Capítulo 4

Anoitecer — Rulian

Aquela mulher não saia da minha cabeça, aquele sorriso… eu tava encantado com ela, com sua história, com tudo que ela passou.

E olha que eu voltei pro Rio de Janeiro com a intenção de trabalhar e não me envolver com ninguém como me aconselhou o Pablo, mas depois de conhecer ela, não dava pra não pensar nisso.

Não que eu esteja pensando em me prender, mas o que é um ficada? É só uma ficada e pronto, que pode se tornar mais ficadas, sem compromisso algum, claro, se ela quiser.

Eu não tive a coragem de contar a ela o que eu realmente fui e o que eu fazia, na verdade hoje esse passado me envergonha, eu não quero mais isso pra minha vida, eu quero ter a mesma visão que o Pablo, ter muitos amores, sem me envolver seriamente com ninguém, e poder aproveitar o melhor da vida, só não quero mais me vender.

Cheguei em casa, tomei um banho e vesti apenas um short, fui pra sala com o notebook pra falar com Pablo pelo Skype.

— Fala meu mano! Diz ele atendendo, todo sorridente, com Liz ao seu lado, Liz era a nossa irmãzinha quando éramos crianças, nós três éramos inseparáveis.

— E aí maninhos, como tá tudo na Colômbia? Perguntei.

— Saudades Rulian, quando vai voltar pra cá? Pergunta Liz.

— Ah, nem tão cedo… digo passando a mão pelo cabelo.

— Iiiiih, isso é sinal de que já te fisgaram mano? Pergunta Pablo rindo e eu rio também.

— Claro que não mano! Eu só não quero sair do Rio… digo.

— Claro claro, me fala, como tá a coroa? Ele pergunta.

— Tá bem, não se preocupa não, em menos de 1 mes ela estará completamente curada, eu a visito todos os dias e cuido de tudo… digo.

— Obrigado por estar de olho nela mano, não sei o que faria sem você aí, pode ficar tranquilo que vou te recompensar muito bem… diz ele.

— Não mano, que isso, faço isso pela grande amizade que nós dois temos, você sabe que é o meu irmão… eu digo.

— E você é o meu, cuida de tudo aí pra mim, não tenho certeza, mas provavelmente eu vá ao Rio no fim do ano, ainda não sei, mas tô vendo isso… diz ele.

— Beleza, se cuida, beijo Liz… digo e ela manda um beijo de volta e então desligamos.

Então me jogo no sofá e pego o meu celular, vou até a agenda e fico observando o número da Alexia, será que ligo ou será que tá muito recente pra ligar? O foda é que eu não consigo parar de pensar nela, e eu quero tá com ela de novo logo, que doideira.

Fiquei apenas observando o telefone, mas logo joguei o celular pro lado e peguei o controle da tv ligando a mesma pra assistir alguma coisa.

Alexia

— Não acredito nisso amiga, Graziela mesmo doente tinha um “acompanhante” na casa dela? Diz Meire comigo ao telefone.

— Não é do jeito que você tá pensando amiga, era só um protegido dela, como era o Pablo, que estava cuidando pra que ela ficasse bem, ele era super simpático, um gato, tinha os olhos mais lindos e penetrantes, eu fiquei até sem jeito, acredita que almoçamos juntos, conversamos, e eu dei o meu número pra ele… eu disse.

— Sério? Amigaaaaaaa! Tô gostando muito dessa nova Alexia, super decidida, super dona de si, que tudooooo! Diz ela e eu rio.

— Para mulher! Só achei ele super simpático e lindo e porque não manter uma amizade né, não sei se o que ele disse sobre ele é verdade, mas pelo menos, vou ter a chance de saber mais pra frente quando ganhar a sua confiança, quem sabe, não tô apostando em romance nenhum, só tô querendo amizades novas… digo.

— Aham, claro que sim amiga, mas se rolar algo, zero culpa, certo? Diz ela e eu caio na gargalhada.

— Para Meire! Me fala, o que vamos fazer no fim de semana?

— Já tenho várias baladas em mente, principalmente uma boate nova que inaugurou faz pouco tempo… diz ela.

— Só vamos, quero curtir a vida como nunca apartir de agora! Digo toda animada.

Uma semana depois — Rulian.

Depois de uns dias, eu comecei a cuidar dos negócios do Pablo aqui no Rio, e estava tudo indo muito bem, só faltava visitar a Mansão, onde ele dançava antes, ele queria comprar o lugar e queria que eu fizesse a negociação, mas não queria que ninguém soubesse que ele estava comprando, então eu tinha que fazer tudo isso no sigilo.

Passei a noite lendo tudo que ele mandou a respeito de lá, sobre os donos e sobre quem estava à frente de tudo e hoje fui até lá.

Assim que cheguei na Mansão, um cara veio me atender.

— Bom dia, eu gostaria de falar com a Katherine por favor… eu digo a ele.

— Bom dia… quem quer falar com ela? Ele pergunta.

— Rulian Días… eu digo.

— Entra aí, vou avisar a ela … diz ele entrando, entro em seguida, vou até uma das mesas, puxo uma cadeira e me sento.

— Olá, eu sou Katherine… diz uma loira vindo até mim, muito bonita por sinal.

— Oi, eu sou Rulian, tô aqui porque queria fazer uma proposta pra você, será que podemos conversar? Pergunto.

— Claro meu bem, vem comigo… diz ela sorrindo e saindo a minha frente, e pelo seu jeito de andar, com certeza está se insinuando… — Entra! Diz ela abrindo a porta de um escritório.

— Com licença… digo entrando… eu queria que você avaliasse bem a minha proposta antes de dar uma resposta definitiva… eu disse.

— Mas você nem me disse do que se tratava meu amor… diz ela apontando uma cadeira pra mim sentar.

— Obrigada… me sento e tiro da bolsa uns papéis entregando a ela, ela lê um pouco e logo dá uma gargalhada.

— Você quer comprar a Mansão? Ela pergunta.

— Sim, e com essas condições aí, acho que é muita vantagem pra você… digo.

— Mas a Mansão não está à venda meu bem, me desculpe… diz ela me entregando novamente os papéis.

— Não quer nem pensar na possibilidade? Perguntei.

— Não mesmo, mas porque tanto interesse nela?

— Na verdade eu quero entrar nesse negócio e estou comprando várias outras boates pequenas e me interessei por essa também, só isso… eu disse.

— Huum, entendi… mas sinto muito, não penso em vender… diz ela… mas pega o meu cartão, se quiser falar de outra coisa que não seja isso… diz ela me entregando o cartão e piscando.

— Ok… pego o mesmo e sorrio… então… obrigada pela sua atenção… digo me levantando e saindo.

— Tchau gato, espero sua ligação! Ela morde os lábios e eu balanço a cabeça negativamente assim que saio da sala.

Já no carro a caminho da casa da Graziela eu ligo pro Pablo e informo a ele tudo que aconteceu, ele não gostou muito, mas diz que não vai desistir.

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