NELLY
— Eu me importava com você, Nelly.— ele suspira, sua expressão murchando. — Ainda me importo.
— Você está mentindo, aquilo foi um plano seu e de Carlota.
— Não, minha irmã não sabia sobre a gente até a nossa primeira vez. Eu mesmo cuidei para que ela não soubesse, fiz isso porque eu realmente gostava de você e sabia que Carlota nunca aceitaria.
— Não acredito em você.
NELLYQuando percebo já estou do lado de fora do restaurante, puxando o braço da minha melhor amiga e a afastando de Eduardo. A expressão em seu rosto é a mesma que a minha, incredulidade.— Nelly. — Meu nome sai como um sussurro incerto de sua boca e não consigo parar de piscar. Isso só pode ser um sonho.— Você está aqui...— Falo, ainda sem acreditar. — Como você está aqui? Como eu não sabia que você voltou? — A bombardeio de perguntas, pegando uma mecha solta de seu cabelo e avaliando a nova tonalidade. Platinado, q
DAVIDDe todos os lugares, acreditei que minha boate seria o melhor para me esconder do mundo e pensar. Eu estava errado, no entanto.Não consigo pensar.Em nada.Além, dela, claro.Nelly Álvares.Que diabos! NELLY— Você está bem? — Ergo meus olhos para encontrar os de Kiara, sem saber o que falar apenas movo a cabeça em negação.— Certo, vem aqui. — Ela me puxa para um abraço, acariciando minhas costas com as pontas de suas unhas como um gato costuma fazer.— Me tira daqui.— Consigo dizer, sentindo um vazio tão grande no meu peito que fica difícil respirar. — Kiara.— Shiii... Nós já estamos indo, querida. — Trago Capítulo 52
NELLYUm longo momento se passa, e nhenhuma de nós duas desvia o olhar. — Sinto muito decepcioná-la, mas você possui o meu sangue, Nelly. — Ela se vira e me dar as costas, ignorando mais uma vez as lágrimas presente nos meus olhos e a dor no meu peito.Deslizo minhas costas pela madeira da porta, reunindo meus joelhos na altura do meu estômago e ficando na posição até ter minha mente livre. Sem saber quanto tempo passou, lavo meu rosto, reúno minhas coisas em uma mala e co
NELLYCaminho até em casa com os pensamentos longe, sentindo um embrulho no estômago e o vômito vir até a garganta. Me apoio em um muro qualquer e contabilizo quando tempo levarei até entrar no meu apartamento. Meu celular toca na bolsa e ignoro, voltando a caminhar quando me sinto melhor, mas, de repente, a ideia de voltar pra casa e não encontrar ninguém me desanima, meu celular volta a tocar e paro para atender. Surpresa e agindo no automático, confirmo para Octávio que estou no caminho de sua palestra.Onde era mesmo?
NELLYDuas semanas depois...— Tem certeza que quer fazer isso? — Kiara indaga pela quarta vez em menos de duas horas, cesso meus passos perante o portão automático e a olho de lado, a pegando no flagra enquanto checa meu abdômen. Aperto a alça da mala e a trago para frente do meu corpo. Ótimo, ela está desconfiada.— Sim. — Afirmo, certa de que essa é a melhor decisão.
NELLY Não bato, apenas giro a maçaneta e abro a porta. Meus olhos varrem cada centímetro da sala até encontrar a mulher que me trouxe ao mundo e o homem que amo sentados juntos no sofá, muito perto um do outro. Ambos me olham em choque, como se estivessem vendo um fantasma e simplesmente não acreditassem nisso. — Interrompo? — Pergunto, focando nas mãos dele apertando os ombros dela. Nenhum dos dois fala nada, apenas permanecem parados na mesma posição sem desviar os olhos de mim. — Nelly. — David pronuncia meu nome como costumava fazer quando estávamos sozinhos, trancados no seu quarto ou enrolados no chão da sua sala. Só que dessa vez nenhum calor atravessa meu corpo, na verdade, acontece o efeito contrário. — Filha? — Kaciana fala e ganha minha atenção, principalmente pela escolher do substantivo. Ela suspira alto, levando a mão ao peito em um apelo que me deixa confusa. — Onde você estava? — Questiona, tornando sua voz mais dura. — Vocês dois estão juntos? — A ignoro, olhando
DAVID — Você não vai atrás dela?— Fecho minhas mãos em punhos e conto até dez, não bato em mulher, mesmo ela sendo um lixo de ser humano como Kaciana. Me mantenho parado no mesmo lugar, vidrado no elevador, falando pra mim mesmo ir atrás da garota com minha mente e secar cada uma de suas lágrimas. Mas... Eu não posso. Não quando sou o principal causador da sua dor. —