Evan tinha saído daquele quarto feito um foguete, seus olhos emanavam ódio, eu sabia que ele não iria deixar aquilo barato. Jason entrou pela porta e me olhou feio, possivelmente tinha visto Evan ou ele mesmo teria dito algo ao meu marido. Ele sabia que em algum momento, Evan seria um problema para nós, e eu também. Mas, surpreendentemente, Jason não disse uma só palavra, apenas me abraçou, sussurrou que tudo ficaria bem, e depositou um beijo na minha testa.
— Vocês… São lindos juntos. — Escutamos a voz dela, logo chamando nossa atenção.
— Olivia, meu Deus, você acordou! — Me sentei novamente perto da cama e segurei sua mão.
— Eu vou chamar o médico
Jason me olhava desacreditado do que tinha acabado de escutar, tentou rir até, achando que seria uma piada, mas me mantive séria, não conseguia tirar aquela ideia da cabeça, algo me levava a crer que eu devia falar com ele e escutá-lo.— Richel, não! — Foi tudo que ele disse antes de sair do quarto e me deixar sozinha.— Me escuta primeiro. — Fui atrás dele e o segurei pelo braço. — E não me deixa falando sozinha Jason.— Não vou deixar você ir, principalmente nesse estado. — Se referiu a gravidez.— O que houve? A primeira coisa que pensei em fazer foi pegar a minha arma e atirar nele, proteger minha garotinha, mas me contive, iria assustá-la e não era aquilo que eu queria depois de tanta evolução desde o tiro de raspão que ela levou. Nicolas e Jason apareceram e notei que eles também ficaram assustados ao vê-lo ali.— Não vai cumprimentar seu pai? Oi Nicolas, meu filho, quanto tempo. — Ele sorriu. — Alice é uma garotinha maravilhosa, tão doce e tão adorável, não dá trabalho algum. Se eu soubesse que ela seria assim jamais teria a vendido.— Desgraçado! — Falei entre dentes e tentei ir pra cima dele, mas Jason não deixou. Olhou para Alice e depois para mim, tínhamos que ter cuidado com tudo que iríamos fazer na frente dela. — O que veio fazer aquCapítulo 46
Se passaram alguns dias desde a ilustre visita do meu pai, Alice perguntou dele várias vezes, disse que tinha gostado de conhecer o avô, perguntou também do pai dela, Evan não havia dado as caras desde a troca de ameaças no hospital. As coisas pareciam calmas, não tinha nada fora do normal, e isso nos preocupava muito, Jason reforçou novamente a segurança, ele e Nicolas estavam prestes a chamar o exército para fazer nossa guarda. Meu irmão instalou várias câmeras e sensores pela casa, distribuiu a todos os seguranças uma pulseira de identificação com chip, se qualquer um que não fosse convidado tentasse entrar na casa ou estivesse próximo a ela seria notado a qualquer momento, e estaríamos prontos.Jason não saia do meu lado, nem deixava Alice sozinha, ele começou a sentir um amor tão grande pela minha filha, cuidava, brincava, prot
Andava de um lado para o outro esperando notícias da Richel, me sentia angustiado, impotente por não poder fazer nada, eu só queria que ela e nosso filho ficassem bem.Quando chegamos ao hospital, ela estava desacordada, os médicos a levaram para a emergência assim que eu contei brevemente o que tinha acontecido.Eu não conseguia ficar parado, eu andava de um lado para o outro, ia até lá fora, fumava um cigarro, Nicolas já havia chegado junto com a Madson, faltavam apenas Chaz e Chris que estavam resolvendo algumas coisas do tráfico.— Vai abrir um buraco no chão desse jeito, se acalma cara! Exatas duas semanas se passaram e eu não conseguia tirar da cabeça a conversa com Ryan, mas também não conseguia parar de pensar na conversa com a Richel, naquele mesmo dia, antes que eu fosse pra casa.— Richel, você já amou alguém?— Você já me fez uma pergunta parecida a um tempo atrás, lembra?— Não responda minha pergunta com outra pergunta!— Primeiro responda a minha que responderei a sua, de quem você falou naquela noite? — Seus olhos brilhavam, esperando talvez uma resposta que ela parecia jCapítulo 49
Durante todo o caminho eu orava a Deus, aos santos, aos orixás, qualquer outro deus que existisse, eu sentia uma angústia tão grande dentro de mim que não conseguia sequer esconder, Jason conversava comigo no intuito de me distrair e me confortar, fazia planos para o futuro, um dos que mais gostei foi a ideia de irmos para outro país, o Canadá talvez, passar um tempo em uma fazenda, longe de tudo e todos, usufruir do ar puro do campo, das frutas tiradas do pé, ver as crianças brincando pela grama, no balanço de pneu pendurado em alguma árvore, só nós quatro, aquilo realmente me fez sorrir e me deixou sonhando com o futuro.Mas assim que chegamos notei que toda calmaria era momentânea, que aqueles planos poderiam não se concretizar, porque alguma coisa me dizia que algo sairia errado daquilo tudo.
Eu não sabia quantos policiais tínhamos atingido, me mantive de olhos fechados desde que Jason havia pisado no acelerador até o momento em que ele disse que eu poderia olhar. O barulho alto das sirenes de inúmeras viaturas atrás de nós me deixava incomodada, e não nego, assustada também. Jason dirigia pela estrada de terra feito louco, como se daquilo dependesse nossas vidas, e talvez, dependesse mesmo. Entrava em caminhos que eu ainda não tinha visto, buscava alternativas pelo matagal próximo mas nada que fazia tirava os tiras da nossa cola, a alternativa que ele encontrou foi entrar na cidade, tentar usar ao nosso favor as avenidas lotadas, que ao mesmo tempo poderiam ser nossa ruína.Quando avistamos a primeira rua movimentada, vimos um helicóptero sobrevoando nossos carros, não era da polícia, talvez de alguma e
Fiquei tão desnorteada e apavorada em deixar a Olívia que nem sequer notei que tínhamos nos livrado da polícia e chegado ao aeroporto, um jatinho nos esperava e nosso primeiro destino era o Canadá, a mãe de Jason estava lá e foi para onde mandamos as crianças.— Tudo bem? — Ryan se sentou ao meu lado após entrarmos no avião.— Sou eu que te pergunto, como você está? Indo pra outro país, deixando seu filho e sua noiva.— Daqui alguns dias ela vai me encontrar, está na casa de uma tia dela cercada por seguranças, então, eu estou bem, sei que vou vê-los em breve. — Dei um leve sorriso de conforto por ele. — Mas e você?