CamillyNão sinto as minhas pernas, os meus braços estão dormentes, não estão suportando segurar o meu corpo, estou cansada, não aguento mais essa vida, seria melhor se tivesse morrido, não ser amada pelos pais e ainda viver nesse inferno, onde as pessoas só querem me destruir, que futuro eu tenho, não vejo nada além de mais sofrimento se não conseguir sair desse lugar, já não basta ele, ainda tem a cobra que vai ajudá-lo a acabar comigo. Por que Deus me deu essa vida miserável, por que não morri antes de tudo isso, como eu daria tudo para ser pobre e viver com uma família e ter como mãe a Nina, que mesmo sendo pobre e passando o que já passou na vida, não se deixou ser dominada, continuou seus dias. Já é tarde, posso ver pela fresta da porta, logo vai escurecer, sinto que as minhas forças estão saindo do meu corpo, os meus olhos ficam pesados, só queria que esse inferno terminasse, vou me entregando a escuridão, espero nunca mais acordar, não aguento e minhas pernas falham, não sint
CamillyTento abrir os meus olhos, mas, a luz está forte, vou abrindo devagar para que eles se acostumem à luz, o cheiro do lugar entra em minhas narinas, sei que não estou naquele quarto, porque lá tinha cheiro de mofo, tento virar o meu corpo, mas não consigo, olho para os meus braços que estão enfaixados, sinto as minhas pernas pesadas, todo o meu corpo dói, olho para o lado vejo uma máquina, que faz um barulho de um bipe, tem um soro no meu braço, respiro fundo, Deus não me levou, eu ainda continuo aqui.— Que bom que acordou senhora.— Onde estou?— No hospital, seu marido a trouxe, estava inconsciente quando ele a encontrou.— Entendo.— Como se sente?— Estou com dor no meu corpo todo.— Isso é normal, pelo estado em que chegou, estava muito debilitada e fraca, os seus pulsos estão deslocados, suas pernas estão com os ossos bem enfraquecidos e com algumas lesões, por isso terá dificuldades em se manter em pé sozinha por um tempo, fez muita força com eles, quer me contar o que a
CamillyDeitei-me na cama com dificuldade. Vou fazer de tudo para não precisar deles. Tomei os dois remédios que o médico passou, recostei-me ao travesseiro e olhei para a janela que estava com as cortinas abertas, de onde estava, podia ver o dia lá fora, ensolarado, o vento balançava o tecido fino das cortinas e aos poucos fui adormecendo, deixei o meu corpo dolorido relaxar completamente na cama.Não sei por quanto tempo dormi, mas ao acordar, eu me sentia um pouco melhor, ao me virar para o lado, percebi uma bandeja no criado mudo, me sentei na cama com muita dificuldade, fui me arrastando pela cama até que consegui pegar a bandeja, estava com muita fome, o cheiro maravilhoso da comida tomou minhas narinas, fiz muita força para poder conseguir comer, mas comi tudo que trouxeram, acabei sujando a cama sem querer, ia ficar assim, não tinha como arrumar, já foi muito difícil colocar novamente a bandeja no criado, mas consegui, os meus punhos estavam latejando.Peguei outro remédio, ma
CamillyUma semana tinha se passado desde dia que voltei do hospital, já estava completamente bem, com os remédios e o carinho que recebi de Sara, estava novinha em folha, não vi e nem ouvi os dois monstros que moram nessa casa, as últimas vezes que o vi, foi através da janela do quarto onde passei toda a semana, hoje vou sair do quarto de hóspede e voltar para o andar de cima, como não tenho muita coisa aqui, não foi necessário que alguém me ajudasse. Saio do quarto observando a casa toda estava silenciosa, nem parece que tem gente morando aqui, subo as escadas e sigo pelo corredor em direção ao meu quarto, mas quando estou quase chegando, escuto:— Pelo visto já está curada.Viro-me e olho para o homem elegantemente vestido com um terno preto, os cabelos estão molhados, olho para os seus olhos castanhos escuros, não sou cega, ele é realmente bonito, mas como é um monstro, toda a sua maldade apaga a sua beleza.— Sim, estou melhor, já vou voltar a fazer o meu trabalho.— Não tenha pr
Depois que pegamos tudo que iríamos usar, voltamos para a cozinha, Sara deixou que eu fizesse tudo só, apenas foi me dizendo como tinha que fazer. Depois que coloquei a massa no forno, fui em busca do vinho, eu estava distraída procurando o vinho que tanto gostei, quando sinto a presença de alguém, ao me virar dou de cara com a cobra.— O que faz aqui?— Quis buscar um vinho, por quê?— Desde quando você é quem escolhe os vinhos?— O que você tem haver com o que eu faço ou deixo de fazer? Não é da sua conta.— Aí que você se engana, pois, eu sou a governanta dessa casa, e não foi porque tive que fazer as suas tarefas, que isso mudou, eu escolho tudo o que o senhor vai comer ou beber, agora sai daqui.— Só está se esquecendo de que eu sou casada com ele e não você, isso quer dizer que a casa é minha, e mesmo o Carter fazendo de mim um saco de pancadas, não é você quem manda. Não passa de uma pobre coitada que precisa implorar por uma migalha de atenção dele, já eu, não preciso fazer is
Jessica Deito na minha cama e ligo a televisão, fico vendo o jornal por um tempo, mudo de canal, estão falando sobre a festa dos banqueiros desse ano e esse é um evento fechado, onde só quem tem muito dinheiro pode entrar, esse ano seria numa mansão bem antiga que só era usada para festa desse tipo, lembro que há dois anos, ele me levou, comprou até um vestido deslumbrante para mim, mas quando chegamos à festa, ele fez questão de me apresentar como sua governanta, pois não tinha conseguido uma acompanhante de última hora, me senti humilhada na frente daquelas mulheres, que com certeza, ele já tinha comido.Os homens quando o ouviram dizer que eu não era nada, muitos vinham me perguntar quanto eu cobraria por uma noite, enquanto ele desfilava pela festa com umas e outras. Eu fiquei sozinha, tendo que ouvir um monte de besteira de todos que achavam que eu era sua puta de luxo e estava ali para ser servida como comida a quem quisesse, na hora de ir embora, fui arrastada até o carro, ond
CarlosOlho para minha mulher, toda produzida e questiono.— Vai sair novamente, Paola?— Sim! Sabe muito bem que não consigo ficar em casa, tenho as minhas coisas para fazer.— Mas foi você quem quis vir morar nesse lugar, e agora não para em casa, ultimamente anda saindo até a noite, enquanto eu fico dentro de casa, se eu soubesse que seria assim, não teria me mudado, pelo menos ainda teria os meus amigos.— Que amigos? Aqueles que não te ajudaram quando você estava precisando, não, esses não são amigos, eu sei muito bem do que deve estar sentindo saudade, é das suas escapadas ou acha que eu não sabia que andava me traído, pois fique sabendo que esse foi um dos motivos que eu quis sair daquela cidade.— Você não tem o direito de me questionar em nada, não se esqueça de onde foi que eu a encontrei, e se não fosse por mim, estaria naquele inferno até hoje.— Mas foi por minha causa que conseguiu tudo que tem hoje, e tenho certeza de que não ficaria muito tempo naquele lugar.— Não duv
PaolaAcordei sozinha na cama, o desconhecido já tinha ido embora, me levantei, fui para o banheiro e tomei um longo banho, sequei o meu cabelo, refiz a minha maquiagem, saí do banheiro e voltei para o quarto, procurei o meu vestido e o achei jogado no sofá junto com as minhas peças íntimas e assim que o peguei, caiu um maço de dinheiros e um bilhete."Obrigado pela noite, agiu como uma profissional que imaginei que fosse. Então, esse dinheiro, com certeza, vai te ajudar."Joguei o maço de dinheiros, longe, esse canalha me chamou de puta depois da noite que passamos juntos. Termino de me arrumar e saio do quarto, morrendo de raiva, quando estou descendo a escada, encontro a minha amiga e seu marido.— Bom dia, Paola, como foi a sua noite?— Bom dia, a minha noite foi boa, até encontrar um maço de dinheiros e um bilhete onde ele dizia que o dinheiro iria me ajudar, já que eu fui uma profissional.— Nossa! Que homem ridículo, como pensar isso de uma mulher como você?— Está debochando d