Dias depois.Roxana, sentada em um banquinho, estava dando os últimos retoques em sua maquiagem, acompanhada por Nubia, que de certa forma havia se tornado a pessoa mais próxima a ela, junto con Yara e Estrella.A jovem, ansiosa e angustiada, esperava que sua maquiagem terminasse logo.— Quanto tempo mais? — perguntou irritada, pois não estava acostumada a ficar sentada por tanto tempo, muito menos enquanto era atendida em sua aparência pessoal.— Espere, não fique ansiosa. Além disso, você tem que se acostumar, porque agora sua vida será assim: vestidos lindos, maquiagem, ser esperada — disse Yara pacientemente.— Eu sei, mas é difícil me acostumar com isso. Parece um sonho e, às vezes, tenho medo de acordar — disse ela com tristeza.— Sinto muito pelo que você passou e sei que todos nós somos culpados por isso, mas agora você nunca mais estará sozinha — respondeu Estrella.Naquele momento, Nubia terminou.— Pronta? — perguntou Nubia, com a voz quase não saindo de um sussurro.— Poss
—Ela se tornou incontrolável — disse a mãe de Rania — estávamos apenas disciplinando-a.— Foi assim que você disciplinou sua filha? — Yara perguntou irritada, e a mulher permaneceu em silêncio, abaixando a cabeça.Rania tentou defender sua família.—Não sabíamos que ela era importante para você! — Rania gritou, sua voz trêmula ecoando na sala do trono.Seus olhos pediam compreensão, mas o silêncio do tribunal era como uma laje sobre sua defesa.—Chega! — Núbia deu um passo à frente, com a postura rígida e o olhar fixo. — O problema não é o fato de ela ser importante ou não, mas a crueldade à qual ela foi exposta, trancada, submetida a um tratamento que ninguém merece.Raul, com um sorriso, tentou intervir.— A decisão de Harvey não é vinculante, ele não tem o poder de sancionar um alfa e sua família — disse com desdém. — Ele é apenas o príncipe, não tem o poder, isso é privilégio do rei.Nesse momento, Brad se aproximou deles e, de maneira firme e autoritária, elevou sua voz acima de
Roxana deu um passo à frente, com um misto de descrença e desafio em seus olhos. Ela não conseguia acreditar que Harvey estava disposto a abrir mão de tudo por ela, o que provocou uma mistura de sentimentos em seu interior.—Você não pode fazer isso, Harvey — disse ela, com a voz carregada de urgência. — Não pode abrir mão de sua herança por mim.O sorriso de Harvey era gentil, mas inabalável.—Bem, se você não compartilhar essa responsabilidade comigo e se nosso povo não aceitar você — ele fez uma pausa, com os olhos fixos nos dela —, então não desejo liderá-los.O local ficou em um silêncio pesado e tenso, que logo foi quebrado por crescentes murmúrios de apoio.—Viva o príncipe Harvey e sua companheira Roxana! — ecoou uma voz na multidão.—Longa vida! — responderam outros, e a frase se espalhou como fogo.Assustados, Roxana e Harvey trocaram olhares enquanto o eco de seu futuro reverberava em seus ouvidos.— Então, Srta. Roxana — começou Harvey, com a voz clara acima dos murmúrios
Harvey pegou a mão de Roxana enquanto passeavam pelas ruas de paralelepípedos, suas risadas se misturando com a suave conversa da cidade ao redor deles.Sua missão era desvendar o mundo diante de seus olhos curiosos, desembrulhar cada canto do globo como um presente precioso que ela poderia finalmente receber. Até agora, as cidades históricas, com suas grandes avenidas e praças impressionantes, não passavam de meros produtos de sua imaginação, retirados de livros que ela havia lido escondida na biblioteca da matilha onde cresceu ou de contos de segunda mão que ela comprava quando conseguia escapar, tomando cuidado para não ser descoberta.Mas agora, cada dia revelava novas maravilhas para Roxana: o sol lançando tons dourados nos telhados antigos, o aroma de especiarias exóticas dançando no ar, a sinfonia de línguas estrangeiras cantarolando com as intrincadas melodias da vida, as idas e vindas das pessoas... Tudo era um mundo cheio de maravilhas para ela.Harvey a observava absorver t
As páginas do livro viraram rapidamente sob a luz da lâmpada. O relógio marcava meia—noite e lá estava ela, imersa no emaranhado de teorias, determinada a vencer todas as questões que o teste lhe apresentasse. Brad, seu sogro, havia movido céus e terra para lhe dar essa oportunidade, fazendo com que ele fizesse o teste de conhecimento para se qualificar para o bacharelado, no qual foi aprovado, e assim ele estava lá, três semanas depois, preparando—se para fazer o teste de admissão à faculdade de medicina, e não pretendia desperdiçar essa oportunidade, embora seus olhos estivessem implorando por misericórdia enquanto dormia.—Amor, já é tarde", murmurou Harvey, sua presença como um farol na escuridão do escritório. —Você deve descansar, além disso, os bebês querem dormir.—Eles entendem que esse é o sonho da mãe deles e me apoiam, prometo que será apenas mais um capítulo", insistiu ela, quase automaticamente, sem tirar os olhos do texto.—Você sempre diz isso", respondeu Harvey com u
—Tem certeza, Roxana? —perguntou Harvey, com um olhar que misturava preocupação e surpresa. —Acho que não, você estava bem preparada, talvez tenha errado, mas não é possível que tenha falhado.—Sei que é uma decepção para você, porque esperava o melhor, mas... — ela começou a dizer, com tristeza no rosto e a palidez da decepção, mas foi interrompida pelo pai.—Deve haver um erro, além disso, você não pode desistir tão facilmente — disse Jayden calmamente.Mas antes que ela pudesse derramar uma lágrima, Brad interveio com seu tom calmo de sempre.—Espere um pouco. Tem certeza de que fez a busca corretamente?Roxana assentiu com a cabeça, já à beira das lágrimas.Ilan foi até o local onde o anúncio estava publicado e riu, enquanto olhava fixamente para ele, até que apontou para o outdoor.— Parece que alguém precisa usar óculos — disse ele em tom de brincadeira.Roxana franziu a testa e olhou para onde o dedo de Ilan estava apontando. E lá estava seu nome, escrito corretamente, no topo
Roxana estava sentada na primeira fila da aula de Anatomia, mas não estava prestando atenção porque começou a sentir um leve desconforto na barriga.Ela deslizou o olhar pelas páginas do livro didático, os dedos traçando linhas, a luz da sala de aula banhando seu rosto concentrado, iluminando a determinação que havia consolidado seu lugar entre os alunos.Foram meses de trabalho árduo, que se refletiram em notas excelentes e no respeito implícito de seus colegas, que a aceitaram como sua futura rainha e a admiravam.—Senhorita Roxana — chamou o professor, seu tom interrompendo o silêncio estudioso da sala —, a senhora poderia vir aqui e explicar à classe como funciona o aparelho urinário?Ela assentiu com a cabeça, assumindo sua postura real, e seguiu em frente. Mas, a cada passo, parecia liberar algo dentro dela, uma sensação peculiar. Sentiu uma espécie de gotejamento de água fluindo de seu interior. Quando chegou ao professor, uma onda de umidade a surpreendeu.—Roxana! — insistiu
Roxana, já em seu quarto no palácio, observava um par de berços gêmeos, com os pequenos filhotes de lobo ronronando durante o sono. Seus peitos subiam e desciam em um ritmo tranquilo, e suas pequenas mãos agarravam os cobertores que os envolviam.Harvey, ao lado dela, sorriu ao olhar para eles, com o coração cheio de amor e orgulho. Ele mal podia acreditar na sorte que tinha: ter uma parceira e seus dois filhos pequenos, lembrando-se de que quase os havia perdido. O medo percorreu seu corpo ao pensar que, por não ter escutado Roxana no início, tudo poderia ter acabado diferente. Agradeceu à deusa Luna por ter-lhe dado uma segunda chance com a mulher que amava, pois agora estava feliz.—Obrigado, Roxy, por esse presente, por me fazer feliz —disse ele em um sussurro.—E obrigada a você por me ensinar o quanto sou valiosa, por me dar uma nova vida e por me dar a oportunidade de provar a todos que não somos definidos por quem fomos — respondeu Roxana, sorrindo enquanto acariciava gentilme