⸻ Espere um pouco. Tia Célia se exalta. ⸻ Você que paga o apartamento? Meneio a cabeça confirmando. Ela olha para Marisa e para o Bruno, fico sem entender.
⸻ Isso é invenção dela para não dizer que mora de graça. Bruno não me defende, ouve sua mãe falar um absurdo desse e não diz nada. Célia balança a cabeça de um lado para o outro. Por dentro estou a ponto de explodir.
⸻ Acho melhor mudarmos de assunto. Bruno diz, se levanta e leva a garrafa de refrigerante para a geladeira, explodo.
⸻ Bruno, moro de graça? Adiei meu sonho para que você não precisasse parar de estudar e sua mãe diz isso e você não diz nada. Marisa, um pouco mais que a metade do meu salário vai nesse apartamento, é injusto você dizer isso. Digo expressando toda minha indignação.
⸻ Ana, Marisa está err
ANAAcordo com meu celular vibrando debaixo de mim, por pouco quebrou, peguei no sono e não o coloquei sobre a mesinha de centro. Sento-me e o pego, com a vista embaçada, é a Rose.⸻ Boa noite! Digo sonolenta.⸻ Você foi para a casa dos seus pais e nem me avisou? Fico sem entender nada.⸻ Como assim na casa dos meus pais?⸻ Liguei para seu celular e você não atendeu, então entrei em contato com o Bruno que disse que você foi para Moreré. Só de ouvir o nome do Bruno me dá náusea, ainda não consigo acreditar que ele tem me enganado desde quando fizemos o financiamento do apartamento, o pior de tudo é que não tenho direito a nada, vou ter que recomeçar do zero. Sem casa para morar, sem móveis, sem dinheiro. Ainda tenho que pensar como e quando contar para meus pais.⸻ Ana, está me ouvindo?⸻ Estou na casa da
HECTORCorro pela praia atraindo alguns olhares, sei que chamo atenção de algumas mulheres que gostam de um negão malhado como eu. Apesar de ter ido ao clube ontem e de ter tido uma boa sessão com uma bottom experiente, não me senti satisfeito, ultimamente sempre ao fim de uma dominação, me sinto incompleto, por isso tenho evitado o clube, fui por insistência do César que usou como pretexto que queria falar comigo.Caminho até meu prédio e em vez de ir para meu apartamento, vou para academia. Pego em meu armário minhas luvas de boxe, as visto e desfiro alguns socos no saco de pancada, ainda bem que a academia está praticamente vazia, há apenas um casal fazendo esteira. Meus pensamentos me levam a Ana, impossível esquecer o dia em que nos vimos a primeira vez, a forma com que ela me olhou me deixa excitado sempre que me lembro. Sua reação corporal foi
HECTORAdentro as portas do edifício comercial onde trabalho arquitetando em minha mente uma forma de descobrir mais sobre a Ana. Se eu fosse agir impulsivamente, para obter rapidamente informações contrataria um detetive particular. Usei esse tipo de serviço algumas vezesnos negócios, porém, esse não é o caso. Isso não se trata de um jogo onde tem um vencedor, se meus sentimentos em relação a ela se confirmarem e Ana for a bottom que procuro, nós dois ganharemos.Não quero agir como se ela fosse uma pessoa fora da lei, como se eu fosse um louco de um psicopata ou um mafioso. Se um dia ela for minha, quero ter o prazer de aos poucos desvendar não só seu corpo, como também seus segredos mais íntimos. Quero que ela me conte de livre e espontânea vontade sobre sua vida como um todo. Infância, sobre seus pais e sobre sua vida conj
ANAFiquei praticamente o domingo inteiro, jogada sobre o sofá, comendo besteiras e assistindo tv. À tardinha minha tia Sônia me ligou, queria saber se estava tudo bem e disse que não para eu me preocupar com as contas, meu tio paga tudo com débito automático. Para eu, foi uma boa notícia, precisarei de dinheiro para dar de depósito em um lugar para mim, não posso ficar dependendo do favor deles, muito menos voltar para Moreré. Por mais que ame e sinta falta do meu paraíso, meu lugar, ao menos por enquanto não é mais na ilha. De qualquer forma na próxima semana vou para casa, meus pais precisam estar a par de tudo que está acontecendo.Bruno não me ligou, não que quisesse, mas, isso demostraria um pouco de preocupação comigo, um mínimo que seja de arrependimento. O interfone soa me salvando de me afundar mais uma vez na minha tris
ANAO restaurante que Suzana indicou é um pouco mais caro, mas a essa hora os demais estão com todos os lugares ocupados. Rose disse que almoçou algumas vezes aqui com o senhor Brolin, pelos homens de ternos espalhados por todo o espaço, notasse que seu público principal, são os executivos.Pedimos nosso almoço, assim que o garçom se retira, digo.⸻ O Bruno, estava no restaurante com a ruiva, e os dois, sorrio sarcasticamente, ⸻ me pareceram bem íntimos.⸻ Filho da puta! Rose esbraveja chamando a atenção a nossa volta.⸻ Não contei por que te conheço, não vale a pena perder nosso tempo com uma pessoa como ele.⸻ Se eu soubesse teria ido até a sua mesa e despejado o conteúdo que ele estivesse bebendo em sua cabeça. Sorrio. O pior que acredito que ela faria isso, ou coisa pior. Bruno me magoou e decepcionou de uma tal forma,
ANAPedi ao Hector que me esperasse no carro, muito contragosto ele concordou, disse-me que meia hora é tempo suficiente para que eu pegue minhas coisas e converse com o Bruno, caso em meia hora não voltasse ele subiria. Receosa lhe dei o número do apartamento. O jeito com que ele me protege faz com que eu sinta mais do que gratidão, é algo que sempre quis, precisava disso.A cada passo que dou e a cada degrau que subo, meu coração acelera mais um pouco. Estar de volta nesse apartamento onde vivi por três anos, onde para mim eu viveria o meu para sempre, me traz um pesar muito grande. Lembro das palavras duras e, ao mesmo tempo carinhosa do meu pai no dia em que disse que não retornaria para Moreré, que iria morar com o Bruno. Meu pai sabia mais do que eu que o Bruno não era o tipo de homem que eu precisava, não que ele soubesse que o Bruno era mau-caráter, pelo contrário
ANAColoco no GPS do carro do Hector o endereço da casa da minha tia, onde estou morando provisoriamente. Por falar em carro, o ladrão de mulheres burras, nesse caso a burra sou eu. Amaria esse carro, ele é lindo, seus assentos são de couro, o painel todo iluminado e uma tecnologia que não costumamos ver nos carros dos mortais. Quando elogiei o carro Hector disse que é um Audi A5 Prestige 2.0 TFSI, pelo nome, beleza e tecnologia deve ser caro. Não entendo nada de carro, mas me coloca em um barco, a neguinha aqui arrasa.Menos Ana, bem menos.Durante o percurso Hector me pediu que eu falasse sobre onde nasci, falar de Moreré para mim, é muito fácil, amo falar sobre a ilha, sobre sua beleza exuberante e de tudo que envolve meu lugar, meu paraíso. Com o culhudeiro, quase não falava sobre. Ele dizia que eu tinha que esquecer e me concentrar na cidade grande, lógico qu
ANA⸻ Vamos terminar de comer antes que esfrie, massa fria é horrível. Digo para que a tensão sexual se dissipe. Hector retira sua mão e se senta, já que precisou ficar em pé para que seu braço me alcançasse do outro lado da ilha. Ele se senta e come em silêncio, olho para a taça de vinho e penso em experimentar, o ladrão de mulheres indefesas e burras, me apresentou a cerveja, diversas marcas até que tivesse uma que eu gostasse. Para ser sincera, bebia fazer parte de algo que ele gostava. Nunca me acostumei com o gosto amargo.⸻ Vou beber em sua homenagem. Digo ao Hector, que me olha como não estivesse entendendo, sorrio para ele e explico.⸻ Para te fazer companhia, como agradecimento a tudo que você fez por mim.⸻ Se é assim. Ele levanta a taça dele e encosta na minha, um brinde. Levo-a minha boca e sorvo um pequeno gole do conte&uacu