Valdir
Estar aqui dentro de um elevador com essa mulher é muito mais difícil do que poderia ser, mas vale a pena, o meio justifica o fim, segundo os meus cálculos esse meu sacrifício será recompensado no final.
- Está calor aqui, né? - ela comenta se abandando com as mãos.
- Nossa, pra mim o clima está agradável, mas não se preocupe, olha, que vamos sair - pisco para ela quando a porta do elevador se abre.
Levo a minha mão até a costa dela e a envolvo para que se sinta segura, pigarreio para espantar os pensamentos impróprios e a vontade de descer um pouco mais o meu braço e tocar as nádegas dela.
Poucas pessoas estão na agência nesse horário, ainda assim estão aqui, entretanto agora eu sou o chefe desse lugar, os líderes me encarregaram de gerenciar tudo então eu acho que ninguém vai se impor ao que eu faço, desde que não prejudique a ASI.
Lev
FeliciaQuando Valdir virou a esquina e se foi eu aproveitei para dar meia volta e pegar um táxi para ir pra casa, a Ju está no trabalho dela e por isso nem mesmo entrei para dentro da porta da casa dela, apenas fingi que o faria. Que noite!Eu já me sentia mal antes de tudo o que eu vi hoje, me sentia usada de todas as formas... agora eu me sinto traída.Como o Valdir tem coragem de abrir o mundo sigiloso dele para uma completa desconhecida quando mentiu sobre tudo para mim? Isso só me faz ter mais certeza ainda de que tudo nele foi falso, eu realmente não passei de um trabalho, uma missão que ele completou muito bem.Quando cheguei no portão de casa os seguranças não me reconheceram, precisei tirar a peruca e dar uns xingos neles para que me reconhecessem.— Filha, você foi à outra desta que precisava se fantasiar? — minha mãe perguntou quando me viu chegando pra dentro
FeliciaOuço vozes desconhecidas ao longe, mas não entendo nada do que dizem, desperto abrindo os olhos lentamente tentando entender onde estou e o que está acontecendo. Estou em um hospital, deitada em uma cama tomando soro.— Oi? — chamo, mas a minha voz saiu muito fraca.— Ah, olá querida, você acordou!?— O que aconteceu? Onde ele está? O que ele fez fez com os meus pais? Preciso chamar a polícia! — me sento na cama, estou desesperada tentando tirar a agulha da minha mão pra poder sair daqui o mais rápido possível.— Calma... deite-se e se acalme, do que você está falando? Vou chamar a doutora — respirei fundo e me deitei novamente.Preciso manter a calma e não surtar, afinal, ninguém dá ouvidos para uma mulher louca.— Chame o doutor, desculpa, eu só estava confusa, onde está o meu pai ou a minha mãe? O que eu estou fazendo aqui?
ValdirFui na casa da Felicia com a autorização do senhor Ricardo para novamente tentar falar com ela, e desta vez eu tinha fortes argumentos e ela não teria como negar ou me afastar sem me ouvir com calma, pena que assim que me viu ela perdeu os sentidos e precisou ser hospitalizada.Infelizmente optei por deixar a Felicia aos cuidados dos pais dela e fui pra casa, sei que no momento ela iria preferir assim. Liguei para ter notícias e fiquei muito aliviado ao saber que ela está bem, foi apenas uma queda de pressão, só fará alguns exames que o médico pediu por pura precaução e amanhã provavelmente já estará em casa e então poderei falar com ela.(...)O dia mal amanheceu e eu já estou em pé, a noite foi muito mal dormida, os episódios da noite anterior do início ao fim não deixavam a minha mente desligar.Novamente liguei para o senhor Ricardo e ele me assegurou de que
ValdirApertei a campainha diversas vezes em menos de um segundo, a ansiedade pra desmascarar esse teatrinho corre a mil por hora dentro de mim.A porta gigante se abre à minha frente e uma moça vestindo um avental azul me atende.— Olá, eu vim visitar o meu tio, será que pode abrir mais a porta para que eu possa entrar?— M-mas e-eu não estava te esperando...— Com licença, não tenho tempo para isso — digo empurrando a porta para conseguir entrar, a moça se afastou preocupada.Eu não consigo acreditar como eu fui tão tolo ao ponto de ter sigo guiado igual um bonequinho de fantoche.— Senhor, o meu patrão não está, sente-se que eu vou chamar a minha patroa, por favor sente-se e não toque em nada.— Isso, vá chamar a minha tia, tenho assuntos para tratar com ela, e por gentileza, se não for abusar de você, traga um
FeliciaTudo está certo com o meu bebê, graças a Deus o meu anjinho está sendo gerado em segurança... agora percebo o quanto ele estava frágil e indefeso dentro de mim sem que eu soubesse da sua existência, eu tive várias pistas que poderiam me fazer suspeitar de algo, mas sinceramente nunca passou pela minha cabeça... De qualquer forma eu estava certo quanto a uma coisa: tudo o que aconteceu entre o Valdir e eu foi coisa do destino, porque esse bebê dentro de mim não é um erro, é algo planejado por Deus para me fazer sentir o maior amor do mundo quando eu estou me sentindo totalmente fracassada em relação aos meus desastrosos relacionamentos, esse bebê veio para me fazer companhia e me mostrar que eu consigo.Deitei-me na minha cama, já estou em casa, acariciou a minha barriga mesmo que ainda esteja cedo demais para aparecer algum volume, o fato é que eu o sinto aqui, até parece mágica! Sinto o calor do meu bebê qu
FeliciaSabe quando você tem um pesadelo horrível, que te faz sofrer de verdade, sentir na pele o medo e o horror que te faz acordar assustada, mas quando percebe que tudo não passou de um sonho você se sente extremamente aliviada? É esse sentimento de alívio que eu estou sentindo nesse exato momento em que o Valdir está me encarando enquanto segura o meu rosto com as mãos.— Felicia, isso significa que você me entende e me perdoa?— Eu... não sei, não estou entendendo o que está acontecendo...— Qual parte exatamente você não entendeu ainda, minha linda? A parte que eu te amo ou a parte que você não consegue viver sem me ter em sua vida?— Pois saiba que eu estava muito bem.— Então quem era a Franciane?— Eu só queria saber mais de você...— Eu sei, eu entendo que você foi muito machucada e que não teve muitas razões para acred
VALDIREntro no estabelecimento carregando uma maleta contendo uma pasta verde, vestindo o meu mais novo e muito bem cortado terno.- Agente Federal Juliano Holtz. - Mostro a minha falsa carteira de agente. A secretária segurou na mão por alguns instantes e depois me devolveu.- Pois não, agente, em que posso ser útil? - A moça me sorriu sedutora.Dou uma olhada para os lado e dou graças por não ter pessoas no local, sorrio para a secretária e digo:- Quero uma reunião com seu chefe, agora. - Falo firme.- Aguarde alguns minutinhos agente, irei informar a sua presença. - Ela pega o telefone para ligar, mas, eu cuidei para que não funcionasse. - Espere-me aqui por gentileza agente.A secretária foi em direção ao corredor que a levaria ao escritório principal.Dou mais algumas olhadas ao redor e para a minha satisfação ainda não tem ninguém. Entro rap
Felícia- Nunca me falou deste tal amigo, por que eu tenho que fazer companhia a ele? - Questiono meu marido que ajeita a gravata em sua camisa social.Gosto muito de quando ele viaja, assim eu posso ser feliz por alguns dias.- E quando que eu lhe dou satisfações das pessoas que eu conheço ou deixo de conhecer? Apenas faça ele se sentir em casa, creio que ele irá se instalar em algum hotel, mas quero que você insista para que ele fique aqui em casa, estou sendo claro? Ele é muito importante pra mim e eu lamento não poder recebê-lo pessoalmente, mas voltarei logo, enquanto isso trate o bem, entendeu? - Lucas me lançou um olhar daqueles que ele olha quando está me ameaçando, tudo tem que ser na base de ameaça para este endiabrado?Eu o odeio!- Sim, quando você volta? - Eu não quero ficar fazendo sala para uma pessoa que eu nem ao menos conheço, e amigo de meu marido ainda por cima, com certeza