NELLY
— Me solta, sua louca! —Alice grita, fazendo os olhos da nossa algoz apertarem. Se ela continuar desafiando-a assim, não conseguiremos fugir.
— Você é tão chata, Alice. Estou cansada da sua voz.
— Dane-se, vadia louca.
Carlota lhe dá um olhar de desdém e mexe na própria roupa, limpando uma sujeira invisível do vestido justo. Aproveito a distração para fazer uma nova varredura do local, buscando alguma saída. Concluo que devemos está em uma área afastada da cidade, uma antiga fábrica ou depósito. Também tem muitas folhas no chão pra ignorar, com certeza existem árvores por perto.
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NELLYContinuo me forçando a manter minha mente sã, se não por mim, que seja pelo pequeno ser em meu ventre. Passei anos acreditando que era fraca, indigna de amor quando na verdade o problema estava nas pessoas ao meu redor. Minha mãe era doente, Carlota era doente, Eduardo nunca foi capaz de fazer as próprias escolhas e nem mesmo Alice escapa dessa lista. Consigo enxergar agora, todos esses anos mantendo relacionamentos tóxicos me fez incapaz de esperar algo maior, melhor. Estou dançando com minhas memórias, abrindo todas as portas que mantive fechadas para enfrentar os monstros, não posso contar com o príncipe dessa vez. Essa luta é minha e sou a única que pode derrotar o dragão.
NELLY— Achei que o amasse. — Falo e Carlota sorrir vitoriosa. Algo no seu olhar me deixa apavorada.— Amar alguém não significa que você não é capaz de machucá-lo.— Diz, dando um longo olhar na direção de David. Fico presa DAVIDQuarenta e cinco minutos antes…Eu não sabia se o plano ia funcionar, mas era minha única esperança e o tempo estava passando. Fui relapso quando não revoguei o contrato de Carlota imediatamente e a deixei voltar pra minha vida, pra vida de Nelly. DAVID— Preciso mesmo usar isso? — Identifico a voz de Eduardo.— Eu gosto. — Johna diz, uivando como um animal selvagem. Uma risada feminina, então voltei a pé.— Preciso que fique acordado. — Carlota diz em tom suave e água gelada é jogada contra meu rosto. Me debato contra os braços de um deles, lembrando que vim aqui com um objetivo e não posso sair sem ela. Minha Nelly.Capítulo 61
Capítulo 62
NELLYSegundos.Segundos foi o que levei pra perceber que David não quer esse filho, segundos, para ter uma arma contra a minha cabeça, segundos, até perceber que nada deve ser mais importante do que a segurança desse bebê. Porque eu serei pra ele ou ela tudo aquilo que nunca foram pra mim. Uma mãe, uma amiga, uma confidente, um lugar seguro. TUDO. NELLY— Não me importo com você. —Diz, mas noto incerteza em seu timbre. Talvez eu esteja certa no fim das contas. — Aperte o gatilho. — incentivo.— Capítulo 64
NELLYO pai do meu filho ou filha é rápido em suas ações, pega a garota desprevenida e toma a pistola de sua mão, a deixando cair quando Carlota tenta pegar de volta. Percebendo que a situação vai se repetir, me antecipo e entro no meio deles, agachando e tocando o cabo da arma, mas unhas pintadas de vermelho descansam no meu pulso e rasgam minha pele por lá. Ergo a vista, não querendo, mas sabendo quem vou encontrar.— Isso acaba aqui. — Kaciana diz, dando-me um olhar tão significativo que o tempo perde seu valor, se tornando lento, pesado.— Mãe… — Meu tom é sentimental, ignorando que sou seu alvo. A olho como a garota que implorava por mais um abraço, no fundo, estou implorando que não dê esse fim para nossa história. Ela me deu a vida, seu sangue escorre por minhas veias, sou uma parte sua.— Não tenho outra escolha. — Diz, imparcial.— Kaciana. — David a chama, nesse momento ele já desistiu de Carlota e está ao lado da minha progenitora. — Não faça nada que irá se arrepender depo
NELLY— Onde está minha mãe? — pergunto.— Fugiu logo após o disparo. — Alice revela e acompanho seu olhar para a porta aberta. Outra corrente fria passa e arrepia os cabelos dos meus braços.Ela fugiu após matar Carlota.Isso é bom ou ruim?— Foi legítima defesa. — David fala após longos minutos de silêncio, suas íris negras cravadas em mim, confiantes e determinadas. O rosto inchado e cheio de hematomas. — Carlota nos sequestrou e ameaçou tirar a vida da minha mulher e filho, Kaciana só agiu por instinto. — Acrescenta e não deixo passar suas palavras.— Legítima defesa. — Alice repete e sinto os olhos de Eduardo em mim, em David. Seja lá o que ele está pensando, não vai discutir.— Sua mãe estava junto com Carlota nesse plano, Nelly. A conversa dela com minha irmã deixou claro que existia uma parceria e, além disso, vimos uma mulher quando chegamos aqui. Kaciana é perigosa. — Diz, a voz ainda embargada pelo choro. Não o digo que concordo com ele, porque algo dentro não sabe ao certo