"Onde você dormiu?"
A pergunta intimidadora saiu da boca de Rafael de manhã cedo, quando Anna acabara de entrar na sala do CEO para colocar o contrato assinado dias atrás. Tão surpreendida, o mapa em suas mãos quase caiu, por sorte Anna conseguiu controlar seu choque rapidamente. "O que você quer dizer, senhor?" Como de costume, Anna entrou na sala do CEO de manhã para pegar os documentos assinados e colocar novos documentos a serem assinados por Rafael. Normalmente, Rafael nunca estava no escritório tão cedo, ele sempre aparecia depois das 8. "Minha pergunta não foi clara o suficiente?" ele respondeu sem explicar sua pergunta. Anna entendia claramente a pergunta de Rafael, mas sentia que não tinha mais nada a ver com aquele homem. "Por que está em silêncio?" "Desculpe, senhor Rafael, eu não entendi o que o senhor quer dizer," respondeu Anna respeitosamente enquanto baixava a cabeça. Rafael deu um passo à frente, fazendo Anna dar um passo para trás. Seu coração batia forte, um sentimento de medo se infiltrava em seu coração. "O que você quer dizer ao deixar o apartamento e todos os presentes que te dei?" perguntou Rafael friamente. Sua voz era suave, mas exigente. "Não está claro? Eu não sou mais ninguém para você, então não tenho direito de morar lá," respondeu Anna calmamente. Ela fez a decisão de enterrar todo passado entre ela e Rafael, mesmo que o fruto deles estivesse crescendo em seu ventre. A mandíbula de Rafael se enrijeceu, ele deu mais um passo à frente e segurou o queixo de Anna com firmeza. Ele levantou o queixo afiado da mulher, fazendo Anna olhar para cima. Seus olhos castanhos escuros e os olhos negros claros se encararam. Nenhuma palavra foi dita, apenas suas respirações ofegantes ecoaram. "Eu já disse que você não é ninguém para mim? Vou me casar, isso não significa que estou desistindo do que é meu, Anna!" ele disse com firmeza. Anna afastou a mão de Rafael, surpreendendo-o. Durante o ano em que estiveram juntos, Anna nunca revidou, ela era muito obediente e doce. "Não serei sua amante, senhor!" Ela disse com a voz trêmula, seus olhos lacrimejaram, foi a primeira vez que ela odiava tanto um homem. "Depois do que aconteceu, o senhor facilmente diz que sou sua propriedade! Não pense que por eu ser pobre e o senhor ser rico, o senhor não vai respeitar meus sentimentos, eu sou uma pessoa comum, senhor. Meu coração não é tão vasto quanto o oceano." As lágrimas que ela segurara finalmente caíram. Anna caiu, chorando sua sorte extremamente trágica, abandonada por seus pais em um acidente de carro quando estava no ensino médio, lutou sozinha para sustentar sua vida até poder continuar seus estudos e conseguir um emprego de elite por sua inteligência, mas seu amor era muito trágico. Ela foi enganada pelas palavras doces de Rafael. "Anna..." Rafael estendeu a mão para ajudar a mulher a se levantar, mas rapidamente Anna o afastou. Ela enxugou as lágrimas do rosto e se levantou, apoiando-se na porta. "Eu vim aqui para entregar os documentos assinados e pegar os que você assinou, senhor Rafael, há algo mais que o senhor precisa?" Anna tentou se manter o mais profissional possível, não podia se afundar em um sofrimento interminável. Rafael não respondeu, seus lábios estavam selados, sua língua parecia pesada, ele só observou as costas de Anna se dirigindo à sua mesa de trabalho, onde ela deixou os documentos que trazia e pegou os que estavam na mesa. "Com sua licença, senhor." Anna se curvou antes de abrir a porta e sair da sala de Rafael. Rafael ainda estava imóvel em sua posição, as palavras que Anna acabara de dizer o atingiram profundamente. "Eu não quero ser sua amante!" Ele esfregou a mão no rosto, Rafael começou a sentir dúvidas sobre sua própria decisão. Assim que ele se virou, a porta de sua sala foi aberta. "Anna--" As palavras de Rafael ficaram suspensas quando viu sua mãe em pé à porta. O rosto de Rafael ficou neutro imediatamente, pensou que era Anna de volta pedindo desculpas, mas estava errado. A porta foi fechada, a Sra. Merry, a mãe de Rafael, olhou para seu único filho de cima a baixo. "O que aquela garotinha maliciosa fez?" ela perguntou com desdém. Sabendo aonde a pergunta de sua mãe estava indo, Rafael parecia irritado. "Ela não é uma garotinha maliciosa, mãe!" "Humph, todas as mulheres pobres são iguais, elas recorrem a qualquer meio para chegar à sua cama, depois de engravidarem, vão cobrar responsabilidades de você. Tudo por dinheiro, elas só querem o seu dinheiro, não o seu amor, somente Angeline realmente te ama!" ela disse apontando para o rosto de Rafael com o dedo indicador. Rafael balançou a cabeça, Anna não era como sua mãe a acusava, depois que terminaram, não pegou nada que ele havia comprado para ela, até suas roupas ainda estavam intactas no closet. "Anna não é assim, mãe!" "Não a defenda na minha frente! Conheço bem o comportamento de mulheres baratas como esta. Daqui em diante, você só deve se concentrar em Angeline, vocês vão se casar em breve, ela vem de uma família respeitável, tem boa educação, é bonita, então não me envergonhe." A Sra. Merry saiu da sala de Rafael, planejava levar seu filho para buscar Angeline e ver o salão de festas do hotel, mas por causa de sua raiva, decidiu não levá-lo. Ao sair da sala de Rafael, a Sra. Merry se aproximou de Anna, que estava ocupada com vários relatórios da empresa. Anna imediatamente ficou de pé e se curvou ao ver a mãe de Rafael se aproximando. "Bom dia, senhora--" "Não finja ser gentil, sei que você está seduzindo meu filho!" A respiração de Anna parecia sufocada, ela estava namorando Rafael na época, mas era ele quem estava atrás dela. Anna estava ciente de sua condição, mas Rafael a convenceu. "A partir de agora, afaste-se de Rafael, você não é digna dele!" Anna se curvou, incapaz de falar, não importa o que estivesse errado, ela sempre saía como a errada, defender a si mesma seria inútil. Os pobres sempre seriam subestimados. "Mãe!" Rafael apareceu de repente, ele segurou a mão da mãe ao ver a tela do monitor de CCTV. "Solte!" A Sra. Merry tentou soltar a mão de Rafael, mas ele ignorou, levando-a até o elevador. Depois de entrarem no elevador, Rafael finalmente soltou a mão da mãe. "A mãe disse para não defendê-la!" ele reclamou. A Sra. Merry ainda não havia terminado de advertir Anna quando Rafael apareceu. "Mãe, por favor, Rafael não quer que a mãe crie um tumulto no escritório. Ele ainda precisa da Anna, ela é uma das melhores funcionárias da empresa." A Sra. Merry respirou fundo e soltou o ar bruscamente, uma coisa a impedia de pedir que Anna fosse demitida, pois ela sabia que a mulher estava trazendo projetos importantes para Rafael. Além disso, ela queria exibir o casamento de Rafael e Angeline para que Anna percebesse sua posição. "Desculpe, mãe, a mãe só não quer que você se case com uma mulher de origem duvidosa. Agora prometa que você vai esquecê-la e se casar com Angeline.""Acompanhe-me para jantar com o cliente."Rafael colocou uma sacola de papel sobre a mesa de trabalho de Anna.Anna olhou para cima, seus olhos pareciam inchados depois de chorar por causa dos insultos da mãe de Rafael."Tudo bem, senhor," ela respondeu com a voz um pouco rouca.Ela se levantou da cadeira e espiou a sacola de papel em cima de sua mesa.Se ela não estivesse enganada, havia um vestido vermelho marsala, desenhado por um famoso designer que Rafael costumava comprar para ela."Se precisar ir ao salão, pode pedir para Edrick te levar.""Tudo bem, senhor."Rafael suspirou baixinho, ele queria ouvir Anna falando sem parar como de costume, fazendo perguntas de A a Z."Minha mãe, ela te machucou?" ele perguntou baixinho, mas Anna conseguiu ouvir."Não, senhor."Ela segurou sua respiração com força, Rafael se virou e deixou Anna abaixada.Depois que a porta da sala do CEO foi fechada, Anna voltou ao trabalho, ela precisava ir ao salão pois não havia levado nenhum produto de maqu
Rafael puxou o queixo de Anna, virando o rosto da mulher em sua direção. Seus olhares se encontraram, mas Anna mais uma vez desviou o olhar, o olhar de Rafael era tão penetrante que fazia os nervos em seu corpo reagirem como se fossem atingidos por eletricidade."Profissional?" ele perguntou sarcasticamente.Anna não se moveu, ela afastou a mão de Rafael, mas ele segurou sua nuca.Sem aviso, Rafael uniu seus lábios aos dela. Os olhos de Anna se arregalaram, instintivamente suas mãos bateram no peito do homem, doloroso e sufocante, ela não queria que Rafael a tocasse dessa forma depois do que aconteceu entre eles.Os golpes de Anna se tornaram mais fracos, ela chorou por se sentir tratada com tanta indiferença por Rafael.Seus lábios se separaram, Rafael enxugou as bochechas molhadas de Anna. Depois de um ano juntos, nunca a tinha visto chorar, mas ultimamente Anna se tornou mais emotiva e chorosa."Desculpe..."Foi a única palavra que saiu dos lábios de Rafael, brilhando devido ao glo
Anna franziu a testa, se afastando de Rafael, será que ela deveria se entregar ao homem que parecia ser tão parecido com aquele maldito homem? Oh não, Anna não era tão tola. "Não entenda errado, eu quis dizer que vou te levar para casa, se você não se importar," corrigiu. Ao ver a reação de Anna, Ardi sentiu que suas palavras foram mal interpretadas, ele deu a impressão de estar convidando a mulher para ir para sua casa com ele. Anna se curvou em respeito, ela certamente não queria decepcionar o parceiro de negócios de seu chefe, não é? "Obrigada, Senhor. Mas não quero te incomodar." "Não, claro que não, onde você mora, Anna?" ele perguntou rapidamente. A porta do salão VVIP se abriu, Anna e Ardi entraram juntos, eles pareciam próximos. Anna se sentou, então deu uma olhada rápida para Ardi e sorriu. Ao lado dela, Rafael, que estava observando os dois desde o início, apertou a coxa de Anna. Anna imediatamente virou e afastou a mão de Rafael que estava segurando sua coxa. "Por que
"Bom dia, linda!"Anna levantou a cabeça, um grande buquê de flores foi estendido para ela. Anna não conseguia ver o rosto dele porque o buquê cobria, apenas suas mãos eram visíveis.Inclinando a cabeça, Anna sorriu ao ver Ardi atrás da bela coleção de flores.Ela se levantou e recebeu o buquê de gipsofila, hmm, como Ardi sabia que ela gostava de gipsofila?"Obrigada, senhor.""Não aceito um 'obrigado', mas eu quero que você me acompanhe para o café da manhã, ainda é cedo, acho que Rafael não ficará chateado se formos até o café do outro lado da rua."Anna olhou para o relógio em seu pulso, ainda eram sete horas, uma hora antes do início do expediente."E então?" Ardi insistiu.Anna assentiu, coincidentemente ela ainda não tinha tomado café da manhã.Anna colocou seu buquê de gipsofila na mesa e pegou sua bolsa, saindo com Ardi.**Rafael saiu do elevador com determinação, hoje ele parecia muito animado, ao contrário do habitual.Chegando ao departamento de marketing, seus olhos foram
As mãos de Rafael estavam cerradas perfeitamente, se não fosse seu bom amigo falando, ele teria batido nesse homem naquele momento. "Ainda tenho trabalho a fazer, enviarei o rascunho do contrato por e-mail." Rafael virou-se e foi em direção à sua mesa com sentimentos tumultuados. Vendo Rafael irritado, Ardi balançou a cabeça enquanto sorria. Depois de décadas de amizade, Ardi viu Rafael hesitante pela primeira vez, ele claramente não queria perder Anna, mas também desejava Angeline. Ardi levantou-se da sua cadeira e se aproximou de Rafael, que estava concentrado na tela do seu laptop. "Não se arrependa das suas decisões, Rafael. Enquanto tudo ainda não aconteceu, pense bem, siga o seu coração." As palavras de Ardi tocaram o coração de Rafael, mas ele próprio não estava confiante em suas decisões, tudo estava acontecendo rápido demais. Ardi saiu, ele conhecia Rafael muito bem, o homem costumava ter convicções fortes, mas tudo desmoronou por causa de uma mulher, as mulheres eram r
Ao meio-dia em ponto, Rafael saiu de seu escritório e não encontrou Anna em sua cadeira, ele olhou para a direita e para a esquerda, mas a bela mulher não estava em lugar algum.Ele revirou o bolso de seu paletó e ligou para Anna enquanto ia em direção ao elevador.No segundo toque, Rafael foi atendido por Anna."Sim, senhor.""Onde você está?""Estou fora com Edrick, pegando o rascunho do contrato de ontem.""Hmm, vou esperar vocês no Hugo Cafe."Antes que Anna pudesse responder, Rafael encerrou a ligação.Rafael sorriu, então apertou o botão do elevador e entrou.**Anna parecia inquieta durante a viagem até o Hugo Cafe, já fazia uma semana que ela e Rafael não se comunicavam, mas hoje ele os convidou para comer juntos. Felizmente Edrick estava presente, pelo menos Anna não estava sozinha."Você já ouviu que o casamento do senhor Rafael foi adiado?"Ouvindo as palavras de Edrick, Anna virou-se abruptamente."Não sei e não me importa, Edrick," respondeu Anna."Não é da sua conta, mas
A mandíbula de Rafael estava tensa, ele estava em uma situação difícil no momento."ANNA!"Angeline gritou o nome da mulher, ela já estava bastante impaciente desde antes, suas emoções estavam confusas imaginando a possível traição dos dois pelas suas costas.Anna levantou o olhar, ela olhou para o casal tão harmonioso e sorriu sem emoção."Senhor Rafael--""Anna, cale a boca!"Rafael circulava em torno do carro, prestes a calar a boca de Anna, mas Angeline o abraçou por trás. "Deixe ela falar!" ela disse com firmeza."O Senhor Rafael me pediu para ajudar a escolher joias para a Senhorita, ele quer surpreendê-la."Anna sorriu de volta, embora seu coração estivesse doendo profundamente.Angeline fechou os olhos, ela estava tomada pelas emoções e pensamentos negativos, enquanto isso, Rafael ficou em silêncio, seu olhar de repente ficou triste."Ah, meu amor, eu te amo."Angeline apertou o abraço, ela não esperava que Rafael fosse tão romântico, mesmo que tudo tenha dado errado no final,
"Se livrar do azar? O que isso significa?" perguntou Rafael confuso. Anna o ignorou, saiu e fechou a porta do escritório de Rafael um pouco bruscamente. O olhar de Rafael mudou da porta para a caixa de presente que ele deu a Anna. Ele jogou sua caneta e apoiou as costas na cadeira, sua cabeça latejava intensamente. Na noite anterior, ele não conseguiu dormir, a imagem de Anna o perturbava cada vez mais a cada dia, e hoje Anna parecia diferente, deixando-o ainda mais inquieto.Rafael endireitou-se em sua cadeira, pegou o interfone e ligou para Anna."Sim, senhor.""Faça-me um copo de leite!"Os olhos de Anna se arregalaram, Rafael estava começando a abusar, mas o que mais poderia fazer? Enquanto Rafael não pedisse para ela servi-lo na cama, Anna teria que aguentar.A porta foi batida, Anna entrou no escritório de Rafael com uma bandeja em mãos."Seu leite, senhor."Anna colocou um copo de leite quente na mesa, Rafael pegou o copo e bebeu, fazendo com que o leite que ele bebeu espirrass