Voltar para o castelo depois de tudo que houve foi bem difícil. Conversei com Léia, que falou que estava se comunicando com Mia e que ela estava bem. Fiquei surpresa quando soube que ela sabia sobre o bebê.
- Se eu acho que foi bom para ela engravidar nesta idade? Claro que não. – disse Léia. – Mas eu quero que minha filha seja feliz. E eu sei que isso não vai acontecer aqui dentro. Depois que saiu do castelo, ela descobriu que existe vida lá fora. E eu não posso impedi-la de viver isso.
- Eu sei que ela está bem, Léia. Ela gosta de Théo e sei que ele também gosta dela.
- Ainda assim, fica a lição para você, princesa: tome cuidado. Usar preservativo é essencial para que isso não aconteça com você também.
- Eu sei.
Sim, eu sabia. Mas poderia ter sido eu também. Então eu não podia ju
Nos dias seguintes tive somente a companhia de Alexander, tanto para conversar quanto para comer comigo. Percebi o quanto ele estava cansado, sem poder sair dali para nada. Ofereci-lhe o meu banheiro e ele acabou neste meio tempo aceitando pelo menos um banho, o qual conseguimos fazer com que fosse rápido o suficiente para que ninguém percebesse. Parecia que havíamos voltado ao tempo que éramos crianças e nos preocupávamos realmente um com o outro. Talvez isso se devia ao fato de que eu estava presa e ele sabia que ninguém encostaria em mim, então se sentia seguro e não precisava me punir de alguma forma, afinal, eu já estava sendo punida.Tentei tirar dele alguma confissão sobre Beatrice, mas não houve. Ele insistia em dizer que não sentia nada por ela e que nada daquilo havia sido planejado, muito menos o bebê.Na sexta-feira eu senti muita ansiedade. Sabia que meu futuro
Eram tantas pessoas no fim daquela escadaria que eu fiquei um pouco nervosa e amedrontada. Rezei para que tudo desse certo no meu sequestro.Conforme ia descendo, vagarosamente, degrau por degrau, não conseguia me atentar a todos à minha volta. Então eu só sorri, gentilmente, como sempre me foi ensinado a fazer.Faltava menos de dez degraus para chegar ao final quando meus olhos encontraram os dele. E eu parei imediatamente. Minhas pernas simplesmente ficaram imóveis. Stepjan desceu um degrau, Beatrice quase bateu em nós e eu sem me mexer. Eu senti que meu coração iria saltar de dentro de mim escada abaixo. Estevan, o que você está fazendo aqui? Mudou de ideia? Sim, eu sempre soube que você era rico... Então por que estou tão impressionada de vê-lo no baile? Vá embora, por favor... Não quero que você veja que eu sou como você: uma mentirosa. E que no
Eu nem sabia que música tocava. Ainda tinha dúvidas se estar com Estevan dentro do castelo de Avalon era real ou um sonho. Aconcheguei minha cabeça no ombro dele e o apertei contra meu corpo, rezando para que se fosse um sonho eu nunca mais acordasse.- Eu não consigo me controlar quando estou perto de você, Satini. – ele disse com voz baixa, no meu ouvido. – E tenho medo do que eu possa fazer com você no meio de todas estas pessoas.Peguei a mão dele e disse maliciosamente, com todas as piores intenções na minha mente:- Venha, vou lhe mostrar o castelo, Alteza.- Será um prazer, princesa. – ele sorriu sedutoramente, me deixando completamente maluca.Enquanto andávamos entre os casais na pista de dança, fomos interrompidos pela rainha Deise, que ficou à nossa frente:- Querido, quero conhecer minha futura nora... Ou já seria nor
Entrei com ele na primeira porta que encontrei e que por sorte não estava trancada. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele já me recostou nela, me prendendo entre seus braços, fazendo com que suas mãos pousassem sobre a madeira grossa da porta. Como se ele precisasse me prender... Mal sabia Estevan que eu estava presa a ele desde a primeira vez que o vi.Ele me beijou levemente, de forma doce, gentil, vagarosa. Primeiramente só seus lábios envolviam os meus. Depois sua língua entrou na minha boca, de forma lenta, buscando a minha sem pressa. Eu já disse que cada beijo que eu trocava com ele era diferente dos outros? Minhas mãos envolveram sua cintura, pois os braços dele continuavam no mesmo lugar. Mordi levemente seu lábio inferior. Eu amava senti-lo daquela forma.- Me diga que não é um sonho. – ele disse baixinho, sem afastar os lábios dos meus.- N
- Desistir? – ele falou no meu ouvido. – Acha que isso é uma brincadeira, princesa? – ele foi irônico. – Eu sabia que você mentia, mas não pensei que chegasse a tanto.- Você também me mentiu.- Enfim, prazer conhecê-la, “prima”.- Sei que você não tem coragem de me matar. – arrisquei.- Pode tentar fugir e tirar a prova, priminha. Mas antes de você dar dois passos eu atiro em Estevan.Olhei para Estevan, que me encarava apavorado com tudo.- Atenção todos! – disse a voz feminina do topo da escada, conseguindo todos os olhares para si, enquanto a banda abandonava os instrumentos. – Não faremos mal a ninguém. Só queremos a princesa de Avalon... Nada mais.- Não podem levá-la. – gritou Estevan. – Eu a encontrarei para onde quer que a levem.- Posso tenta
Eu não tinha a mínima noção de quanto tempo andamos por aquele túnel, em fila indiana, sem falarmos nada, todos no mais absoluto silêncio. O fato de estarem fortemente armados me assustava. Mas eu sabia que seria daquela forma. Alguns haviam tirado as máscaras, revelando seus rostos... Outros permaneceram com elas, então eu só via seus olhos quando me encaravam. E, porra, os olhares eram todos para mim... De incredulidade, de fúria, de raiva, tudo menos olhares bondosos. Eu tive medo.Aquele vestido era extremamente pesado e desconfortável para aquela caminhada. Meus pés doíam do salto andando nas pedras. Parei e retirei os sapatos, carregando-os na mão. Parecia que eu andava em outro lugar, tamanho conforto que senti. O tule da saia do vestido estava rasgado em algumas partes.- Estou cansada. – falei para Samuel.- Não me diga, Alteza. – ele iron
Assim que abri meus olhos vi Mia, sentada na cama, não muito próxima de mim. Sentei com um pouco de dificuldade. Ainda tinha dores no corpo e acho que a cama desconfortável intensificou o mal estar. Coloquei a mão no meu queixo e percebi que havia sido feito pontos. Olhei para meu corpo e já não usava a camiseta com meu sangue. Vestia uma camiseta limpa e uma calcinha por baixo da calça.- Você... Me trocou? – perguntei para ela.- É isso que você tem para me perguntar, depois de tudo que aconteceu, Satini?Olhei-a confusa, pela forma como ela falou.- Como está Alexander?- Meu irmão está no hospital... Em estado grave.- Mia... Eu... Sinto muito.Tentei pegar as mãos dela, mas Mia as afastou de mim.- Mia...- Não quero que me toque, Satini Beaumont.- Mia... Você não pode fazer isso comigo.
- Está tudo bem com você? – ele perguntou.- Sim... Tirando a culpa e a dor que sinto dentro de mim.Ele sentou-se na cama, me levando pela mão para fazer o mesmo.- Alexander não fez isso porque você pediu. Muito menos porque era sua função enquanto capitão da guarda. Alexander se jogou na sua frente para protegê-la porque ele quis, pelo amor que ele sentia por você.- Mas eu não estaria viva se não fosse ele...- Todos sabemos disso. E eu tenho certeza que ele não gostaria que você estivesse sofrendo deste jeito. Aposto que se ele se salvar ainda vai lhe dar um pouco de trabalho. – ele riu.Eu ri. Sim, se ele saísse vivo me incomodaria, provavelmente para o resto da minha vida. Ele não conseguia fazer diferente. Exatamente no momento que tudo aconteceu, ele já estava iniciando uma discussão comigo. Mas