Os olhos azuis encaravam o horizonte com fixação, como se estivessem mergulhados na paisagem que se criava em sua frente. A beleza das casas,das ruas de Roma e principalmente as cores que agora pintavam o céu brilhando em uma aquarela que não poderia ser copiada nem pelas mãos do artista mais talentoso do mundo.
E não importava quantas cores, quentes ou frias, brilhassem ao redor do mundo, ela não conseguia ver a beleza de nada disso. O seu mundo, ela ainda enxergava em cores pálidas. Os dias para ela eram sempre cinzentos.
O vento batia forte sobre o corpo franzino, coberto por roupas que a impediam de sentir o frio daquela tarde.
As madeixas ruiva
Realmente não estava nem um pouco afim de ir naquela viagem, só de pensar nas horas que passaria sentada naquele ônibus, ouvindo aquela multidão de pessoas conversando sobre coisas fúteis já tirava o pingo de paciência que ela achava que lhe restava.Apesar disso, ao mesmo tempo ela se questionava, como sempre fazia, como seria se ela fosse? O que aconteceria?A mulher de cabelos ruivos guarda o celular no bolso detrás do jeans escuro e seus olhos voltam novamente para paisagem ao seu redor.A visão dela capta a cor cinzenta do concreto das paredes e dos geradores que ficavam naquele local, visto que era o “telhado” do prédio. Apesar da paisagem parecer aban
Ele não sabia como, mas quando a mensagem com os dizeres;"ion no ci vado ( Eu não irei )"Chegou até si através do grupo que os alunos haviam criado ele soube que era ela. Talvez fosse o tom petulante, ou a teimosia expressada mesmo através de uma tela.Ele não teria como explicar como sabia, não teria como dizer.Ele só sabia.Dante decidiu que não ficaria nem um minuto a mais se remoendo por uma aluna que jogava no lixo todas as expectativas que ele tinha sobre ela. Era desconcertante ter que reconhecer que suas aulas eram feitas exclusivamente&
A noite estendeu-se até a madrugada e por mais que Dante tenha tentado, ele não havia conseguido engraçar-se com nenhuma das mulheres ali dispostas no bar. Seus primos caçoavam de sua falta de jeito com as mulheres e repetiam incansavelmente que o motivo pelo seu súbito desinteresse por mulheres aleatórias era dado ao fato de que ele estava apaixonado.Vendo-os ao longe tropeçar sobre os próprios pés devido a quantidade de álcool ingerida ele estava inerte, tentando entender o que havia acontecido consigo quando aquela mulher o tocou de maneira íntima entre as pernas. Ele não reagiu, não se excitou, percebeu que não era as mãos dela que ele gostaria que estivesse em seu corpo, Dante então repudiou seu toque, como um cavalheiro pediu desculpas e afastou-se dando assim a noite por encerrada. P I E M O N TPrólogo.O vento frio batia em seu corpo lhe dando arrepios, os braços finos se cruzam imediatamente em um reflexo comum do ser humano de tentar se aquecer da brisa fria, ao mesmo tempo que a agradava, visto que amava frio, lhe causava desconforto.Entre os tecidos dos agasalhos, Aurora sentia um cansaço excessivo tomar cada fibra e célula de seu ser, ela só queria deitar em sua cama e sentir a maciez de sua coberta. Olhar para o canto do seu quarto e visualizar, mais uma vez, as paredes rachadas.Ao mesmo tempo, sua mente iria maquinar o quanto aquilo era incômodo e que ela devia mandar arrumar imediatamente aquele defeito, entretanto a mulher apenas ficaria deitada na cama a pensar nisso, tais fatos concerteza gerariam apenas mais uma frustração para sua longa lista. Frustrada. Foi assim que ela se sentiu nos últimos dias.Alguns cachos ruivos se soltaram do coque mal feito de acordIntrodução
P I E M O N TShockDante vai até a frente de sua bancada, um sorriso pequeno tentava se despontar dos lábios finos do homem, o gosto de vitória era tão palatável quanto o de um Rivetto Barolo dançando em sua boca. Ele se lembra dela faltar em quase todas as suas aulas sobre vinhos, conseguir acertar a degustação de dois ou três era uma idealização. Degustar um vinho era muito mais do que beber, sentir o gosto ou a acidez.Aurora se levanta de forma irreverente. Ela tinha certeza que seu visual despojado e a falta de seu dolma lhe dava mais ainda um ar de “Não ligar” para o que ia acontecer, visto que mal aparecia naquelas aulas. Com certeza seus colegas de sala, inclusive o professor, deveriam estar achando que ela não sabia nada sobre vinhos ou degustação daquelas beldades. Conseguia enxergar isso na expressão vitoriosa que ele tinha, o sorriso de lado e os olhos cinzentos frisados e brilhantes só comprovam isso.<
P I E M O N TScoppioUm vulto passa pelos corredores cheios da faculdade, alguns alunos viram o rosto para observar a mulher de cabelos ruivos caminhar apressada e até desmantelada em direção a saída. Não demorou muito para que os comentários sobre a aula de degustação começassem a ser proferidos, alguns diziam com surpresa a respeito de tudo o que havia acontecido. Já outras más línguas, apenas deixavam a história mais “cruel” para o lado da mulher; o famoso telefone sem fio.Aurora sabia que tinha olhares sobre si, mas não ligava para nenhum deles, apenas continuou seu trajeto sem nem ao menos olhar para trás.Quando seus pés tocaram enfim o lado de fora ela soltou o ar que prendia em seus pulmões. Era sempre tão difícil estar ali, cercado por aquelas paredes tão cheias de hi