Eu te odeio, eu te amo
Eu odeio querer você
Você quer ela, você precisa dela
E eu nunca serei ela
I Hate U, I Love U - Gnash
(...)
Ella
Quando criança, assim como muitas garotas da minha época, cresci ouvindo várias histórias de princesas, nos fazendo criar um mundo perfeito em nossa mente, pensando que quando atingirmos a fase adulta, seremos resgatadas por um cavalheiro de armadura reluzente e teremos o nosso felizes para sempre.
Papo furado!
Aprendi na marra que o amor não está aí para todos e que, certamente, não devemos casar com o primeiro cara que diz eu te amo, especialmente, se for durante o sexo.
Fui casada durante três anos, éramos felizes. Então, no terceiro ano de casamento eu fui percebendo a mudança, o jeito de me tocar e os beijos já não eram mais tão quentes como antes — quando só em sentir o cheiro um do outro, acabávamos na cama. Contudo, eu mesma não quis me atentar aos sinais que ele me dava.
Perdi a conta de quantas vezes Marcelo chegou de manhã em casa, alegando ter passado a noite resolvendo coisas de trabalho. Era impossível um advogado precisar passar a noite no trabalho. Porém, naquela época, acho que me forcei a acreditar.
Nos conhecemos quando entrei no escritório de advocacia, ele sempre foi uma tentação, não só para mim. Todas as mulheres que trabalhavam ali suspiravam por ele. Marcelo sempre foi muito bonito, tinha os músculos definidos, um olhar que fazia qualquer mulher se derreter e uma voz de locutor, que nossa senhora! Que voz era aquela? Claro que eu me encantei por ele.
Lembro muito bem daquele dia, ele chegou em casa, pedindo para conversarmos, lembro-me como se fosse hoje…
— Ella, não sei como te falar isso, mas estou apaixonado por outra. — aquelas palavras saídas de seus lábios, foram como uma faca penetrando minha pele.
Eu, que até então estava em pé, na porta da cozinha, segurando uma travessa de vidro com salada — organizando a mesa para jantarmos — fiquei tão atônita, que derrubei o pote, fazendo-o se espatifar no chão em vários pedaços.
Marcelo foi se aproximando de mim e, mesmo querendo sair dali, eu não conseguia mover um músculo.
Ele segurou em minha mão, me guiando para sentar no sofá.
— Olha o estrago que você fez, Ella — apontou para minha panturrilha que estava sangrando, porém, meu estado não permitiu que eu sentisse dor — Isso vai ficar bem feio… — analisava o ferimento.
— Vocês transaram? Desde quando isso está acontecendo? — foi a única coisa coerente que consegui formar em minha mente.
Eu o encarava, esperando por uma resposta. Vi Marcelo engolir em seco.
— Eu… — o interrompi porque, conhecendo-o bem, sabia que estava prestes a inventar uma de suas muitas mentiras esfarrapadas.
Ele sempre foi especialista nisso.
— Por favor, ao menos uma vez na vida, não seja cínico e me diga a verdade. Você transou ou não? — elevei um pouco minha voz para que ele tivesse noção de como estava falando sério.
O cretino abaixou a cabeça e isso foi suficiente para que eu soubesse a verdade.
— Como pôde, Marcelo? Depois de tudo que vivemos em todos esses anos juntos…
— Foi apenas uma vez, vim te contar antes de finalmente ficarmos juntos. — disse, voltando a olhar para mim.
— Não minta olhando em meus olhos, seu cafajeste!
— Olha pelo lado bom, Ella… Ao menos fui sincero e te falei a verdade, para que não soubesse por outra pessoa.
— Cale a porra da boca, seu imundo! Me contou depois de já ter transado com ela não sei quantas vezes. Eu tenho nojo de você. Nojo! — levantei e, aos prantos, me direcionei a porta — Vai embora, Marcelo! Eu não quero te ver nunca mais. — segurando a porta, apontei para fora.
— Não faz assim, minha linda. Vamos conversar, tenta me entender, por favor… — tentou me persuadir com tom de sedução e me chamando carinhosamente.
— Te entender? — soltei uma gargalhada sem emoção — Eu deveria tentar te compreender? — peguei um jarro de flores no aparador ao lado da porta e ergui — E todas as noites em que dormiu fora, dizendo que era a trabalho, me fazendo de trouxa, para agora vir dizer que ficou com ela uma única vez?! Vai pro inferno, Marcelo! — atirei-o na direção dele.
Mas o cretino conseguiu se esquivar.
— Some daqui, seu cafajeste! — eu estava cuspindo fogo.
— Deixa ao menos eu pegar minhas coisas antes. — ele foi virando o corpo em direção aos quartos.
— Eu disse para ir embora, se não for, eu chamo a polícia! Some daqui, antes que eu faça uma besteira! Some, porra! — as veias do meu pescoço certamente estavam alteradas, de tanto gritar.
— Tudo bem, tudo bem. — ele passou por mim e fechei a porta na cara dele.
Com todo ódio que estava sentindo, fui até o que costumava ser o nosso quarto, peguei todas as roupas dele e joguei pela janela. Todos que estavam passando na rua presenciaram a cena — que aos olhos de muito deveria parecer patética — mas para mim, era despejar todo sentimento ruim de dentro do meu peito.
Só eu sabia o quanto estava dilacerada com o que acabara de acontecer.
Então, encostei-me na parede e deslizei até o chão, chorando copiosamente, permitindo que as lágrimas levassem embora toda a minha angústia.
Sei que estou agindo feito loucaEstou presa, me sentindo chapadaCom a mão no coração, estou rezandoPara sobreviver a isso tudoThe heart Wants What It Wants - Selena Gomez(...)Ella Após um dia exaustivo, finalmente chego em meu apartamento e me jogo com tudo no sofá. O miado do Tom, minha bola de pêlos, me faz olhar para o lado. — Oi, meu amor. Como foi seu dia? — acaricio seus pelos macios e ele roça a cabeça em minha perna — O meu foi extremamente cansativo e estressante. Você deve estar com fome, não é mesmo? — como se entendesse a minha pergunta, ele solta um miado constante. Dou risada, balançando os ombros. — Vamos lá, esfomeado. — mesmo sem forças, levanto e ele desce do sofá, me seguindo. Sigo para o banheiro, tomo um banho relaxante, debaixo da água morna e lavo os cabelos que não vê água há dias. Cubro meu corpo com uma toalha e saio do box secando meus cabelos. Sem querer, minha visão vai diretamente para a janela do apartamento de frente ao meu e lá está ele. Us
Há um milhão de motivos para que eu desista de vocêMas o coração quer o que ele querO coração quer o que ele querThe Heart Wants what It Wants - Selena Gomez(...)Ella — Sinta-se à vontade, a cozinha é toda sua. — aponto a direção para que ele cumpra com sua palavra. — Nossa! Estava tentando fazer churrasco ou o quê? O cheiro de queimado incendiou seu apartamento. — ele comenta com sarcasmo. — Meu olfato está em perfeito estado, senhor observador. E respondendo à sua pergunta, eu não estava tentando fazer um churrasco, estava preparando meu jantar, mas um idiot… — ele me olha com o cenho franzido e um sorriso arteiro, me fazendo perceber que iria falar besteira. Pigarreio, tentando não demonstrar o que estava prestes a fazer. Como se esse cafajeste não soubesse… — É… Como eu ia dizendo, estava preparando meu jantar, mas me distraí e acabou acontecendo esse estrago que você está vendo. — ele ri nasalmente, balançando a cabeça para os lados. — Tudo bem, não está mais aqui que
Tente não se afastar demaisNão permita que seus receios controlem vocêMantenha-se atento com beijos autênticosPreenchido com amorOrion's Belt - Sabrina Claudio(...) Justin — Doutor Coleman, sua próxima paciente acaba de chegar. — Amber, uma das enfermeiras do hospital, me informa, segurando a porta para não bater. — Eu não preciso ser anunciada, querida. Eu e o Justin somos amigos, não é mesmo? — a senhora baixinha, de cabelos grisalhos, segurando uma bengala para auxiliá-la a andar, entra em minha sala, quase derrubando a Amber. Sorrio em vê-la. — Está certíssima, dona Mary. Amber, prepare a sala de radiografia, por favor. — ela assente com um menear de cabeça. Sai em seguida, fechando a porta atrás de si e nos deixando a sós. — Como está a senhora? — lhe pergunto, à medida que ela senta na cadeira em frente à mesa branca. — Estou bem na medida do possível, meu filho. Senti saudade das nossas conversas. Como vai esse coração? — sorrio para ela. — Cheio de sangue e baten
Porque se eu te quero, te quero, amorNão vou recuar, não vou pedir espaçoPorque espaço é apenas uma palavraInventada por alguém que tinha medo de ficar muitoClose - Nick Jonas(...)Ella Como pode uma pessoa ser tão irritante e gostoso ao mesmo tempo? Não sei a resposta para essa pergunta, mas se eu fosse descrever o meu vizinho, seria exatamente assim. E olha que desde que comecei a delirar por ele, só trocamos umas palavrinhas duas vezes. Uma ontem à noite e outra hoje. — E você ainda insiste em gostar dele, não é mesmo, Tom? — converso com meu gato, como se ele fosse me responder, enquanto visto meu pijama após o banho. Ele mia. — O que quer? Está com fome? Vai lá pedir comida a ele, duvido que tenha uma ração tão boa quanto a que eu te dou, seu pilantra. — Tom mia novamente, dessa vez, roçando em minha perna. Mesmo querendo ficar aborrecida com ele, seria impossível, sou apaixonada nessa bola de pêlos que não faz nada além de comer, fazer cocô, xixi e pedir comida. Aliás,
Você, só penso em vocêEu não me cansei de você, eu estou tão confusoNão há ninguém para estar iludindoSó você, é tudo que pensoJaigantic - Tora(...)Justin Saí do apartamento da Ella com um enorme sorriso no rosto e, se me perguntarem a razão, não saberei responder. Desde que deixei meu passado para trás, há mais ou menos um ano e mudei de cidade para começar uma nova vida, eu a observo pela janela. Nem que eu quisesse, conseguiria evitar olhar, essa mulher é um estouro. A pele tão moreninha, que parece um chocolate humano e eu morderia todinha. Alguns músculos definidos nos lugares certos e sem exageros. Um quadril largo que a faz requebrar a bunda a cada passada que dá, enquanto anda. Seios fartos e, pelo que vi quando estava só de pijama, bem firmes. Daquele tipo que dá vontade de mamar como uma criança faminta. A bunda nem se fala… Que bunda! Ella é uma perdição para qualquer homem hétero. Quando a vi me encarando pela primeira vez pela janela de seu quarto, eu estava nu.
Me lance pra longeJogue estes joguinhosAgindo como se estivesse tudo bemHoje, hojeGo Fuck Yourself - Two Feet(...)Ella Demorei um pouco para pegar no sono, na noite anterior. Porque, por alguma razão, minha mente parecia estar em alerta. Ficava recordando várias e várias vezes a imagem do Justin salvando a mim e meu gatinho da árvore assassina. E quando caí naquele peitoral? Meu corpo se acendia somente em lembrar. Minha boca se enchia de água, pensando quando reparei no volume em sua bermuda… Um calor terrível tomou conta do meu corpo e, mesmo querendo evitar, tomando banho gelado, não consegui. Foi mais forte que eu. Quando percebi, lá estava eu, mais uma vez me tocando e pensando no meu vizinho gostoso. Mas nada disso superou a forma como ele me tratou após me salvar. Jamais pensei que meu vizinho cafajeste, que vive dando festas e enchendo a casa de mulheres, seria tão prestativo, a ponto de não me permitir nem mesmo pegar um gelo para fazer uma mísera compressa. Devo a
Quer deixar sua cidade solitáriaQuer sair e foder por aíO que ele pode fazer, o que ele pode fazerÉ a vida deleHer Life - Two Feet(...)Justin Nando e eu tínhamos acabado de chegar na boate, o som da batida da música já podia ser ouvida do lado de fora. O lugar estava completamente cheio, repleto de jogo de luzes piscando no teto e a galera parecia bem animada. Fomos direto para o bar, onde sabíamos que haveria presa fácil. Logo ao nos aproximarmos do bar, vimos duas mulheres muito delicinhas, debruçadas sobre o balcão, tentando pedir uma bebida ao barman, porém, sem sucesso. — Ei, cara! — chamei a atenção do barman, gesticulando com a mão — As garotas querem beber. Será que você pode servi-las ou é pedir muito? — perguntei com seriedade. — Claro! É pra já. O que vão querer? — Martini, acho que cairia bem para as moças. — respondi com um sorriso cínico e Nando apenas me observava calado. — Nada disso, queremos tequila. Essa noite vamos nos esbaldar. — uma delas, que parecia
Então me deixe, me deixe te deitar Me ascenda, tenha tudo hoje à noite Então me deixe, me deixe te deitar Me ascenda, tenha tudo hoje à noite Sacrifice - Black Atlass (...) Ella Depois das palavras do meu vizinho gostoso me deixar tentada — assim como eu estava fazendo com ele, quando o provoquei, dançando com o Oliver — continuei bebendo pelo que pareceram horas, já estava bastante alterada, sem ter muita noção do que acontecia ao meu redor. E tudo isso por pura raiva de mim mesma, por querer ser mais solta se tratando de homens, dar sem me importar se no dia seguinte o cara esquecesse meu nome. Enquanto perco a oportunidade de aproveitar a vida, meu ex segue por aí com a vagabunda com quem me chifrou, ou que possa estar fodendo várias, já que não tenho notícias dele há um bom tempo. — Já chega, minha rainha. Você já bebeu demais. — meio desnorteada pelo álcool em meu organismo, ouço a voz do Oliver. — Ah… Me deixa… Estou… bem. — minha voz sai embolada. — É, dá pra ver c