Mundo de ficçãoIniciar sessão
— Você e a Briana são bem próximos né? — Ele começou, saindo do degrau em que estava sentado e vindo em minha direção.
— Como assim? — Perguntei, dando a deixa para que ele dissesse mais.
— Você é tipo o melhor amigo dela, certo? Vocês vivem conversando e tal, sei que ela gosta muito da sua amizade, que vocês conversam bastante sobre essas coisas de música e tal. Talvez coisinhas a mais, coisas de menina. — Ele riu me dando um tapa nas costas.
Apenas levantei as sobrancelhas, passei uma das mãos na boca e ri forçosamente, devolvendo os tapas nas costas e dizendo:
— Cê é muito engraçado mesmo, hein cara...Ele não podia ser mais idiota. Se tivesse noção do papel de trouxa que fazia.
— Tô zoando. Sei que é uma grande amizade, tô liga
Capítulos relacionados
Capítulo dezessete
Sempre que assistia a filmes de romance, o que aconteceu poucas vezes, me perguntava de que mundos vinham aqueles casais todos melosos, alegres e saltitantes. Que andavam de mãos dadas, aos beijos e abraços.Era como se não tivessem problemas, como se existisse mesmo felicidade só por estar com uma pessoa qualquer. Que idiotice, pelo menos até esse momento.Porquê agora eu fazia parte de uma dessas cenas. De um jeito menos tosco, mas ainda assim fazia.E descobri o quão incontrolável é se sentir assim, quando você vê,já era. Está rindo à toa e lembrando dos momentos com aquela pessoa, mesmo com ela do seu lado.Nos filmes geralmente as partes boas se sobressaem às ruins, por isso parece tão surreal. Parece simples se apaixonar, se entender e interpretar o outro. As merdas que a gente pensa e faz pra chegar a sentir e
Capítulo dezoito
— Não quero sua companhia. — Briana respondeu Léo com uma indiferença dolorosa. Para ele claro.O cara insistiu o quanto pôde e seguiu-a até onde pôde, mas o rumo para suas casas era completamente inverso. Continuamos eu, Briana, Candy, Bernardo, Nati e Lilian pelo mesmo caminho até chegarmos à casa de Candy onde eu e Bernardo paramos um pouco com a desculpa de ajudá-las a organizar alguns equipamentos que Grecco havia deixado por ali minutos antes.Entramos na casa toda feita de madeira e perfeitamente organizada e perfumada. Briana atravessou a porta principal como um raio e como alguém que já é de casa se jogou no grande sofá preto da sala.Bernardo foi com Candy até o quarto dela carregando algumas maletas e a mochila da garota. Eu estava com a minha mochila e a de Briana nas costas e as coloquei em cima da mesa de centro também feita de madeira
Capítulo dezenove
De imediato fiquei paralisado com a revelação. Corpo e mente completamente congelados. Meus pensamentos ora silenciavam, ora brigavam entre si por um lugar em minha voz, embaraçando todos os fios do meu universo particular.— Mas como? — Perguntei alguns minutos depois, vencido por um dos pensamentos, o mais idiota de todos. Um dos meus dedos da mão deslizou do nariz até a testa, numa tentativa de a tensão da minha mente que buscava por respostas.— Eu acho que sabe como essas coisas acontecem... — Disse ela sem jeito.— Não. — Precisava entender, mas o quê? — Quer dizer, eu sei, só... — Como a vida da gente pode mudar em questão de horas? Eu já deveria estar acostumado com isso.— Quase 14 semanas.Não era meu. Eu sabia que isso seria impossível, só tínhamos passado uma noite juntos, hav&iacu
Capítulo vinte
No dia seguinte ao da fatídica revelação e nos outros que se seguiram fui bombardeado por mensagens tanto de Candy como de Bernardo e até de Grecco e Lilian, perguntando como eu estava. Não apareci nos ensaios desde então, eles já deviam imaginar o meu estado e eram as únicas pessoas que sabiam do meu caso com Briana e seu final fracassado.Não atendi e desliguei o celular. Também pedi a minha mãe que não me passasse telefonemas vindos do número fixo.No início não queria sair de casa por pura tristeza, me pegava pensando em Briana e todos os planos que eu fizera pra nós na minha cabeça. Todos eles sendo destruídos e dando lugar a uma história triste tanto para mim quanto para ela.Vinham imagens da vida dela com Léo e o bebê, e a pior parte não era nem visualizar os dois juntos, mas o fato de que em nenhuma
Capítulo vinte e um
A noite estava fria. Coloquei minha blusa de moletom preta, fechei a Boomb ligando todos os alarmes de proteção instalados, e na companhia de Tina me dirigi ao The Music Café&Bar,o mais novo barzinho com som ao vivo da cidade. A Alpha começaria a tocar lá naquela noite, era o nosso primeiro contrato de verdade e seria um grande desafio, pois, teríamos que inovar a cada apresentação, que aconteceria semanalmente todas as sextas-feiras.O espaço era muito aconchegante. Tinha dois pequenos salões de luz fraca, o que era especialmente envolvente; suas paredes eram revestidas de pequenos tijolos a mostra e quadros diversos nas paredes que variavam com imagens onde apareciam desde objetos antigos a grandes nomes da música, literatura e cinema. Neste mesmo salão de entrada, além das mesas e cadeiras em madeira, bem ao fundo ficava o palco: nem tão grande ou pequeno, b
Capítulo vinte e dois
Sabia o que Tina queria dizer, mesmo assim, tentando parecer confuso, perguntei:—Ela quem?— Qual é Andrew, você sabe.— Ela disparou esperando uma resposta, que não veio — A Branca de Neve de conto moderno. Cabelo preto, pele branquinha, muuuuito gente boa... — Continuou em tom de brincadeira, todavia,segui fingindo não entender. Não queria falar sobre Briana, nem ali e muito menos naquele momento.—Porra Andrew, não se faz de sonso que não combina contigo. Eu sempre soube que você tinha tido alguém na sua vida. — Ela abriu as duas mãos enquanto frisava a palavra alguém: — Sua amargura, sua má vontade pra se relacionar, o jeito como você distancia as pessoas que gostam de você. Tudo isso é sintoma de coração partido. Eu sei, também me
Capítulo vinte e três
A breve discussãoentre Candy e Briana acabou surtindo efeito. A garota passou a ter mais cuidado consigo mesma, a se impor diante de Léo mesmo na frente de outras pessoas, coisa que nunca havia feito antes. É certo que as atitudes do cara colaboraram bastante para sua mudança, mas foi assim que ela retomou gradualmente todas as suas atividades, fazendo tudo com o mesmo brilho e cuidado de sempre.Ela também ficava cada vez mais leve sem o peso da culpa em suas costas. Já não se importava com as saídas dele, nem com as viagens. Léo, por outro lado, foi ficando cada vez mais apreensivo e inseguro, tinha medo de que ela tomasse coragem para fazer o que ele sabia que ela já deveria ter feito há muito tempo.E foi exatamente o que aconteceu.Num dia quente desses de verão, onde você transpira só ao abrir os olhos, Briana apareceu na porta de uma das salas da B
Capítulo vinte e quatro
Briana terminou sua pequena apresentação e voltou a sentar-se conosco. Eu estava em êxtase e ela parecia embaraçada, talvez insegura. Acabamos naturalmente adiando a conversa que eu propusera minutos antes. Pouco tempo depois decidiram todos ir embora, já passavam das quatro da manhã. Naquela noite fomos embora caminhando, Grecco não estava bem para dirigir então conseguimos convencê-lo de que entrar no carro não seria uma boa ideia. Em determinado ponto os casais se separaram, indo cada qual para um lado, restando apenas eu e ela, propositalmente, sem dúvidas. Me ofereci a levá-la pra casa, e era como se fosse a primeira vez que estivéssemos a sós, nenhum dos dois parecia saber o que dizer. Aquela preciosa sensação que eu desconhecia até antes de conhecer a garota ao meu lado. Antes para mim não fazia sentido ficar tão nervoso perto de alguém. O antigo Andrew não sabia mesmo de nada. Seguimos caminhando devagar aproveitando ao máximo aquele tempo, c