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Paixão por acidente
Paixão por acidente
Por: Paulamonteiro_autora
Capítulo 1: Um sonho arruinado

Camilly Paiva

Hoje tinha tudo para ser um dia feliz, pois seria meu casamento com o homem que sempre idealizei, foram 6 anos de companheirismo e dedicação.

Minha ansiedade não cabia em mim, estava pronta para caminhar até o altar quando gemidos chamaram minha atenção. Meu coração parou por um momento, incapaz de compreender o que estava acontecendo. Caminhei devagar até a porta e a abri de uma vez.

E lá estava ele, meu noivo, nos braços de outra mulher, uma mulher que por muito tempo considerei minha amiga, já que era prima do meu noivo. Meu mundo desabou diante dos meus olhos. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu tentava processar a traição que estava presenciando. O homem que eu amava, que prometeu me amar e ser fiel, estava me traindo no dia do nosso casamento.

Uma mistura de raiva, tristeza e choque tomou conta de mim. Eu não conseguia acreditar que tudo o que construímos juntos estava desmoronando em um instante. Minha confiança estava quebrada, meu coração dilacerado.

Sem dizer uma palavra, saí correndo daquele lugar, buscando desesperadamente um refúgio para minha dor. Eu precisava me isolar, encontrar um lugar onde pudesse chorar e tentar entender o que aconteceu.

Decidi me refugiar em uma casa no alto de uma colina. Era um lugar isolado, onde eu poderia encontrar paz e clareza em meio ao caos emocional que me consumia. Um Lugar onde a Sabrina e eu costumávamos ir quando crianças já que a propriedade pertence à família dela.

Durante o trajeto ligo para Sabrina e peço para que ela explique aos convidados porque não haverá mais casamento, já que o noivo não se deu o respeito.

- Sabrina, - Falo assim que ela atende - amiga, não haverá casamento, o Fred estava comendo a Lorena no quarto ao lado do qual estava me arrumando, isso é demais para mim.

- Meu Deus, Milly, nem sei o que falar...

- Só me confirma que a chave da casa da colina continua no mesmo lugar?

- Sim, continua, mas me dá notícias e amiga o...

- Obrigada Sabrina, te devo uma, preciso desligar.

Após desligar o telefone, continuei o meu caminho em direção à casa na colina. As lágrimas continuavam a escorrer pelo meu rosto, mas uma mistura de determinação e raiva começava a tomar conta de mim. Eu não permitiria que a traição de Fred me definisse.

Ao chegar à casa, encontrei a chave no lugar de sempre. Abri a porta e entrei, encontrando um ambiente tranquilo e acolhedor. Era o refúgio que eu precisava naquele momento de dor e confusão. Enquanto me sentava em um sofá, deixei as lágrimas fluírem livremente.

A dor ainda era intensa, mas eu sabia que precisava encontrar forças para seguir em frente. Fui até o quarto que costumava ocupar quando vinha durante as férias com a Sabrina.

Agora me deixo levar até as palavras que minha amiga tinha para mim falar e percebi que poderia ter deixado que ela falasse, pego meu celular para entrar em contato com ela e só então percebo que estou sem sinal, provavelmente seja isso que ela queria me informar, melhor não quero ser incomodada por ninguém, não quero ser motivo de piedade das pessoas.

Deito na cama e deixo meus olhos se fecharem, me permitindo dormir e esquecer o dia de hoje.

Acordo um tempo depois com um cheiro de café, levanto com um pesamento, a Sabrina deve ter vindo para cá. Ela é uma amiga maravilhosa.

Desço imediatamente em direção à cozinha e paro quando me deparo com um peitoral malhado fazendo a janta, engulo e seco a minha garganta, incapaz de acreditar no que estou vendo. O homem à minha frente não é Sabrina, mas sim Lucas, o irmão dela.

- Camilly! - ele exclama, surpreso ao me ver. - Eu não esperava encontrar você aqui.

- Lucas... - minha voz sai em um sussurro, ainda tentando processar a situação.

Ele se aproxima de mim, com um olhar preocupado.

- Sabrina me contou o que aconteceu. Sinto muito, Camilly. Eu não consigo nem imaginar o que você está passando.

Eu me permito chorar novamente, sentindo o peso da traição e da dor em meu coração.

- Eu não sei o que fazer, Lucas. Meu mundo desabou. Eu amava o Fred, confiava nele... e agora tudo acabou.

Lucas me envolve em um abraço caloroso, oferecendo conforto em meio à minha dor.

- Eu estou aqui por você, Camilly. Você não está sozinha. Vamos passar por isso juntos.

Nos braços do Lucas me permito chorar mais uma vez por tudo que estou passando.

- Ei, não chora, ele não merece suas lágrimas - ele fala enxugando minhas lágrimas que insistem em cair. - Tira esses dias para descansar e esquecer tudo que você passou.

- Obrigada, Lucas. Sua presença significa muito para mim - digo, tentando controlar as lágrimas.

- Ele me olha com ternura e segura minhas mãos.

- Camilly, você é uma mulher forte e corajosa. Não deixe essa traição definir quem você é. Você merece alguém que te ame e te respeite de verdade. Estou aqui para te apoiar em tudo o que precisar.

Sinto um misto de gratidão e esperança se acendendo dentro de mim. Talvez, em meio a tanta dor, eu tenha encontrado uma nova perspectiva de vida, mas, ao mesmo tempo, sinto que o Lucas sofre por algo, porem não me intrometerei em sua vida. Quando ele se sentir preparado, ele vai se abrir comigo, por mais que ele tente me passar confiança sinto uma dor em seus olhos.

À medida que Lucas me segura em seus braços, sinto uma conexão profunda entre nós. A dor que ambos compartilhamos nos une de uma maneira única, mas algo em Lucas parece diferente. Seus olhos, uma vez cheios de alegria e brilho, agora parecem carregar um peso invisível.

- Lucas, eu quero que saiba que estou aqui para você também. Se precisar conversar ou desabafar, estou pronta para te ouvir - digo com sinceridade, tentando transmitir meu apoio.

Ele sorri tristemente e afasta um pouco o olhar.

- Obrigado, Camilly. Eu realmente aprecio sua oferta, mas há coisas que eu preciso lidar sozinho. É difícil explicar, mas eu estou passando por algumas mudanças em minha vida e... bem, é complicado.

Uma sensação de desconforto se instala em meu peito. Eu quero ajudá-lo, estar ao seu lado como ele esteve ao meu, mas entendo que cada um tem seu próprio processo de cura.

- Eu entendo, Lucas. Saiba que estou aqui quando você precisar. Não importa o que aconteça, nossa amizade é importante para mim.

Ele assente, a gratidão brilhando em seus olhos por um instante antes de se dissipar novamente.

Enquanto passamos os dias na casa da colina, compartilhamos momentos de silêncio e reflexão. Eu tento respeitar o espaço de Lucas, mas, ao mesmo tempo, minha preocupação com ele cresce a cada dia. Eu me pergunto o que o levou a mudar, o que está pesando em seu coração.

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