POV: CALLIESuas palavras intensas me atingiram desprevenida, um choque percorreu meu corpo, como se eu estivesse esperando por elas a vida toda. Lágrimas rolaram, controlar meu dom para ser seus olhos?— O que isso significa? — Indaguei, ainda perdida, receosa sobre o impacto de uma promessa, o peso e valor que isso teria. Poderia eu confiar no Alfa para ser meus olhos? Ou seria eu apenas uma presa usada para caçada pelos lobos?— Exatamente o que a frase diz, lobinha. Preveja o futuro para mim, seja minha visão, deixando-me alguns passos à frente dos meus inimigos, e eu garantirei que você veja o presente sem perder nenhum detalhe. — Rosnou ele, esfregando o nariz no meu, puxando meu corpo para levantar-me. — Deixe-me te mostrar!— Para onde vamos? — Soltei suas mãos, cedendo alguns passos.— Você ainda tem medo de mim! — Afirmou o Alfa com um leve rosnado. — Já deixei claro que se quisesse matá-la ou fazer mal, a teria feito sucumbir no dia da invasão.Cheirei em sua direção, camin
Acompanhados pelo som suave do vento e o cheiro fresco da natureza, compartilhávamos aquele momento especial, onde ele trazia a beleza do mundo de formas que eu podia apreciar de maneiras diferentes, mas igualmente intensas. Aaron continuava a descrever cada nuance do pôr do sol, garantindo a descrição de cada detalhe. Mesmo sem enxergar, toda a magia e grandiosidade daquele momento estavam sendo únicas.— Isto é realmente belo... — Sussurrei, bebendo um pouco mais.— Realmente é belo. — Aaron pousou o dedo em meu queixo, virando-me em sua direção e tomando meus lábios em um beijo suave, porém dominante. — Hunf, você está mais doce.— Esta sensação é agradável. — Sorri, ainda próxima à sua boca. — Obrigada, Alfa.— Você agradece e se desculpa demais. — Rosnou ele, massageando minha nuca. — Ninguém deveria ser privado do básico na vida.— Então, em sua alcateia não há recriminações? — Mordi os lábios nervosa. — Lobos fracos como eu têm lugar?— Gostando ou não, Callie, você é filha de
POV: AARONRetornamos lentamente das montanhas, enquanto Callie explorava o ambiente, estendendo as mãos para o céu e brincando com a brisa fria que soprava contra seus dedos.— Lobinha, se você se concentrasse no futuro, conseguiria ter alguma visão? — perguntei, admirando sua inocência.— Nunca tentei, — respondeu, abaixando as mãos e segurando uma na outra, apertando sutilmente.— Por que não? — perguntei curioso, parando quando ela trombou contra meu corpo. Agarrei sua cintura, sentindo faíscas percorrerem nossos corpos. A intensidade do momento era estranha.— Perdoe-me, Alfa, — disse Callie, envergonhada, abaixando a cabeça. Rosnei, erguendo seu queixo.— Me responda! — ordenei, roçando nossos lábios, provocando um leve gemido dela.— Estava concentrada apenas em sobreviver. O dia seguinte tendia a ser pior que o anterior. Nunca houve uma motivação boa para me esforçar em ver algo. Além do mais... — Ela deu alguns passos para trás, afastando-se. Franzi o cenho, encarando-a. — Nã
— Não o machuque, eu aceito as punições em seu lugar! — Ela se apressou em dizer, segurando minhas mãos com desespero.— Não machucar quem? — Senti a ira tomar conta de mim. — Seu noivo?Ela negou com a cabeça.— Um amigo, o único que já tive... — Suspirou, triste. — Eu nem sei se ele está vivo depois do ataque.— Qual é o nome dele? — Rosnei, enfurecido, tomado por um sentimento estranho e dominante.— Orion... — Callie falou vacilante. — Eu o alertei sobre o ataque, pedi para que fugisse e ficasse em segurança.— Que tipo de lobo covarde foge, deixando sua alcateia sendo atacada? — Apertei sutilmente seus ombros.— Ele era apenas um ômega. Não é como se pudesse ajudar muito. — Ela gemeu, e eu a soltei, suspirando. — Por que está tão nervoso? Eu não sabia o que aconteceria com ele. Os mais fracos são os primeiros a serem mortos ou torturados.— Por que se preocupava com um inseto como um ômega? — Rosnei, sentindo meu lobo feroz agitado. — Gostava dele?— Não estou te entendendo... Cl
— Nicoly? — Ela torceu as mãos nervosa.— Você sempre foge das minhas perguntas. — Rosnei baixo em sua direção, sentindo seu corpo vibrar. Minha mente projetava diversas malícias com essa loba inocente.— Não estou fugindo, meu alfa... — Mordendo os lábios, ela enrolava as mechas nos dedos nervosa. — A única pessoa que lia para mim era a minha mãe, sua vida foi ceifada quando eu ainda era bem jovem. Não tivemos essa conversa sobre romances... E, dado ao meu estado, não é como se eu fosse viver algo tão lindo assim!Ponderei, avaliando sua postura. Meu lobo rugia em meu peito contestante, mas a lógica pairava em minha mente. Era um fato: Callie, por ser cega, era considerada inapta como loba. Não havia serventia dentro da alcateia, ao menos não que os lobos soubessem. Entretanto, avaliando os últimos acontecimentos, eu sabia que, se conseguisse controlar seu poder, ela seria um triunfo e tanto em minhas garras.— Os planos da Deusa são misteriosos, Lobinha. Você não sabe o que ela tem
Transformei diante dela, ficando completamente nu, e agarrei seu pulso, lambendo as pontas dos dedos.— Morrendo! — Rosnei provocador, fazendo-a rir.— Sempre galanteador. — Brincou ela, depositando um beijo suave em minha bochecha. — Seu cheiro mudou.— Mudou, é? — Arqueei uma sobrancelha intrigado.Inalando meu pescoço, ela sorriu.— Ah sim, vejo que a Deusa vem trabalhando em seu coração. — Yulli sorriu animada, abraçando-me. — Fico feliz que toda essa guerra não esteja escurecendo sua alma.— Por que vocês bruxas falam em enigmas? É algum código pré-determinado? — Rosnei impaciente, fazendo-a gargalhar.— A impaciência lupina também é uma predeterminação para ser lobo? — Sorrindo alegre, Yulli abriu caminho por entre as flores, guiando-me para dentro. — Diga-me, Alfa Supremo, a que devo a honra de sua visita em minha humilde residência?— Os tempos mudaram, Yulli. Por que você não vive na cidade junto com as outras bruxas? Estaria mais protegida. — Olhei de soslaio, dentando em fr
POV: CALLIESeguia pela manhã como sombra do Alfa, gerindo algumas informações de combate conforme ele solicitava, tentava concentrar a minha mente em conseguir visões ou sinais de algum perigo em cada ação tomada pelo Lycan. Mas fui proibida de expressar meus pensamentos em voz alto, era o nosso segredo, um deles!Ficava a noite presa em seus aposentos sem acesso à casa, me sentia mais segura desta forma. Era reconfortante dormir em seus braços e ser tomada por seus toques gentis à noite. O problema era que minha loba e eu estávamos com o coração envolvido demais. A única prejudicada nesta história toda seria nós! Caminhei de um lado para o outro nervosa, pensando no que poderia fazer, quando um breve pensamento permeou minha mente: Haveria a possibilidade do Alfa me amar?Neguei com a cabeça diante da minha ingenuidade. Precisava ser tratada como uma prisioneira real ou, ao menos, me afastar. Pela primeira vez, pediria isto ao rei Lycan: que me permitisse ter meu próprio quarto, lon
— Eu não sei do que está falando, por favor, Alfa... Me explique! — Supliquei, levando a mão até seus cabelos e deslizando até sua face. — Você está fedendo a Esmeralda!Falei chocada, tentando me afastar, porém, ele me prendia com força.— Ela tinha razão, você consegue usar magia de manipulação... Agora está tudo claro! — Brandou o rei Lycan, soltando meu rosto e agarrando meu cotovelo. — Guarda, leve-a daqui, prenda-a na solitária, ninguém encosta na minha presa!Ele rugiu, me apavorando, fortes tremores se apossaram do meu corpo, caindo de joelhos e me arrastando até o seu aroma amadeirado, grudando suas pernas.— Alfa, por favor, por favor, não faça isso... Por favor, eu não fiz NADA! — Berrei em desespero.— Tirem-na daqui! — Rosnou o Alfa, puxando as pernas. — Vai se arrepender de ter me manipulado.— Você prometeu, tínhamos um acordo... Cumpra a sua parte, acabe logo comigo! — Gritei, conseguindo me soltar do lobo que me agarrava. — Me mate, mas não me faça mais viver como uma