Depois de ser drogado, sequestrado e levemente torturado, somente um pouco de descanso para a mente era o que eu precisava. Eu ainda precisava pensar em uma maneira de sair daquele maldito cativeiro onde a Lauren me prendeu junto com meu pai. Certamente era necessário um plano bom, até porque estávamos sem comunicação com o lado de fora... E era difícil! Nós tínhamos que dar um jeito de trazer a Lauren para o nosso lado. Mas como?
Meu pai chegou a me contar sobre como ele foi parar ali. A Lauren o chamou até o consultório dela na ameaça de entregar aquela história sobre ele ser o culpado para a polícia, caso ele se recusasse. Sob ameaça, ele foi e ela então usou a mesma técnica com ele. Foi assim que comecei a entender o porquê de não ter nenhuma recepcionista ali... Ela não queria testemunhas, certamente. Afinal, pa
Fui até a parte de trás, apaguei a luz e peguei a cadeira esperando pela entrada do cara tatuado. Meu pai então falou de novo no ouvido dela: “Chame agora! E já sabe, sem gracinhas!”Eu não podia ver mais nada, o quarto estava em total escuridão. Acho que nessa hora meu pai tirou a mão da boca da Lauren, mas certamente ele deve ter apertado ainda mais o canivete contra o pescoço dela para evitar dela gritar por socorro. Ela não pode resistir e então gritou: “Ryan, venha aqui agora, por favor! Aqui no quarto!”Logo ouvimos aqueles passos duros andando pelo corredor do lado de fora. Meu pai deve ter apertado a boca da Lauren de novo, pois ela estava em silêncio. Aproveitei para levantar aquela cadeira numa altura suficiente para acertar a cabeça daquele armário ambulante. A cadeira era mais pesada do que eu pensei,
Brooklyn tinha sempre aquela imagem interessante na entrada. Fomos cruzando o centro até o subúrbio, em uma daquelas áreas que lembram os filmes de gangster. Finalmente minha mãe seguiu até um lugar que parecia um galpão abandonado e velho, e então ela parou ali. Fiquei na esquina, um tanto longe do carro da minha mãe para ela não me ver.“Onde estamos?” Perguntou a Lauren.“Brooklyn. Seguimos minha mãe até aqui.”Vimos quando ela saiu do carro e entrou naquele galpão. A elegância dela era vista mesmo de longe, naquele vestido preto e salto. Assim que ela entrou no galpão, meu pai e eu olhamos um para o outro por alguns segundos, então sem dizer uma palavra, nós saímos do carro. Meu pai abriu a porta traseira e chamou a Lauren para fora.&ldq
Minha mãe levantou e olhou para ela com espanto. “LAUREN?”Logo depois a voz da Rebecca também. “Lauren!!!”O ódio na cara da Lauren estava visível. “Quando o Newton falou sobre o sequestro, eles estavam certos. Eu os sequestrei porque a irmã da Rebecca SOU EU!!! E cometi o engano de achar que eles eram os culpados.”A Lauren perdeu o controle e deu um tapa com quanta força tinha na cara da minha mãe sentada, e com isso ela caiu para o lado. Eu já tinha levado um daqueles tapas e sei como era, mas aquele foi muito mais forte.Ela então agarrou o cabelo da minha mãe a puxou para cima, e nisso ela bateu do outro lado da cara. Minha mãe ainda tentou reagir, mas a força que a Lauren ganhou na raiva foi incrível. Ela sentou em cima da minha mãe continuou
"Vai ficar tudo bem!" Disse ele em voz baixa e calma.Nem tive o que responder, apenas dei um meio sorriso de lado e voltei o rosto para a janela. Acho que olhar as ruas de volta para minha casa em Manhattan era mais interessante naquele momento, ou pelo menos o que mais me faria esvaziar a mente de todos aqueles pensamentos sobre eu ter matado minha própria mãe.O trajeto dentro do carro estava completamente silencioso. Com certeza as irmãs não falavam nada em respeito a mim e ao momento que eu estava passando. Pelo retrovisor central do carro eu podia ver o rosto de preocupação da Lauren ao volante, e até um tanto de pena visto que ela mantinha um olho na via e outro em mim pelo retrovisor.Preciso da minha cama!Fomos atravessando a ponte do Brooklyn de volta para Manhattan do outro lado, e aquele caminho parecia mais longo que o
Com aqueles bons pensamentos e boas lembranças, senti que minha dor de cabeça estava começando a aliviar e o choro já havia parado, embora eu ainda estivesse soluçando um pouco. Tirei o travesseiro de cima da cabeça e então deitei a cabeça de volta sobre ele. Enxuguei os olhos e funguei o nariz até, então continuei puxando essas boas lembranças até que minha vista foi pesando e meus olhos fechando lentamente. Caí no sono.Um flashback da minha vida. Eu estava correndo ao redor da casa. Devia ter 5 anos. Minha mãe não me deixou ir até a parte de trás... Provavelmente estava com medo de que eu caísse na piscina. Fiquei correndo dentro da casa, que naquela época parecia maior do que realmente era, visto que eu via as coisas de baixo. Brinquedos espalhados pelo chão da sala e empregadas arrumando a bagunça
Logo na manhã seguinte, todos nos levantamos cedo para o funeral da minha mãe. Eu estava aliviado em saber que finalmente aquele pesadelo estava acabado, porém ainda sentia aquele peso. E só de pensar no que tivemos de passar para chegar até ali eu podia ver que aquela suposta “guerra” que estava se formando entre meu pai e eu não era nada comparado a isso.No dia anterior, logo depois daquela rápida reunião na sala para decidirmos o que fazer com os casos de morte, nós já começamos o trabalho. A Rebecca queria ajudar, mas meu pai e a Lauren disseram que era melhor ela ficar em casa porque poderia ser ruim para o bebê se ela se esgotasse ainda mais. Então nós saímos de lá em dois carros...Meu pai e a Lauren foram no carro da Lauren enquanto Josh e eu fomos no carro da Sam. Fomos até o local onde
Toda aquela elite ali reunida cuidava de abraçar meu pai e eu para prestar condolências. Era bom saber que alguns daqueles membros da alta sociedade eram verdadeiros amigos nossos, e não apenas de aparência para manter a elite de pé, mas é claro que muitos também eram assim. Mesmo assim, todos aqueles abraços calorosos pareciam reais e confortantes.Eu caminhei até o caixão que já estava fechado e parei ao lado dele, então aqueles que estavam perto foram se afastando. Eu apoiei as mãos no caixão e comecei a pensar na minha mãe. Inevitavelmente, senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, mas pelo menos eu não estava mais chorando como antes. Fiquei ali por um tempo pensando, até que o padre responsável pela cerimônia chegou à frente de todos, então eu me afastei do caixão e parei ao lado do
Nós nunca sabemos quando uma pequena coisa pode fazer tanta diferença! Às vezes, uma diferença muito maior que a tal “coisa” que, por sua vez, pode ser tão pequena quanto um bebê. E assim é como eu me sentia naquele momento! Senti que o nascimento da minha irmã foi mais que simplesmente um nascimento, e sim um “empurrão” para a minha mudança.Quando antes eu pensava em mudança como uma coisa ruim, algo que me faria perder o meu verdadeiro “eu”, agora não pensava mais. Eu achava que se eu mudasse eu me tornaria um qualquer, um otário careta e tudo que eu não queria era ser careta. De jeito nenhum! Por isso eu me proibia de sentir qualquer tipo de afeto, pois eu não queria virar um chato com uma vidinha certinha e ser o filhinho que o papai e a mamãe pediram a Deus.Agora pensando m