capitulo 3

Anna imediatamente abaixou a cabeça, fechou os olhos com força contra o peito que ecoava.

Rafael, surpreso com o beijo de Angeline, rapidamente afastou o rosto, sentindo-se desconfortável, especialmente com Anna por perto.

"O que foi, Querido? Você não gosta que eu te beije?" perguntou Angeline com um olhar triste.

Rafael balançou a cabeça firmemente, ele acariciou o queixo de Angeline e sussurrou.

"Não é agradável ser visto por outros."

Angeline riu, sem perceber a presença de Anna ali.

"Desculpe-me, estou saindo."

Anna se virou apressadamente, Rafael olhou e sem querer viu as lágrimas de Anna caírem.

Depois que Anna saiu, Angeline fechou a porta do escritório e abraçou novamente Rafael.

"Não há mais ninguém aqui, podemos continuar?" ela perguntou, com malícia.

Rafael não respondeu, ele ficou chocado e no instante seguinte Angeline uniu seus lábios novamente, ela estava muito agressiva e, mesmo relutante, Rafael respondeu.

Era meio-dia quando Anna foi para o refeitório depois de terminar seu trabalho, não por estar com fome, mas porque não queria que seu feto ficasse sem almoço.

"Anna, espere!"

Monica correu para alcançar Anna, que estava prestes a entrar no elevador. Anna parou, esperando por Monica.

"Eu estava te procurando, pensei que estivesse no escritório do Sr. Rafael," ela disse, ofegante de tanto correr.

"Eu estava no departamento de Recursos Humanos, tinha algo para perguntar."

"Recursos Humanos? Não me diga que você vai pedir demissão."

Anna assentiu imediatamente, surpreendendo Monica.

"Não minta para mim, Anna!" ela disse, chateada. Anna era a pessoa em quem o Sr. Rafael confiava, não apenas o jovem CEO, mas também Monica e os outros colegas.

"Anna..."

Monica a abraçou, ela realmente não queria que Anna renunciasse.

"Não agora, Monic, mas eu realmente vou sair, por favor não conte a ninguém."

"Por quê? Você vai se casar? Ou há outro trabalho melhor? A última opção acho que não é possível porque seu salário está acima da média."

A Maxima Corp é a maior empresa multinacional em Jacarta, o salário dos funcionários é o dobro do que em empresas similares, então o salário da Anna como secretária é equiparado ao salário do diretor em outras empresas.

Anna não respondeu, se não estivesse grávida, talvez Anna resistisse pelo menos até conseguir juntar dinheiro para sair de Jacarta, mas o tempo estava curto.

"Eu só quero tentar a sorte em outro lugar," ela respondeu após um longo tempo pensando.

"Anna, que tipo de sorte você quer dizer? Aqui você é muito necessária, vamos lá."

A porta do elevador se abriu.

"Com ou sem mim, esta empresa vai crescer rapidamente." Anna esboçou um sorriso e afagou o lado da cabeça de Monica antes de sair do elevador.

Ambas entraram no refeitório do 10º andar, muitos funcionários estavam almoçando, além do salário alto, trabalhar na Maxima era muito agradável, havia um refeitório luxuoso como um restaurante, até mesmo uma cafeteria, Rafael que organizava tudo, queria que todos os funcionários se sentissem felizes em trabalhar e, é claro, serem produtivos.

Enquanto Anna e Monic almoçavam.

A porta de entrada de vidro automática se abriu, Rafael veio com Angeline e Edrick acompanhando-os.

Rafael fez contato visual com Anna antes que Anna baixasse o olhar e continuasse a comer, que de repente parecia insípido.

Rafael e Angeline se sentaram, Anna se levantou, ela saiu às pressas do refeitório alegando sentir dor de estômago, não podia ficar muito tempo ali, seu coração doía incontrolavelmente ao ver o jeito mimado de Angeline se aproximando de Rafael.

Ao ver Anna sair às pressas, Rafael só podia olhá-la sem poder fazer nada, ele sabia que Anna certamente não se sentia confortável ao vê-lo, mas ele também não podia fazer nada, tudo já tinha acontecido e Rafael já havia tomado uma decisão.

"Por favor, senhor e senhora, sintam-se à vontade para comer."

Os garçons se curvaram em sinal de respeito após terminar de arrumar diversos pratos na mesa.

Angeline ignorou, ela pegou uma colher e experimentou a comida disponível, mas assim que a colher tocou, sua expressão mudou para uma careta.

"Muito ruim," ela disse, cuspindo de lado.

Rafael franziu o cenho, ele sabia que a comida aqui era sempre boa, ele e Anna escolheram os menus para a cantina da empresa naquele momento.

Sem dizer uma palavra, Rafael pegou a colher e experimentou. "Está gostoso, você não gosta?" ele perguntou a Angeline. A comida que ele e Anna escolheram era comida de rua típica, mas em termos de sabor, não tinha dúvidas.

"Escolha ruim, eu não gosto," ela respondeu indiferente.

Rafael suspirou, o paladar de Angeline era realmente acima da média, e ele sabia disso.

"Quer comer outra coisa?" ofereceu Rafael.

"Não quero comer aqui, que tal irmos para nosso restaurante favorito, faz tempo que não vou lá," ela pediu com uma expressão suplicante.

Rafael olhou para Edrick, Edrick balançou a cabeça. Havia uma reunião após o almoço e Rafael certamente não poderia participar se escolhesse sair agora.

"Desculpe, querida, tenho uma reunião daqui a meia hora. E se você for acompanhada por Edrick?"

Angeline fez bico, ela não poderia simplesmente sair para almoçar com o assistente de Rafael, sua reputação seria arruinada se as pessoas pensassem que ela estava envolvida com um simples assistente.

"Com você ou Anna!"

Angeline deu as opções, ela não iria almoçar com um homem que não estivesse no mesmo nível que ela, se fosse Anna, as pessoas poderiam distinguir quem era o chefe e quem era a empregada doméstica.

Rafael não respondeu imediatamente, ele pensou por um momento.

"E quanto à Monica?" ele perguntou novamente.

"O que há com a Anna? Ela está ocupada?"

"Hmm, ela vai me acompanhar em uma reunião com um cliente."

Angeline resmungou baixinho, então ela se levantou seguida por Rafael e Edrick, os três desistiram de comer porque a namorada de Rafael não gostou do menu servido na cantina.

"Eu vou sozinha, da próxima vez você deve me acompanhar para almoçar!" ela disse enquanto se virava e dava um abraço em Rafael.

"Nos vemos esta noite no apartamento, certo," ela sussurrou.

Rafael não respondeu, ele apenas acariciou a cabeça de Angeline e pediu a Edrick para levá-la até o carro.

**

"Venha comigo para encontrar o cliente."

A voz barítona de Rafael fez Anna, que estava organizando o relatório recém-impresso, se assustar. Os papéis caíram, e Anna os pegou às pressas, guardando-os na gaveta.

"Encontrar o cliente? Não seria o Edri--"

"Não gosto de ser contrariado!"

"Desculpe."

Anna abaixou a cabeça, apertando a ponta de seu vestido. Por algum motivo, ela sentiu que o ambiente ficou repentinamente frio como no Polo Norte.

Rafael saiu, e Anna rapidamente pegou sua bolsa e levou uma cópia do arquivo que tinha dado a Edrick.

A porta do elevador se fechou. Anna encostou-se na parede do elevador, estava realmente nervosa, não sabia o porquê, pois costumava ficar a sós com Rafael assim muitas vezes, inclusive moravam juntos no apartamento, mas agora tudo era diferente. Ela e Rafael estavam separados por uma parede sólida.

"Por que saiu apressada do refeitório? Não pode agir normalmente?"

A pergunta de Rafael fez o coração de Anna apertar, como Rafael poderia dizer isso tão facilmente.

"A partir de amanhã, Angeline talvez venha mais vezes ao escritório e você terá que acompanhá-la para cuidar dos preparativos do casamento."

Droga...

Como se fosse atingida por um bloco de pedra, doloroso. Anna, uma mulher comum com um coração, mas afinal, ela era apenas uma subordinada, ela tinha que aceitar qualquer coisa. 'Só até juntar dinheiro, Anna,' pensou.

"Entendido, senhor."

Rafael olhou para Anna, que respondeu como se não fosse nada, passou pela mente de Rafael que, se Anna suplicasse para voltar, talvez ele pudesse reconsiderar, no fundo, ele mentiria se dissesse que Rafael se esquecera facilmente de Anna, mas seu ego era muito maior do que sua razão.

"Parece que você está muito ansiosa para se separar de mim, está pensando em voltar para o seu ex-namorado?" Rafael perguntou, com um tom de desprezo.

Anna suspirou baixinho, desejando poder tapar aquela boca, mas mais uma vez teve que ser paciente, ela precisava do dinheiro de Rafael.

"Não estou interessada em me envolver com nenhum homem em um futuro próximo, senhor."

"Ótimo," disse Rafael secamente.

A porta do elevador se abriu, Anna esperou Rafael sair primeiro antes de segui-lo. Ela deliberadamente diminuiu o ritmo dos passos, colocando-se claramente como a subordinada de Rafael, nada mais.

Ao chegarem ao restaurante da reunião, o cliente de Rafael já estava esperando. Eles vieram de longe das Filipinas e passaram uma hora discutindo o rascunho do contrato. Anna, que era muito habilidosa em negociações, conseguiu obter a assinatura do cliente para Rafael. Uma das coisas que impressionaram Rafael em Anna foi sua habilidade e coragem.

Depois de se despedirem no saguão do restaurante, Rafael virou-se para Anna.

"Por ter me ajudado a conseguir esse grande projeto, vou te dar um bônus."

"Obrigada, senhor."

Anna se curvou em sinal de respeito, um problema resolvido, ela poderia sair do apartamento de Rafael o mais rápido possível.

"E você pode ir para casa agora, não precisa passar pelo escritório."

Anna se curvou novamente, agradecendo.

Eles se separaram no saguão, e Anna correu para pegar um táxi, não para o apartamento, mas para uma imobiliária em busca de um apartamento barato para alugar.

**

Depois de encontrar um apartamento acessível, Anna voltou para o apartamento e começou a fazer as malas. Ela mal podia esperar para sair daquele luxuoso apartamento, havia boas lembranças demais que precisavam ser enterradas.

Não demorou muito para fazer as malas, pois ela não tinha muitas coisas, a maioria eram presentes de marca que Rafael comprara para ela, incluindo joias caras. Anna não era obcecada por luxo, ela não pegou nada, mesmo que as joias pudessem ser vendidas, ela acreditava que ela e seu futuro filho poderiam sobreviver com seu próprio suor para que Rafael não pudesse reivindicar essa criança como dele quando nascesse.

"Adeus passado, que eu e meu filho tenham sorte."

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