Eu nem sabia que música tocava. Ainda tinha dúvidas se estar com Estevan dentro do castelo de Avalon era real ou um sonho. Aconcheguei minha cabeça no ombro dele e o apertei contra meu corpo, rezando para que se fosse um sonho eu nunca mais acordasse.
- Eu não consigo me controlar quando estou perto de você, Satini. – ele disse com voz baixa, no meu ouvido. – E tenho medo do que eu possa fazer com você no meio de todas estas pessoas.
Peguei a mão dele e disse maliciosamente, com todas as piores intenções na minha mente:
- Venha, vou lhe mostrar o castelo, Alteza.
- Será um prazer, princesa. – ele sorriu sedutoramente, me deixando completamente maluca.
Enquanto andávamos entre os casais na pista de dança, fomos interrompidos pela rainha Deise, que ficou à nossa frente:
- Querido, quero conhecer minha futura nora... Ou já seria nor
Entrei com ele na primeira porta que encontrei e que por sorte não estava trancada. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele já me recostou nela, me prendendo entre seus braços, fazendo com que suas mãos pousassem sobre a madeira grossa da porta. Como se ele precisasse me prender... Mal sabia Estevan que eu estava presa a ele desde a primeira vez que o vi.Ele me beijou levemente, de forma doce, gentil, vagarosa. Primeiramente só seus lábios envolviam os meus. Depois sua língua entrou na minha boca, de forma lenta, buscando a minha sem pressa. Eu já disse que cada beijo que eu trocava com ele era diferente dos outros? Minhas mãos envolveram sua cintura, pois os braços dele continuavam no mesmo lugar. Mordi levemente seu lábio inferior. Eu amava senti-lo daquela forma.- Me diga que não é um sonho. – ele disse baixinho, sem afastar os lábios dos meus.- N
- Desistir? – ele falou no meu ouvido. – Acha que isso é uma brincadeira, princesa? – ele foi irônico. – Eu sabia que você mentia, mas não pensei que chegasse a tanto.- Você também me mentiu.- Enfim, prazer conhecê-la, “prima”.- Sei que você não tem coragem de me matar. – arrisquei.- Pode tentar fugir e tirar a prova, priminha. Mas antes de você dar dois passos eu atiro em Estevan.Olhei para Estevan, que me encarava apavorado com tudo.- Atenção todos! – disse a voz feminina do topo da escada, conseguindo todos os olhares para si, enquanto a banda abandonava os instrumentos. – Não faremos mal a ninguém. Só queremos a princesa de Avalon... Nada mais.- Não podem levá-la. – gritou Estevan. – Eu a encontrarei para onde quer que a levem.- Posso tenta
Eu não tinha a mínima noção de quanto tempo andamos por aquele túnel, em fila indiana, sem falarmos nada, todos no mais absoluto silêncio. O fato de estarem fortemente armados me assustava. Mas eu sabia que seria daquela forma. Alguns haviam tirado as máscaras, revelando seus rostos... Outros permaneceram com elas, então eu só via seus olhos quando me encaravam. E, porra, os olhares eram todos para mim... De incredulidade, de fúria, de raiva, tudo menos olhares bondosos. Eu tive medo.Aquele vestido era extremamente pesado e desconfortável para aquela caminhada. Meus pés doíam do salto andando nas pedras. Parei e retirei os sapatos, carregando-os na mão. Parecia que eu andava em outro lugar, tamanho conforto que senti. O tule da saia do vestido estava rasgado em algumas partes.- Estou cansada. – falei para Samuel.- Não me diga, Alteza. – ele iron
Assim que abri meus olhos vi Mia, sentada na cama, não muito próxima de mim. Sentei com um pouco de dificuldade. Ainda tinha dores no corpo e acho que a cama desconfortável intensificou o mal estar. Coloquei a mão no meu queixo e percebi que havia sido feito pontos. Olhei para meu corpo e já não usava a camiseta com meu sangue. Vestia uma camiseta limpa e uma calcinha por baixo da calça.- Você... Me trocou? – perguntei para ela.- É isso que você tem para me perguntar, depois de tudo que aconteceu, Satini?Olhei-a confusa, pela forma como ela falou.- Como está Alexander?- Meu irmão está no hospital... Em estado grave.- Mia... Eu... Sinto muito.Tentei pegar as mãos dela, mas Mia as afastou de mim.- Mia...- Não quero que me toque, Satini Beaumont.- Mia... Você não pode fazer isso comigo.
- Está tudo bem com você? – ele perguntou.- Sim... Tirando a culpa e a dor que sinto dentro de mim.Ele sentou-se na cama, me levando pela mão para fazer o mesmo.- Alexander não fez isso porque você pediu. Muito menos porque era sua função enquanto capitão da guarda. Alexander se jogou na sua frente para protegê-la porque ele quis, pelo amor que ele sentia por você.- Mas eu não estaria viva se não fosse ele...- Todos sabemos disso. E eu tenho certeza que ele não gostaria que você estivesse sofrendo deste jeito. Aposto que se ele se salvar ainda vai lhe dar um pouco de trabalho. – ele riu.Eu ri. Sim, se ele saísse vivo me incomodaria, provavelmente para o resto da minha vida. Ele não conseguia fazer diferente. Exatamente no momento que tudo aconteceu, ele já estava iniciando uma discussão comigo. Mas
Sean havia trazido uma pequena mala, mas tinha o básico que eu precisava de roupas minhas e calçados. Tinha também peças íntimas. E finalmente, minhas calcinhas. Nunca fiquei tão feliz de ver uma calcinha na minha vida.Minha dúvida foi: quem teria feito a mala? Sean não teria entrado no meu quarto, dentro do castelo, para pegar roupas para mim. Teria sido Léia? Mas como ela sabia?Assim que saí do banheiro, Emy me levou até o quarto.- Pode colocar suas roupas aqui. – ela disse mostrando parte do armário preparado para mim.Vi duas camas no quarto amplo e com algumas guitarras no chão, bem como fotos da banda de Sam por todos os lados. Olhei para tia Emy confusa e perguntei:- Eu vou dormir com Sam?- Cada um na sua cama, querida.Não! Não faça isso comigo, Emy. Eu e Sam no mesmo quarto? Isso é problema na cert
- É impressão minha ou sua mala está no meu quarto? – ele me perguntou se levantando e indo para lá.- Sua mãe decidiu que primos devem dormir no mesmo quarto. – falei indo atrás dele. – E depois do que eu vi, não vou contestá-la de forma alguma.- Por que não me disse que ela sabia sobre você ser a princesa?Ele tirou a camisa e foi até o armário, colocando outra, sem se importar com a minha presença.- Porque como ela mesma disse, solicitou que eu não contasse.- Quando ela soube? Foi quando você foi trazida para cá naquele dia?- Sim.- E você também soube que ela era sua tia?- Sim.- E ainda assim você me beijou na escadaria?Eu corei, não dizendo nada. Lembrava exatamente daquele dia.- Você esqueceu que éramos primos quando saiu pela po
- Alexander...Antes que ele dissesse, eu já senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, já certa da notícia que ele trazia.- Como ele está? – perguntou Sean.- Ele não resistiu.Eu abracei meu pai, que me acolheu carinhosamente. Claro que eu chorava por Alexander estar morto, pelo que Mia e Léia sentiriam ao saber. Mas principalmente pela forma como havia acontecido. Ele tinha me protegido... Com sua própria vida. E isso me trazia uma culpa tão grande que eu não sei quanto tempo duraria. Naquele momento eu achava que seria para sempre que eu carregaria aquele peso dentro de mim.Sean levantou meu rosto, fazendo- me encará-lo:- A dor e a culpa irão passar... Não se preocupe. – ele me disse.- Sei que vocês tiveram uma infância feliz juntos... Mas não o coloque num pedestal ao qual ele não pertence, Satini