POV: CALLIETateei a borda da banheira, seguindo seu cheiro, e encontrei a ponta de seus dedos. Subi a mão por seu braço, deslizando pelos músculos, percorrendo o pescoço até juntar minhas mãos em seu rosto.— Contenha-se, Alfa, não podemos fazer nada. Eu te disse, é melhor não nos envolvermos. — Mantive o tom firme, apesar da pulsação em meu íntimo. Ficar tão próxima deste homem era perigoso, e eu sabia disso. — Não podemos...Reforcei em um sussurro quando seus lábios se aproximaram dos meus, roçando-os. Fechei os olhos com a deliciosa sensação de seu contato, ouvindo minha loba ronronar em resposta.— Sua loba... — Ele sorriu com a boca ainda colada à minha. — Venha, deixe-me te ajudar a sair da banheira. A água está ficando fria.Afastei-me gentilmente, pensando em como a água estava esfriando, se meu corpo se sentia tão quente? Mordi os lábios, confusa, quando senti suas grandes mãos ásperas me tirando da banheira com delicadeza e me enrolando em um tecido macio e grosso.Comecei
POV: AARONApreciei por um tempo os chutes fortes do filhote, que parecia animado na barriga de sua mãe. Callie me surpreendeu ao entrelaçar os dedos em meus cabelos e afagar, quando percebi que lágrimas haviam escorrido de meus olhos. Há quantos anos não chorava? Desde aquele maldito dia em que Hunter havia me tomado todos os que eu amava. Talvez fosse o mesmo período em que não recebia um carinho cúmplice, um momento terno! O bebê chutou mais uma vez, se mexendo, e me peguei imaginando o futuro, sendo pai e companheiro. Era mais do que eu merecia.Minha mãe seria a avó mais babona; meu pai, com toda certeza, seria um daqueles avôs que dá doces escondidos, um amigo sigiloso e um segundo pai que repreende. Zaí e Zeni seriam os tios bagunceiros, uma dor de cabeça em termos de bagunça, e a adorável Davina, uma tia carinhosa e amorosa. Callie, independentemente de sua deficiência, seria bem acolhida. Assim imagino!— No que está pensando? — Ela perguntou em um sussurro, com a voz suave,
POV: AARONAguardei pacientemente ela terminar sua refeição e retirei os itens, arrumando a cama e gentilmente empurrando-a para o lado, trazendo seu corpo nu para junto do meu, conforme Ryan havia sugerido. No entanto, era difícil conter o desejo que sentia por Callie. Virei-a de frente, deslizando os dedos em suas curvas, acariciando cada detalhe com ternura.— Assim não vou conseguir dormir, Alfa — sussurrou ela timidamente, afundando o rosto em meu peito.— Precisamos trazer sua loba de volta, lembra? Além do mais, só estou te dando carinho — murmurei rouco, beijando o topo de sua cabeça e puxando seu quadril para mais perto. — Gosto do seu cheiro.— Também gosto do seu, me traz segurança — comentou Callie, bocejando. — Você é tão quentinho.Esfregando o rosto em meu peito, ela se alinhou em meus braços como se sempre tivesse feito isso. Uma sensação quente e convidativa percorreu meu íntimo. Apertei-a em um abraço, roçando o nariz em seus cabelos escuros e acariciando suas costas
POV: CALLIENão percebi em qual momento havia adormecido. O calor do corpo de Aaron, sua respiração pesada e rítmica, me conduziu suavemente ao reino dos sonhos. Em meus devaneios, encontrei-me em meio a um templo grandioso, meticulosamente detalhado, tão real que parecia mais do que uma simples criação da mente.Um movimento súbito chamou minha atenção. Através do portão principal, observei um vulto indistinto deslizando silenciosamente. Antes que pudesse discernir mais, um assobio cortou o ar. Não era um som comum; havia algo de sobrenatural e assombroso nele. O assobio ressoou como um lamento fantasmagórico, arrepiando-me a espinha. Era um chamado, meu nome pronunciado de forma quase etérea, vindo de uma direção indefinida.— Callie... Callie... Precisa cumprir o acordo... — Dizia a voz de forma sinistra, enquanto o local onde eu estava marcada se iluminava.Meu corpo não me respondia. Encontrei-me caminhando involuntariamente para o fundo da floresta dos sonhos, onde residiam todo
POV: AARONCorri em direção aos gritos da lobinha, o odor de magia negra pairava no ar. Às minhas costas, ouvi os portões do templo se fecharem com força. O que estava acontecendo?Farejei com cuidado, parando em um ponto, quando senti a presença do inimigo maligno. Não era sua essência direta, mas a aura do Deus obscuro se fazia presente nos sonhos de Callie. Como ele teria conseguido adentrar a este lugar sagrado?Avancei saltando entre os dois, afastando a forma espectral de Nocturnus de Callie, olhando-a ajoelhada ao chão em minhas costas.— Tudo bem? — Questionei preocupado sobre os ombros.— Agora estou. — Respondeu Callie firme, segurando meus pelos como se buscasse conforto e proteção.— Como ele conseguiu acessar aqui? — Rosnei, confuso, com as presas proeminentes, feroz e ameaçador, porém contendo a vibração do meu poder com receio de machucá-la também.— Eu também não sei... Alfa... eu estou... — Um soluço escapou de seus lábios quando nossos olhares se encontraram; ela não
POV: CALLIEOlhei para Aaron, sentindo meu corpo sendo puxado de volta à realidade, como se o velcro estivesse sendo rasgado dos meus olhos, arrastando-me de volta para minha escuridão particular. Despertei, tateando ao redor até sentir seus dedos entrelaçando os meus. Eu ofegava de ansiedade, meu coração acelerado, o medo palpável percorrendo meu corpo.— Eu nunca estarei segura... — Disse, engolindo em seco, tentando equilibrar minha respiração descompassada.— Não seja tola, lobinha. Vamos falar com Yulli; deve haver algo que ela possa fazer para impedir Nocturnus de invadir seus sonhos novamente. — Aaron posicionou-se atrás de mim, acariciando minhas costas, enquanto a outra mão livre repousava sobre minha barriga. — Você precisa se acalmar, Callie...— Eu... eu... eu não... — Lágrimas inundaram meus olhos, lavando meu rosto. — Não consigo, eu não consigo...Virei bruscamente para trás, afundando o rosto em seu peito, inalando desesperadamente seu cheiro que acalmava meu interior.
POV: AARONMesmo com as lágrimas, era evidente através do velcro sobre seus olhos que suas pupilas estavam dilatadas, a loba interior tentando emergir com desejo, a conexão carnal, seus hormônios carregados pela gestação. Umedecendo os lábios com o cheiro maravilhoso que Callie exalava, mudei do medo para a excitação! Era uma tortura dobrada conter meu lobo, que só queria tomá-la para nós!Em meio às lágrimas, seu pedido me pegou de surpresa. Suas palavras carregavam todo o medo e dor, uma súplica por conforto, para acalmar seu emocional e ser o suporte que precisava. Tomei seus lábios com desejo contido, meu coração vibrando no mesmo ritmo que o dela, de forma suave, buscando aliviar toda sua dor, explorando cada canto de seus lábios doces e maravilhosos, mergulhando fundo em seu beijo.Callie interrompeu o momento de forma brusca, mordendo meu queixo e disparando ondas de choque por todo o meu corpo, instigando meu íntimo que pulsava por seu corpo. Suas presas de forma ousada e peri
POV: CALLIEMe sentia estranha, com a voracidade latente dentro do peito. Adentrei o banheiro ofegante, soltando rugidos de tempos em tempos, e sorri torto, feliz.— Loba, você voltou? — murmurei para minha fera interna, que grunhiu em resposta. — E precisava ter voltado desse jeito? Estamos tentando evitar o Alfa, não nos tornar dele.A loba protestou em minha mente de forma lasciva, agitada em meu peito. Sentia abaixo do ventre uma melhora significativa, como se ela trabalhasse em proteger nosso filhote com seu poder de cura. A ação despertou o bebê, que acordou agitado, chutando animado, como se reconhecesse o retorno da minha fera.— Obrigada por voltar. — Pousei a mão sobre o peito, fechando-a em punho. — Senti medo sem você... Nocturnus nos alcançou em sonho, temo dormir.Em minha mente, a loba se aproximava a passos majestosos, parando frente a frente. Ela tombou a cabeça de lado, e eu agachei, acariciando seus pelos atípicos, que pareciam mais brilhosos, com sutis brilhos roxo