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CAPÍTULO IV - A HOMENAGEM

De acordo com a programação feita antes pela multidão que aguardavam a chegada dos humanos, programaram para eles uma grande festa.

Era de natureza animal e por isso, convidaram outras espécies, as quais também faziam parte dos habitantes da floresta.Foi chegando a Dona Raposa com sua comboia de raposinhas. Trazia consigo uma sanfona para a sua apresentação. Logo em seguida, aparecem as pacas. Logo atrás, vêm as Capivaras e os Preás. Sem mais demora aparecem os Quatis, os Texugos e muitos outros de diferentes espécies.

O Bode por sua vez, chega todo imponente e carrancudo. Por fim, os demais bichos das regiões circunvizinhas. Encontrava-se ali também, uma grande espécie de Aves e Mamíferos.

E assim por diante... até que fizessem daquele recinto um ambiente realmente festivo e muito atraente.Cada espécie tinha seu representante que fizera sua bela apresentação.

A primeira a apresentar seu número musical, foi a raposa com a seguinte canção: Ninguém Toca minha Toca e cantou:

Ninguém toca minha toca

Ninguém toca minha toca

Eu não vou dormir de toca

Eu não vou dormir de toca! - Bis

Minha casa é tão bonita

Toda feita de taboca

Sou bastante companheira

E não gosto de fofoca! – Bis

Logo em seguida chamaram o bode, que fez sua apresentação com esta canção: Vou pra Belém e cantou apaixonado.

Vou pra Belém

Não levarei ninguém!

Vou de avião

Não vou de Trem! (Bis)

Sou muito esperto

Forte como ninguém!

Sou carrancudo

O que é que tem?

Para a terceira apresentação, fizeram vir o Tatu, com a canção: Buraco de Tatu.

Bem feito meu irmão

Quem mandou botar a mão

Em buraco de tatu!

Está com a mão inflamada

Porque levou uma bicada

De uma baita jaracuçu! – Bis

A quarta apresentação ficou responsabilizada pelos Quatis, que formavam um quarteto e cantaram capela. Seu número musical foi: Nóis qué cumida, e cantaram assim:

Nóis qué cumida

Nóis qué cumida

Coisa mais boa

Que há na vida! – Bis

Comer é bom

É bom demais

Coisa mais boa

Que a gente fais! – Bis

Depois dessas e muitas outras apresentações do gênero musical, chegou a vez das aves de rapina. Chamaram então para se apresentarem as águias voadoras.

Estas em bando de três, fizeram seus voos acrobáticos num sincronismo exuberante de dar inveja a qualquer ave que se presa.

A Seriema cantou seu imponente canto, num dobrado e impostação de voz que só ela sabia fazer. Deixava de lado qualquer comentário a seu respeito. Bastante aplaudida, saiu com as asas erguidas em sinal de agradecimento.Finalmente, na sequência, foram chamadas para suas apresentações, as aves canoras da família dos passeriformes.

 O primeiro foi o Sabiá que abriu o bico e cantou seu canto mavioso e melancólico. A doçura com que fora feita sua apresentação misturava-se com a sinfonia da floresta deixando todos os ouvintes boquiabertos.

Em seguida veio o Canário da Terra que, sem mais de longas abriu a garganta e soltou sua voz numa harmoniosa afinação, emitindo diversas notas que abrangia uma oitava inteira.

La pelas altas horas foi anunciado às últimas apresentações a serem exibidas, que ficou por conta dos primatas. Estes, talvez, por serem os anfitriões, não mediram esforços na escolha de suas peças.  Foi, sem dúvida, o espetáculo mais longo da noite.

Quatro espécies de macacos tiveram a honra de fazer o fechamento da noitada. Eram eles Os Orangotangos, Gorilas, Chimpanzés e os Macacos Aranhas.

Entre os grupos escolhidos, foram: os primeiros a se apresentarem, os Orangotangos. Entraram no palco com A luta do Século. Esse número contagiou o público de tal maneira que deixou todo o auditório tomado de espanto e lágrimas a correr dos olhos.

Travaram uma batalha selvagem sem a observância das regras estipuladas pelo Juiz, como a fúria de um vulcão a lançar lavras incandescentes pelo ar. 

Entre socos e empurrões, urros e bramidos, podiam sentir-se cheiro de terra e galhos de árvores voando para todos os lados

 Era essa, a natureza do livre arbítrio de uma luta sem tréguas que terminara empatados, sem nenhum vencedor. Foram congratulados pela coragem e bravura que tiveram os dois.

Quiseram mostrar ao público presente, suas tendências de bravura animal não obedecendo as regras nem conceitos. O árbitro da luta nada pudera fazer para conter a fúria e a selvageria com que lutaram.

Os Gorilas tiveram sequência e mostraram o seguinte número: Arremesso de Pesos. Estes, sendo talvez a espécie mais forte, quiseram dar ao máximo de si para deixar uma impressão mais alucinante para o público.

Cada um deles subia e descia a montanha, com uma pedra de peso muito elevado. Aquele que, por ventura, levantasse a pedra mais pesada perante o auditório, seria o vencedor. Após o término do tempo regulamentar, um dos dois foi apontado como o vencedor. A apresentação terminou com o caloroso aplauso da plateia entre gritos ecorreria.

Já na terceira apresentação em ordem cronológica, ficaram os Chimpanzés com o seguinte espetáculo: Cabo de Guerra.  Nesse número, valia a regra de três.

O primeiro vencedor enfrentaria um terceiro, e assim por diante, até que completasse o tampo estipulado pelo juiz da disputa.

A quarta e última apresentação ficou com a responsabilidade de um grupo dos Macacos Aranhas.  Mostraram a seguinte peça: A Escalada. O alvo deles era escalar o flanco de um precipício com o objetivo de apresentarem suas habilidades e destrezas.

Coletavam frutos e insetos no menor tempo possível. Não houve nenhum vencedor específico, já que ambos atuaram em equipe. Foram bastante aplaudidos.

Foi sem dúvidas, uma noite espetacular e muito divertida. Fora esta, uma homenagem aos humanos recém-chegados. Nunca houvera antes um contato entre o macaco e o homem.

Agradecidos pela homenagem a eles prestada, trataram logo de se acomodarem numa gruta de pedras bastante aconchegante, oferecida a eles pelos primatas.

Assim que os raios do sol se infiltraram por entre a ramagem da floresta, começou o afã de toda a comunidade.

Espalharam-se pela floresta em busca da primeira refeição. Cada um procurava apanhar os alimentos necessários para a sua refeição costumeira.

Após fartarem-se, voltavam trazendo frutas e castanhas para os mais velhos.

Logo que os visitantes acordaram, foram recepcionados com várias espécies de frutos, castanhas e muitos outros alimentos nativos da floresta.

Fartaram-se e ficou à disposição de uma nova modalidade. Aguardava então, a abertura de novo proceder com relação ao recenseamento.

Para trás ficaram as festividades, as comemorações, as homenagens e as modalidades teatrais.

Somente a boa lembrança não poderia sair-lhes da mente.

Enquanto isso conversava entre si os quatro amigos humanos a respeito de seus estabelecimentos comerciais na cidade.

Ansiosos para dar uma solução definitiva aos primatas sobre o recenseamento aguardavam o momento de começar o debate final.

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