POV: DANTECallie passava por nós com o rabinho entre as pernas, só de imaginar que teria que marcá-la como minha Luna, causava-me ânsia. Tudo nesta loba deficiente me enojava; era falha, incompleta, não prestava nem para mutar em sua forma humana. Se ao menos ela fosse menos repulsiva do que sua forma lupina, quem sabe poderia ser aproveitada de alguma forma.Ninguém compreendia por que o Alfa a mantinha viva. Porém, um dia, em nossa caçada, Hunter deixou claro que, apesar da insignificância da filha, ela vinha de uma linhagem diferente e rara. Talvez, com o tempo, haveria o despertar de seus poderes, o que seria benéfico ao nosso novo Deus e nos colocaria à frente de nossos inimigos.Aquilo nunca fez sentido para mim, entretanto, comecei a reparar nas formas como ela reagia quando a caçávamos. Callie parecia saber exatamente para onde ir, quando desviar e o que estava por vir. Tudo foi confirmado naquela maldita noite. Vi o inútil do ômega agitado saindo de sua cela, o segui e o vi
— Estou pedindo para ser sábio e paciente. — Respondeu Jaxon, olhando para o corpo mole em minhas mãos. — E ele?— Este ômega sabia do ataque antes dele acontecer, eu quero saber como! — Ergui Orion, com o corpo mole. — Mas acho que o quebrei. Joguei no chão quando ele gemeu, sorri, arrastando.— Beta, há um vilarejo escondido abaixo do riacho, conhecido por poucos da nossa alcateia... Me encontre lá em alguns dias, quero saber exatamente que plano é este. — Notei que o ômega estava deixando um rastro de sangue no chão, o ergui, parando para medir o lobo que me olhava com um brilho estranho no olhar. — A fêmea Esmeralda, mantenha em segurança ou você pagará o preço!— Achei que sua companheira se chamava, como era mesmo o nome, Callie? — Riu ele friamente.— Esta loba amaldiçoada era apenas o encosto que eu precisava para alcançar meu objetivo como alfa..., Mas já que isso não será mais necessário, mate-a por mim! — Sorri maligno.Desde então, estive em contato com o Beta, Esmeralda e
POV: CALLIECaminhava por um gramado bem verde, com diversos aromas prazerosos de flores mistas, o sol tocava minha pele com delicadeza em uma carícia suave. Fechei os olhos, erguendo o queixo para o céu, sentindo-me revigorada. Risadas de crianças chamaram minha atenção e me aproximei, vendo dois filhotes de lobo machos brincando de morder, saltando um sobre o outro, enquanto a lobinha se escondia na grama alta, preparando-se para pegá-los de surpresa.Assim que ela saltou sobre eles, ambos gritaram assustados, iniciando uma brincadeira. Vi um homem atravessar meu campo de visão, colocando duas crianças embaixo de seus braços, enquanto uma bela mulher passava por mim e amparava a menina em um abraço.— Você sabe que não deve assustar seus irmãos! — Repreendeu ela de forma amorosa.— Mãe... Eles só sabem brincar, como vão se proteger ou nos proteger assim? — Contestou a menina, manhosa.— Ela tem um ponto! — Rosnou o homem alto e forte, sorrindo orgulhoso. — Venham cá, pestinhas, você
— Temos um sangue tão antigo assim? — Ele se levantou rindo, encarando seu pai.— Há décadas, a Deusa concede parte de seus poderes para nós, alfas supremos, confiando em nosso discernimento para gerir, prover, guiar, defender e proteger seu povo. Mas além disso... — Dizia o antigo alfa ao seu filho.— E eu achando a lista longa! — Revirou os olhos o jovem lobo.— É importante, Aaron! — Rosnou em repreensão, chamando sua atenção. — Como futuro Alfa Supremo, você deve ter isso em mente. Você será a linha de equilíbrio nas alcateias, a ordem suprema. Se uma alcateia falhar, significa que você também está falhando!— Mas um alfa não rege apenas uma alcateia? — Intrigado, o jovem Aaron se sentou ao lado do pai, se aproximando ainda mais.— A palavra “supremo” deixa claro, meu filho. Todos respondem a você e à sua ordem, mesmo sendo líderes de suas alcateias. — Zephyr deu de ombros, provocando o filho. — Não se preocupe, eu vou treiná-lo para ser um líder melhor do que eu!— Impossível, pa
POV: CALLIESuas palavras intensas me atingiram desprevenida, um choque percorreu meu corpo, como se eu estivesse esperando por elas a vida toda. Lágrimas rolaram, controlar meu dom para ser seus olhos?— O que isso significa? — Indaguei, ainda perdida, receosa sobre o impacto de uma promessa, o peso e valor que isso teria. Poderia eu confiar no Alfa para ser meus olhos? Ou seria eu apenas uma presa usada para caçada pelos lobos?— Exatamente o que a frase diz, lobinha. Preveja o futuro para mim, seja minha visão, deixando-me alguns passos à frente dos meus inimigos, e eu garantirei que você veja o presente sem perder nenhum detalhe. — Rosnou ele, esfregando o nariz no meu, puxando meu corpo para levantar-me. — Deixe-me te mostrar!— Para onde vamos? — Soltei suas mãos, cedendo alguns passos.— Você ainda tem medo de mim! — Afirmou o Alfa com um leve rosnado. — Já deixei claro que se quisesse matá-la ou fazer mal, a teria feito sucumbir no dia da invasão.Cheirei em sua direção, camin
Acompanhados pelo som suave do vento e o cheiro fresco da natureza, compartilhávamos aquele momento especial, onde ele trazia a beleza do mundo de formas que eu podia apreciar de maneiras diferentes, mas igualmente intensas. Aaron continuava a descrever cada nuance do pôr do sol, garantindo a descrição de cada detalhe. Mesmo sem enxergar, toda a magia e grandiosidade daquele momento estavam sendo únicas.— Isto é realmente belo... — Sussurrei, bebendo um pouco mais.— Realmente é belo. — Aaron pousou o dedo em meu queixo, virando-me em sua direção e tomando meus lábios em um beijo suave, porém dominante. — Hunf, você está mais doce.— Esta sensação é agradável. — Sorri, ainda próxima à sua boca. — Obrigada, Alfa.— Você agradece e se desculpa demais. — Rosnou ele, massageando minha nuca. — Ninguém deveria ser privado do básico na vida.— Então, em sua alcateia não há recriminações? — Mordi os lábios nervosa. — Lobos fracos como eu têm lugar?— Gostando ou não, Callie, você é filha de
POV: AARONRetornamos lentamente das montanhas, enquanto Callie explorava o ambiente, estendendo as mãos para o céu e brincando com a brisa fria que soprava contra seus dedos.— Lobinha, se você se concentrasse no futuro, conseguiria ter alguma visão? — perguntei, admirando sua inocência.— Nunca tentei, — respondeu, abaixando as mãos e segurando uma na outra, apertando sutilmente.— Por que não? — perguntei curioso, parando quando ela trombou contra meu corpo. Agarrei sua cintura, sentindo faíscas percorrerem nossos corpos. A intensidade do momento era estranha.— Perdoe-me, Alfa, — disse Callie, envergonhada, abaixando a cabeça. Rosnei, erguendo seu queixo.— Me responda! — ordenei, roçando nossos lábios, provocando um leve gemido dela.— Estava concentrada apenas em sobreviver. O dia seguinte tendia a ser pior que o anterior. Nunca houve uma motivação boa para me esforçar em ver algo. Além do mais... — Ela deu alguns passos para trás, afastando-se. Franzi o cenho, encarando-a. — Nã
— Não o machuque, eu aceito as punições em seu lugar! — Ela se apressou em dizer, segurando minhas mãos com desespero.— Não machucar quem? — Senti a ira tomar conta de mim. — Seu noivo?Ela negou com a cabeça.— Um amigo, o único que já tive... — Suspirou, triste. — Eu nem sei se ele está vivo depois do ataque.— Qual é o nome dele? — Rosnei, enfurecido, tomado por um sentimento estranho e dominante.— Orion... — Callie falou vacilante. — Eu o alertei sobre o ataque, pedi para que fugisse e ficasse em segurança.— Que tipo de lobo covarde foge, deixando sua alcateia sendo atacada? — Apertei sutilmente seus ombros.— Ele era apenas um ômega. Não é como se pudesse ajudar muito. — Ela gemeu, e eu a soltei, suspirando. — Por que está tão nervoso? Eu não sabia o que aconteceria com ele. Os mais fracos são os primeiros a serem mortos ou torturados.— Por que se preocupava com um inseto como um ômega? — Rosnei, sentindo meu lobo feroz agitado. — Gostava dele?— Não estou te entendendo... Cl