UM CORPO INFERNAL

O jantar correu tranquilo para os demais presentes, mas Saymon, como sempre, investigava à espreita cada um de seus inimigos e passou a incluir a mãe na lista negra e interminável. Após ver a mesma conversando quase ao mesmo momento com alguém, percebera que, talvez, ela não fosse exatamente aquilo que apresentava à mesa: leiga e complacente.

Os assuntos conversados não tratavam de algo nada alarmante, apenas requisitos básicos para os quais Saymon foi surdo, cego e mudo. Sua ausência nos mesmos fez Angelina declamar:

— Está tudo bem com você, filho?

Saymon pressionava um garfo na mão. Seus olhos raivosos recaíram sobre ela, mas um sorriso quente a fez desmoronar.

— Sim. Acho que apenas uma leve dor de cabeça.

Andrew ergueu uma sobrancelha, curioso.

— Se não quiser ficar na mesa, talvez possa se recolher. Eu acompanho se quiser!

— Tudo bem. Eu aceito sua companhia.

Saymon limpou os lábios e levantou sendo acompanhado por Andrew, com um sorriso discreto. Era o momento de fazer valer o
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