POV: CALLIE
— São todos fracos, cordeiros em pele de lobo. Deixe-me protegê-la, minha rainha. Ninguém nunca mais a irá ferir — dizia a deidade em uma voz distorcida.
— Toquem em minha Luna e conhecerão o verdadeiro significado de dor e tortura! — As ameaças do Rei Lycan soaram baixas, porém, frias e sombrias. Seu poder se emanava, sufocando o ar e dificultando a respiração até mesmo dos Alfas ao redor. — Fui marcado por nosso inimigo. Pretendem me sacrificar também?
Aaron, pelo som, parecia abrir os botões da camisa, revelando sua marca um pouco acima do ombro. Os murmúrios se instalaram novamente pelo salão em sussurros surpresos.
— Sou o único capaz de derrotar Nocturnus. Se querem a paz, precisam de nós! — Rosnou predatório o Lycan, sua forma lupina pare
POV: CALLIE*Ritual da Alma & Purificação Divina*A noite do ritual havia finalmente chegado. Fui conduzida pelas matriarcas da alcateia até o alto da montanha fria, onde as fontes termais nos aguardavam. As bruxas nos acompanhavam ao lado das lobas, pois homens não eram permitidos neste ritual que exigia pureza perante os céus. A atmosfera estava carregada, sinalizando a iminente chegada da Lua de Sangue no dia seguinte.— Como isso funciona mesmo? — indaguei a Yulli, que estava ao meu lado.— Bem, lançaremos encantamentos na fonte, e sua mente será levada para dentro de seu corpo, até as portas de sua alma. No seu caso, sendo híbrida, você possui dois fragmentos que se tornam um só: a Lupina e a bruxa — explicou ela com tranquilidade, pausando gentilmente para que eu pudesse absorver e compreender cada palavra. — Dent
POV: CALLIENeblina avermelhada deslizou pelos meus pés como se fossem correntes me puxando para dentro da porta, ao pisar no ambiente escuro, o ambiente mudou para runas antigas onde sussurros permeavam o ambiente, indicando a direção. Toquei na parede fria e úmida, onde lodo se acumulava deixando o cheiro do lugar insuportável, caminhei lentamente atenta, tentando apurar os ouvidos, quando captei passos correndo as minhas costas, formando sombras a parede e risadas frias.— Ora, ora, até que enfim veio me encontrar. — Disse a voz feminina em algum ponto desconhecido.— Eu sempre estive aqui. — Respondi, parando em frente a um caldeirão central, em volta havia uma mesa e estantes de livros, um cenário diferente do que imaginava. — O que aqui?— É onde está. — A voz dessa vez ressoou próxima ao meu ouvido, quando um corrente forte de vento me lançou contra a estante de livros batendo minhas costas com força, arfando-me. — Este lugar foi onde você me trancou durante anos!— Te tranquei
POV: CALLIEEmpurrei a porta rangente, que se abriu com um gemido baixo e prolongado. O interior da fauna gélida me recebeu com um ar pesado e cortante que queimava meus pulmões a cada respiração. Tremia a cada passo, sentindo o frio penetrar meus ossos. Rosnados intensos ecoavam à distância, ameaçando minha determinação. Continuei caminhando, temendo o confronto iminente com a fúria da minha loba interior.Enquanto avançava, pisei em uma poça de água fria, o que me fez franzir o cenho. Estava tão frio que a água deveria estar congelada. Olhei para baixo e vi meu reflexo distorcido. Metade do meu rosto estava transformado na forma lupina. Agachei-me, tocando a água, bagunçando a imagem. Ao levantar os olhos, encontrei uma loba imponente à minha frente.Ela tinha uma pelagem mesclada em tons de preto com pontas roxas e alguns pontos brancos e dourados que cintilavam, criando uma combinação única e majestosa. Suas presas proeminentes rosnavam ferozmente em minha direção, e seus olhos op
POV: CALLIEErgui-me rapidamente da fonte termal, ofegante. Cada músculo do meu corpo doía intensamente, mas uma sensação de poder percorria cada fibra. O cheiro dele me envolveu instantaneamente, dominando o ambiente. Podia sentir a tensão em seus músculos enquanto farejava, seguindo o rastro do seu aroma até o ponto onde era mais forte.— Alfa, achei que você não podia estar aqui — comentei, enquanto me ajudavam a sair da fonte.— E não deveria — respondeu Yulli, com um tom de bronca firme.— Não teria vindo se tivesse sido breve. Ela passou a noite inteira em teste! — rosnou o Lycan, sua áurea de descontentamento emanando no ar. — Ela estava sofrendo.— Grandão, é assim mesmo com os testes. Callie realizou dois, então é claro que iria demorar. A situação dela é atípica — explicou a feiticeira com um suspiro. — Tem sorte de ser o guerreiro escolhido da Deusa Lua, ou os ancestrais já teriam te lançado para fora da montanha!— Eles podiam tentar. — A voz trovejante do Lycan carregava
POV: KEENANNotei que todas as bruxas e lobas haviam descido da montanha, exceto pela encrenqueira da Yulli. Mordi o dedo, tentado, enquanto caminhava lentamente em direção à fonte, sorrateiro, com passos suaves.Me deparei com a maravilhosa vista de Yulli, nua, adentrando a fonte termal. Seus olhos estavam fechados e seu corpo relaxado, como se há tempos não tivesse descansado. Tirei minhas vestimentas silenciosamente, como um predador, e aproximei-me sem fazer barulho. Assustei-a quando sussurrei em seu ouvido:— Que bela vista. — Lambi a ponta de sua orelha, e seus olhos púrpuras se abriram, assustados, enquanto ela franzia o cenho.— O que faz aqui? — Ela cobriu os seios com os braços, afundando mais o corpo na água. — Para de ficar me olhando, vira para o outro lado!— Por que eu faria essa besteira? — provoquei, vendo seu rosto corar. — A verdadeira beleza do cenário está bem à minha frente.— Arrgh... Dá para você parar com isso? — Yulli virou de costas, afastando-se para outra
POV: CALLIE— Rigan? — falei surpresa, ao ver o enorme lobo preto com olhos vermelhos cintilantes, emanando uma áurea dominadora e assassina, em frente a Yulli e à feiticeira. Seus pelos eriçados e sua postura ameaçadora demonstravam prontidão para atacar a qualquer momento.— Você não vai machucá-las! — estrondoso, rosnou ele ferozmente, sua voz reverberando pelo ar como um trovão.— Você está protegendo as inimigas! — brandou Aaron, sua voz profunda e ressonante estremecendo tudo ao redor. O solo sob seus pés rachou com a força de sua fúria, pequenas pedras voando ao redor. — Está virando as coisas contra sua espécie e família, aliando-se aos inimigos.— Você está cego pelo ódio e pela guerra, pai — rosnou Rigan com as presas proeminentes, saliva escorrendo de seus dentes afiados. — Não posso permitir que as matem. Yulli é sua amiga, lembra? A lealdade dela nunca esteve em questão.Aaron, o grande Lycan, caminhava de um lado para o outro, seus passos pesados ressoando como trovões n
POV: YULLI— Oh, Callie, o que faz de pé? Você deveria estar descansando. — Sequei os olhos rapidamente, indo em sua direção.Estiquei as mãos, e Callie as apalpou antes de segurar firme. Conduzi-a para dentro do quarto, cuidadosa para que ela não batesse nos móveis, até as poltronas dispostas no canto, em frente à lareira, cuja luz tremeluzente iluminava suavemente o ambiente.— Por que estava chorando? O que houve? — perguntou ela diretamente ao se sentar, farejando o ar em minha direção. — Por que está tão triste?— Sabia que uma das coisas que mais odeio em vocês, lobos, são os sentidos apurados? Não dá para esconder nada. — Sorri, aceitando a derrota. — Não é nada, é a exaustão escorrendo pelos meus olhos.— E provocando toda essa tristeza? — Callie arqueou a sobrancelha desconfiada, suspirando logo em seguida. — Yulli, sei que está mentindo. Somos amigas, pelo menos eu considero você uma.— Claro que somos! — apressei-me em responder. — Certo, te conto se você me contar o que es
POV: YULLIRevirei os olhos e corri até a cama, envolvendo meu corpo com uma toalha. Ele seguia meus movimentos com os olhos, sem dizer uma palavra, apenas contemplando "a presa", como os lobos fazem.— Você não respondeu à minha pergunta, pulguento. O que está fazendo no meu quarto de novo? — Virei-me surpresa, sem perceber que ele havia se aproximado tanto que sua respiração quente acariciava minha pele.— Você me deu um tapa. — Disse Keenan, a voz rouca e despreocupada.— Sim, eu dei. E também disse para voltar à razão da sua mente lupina. — Cedi um passo para trás, encostando as pernas na beirada da cama. Ele tombou a cabeça para o lado, me avaliando com um olhar afiado e predatório.— Por isso estou aqui. — Avançou mais um passo, pousando a mão em minha cintura, segurando-me com firmeza enquanto acariciava a lateral do meu quadril com o dedão.— Isso não faz sentido, Keenan. Já concordamos em não nos envolvermos! — Empurrei seu peito duro, que parecia uma muralha inabalável. — Ke