarando.
— Ah não... Qual seu nome? — Dei um sorriso tímido.
— Aradia; e o seu, minha linda? — Ela disse retribuindo um sorriso meigo.
— Ângela, senti sua falta na semana passada... — Parecíamos ter uma conexão, senti afeto.
— Eu não sabia que era tão importante assim, mas fico muito feliz! E você escolheu algum livro bom, enquanto eu não estava aqui? — Ela se aproximou e se apoiou no balcão.
— Não, não achei nenhum interessante... — Minha voz soou completamente desanimada.
— E você já procurou? — Ela me encarou.
Olhei no fundo dos seus olhos e senti algo estranho, uma se
Fazem três semanas que eu não encontro nenhum livro, às vezes ia até a biblioteca e ficava conversando com a Aradia, ou ficava na praça em frente conversando com o Demétrio... A Ravena tem andado muito ocupada e cheia de segredos e acho até que seja algum admirador secreto.Me levanto e saio do quarto, olho pela janela e percebo que o dia está chuvoso, o tempo lá fora indica a chegada de uma tempestade, meu coração pulsa de tristeza. Quando acordei, a Ravena já não estava em casa... Tudo está tão confuso em minha mente, eu queria um notebook, a Ravena disse que talvez me dará um... Eu queria poder conversar com alguém, dizer o quão angustiada estou, o quão sozinha me sinto e o quão desesperadores são os meus sonhos...Deito no sofá e me deixo perder em meus pensamentos, agora minhas lágrimas caem em sincronia co
Os dias estavam se passando tranquilamente, a Ravena havia conseguido um emprego e agora passava todo o dia fora de segunda a sexta. Eu passava as tardes conversando com a Aradia ou com o Demétrio... Estava sentindo um pouco de falta dos livros, mas em parte eu estava conseguindo acreditar um pouco que estava começando a ser normal. ∞Novamente eu estava lá, naquela cela; ele estava dormindo, então caminhei até sua escrivaninha e comecei a analisar aqueles papéis jogados... Percebi que eram rascunhos das histórias que eu li, ele era o escritor! Comecei a pegar folha por folha, quando encontrei algo em especial:“Com sua pele pálida, espelho da branca de
Quando eu acordei estava em meu quarto deitada em minha cama e a Ravena estava sentada na poltrona, olhando um livro e pela cara não estava nada concentrada.— O que aconteceu? — Me sentei na cama com o corpo completamente pesado.— Eu não sei, quando cheguei você estava apagada no sofá e o Demétrio estava ao seu lado. Ele me disse que você teve um mal-estar e eu pedi para que te colocasse aqui na cama para que descansasse melhor. — Ela disse fechando o livro e olhando para mim.— Eu só me lembro de estar com ele e... Me sentir muito cansada... — Eu me lembrei do que havia acontecido, mas algo me dizia para não contar, então, não contei. — Que horas são?— São oito horas da noite, vou preparar um café para você. — Ela se levantou e me deu um beijo na testa.— Estou me sentindo tão ca
A cela estava abafada, parecia não ter sido arrumada há semanas. O Merlin estava sentado apoiado na grade da janela olhando a luz do dia, quando me aproximei e me sentei de frente para ele:— Oi, tudo bem? — Percebi o quanto ele suava.— Oi. Eu não sei... — Ele disse num sorriso triste.— Por que você está preso nessa cela? Quero conversar sobre sua história.— É uma longa história. — Ele disse olhando através das janelas.— Eu já sei sobre os semideuses e sei que vocês não podem falar sobre o submundo, embora quando eu fale, nada aconteça! Você está aqui para me proteger? E o que o Philipus tem a ver com tudo isso? — Eram muitas perguntas para uma só cabeça, eu sorri.— Eu sabia que você conseguiria descobrir, você é um escudo. Quando as palavras sa
Ravena estava sentada no sofá de sua casa assistindo ao noticiário quando sentiu uma energia negativa pairando, sua atenção foi automaticamente até a janela e lá estava a melro parada sobre o muro de sua casa, ela a encarou e percebeu que aquela melro não era sua! Seu coração parou quando ela ouviu a voz dele ecoar em sua mente “preciso falar com você urgente!” Não pensou duas vezes e apenas o seguiu.Depois de entrar no submundo e atravessar um portal a ave desapareceu deixando-a na frente de uma casa que parecia estar abandonada. Ela parou diante da porta entreaberta e no mesmo momento pensou em recuar... Os covardes que voltem. Ela entrou: o lugar estava escuro.— Zac? — Gritou. Ela sentiu a presença de alguém vindo em sua direção e quando estreitou os olhos para ver melhor algo a tocou e ela apagou. Quando Ravena acordou
— Mãe? — Gritei. A mulher deitada à minha frente suava, seu rosto estava mais pálido do que o normal denunciando sua fraqueza. — Mãe, fala comigo... — Me ajoelhei ao lado da cama e toquei seu rosto. Ela queimava em febre. — Eu não sei o que fazer, mãe. Eu estou perdendo a todos, estou perdendo vocês e não sei onde está a Ravena, eu estou sozinha. — Desabei deixando minhas lágrimas caírem sobre o rosto dela.— Eu... Acredito que você consegue... — Suas palavras saíram arrastadas. Desejei imensamente acabar com toda aquela dor e soluços tomaram conta de mim! Eu comecei a tremer em sincronia com minhas lágrimas quando ouvi alguém me chamar: “anjo?” olhei para o lado e Demétrio estava me olhando, confuso... Ele veio e se ajoelhou ao meu lado, me abraçando. A Isis o olhou de
Os dias estavam se passando rápido demais. Já faziam duas semanas que a Ravena havia sumido e eu ainda não havia conseguido entrar em contato com ela... Mas, eu e o Demétrio estávamos fazendo muito progressos com meus dons e isso já era de grande ajuda! Aquela tarde estava fria e o Demétrio estava em casa se despedindo dos pais que viajariam novamente. Eu estava pensativa e minha mente só focava na Ravena. Será que ela estava bem? Será que ela ainda estava viva? Será que ela sentia minha falta? Me deitei no sofá, fechei os olhos e respirei fundo. Mentalizei uma melro expressando toda a minha saudade e o quanto queria estar com ela. ∞ De repente; tudo clareou e quando abri os olhos a Ravena estava sentada na cama, à minha frente, el
O Merlin estava fraco e com uma aparência exausta. Eu me aproximei dele e o abracei forte.— Pai? — Sussurrei.— Filha, estou morrendo... — Ele falou com muita dificuldade.— Não, eu vim te ajudar. — Falei alisando seu rosto.Respirei fundo ao sentir sua emoção, mesmo que não tivesse feito eu sabia de todo o amor que ele sentia naquele momento por ela. Ele estava conectado à mamãe mesmo que inconsciente e não precisaria de muito para sincronizarmos! O abracei forte e beijei sua testa desejando acabar com toda aquela dor que ele expressava, desejando que tudo aquilo passasse e que eu pudesse dar a ele pelo menos um pouco de felicidade.Quando abrimos os olhos estávamos no quarto da Isis, ela estava deitada numa cama e respirava com muita dificuldade. Ele correu para os braços dela em fração de segundos quando ela o olhou compl