Capítulo 2

Brasil — Alexia

— Amiga! Que saudades! Diz Meire me abraçando forte assim que abri a porta do apartamento.

— Aí amiga, muita saudade! Digo sorrindo e apertando ela também.

— Me conta tudo! Quero saber de todas as coisas! Diz ela me puxando pro sofá e caímos sentadas.

— Calma mulher! Digo rindo… Eu vou te contar tudo.

— Me fala, como você tá? E seus pais? Como foi pra eles saberem que você se separou? Ela pergunta.

— Ah amiga, você sabe, eles são contra a separação, mas eu não tô nem um pouco arrependida e não vou voltar atrás, eu cansei amiga, de ser deixada de lado sempre por causa do trabalho dele, e também, eu não deveria ter me casado depois de tudo que aconteceu, já não tinha mais aquele amor todo, e eu fui uma covarde que não tive a coragem de assumir os meus erros e terminar de vez com o casamento pensando que ainda tinha chance de ser feliz com o Leandro, mas estava completamente enganada… eu digo.

— Todo mundo aqui já está sabendo da separação de vocês e todos ficaram passados, mas você sabe que tem as invejosas que torciam pra que não desse certo só pra correrem atrás do Leandro né… disse ela.

— Eu imaginava amiga, as que procuram casamento por interesse, mas pra felicidade delas ele já está livre e eu não pretendo brigar por nada que seja dele… digo.

— Tá certa amiga, mas me fala, como foi esse ano que você ficou lá em Londres? E aquele assunto, você está bem depois de tudo? Pergunta ela e eu fico um pouco triste, não tem como lembrar do que aconteceu e não ficar.

Lembrança de Alexia: Aquela voz ecoando na minha cabeça, me chamando depois de passar horas desacordada depois de sentir uma dor horrível no pé da barriga.

Aquela voz eu nunca mais vou esquecer, ela me dizia que eu havia sofrido um aborto espontâneo e que tinha perdido o meu bebê, que eu já amava mesmo que ele fosse uma pequena sementinha crescendo dentro de mim, e as lágrimas que rolavam do meu rosto sem esforço, fora a dor que eu sentia no peito, por saber que perdi o ser que seria dali pra frente a razão da minha vida.

— Aí amiga, me desculpa, eu não deveria ter perguntado sobre isso… diz Meire segurando minha mão.

— Não, tudo bem… digo respirando fundo e forçando um sorriso… — Ainda dói, mas eu já aprendi a aceitar que não era a hora.

— Imagino amiga, e ainda passar por tudo isso sozinha, eu sinto tanto não poder ter estado lá com você… diz ela.

— Não amiga, eu estou bem, doeu muito, mas eu aprendi a superar tudo, as lembranças ainda me veem à mente as vezes, mas eu já aprendi a lidar com isso, lembro com a esperança de que um dia eu ainda terei a chance de ser mãe de novo… digo e sorrio.

— Aí, vamos falar de fofocas? Senão daqui a pouco eu vou começar a chorar aqui… diz Meire e eu rio.

— Vamos vamos, me conte tudo, me conte sobre todos aqui vai… digo.

Ficamos conversando a tarde toda, Meire me contou todas as fofocas possíveis e eu fiquei passada com tudo.

Mas, o que mais me deixou passada foi saber que Pablo estava morando na Colômbia, que havia mesmo abandonado a vida aqui no Brasil e se mudado pra lá a 1 ano, e que Graziela não estava bem de saúde, mas que não queria que ninguém soubesse e muito menos o Pablo.

Nossa, ele mudou mesmo de vida, de país, deixou tudo pra trás… no fundo sinto uma pequena inveja, esquecer tudo, viver como se nada tivesse acontecido, queria eu ter essa sorte.

Mas enfim, vou visitar a Graziela assim que eu puder, ela sempre me tratou tão bem desde criança e quero ver a real situação.

Depois de conversarmos muito, Meire foi pra casa, e eu fiquei sozinha.

E enquanto eu tomava banho, me lembrava de uma parte da conversa com Meire, sobre o bebê que eu perdi, foi tão difícil pra mim me acostumar com a ideia que de perdi uma parte de mim, sem falar no que eu teria que enfrentar sabendo que, tinha a possibilidade dele não ser filho do Leandro, e na verdade alguma coisa me dizia que não era, que era do Pablo, seria mais difícil ainda lidar com essa situação, mas eu enfrentaria isso, por ele, mas não deu tempo, não deu tempo nem de comprovar… enfim, essa etapa da minha vida já passou, foi a mais dolorosa depois que me casei, mas passou, e depois dela tudo só piorou, mas graças a Deus eu consegui me libertar, e agora quero viver em paz, só pensando no agora, no presente, o futuro a Deus pertence.

Rio de Janeiro — Rulian

— Tá tudo bem mano, relaxa, eu tô cuidando dela muito bem… digo ao telefone.

— E ela não desconfia que eu sei? Ele pergunta.

— Não, ela não sabe de nada, e eu sigo fazendo o que ela quer, não dizendo nada a você, mas relaxa, ela está bem, é só uma pneumonia que está controlada, se caso piorar eu te aviso e você vem… eu digo.

— Beleza, se você diz eu acredito, confio em você mano, qualquer coisa me liga imediatamente… diz ele.

— Certo, até mais! Digo e desligo.

Vou até o quarto de Graziela, abro a porta devagar e ela está dormindo, então fecho a mesma e saio descendo pra sala.

Pablo me deu a missão de cuidar dela enquanto ele não está aqui, e ela ficou doente mas não quer que ele saiba, claro que eu contei pra ele, mas disse que ele não precisava se preocupar que eu estaria de olho em tudo e qualquer coisa diria a ele, ela pensa que ele não sabe e ele pode ficar tranquilo que eu o avisarei qualquer coisa.

Depois que nos encontramos de novo, retomamos aquela amizade de infância, éramos muito unidos, como irmãos, e agora eu cuido de parte dos negócios dele aqui no Rio, como por exemplo, as boates e casas de stripper, mas claro, sem ninguém saber.

Pablo se tornou um dos caras mais respeitados da Colômbia, tipo um magnata daqueles bem ricos que tem vários negócios que dão muito dinheiro, a diferença é que ele não faz negócios sujos, mas fora isso.

E eu, eu tava lá trabalhando como prostituto até que soube que ele era o novo dono da boate, então desde aí voltamos a ser amigos inseparáveis.

Fiquei muito feliz em encontrar ele de novo, me tirou daquela vida e ainda me deu a chance de ser o braço direito dele.

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