Capítulo 2

Capítulo 2

Ele me perguntou se você estava viva.

- E?

- Só...

- Só isso?

Nosso chefe também perguntou, se você se lembra do que disse a ele.

- O que você respondeu?

- Que não! Não é verdade? Ele me pediu para não te dizer nada.

- Sobre?

- O que você falou a ele.

- Porquê?

- Eu sei lá! Vai ver ficou com vergonha.

- Duvido!

- Eu também, mas quer saber, foi ótimo!

Chegamos em casa deitei no sofá, acabei dormindo. Na hora que acordei, o Ed tinha ido embora. Levantei e fui a cozinha fazer alguma coisa para comer. Preparei um lanche, e a April chegou.

- Oi!

- Cadê seu celular ? O que foi isso na sua testa garota?

- Eu caí !

- Onde?

- Na sala do meu chefe!

- Não acredito!

- Como entrou lá?

- É uma longa história...Vamos comer, estou com fome.

- Vou preparar um sanduíche pra mim também, aí você me conta esse babado.

Contei tudo que me lembrava para April.

- Que história doida, isso só acontece com você, amiga. Lembra daquele dia na frente da boate, que você bateu a cabeça no poste! kkkkkk...

Você tem problema de vista, pode procurar um oftalmologista.

Eu já fui April, não é isso. Isso só acontece quando fico nervosa.

-  Será que ele vai te demitir?

- Não sei. Tenho que esperar até amanhã para saber. O pior é que estava esperando uma promoção, desde que entrei na empresa. Não sei o que disse a ele, será que foi alguma doideira?

- Com certeza amiga...Com certeza...

-  Ed vai ter que me contar. Porque será que ele pediu, pra ele não me falar nada?

- Você com certeza, não deve ter controlado a língua.

- Eu só me lembro dele falar, que não queria que eu sujasse o seu precioso tapete.

- Com certeza você falou mesmo, muita asneira. Vou tomar um banho estou exausta, se precisar de qualquer coisa é só chamar.

- Tá bom, também vou tomar banho, estou com sangue grudado por todo cabelo.

Ao lavar meu cabelo o corte ficou dolorido, só de encostar a pele repuxava. Olhei no espelho, parecia um pequeno corte, para tantos pontos. Antes de dormir, eu tomei um remédio.

- Bom dia! April falou ao entrar no quarto me acordando. 

- Vamos acordar, bela adormecida?

- Que horas são?

- São 7:00 horas em ponto. Se quiser carona novamente se apresse...

- Você já fez o café?

-Fiz... você sabe que só acordo de verdade, depois de a boa xícara de café. 

Levantei , me arrumei rapidamente. 

-Vamos? Eu como alguma coisa na empresa.

- Mas você, quase não come! Tem que se alimentar melhor, Thais.

- Não se preocupe mamãe! risos...

- Tudo bem, vamos!

Cheguei na empresa, o Ed estava chegando também.

- E aí, como você está?

- Estou bem melhor.

Ele me olhou como se tivesse duvidando.

- Thais, venha a minha sala!

Diogo passou como um furacão por nossa mesa, como sempre humorado.

-Boa sorte ! Disse o Ed com uma cara engraçada.

DIOGO SMITH 

Como todos os dias eu acordei, com a mesma dor de cabeça. As enxaquecas, não me deixam trabalhar em paz. Desde que perdi, minha pequena Luiza, não consigo dormir direito, as dores de cabeça frequente me levam a loucura. Testei todos os tipos de analgésicos, mas com o tempo, todos eles vão perdendo a eficácia. Sei que coisas ruins acontece com muitas pessoas, mas eu não consigo aceitar, o que aconteceu com minha pequena. Ela tinha apenas 3 anos, em uma brigas com a mãe dela, ela ficou muito irritada, pegou a menina e colocou no carro, sem conseguir impedi-la saiu em alta velocidade. Depois de alguns quarteirões vi o seu carro colidir de frente a um caminhão. As duas, acabaram morrendo no local.

Depois disso, não consigo dormir. Isso ferrou comigo, minha paciência é curta, e as pessoas vivem me irritando.

Cheguei na empresa ontem, mandei a Sílvia embora. Hoje vou ter que lidar, com uma mulher que evito de olhar, desde do dia em que entrou na empresa. Me sinto estranho, em relação a ela.

Quando pego elevador, ou entro no mesmo ambiente, não me sinto confortável, isso me incomoda muito. Não sei o que é, não tenho vontade, nem paciência para descobrir.

Mas hoje infelizmente vou ter que enfrentar a situação. 

Cheguei na empresa e chamei ela até minha sala, assim que entrou. Ela virou uma estátua.

Não sei o que deu nela, depois mandei pegar os contratos. Ela voltou toda atrapalhada, e acabou caindo. O que é ainda pior, é que ela acabou cortando a testa. O que mais me surpreendeu, foi o que ela disse, enquanto sangrava.

Disse que sonhou em me beijar.

Depois tentou deferir ofensas, mas não me afetou em nada, porque estou acostumado a ouvir isso, de vários funcionários incompetentes.

Todas as pessoas que mando embora, falam coisas parecidas. Eu nunca me importo, mas o que ela disse, entre as ofensas, me deixou surpreso.

Depois de ligar para o Eduardo e saber que ela estáva bem, fui para casa .

Cheguei em casa e pratiquei meu ritual diário.  

Sempre me deito no sofá, ligo vídeos da Luiza, para me lembrar do seu sorriso de quando brincava na piscina,ou no parquinho. Depois de um tempo de nostalgia, vou para o quarto, trabalho até o cansaso me vencer.

Hoje acordei com minha cabeça explodindo. Tomei meus remédios, e fui trabalhar.

Assim que entrei na empresa eu vi a Thais. Com o mesmo mau humor, que sempre me acompanha, eu a chamei para ir até minha sala.

Ela entrou disfarçando para não me olhar. Então perguntei.

- Está tudo bem, com você hoje?

Porque não estou acostumado com pessoas que tentam se matar.

- Não tentei me matar, senhor. Eu só tropecei , e caí.

Eu recomendo que tenha mais cuidado da próxima vez. 

- Sim, senhor...

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