Kira correu com todas as suas forças, incapaz de conter o coração acelerado, tentando evitar que ele a alcançasse.Ela corria como se sua vida dependesse disso, olhando para trás, para que ele não a seguisse, embora tivesse certeza de que ele não seria capaz de fazer isso porque era apenas uma questão de tempo até que seu lobo morresse.Ela chegou à casa onde havia deixado o bebê aos cuidados da babá Marisol e, quando chegou ao terreno, seu pai e seu irmão a esperavam com uma expressão angustiada.—O que está acontecendo? Para onde você foi?A voz de seu pai era um estrondo baixo de trovão, carregado de advertência. Ao lado dele, o irmão de Yara observava, com uma mistura de preocupação e reprovação em seus olhos.—De onde você veio? —perguntou ele sem tirar os olhos dela.A escuridão da noite estava se dissipando quando Yara, com os membros ainda trêmulos devido à recente transformação, cruzou a porta de sua casa.Um sibilo de vapor saiu de sua pele quando a lua deixou seu domínio e
Yara lutou contra a raiva dentro de si, mas, de repente, seu filho começou a chorar, com seus soluços ternos rompendo o silêncio com uma urgência que só uma mãe poderia entender.Ela o abraçou, tentando confortá-lo.—Calma, meu cachorrinho —sussurrou Yara suavemente, embalando a criança em um movimento suave e constante.No entanto, o choro do bebê se transformou em um grito desesperado, e foi então que a mulher, sentindo a vantagem e com as mãos transformadas em garras letais, lançou um ataque cruel contra Yara.Mas, como uma guerreira nata, Yara não hesitou. Com uma das mãos, ela segurou a agressora, afastando o ataque, deixou o filho em segurança sobre suas pernas e, com a outra mão, executou sua defesa mortal.Em um movimento fluido e preciso, ela agarrou a garganta da intrusa, que se abriu, jorrando vida em uma torrente escarlate, enquanto o gorgolejo da morte ecoava pela floresta.A intrusa caiu sem vida no chão, seu sangue manchando o piso. Yara olhou para o cadáver com frieza,
Yara balançou a cabeça rapidamente, tentando manter a calma enquanto sua mente trabalhava a toda velocidade para encontrar uma saída para essa situação comprometedora.—Não sei do que está falando. Acho que está me confundindo com outra pessoa, meu nome é Bismar e estou aqui buscando refúgio, pois alguns bandidos atacaram minha matilha —respondeu com a voz trêmula, tentando manter uma expressão inocente no rosto.Rosalinda olhou para ela com desconfiança, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, uma batida urgente soou na porta da sala. Todos se voltaram para a entrada, assustados com a interrupção indesejada.O beta da matilha entrou correndo na sala, com um olhar preocupado.—Desculpe interromper, Alpha Brad, mas temos um problema sério. Detectamos um ataque à matilha. Um grupo de bandidos está invadindo nossos territórios.Brad franziu a testa, visivelmente irritado com a notícia. Ele olhou para Yara, que ainda estava segurando o pano de limpeza na mão, com um olhar question
A dor ardia no peito de Brad quando seu beta, Peter, correu em sua direção. O alfa se esforçou para ficar de pé, mas o ferimento em seu peito era profundo e o sangue jorrava incontrolavelmente. Seu rosto estava pálido e, apesar de tentar ficar de pé, ele desmaiou.No entanto, Peter chegou bem a tempo de evitar que Brad caísse no chão.—Brad, pela deusa Luna, você está bem? —Peter exclamou, com a voz cheia de preocupação enquanto segurava o alfa.Brad se apoiou pesadamente em seu beta, sentindo suas forças o abandonarem. Cada respiração era uma provação, e o sangue continuava a fluir de seu ferimento.—Não estou... não estou bem, Peter —Brad respondeu com dificuldade, pois agora era impossível negar o que estava acontecendo com ele. —Estou muito machucado... Preciso de ajuda, mas não podemos deixar ninguém saber, a matilha não pode descobrir.—Mas como isso é possível? Por que você não está curado? Onde está o Leo? —perguntou ele, preocupado.—Ontem o lobo... que encontrei na floresta
Apesar da firme determinação de Yara em permanecer inabalável em seu ódio por Brad, ela se viu em uma situação que nunca havia imaginado.Enquanto estava sozinha na sala do porão com o alfa ferido, curando-o e cuidando dele para que sua condição não fosse revelada, e apesar de seu desejo de vingança, no fundo ela não podia permitir que Brad morresse ali, não porque se importasse com o que tinha acontecido com ele, mas porque ele deveria morrer por suas próprias mãos, não daquela forma.Com as mãos trêmulas, Yara começou a despir cuidadosamente o alfa. Cada peça de roupa que ela removia revelava mais feridas em seu corpo. Havia sangue e sujeira acumulados em sua pele, e Yara sabia que precisava limpá-lo para evitar infecções.O corpo de Brad jazia mole sobre a cama, com o rosto pálido e a respiração fraca. Apesar de tudo o que havia feito, Yara não pôde deixar de sentir uma pontada de preocupação com o estado dele.—Não acho que você deva querer que ele morra, afinal ele é o pai do nos
O quarto estava impregnado com o cheiro pungente de febre. Yara andava de um lado para o outro ao lado da cama onde Brad estava deitado, com o corpo tremendo incontrolavelmente. As palavras saíam dela como veneno.—Inútil! —Yara cuspiu com desdém—. Você é cruel, mau e merece tudo o que está acontecendo com você, por ter brincado com meus sentimentos, por ter zombado de mim sem remorso.Enquanto isso, Brad continuava murmurando incoerentemente, com os olhos vidrados, encontrando o rosto de Yara em meio a visões febris. Com uma força que parecia imprópria de seu estado, ele estendeu um braço e agarrou o pulso dela, puxando-a para si. Seus lábios ardentes encontraram os dela em um beijo delirante e exigente.—Kira, diga-me —pensou Yara, sentindo a loba dentro dela se agitar de desejo—.—Você não deveria estar fazendo isso. Acorde! Me solte.No entanto, isso não foi suficiente para impedir que a pressão dos lábios de Brad se intensificasse, e Yara, assustada com o poder que ainda emanava
Um rugido ensurdecedor encheu o ar, e uma labareda de fogo surgiu de dentro da casa da matilha. O fogo se espalhou rapidamente, engolfando a estrutura em um inferno de chamas vorazes. O caos que já reinava do lado de fora se multiplicou exponencialmente.Gritos de terror e desespero ecoaram por toda parte, enquanto membros da matilha corriam em todas as direções e outros se enfrentavam.Do interior, vieram alguns criados tentando escapar do fogo que estava consumindo a casa da matilha.A confusão reinava suprema, e Yara lutou para ficar de pé enquanto o calor e a fumaça se intensificavam ao seu redor. Ela tentou entrar, mas a intensidade do fogo a impediu.As chamas subiam para o céu, iluminando a noite com seu brilho infernal. A casa da matilha estava desmoronando lentamente sob o cerco do fogo, e os gritos de alguns dos lobos presos lá dentro se misturavam com o crepitar das chamas.Yara sabia que não podia ficar ali, tinha que encontrar uma maneira de entrar para ver o estado de Br
Yara, transformada em sua forma humana depois de escapar do caos na alcateia Silver Fang, chegou à casa de sua própria alcateia com uma expressão de desespero no rosto. Assim que cruzou a soleira da porta, vários membros de sua matilha se aproximaram com olhares preocupados.—Yara, o que está acontecendo? —perguntou ele, visivelmente alarmado com a expressão angustiada no rosto dela.Yara se esforçou para encontrar as palavras para explicar a situação. A devastação que testemunhou na alcateia Silver Fang e o fogo que ainda estava em chamas pesavam sobre ela como um fardo.—Houve... um incêndio na matilha Silver Fang. Brad, o alfa, foi ferido, e... —suas palavras ficaram presas na garganta enquanto ela lutava para manter a compostura—. Então alguns homens armados chegaram, e Rosalinda... Rosalinda e seu pai, acho que eles bolaram um plano para dominar a matilha e tentaram colocar a culpa em mim.Os olhos de meu irmão estavam cheios de preocupação e confusão.—Eles sabiam que era você?