Ele pegou as sacolas e saímos para a calçada movimentada.
- Aonde vamos agora, Satini? – ele perguntou, esquecendo o “Alteza” ou “Princesa” rotineiros.
Encarei-o e disse:
- Eu gostaria de tomar um sorvete. Sabe que eu nunca tomei um sorvete na rua?
- Podemos ir... – ele começou.
- Não! – cortei o restante da sua fala. – Eu disse que gostaria, mas não com você ao meu lado, Alexander. Confesso que você conseguiu estragar a primeira parte do passeio. Mas eu não vou desistir. Temos a noite... E eu espero que você esteja um pouco mais animado, afinal, está ganhando para me acompanhar, não é mesmo?
Dizendo isso eu voltei para o carro, com Mia ao meu lado. Ela não falou nada e eu entendia muito bem o motivo: ela amava a nós dois por isso não podia intervir e nem escolher um lado.
Sentei no banc
Se eu me importei de ficar na fila? Óbvio que não. Eu só queria entrar naquele lugar e meu coração dava saltos dentro de mim. Mas depois de esperarmos uns dez minutos, Alexander pegou minha mão e Mia veio atrás de nós. Ele falou algo com o segurança e entramos, deixando todo o pessoal para trás.- Como você fez isso? – perguntei. – Eu não me importava de esperar. Não é justo passarmos na frente.- Tenho meus contatos. E lhe garanto que não sou só eu. Muita gente aqui também tem.O lugar era enorme por dentro e luzes coloridas piscavam por todos os lados. Tinha tanta gente que eu nem conseguia contar. E vestiam tudo que era possível: desde vestidos colados até jeans rasgados. E viva a moda! Eu era a única vestida de “jeans duro” e camiseta. Look errado, Satini. Na próxima sexta você vir&aac
Eu despertei quando Alexander estava me jogando na minha cama, sem nenhum tipo de delicadeza ou cuidado.- Eu odeio você. – falei.- Acho que você já me disse isso umas dez vezes. Vou sobreviver com seu ódio, não se preocupe.Ele foi saindo e eu levantei, cambaleante. O quarto estava na penumbra. Cheguei na porta antes dele e não o deixei passar. O encarei.- O que você quer? Me trancar aqui com você, sua louca? Acha mesmo que pode ficar na rua e não me dar satisfações?- Pare de falar e me beije. – eu ordenei.Ele me olhou confuso e surpreso e percebi que ficou sem jeito. Passou as mãos pelos cabelos e eu levantei meus pés e encostei meus lábios no dele, que em pouco tempo colocou sua língua quente dentro da minha boca, dançando com a minha, num mesmo ritmo. Passei meus braços sobre o pescoço dele, trazendo p
Ele freou bruscamente e falou entredentes:- Droga! Você me assustou!Eu ri.- O que quer, Satini? Fazer uma tatuagem?- Aguardem no carro, por favor. – pedi quando vi que Mia me acompanharia.- Mas... – ela ia dizer algo, mas acabou desistindo.- Não posso deixá-la sozinha. – ele disse.Eu voltei e abaixei minha cabeça, olhando pela janela que estava com o vidro abaixado:- Deveria pensar nisso quando me deixou sozinha na boate. – pisquei e saí.Entrei no estúdio de tatuagens e piercings. Claro que atraí olhares, devido à minha forma de vestir-me e portar-me, incomum para aquele lugar.- Pois não? – o atendente perguntou intrigado.Eu lhe mostrei o pequeno brinco em formado de argola que ganhei de Estevan e disse:- Quero colocá-lo no nariz.Ele sorriu:- Tem certeza?- Absoluta.
- Mia, isso é impossível.- Por que você acha que é impossível, Satini?- Porque quem gosta de alguém não trata como ele me trata.- Exatamente por isso... Acho que ele a trata assim tentando fugir do que ele sente.- Para mim isso é loucura. Eu jamais ficaria com alguém que me maltratasse como seu irmão faz.- Ele vai se magoar.- Só se isso for verdade. Talvez ele realmente me ache uma pessoa fútil, que não tem o que fazer, que não tem capacidade para governar um reino inteiro porque sou mulher... E que quer roubar a família dele.- Não quero que nunca meu irmão fique entre nós. Eu jamais poderia escolher entre vocês dois.Eu ri:- Sim, deve ser muito difícil romper com o irmão em nome da melhor amiga.Ela me jogou um travesseiro:- Sua boba.- Agora me co
- Como assim na mesma casa noturna? Por que voltar lá? Fomos na sexta-feira.- Eu... Gostei.- Posso lhe mostrar outras... Melhores. Aquela foi só a primeira.- Eu realmente gostaria de voltar na Avalon Club.- Princesa, você ainda vai me enlouquecer. – ele disse saindo bravo.Qualquer coisa que eu dissesse para Alexander o irritava de alguma forma. E ele ainda vinha dizer que pensou no beijo? Duvido.Eu poderia pensar em fazer mil coisas, mas eu tinha que ficar atenta ao tempo. Precisava ser pontual no almoço de domingo. Não que eu não fosse pontual em outros compromissos, mas para o meu pai qualquer segundo já poderia ser considerado um atraso.Então revolvi ler um livro enquanto o tempo passava. Quando faltava dez minutos para o meio dia eu me encaminhei para a sala de jantar real.Acabei chegando mais cedo e sentei-me, esperando até que meu pai chegasse. L&
- Por que exatamente? Sei que eu sempre o defendi... Mas talvez porque eu nunca soube nada além do que está dentro dos muros. Na verdade, eu acho que posso saber menos do que quem não convive com ele e não tem parentesco algum.- Sabe que fiquei muito tempo longe. E foi ele que financiou meus estudos.- E isto não seria um ato de bondade, Alexander?- Ou uma forma de fazer minha mãe ficar calada.- Mas... Entendo que Léia trabalha praticamente a vida toda para os Beaumont. O que ela poderia saber que comprometeria tanto meu pai a ponto de ele pagar seus estudos no exterior?- Claro que eu não concluí... Por sua causa.Eu gargalhei:- Claro que eu tenho que ser culpada... Se não fosse assim, não seria você.- E estou mentindo? Se não fosse sua ideia absurda de conhecer Avalon eu ainda estaria estudando, me divertindo...- Alexander,
Lá estava eu sentada no meu closet sem ter a mínima ideia do que vestir para sair naquela noite. A roupa de sexta-feira havia sido uma péssima escolha. Fui confundia com uma mendiga. Tudo bem que talvez se não fosse a roupa e o acidente com meu sapato talvez o lindo Estevan não tivesse me dado atenção.Por sorte Mia entrou.- Dúvida do que vestir, princesa?- Ironicamente tenho tantas peças que não sei o que vestir.- Sei que tento ajudar, mas não esqueça que também conheço bem pouco destes lugares, assim como você. Acho que como não comprou mais coisas naquele dia, terá que usar um de seus vestidos.- Você fez bem em escolher tantas coisas. – observei arrependida de não ter feito o mesmo. – Agora só me sobra o que tenho aqui... Tudo impróprio para uso fora do castelo.- Eu não di
- Me dá seu celular para eu gravar meu número. – ele pediu.- Eu... Não tenho.Ele arqueou as sobrancelhas:- Não tem ou não quer pegar meu número? Se não quiser, tudo bem, é só dizer.Eu sorri:- Realmente não tenho um celular. Então não tenho como ficar com seu número.- Burguesia sem celular? Isso não me parece muito real.- Não gosto... – menti.- E desde quando celular é questão de gostar ou não? Para mim é questão de sobrevivência. Gostar eu também não gosto muito, mas é como eu me comunico com as pessoas.- Bem, então vamos ficar incomunicáveis. – fingi lamentar.- Não mesmo. – ele disse chamando o barman, que ouviu algo e logo saiu.- Ele deve achar você um chato. – observei.