LAIKA Um dia se transformou em dois e ainda não me trouxeram comida, nem havia sinal do Alfa Karim ou do Sekani. Será que ele ainda estava no bando? Observei o sol se pôr e nascer novamente, e mais um dia se passou. Ele estava realmente furioso comigo e planejava continuar assim até eu morrer. No quarto dia trouxeram comida, mas não comi. Fiquei apenas olhando. Minha boca estava amarga de tanta saudade do Alfa Karim.Esticava o pescoço a cada passo que ouvia, esperando que fosse ele. Estava com raiva de mim mesma e do meu destino. Como ele pôde acreditar naquela garota e não em mim? Neste caso, a verdade estava clara para todos nós, mesmo assim ele me prendeu.No quinto dia, os guerreiros me tiraram da cela. Tentei resistir, mas não era páreo para a força deles. Me levaram até a tenda do Alfa Karim e me fizeram ajoelhar ali. Fui deixada sozinha e fiquei me perguntando o porquê.Alfa Karim saiu da tenda interior usando calças de couro e peles em volta do pescoço. Ele me observou s
— Eu salvo sua vida e é isso que você tem pra me dizer?— Alfa Karim, você está me machucando. — Sussurrei, enquanto sua mão apertava meu queixo. Lágrimas escorriam pelo meu rosto.— Não me importo! Você sabe o quanto meus Titãs odeiam que eu escolhi você, mas então pedi que ficasse longe porque tenho mais juízo que você, mas você nunca escuta. Acha que não sou capaz de machucá-la?Eu estava ficando assustada agora. Sua voz assumia um rosnado profundo que não era mais humano, mas animalesco.— Você acha que não sei o que outros Alfas teriam feito com você se fosse parceira deles?— Então você quer minha gratidão? É por isso que me escolheu? — Sussurrei.— Eu quero seu maldito reconhecimento! — Ele rugiu e me empurrou. Caí no chão de bunda e fechei os olhos para suportar a dor que me atravessou. Ele passou os dedos pelo cabelo novamente, andou de um lado para outro e parou na minha frente. Me puxou do chão pela gola e me segurou ali.— Eu poderia rejeitá-la e proibi-la de me aceitar, só
Alfa Karim— Encontre-me uma escrava. — ordenei ao meu Beta.Ele assentiu e partiu sem hesitar. Caminhei em direção ao bar da Sra. Lena. O sol estava se pondo, mas meu coração ardia. Não me sentia magoado, mas furioso. Uma raiva ardente queimava dentro de mim, e eu não conseguiria funcionar bem se não a apaziguasse.Tenho certeza que todo o bando ouviu nossa discussão e vai me culpar por não tê-los escutado quando pediram para me livrar dela. Esse sentimento era perigoso para mim. Preciso matá-lo antes que fique fora de controle. Essa coisa que sinto pela Laika. Acho que é meu fetiche por coisas que não posso ter, e Laika só estava me atraindo ao provar que não podia tê-la.A Sra. Lena correu até mim assim que entrei em seu bar. Os outros homens se levantaram e me reverenciaram. Reconheci o gesto e fui para um canto escondido. Não estava bêbado, mas cambaleava. Estava embriagado de fúria.Sentei-me e pedi bebidas. A Sra. Lena correu para buscá-las, não querendo me contrariar. Ninguém q
— Quero te foder. — eu disse.Seus olhos se acenderam de excitação e um sorriso se espalhou pelo seu rosto.— Estou molhada e pronta para você, Alfa.— Vá para minha tenda e espere.Ela saiu apressadamente sem hesitar. Pensei em procurar outra donzela, mas Erika veio até mim completamente vestida.— Alfa Karim, o que eu fiz para você me desprezar tanto?— Vá embora, Erika. — disse sem entusiasmo e comecei a me afastar lentamente, mas ela veio atrás de mim.— Posso te dar a satisfação que...— Afastem-na de mim. — rosnei, interrompendo-a. Meus guerreiros surgiram imediatamente e seguraram Erika longe de mim.Entrei na minha tenda; a donzela estava demorando para se despir. Quando me viu, deixou o vestido cair aos seus pés. Observei seu corpo. Era perfeito, mas não perfeito para mim.— Você quer que eu te foda. — disse, dando um passo à frente. Ela assentiu ansiosamente. — Ajoelhe-se e implore pelo meu pau.Ela se ajoelhou imediatamente e juntou as mãos.— Alfa Karim, por favor me foda.
LAIKA Não tive notícias do Alfa Karim por mais de dois dias. Fui deixada na periferia do bando, e ninguém perguntou por mim. Quem seria louco o suficiente para se preocupar com uma Ômega amaldiçoada? O Alfa Karim era o único insano o bastante para olhar duas vezes na minha direção.A fome me consumia, e Sekani nem estava mais lá. Fiquei me perguntando o que tinha acontecido com ele. Será que eu o coloquei em problemas também? Tentei me conectar com minha loba, mas ela ainda estava com raiva de mim e se fechou completamente. Não tinha mais amigos ou alguém que se importasse comigo. Até meu lobo interior tinha se voltado contra mim.Naquela manhã, juntei meus cacos e fui procurar emprego. O primeiro lugar que fui foi a loja da Sra. Lena. Fui lá por dois motivos: primeiro, para ver o Alfa Karim, esperando que ele frequentasse o lugar, e segundo, para ver Sekani.O bar estava cheio de homens e, assim que entrei, todos ficaram mudos e me encararam. Agora eu era famosa demais neste ban
Eu sabia que ele tinha instruído ninguém a me tocar no bando. Ele me deu o direito à cidadania, e ninguém mais me veria como uma escrava. Contudo, eu ainda precisava trabalhar para garantir meu sustento. Decidi seguir em direção oposta, em direção ao mercado. Certamente havia algo que eu pudesse fazer por lá.Quando cheguei lá, as primeiras pessoas que vi foram Sra. Theresa e Erika. Erika me lançou um olhar fulminante, e se os olhos fossem lanças, ela teria me derrubado. Ela parecia querer dizer algo, mas a mãe, percebendo o clima, a puxou para longe. Era mais prudente não incorrer na fúria do Alfa.Continuei meu caminho, até que uma placa chamou minha atenção: Procuravam um Trabalhador. Entrei na loja e logo me deparei com uma mulher corpulenta, que pareceu horrorizada ao me ver.— Vim procurar trabalho. — Eu disse, ignorando a expressão em seu rosto.— Não estamos mais contratando. — Ela quase gritou, em tom elevado.Olhei para a placa do lado de fora da loja, e ela, sem querer, segu
LAIKAEu fiquei profundamente alarmada ao avistar Sekani, imóvel, bem em frente ao Alfa Karim, que empunhava a espada. Temendo pela segurança dele, não pude deixar de me perguntar por que ele se colocava tão próximo do Alfa Karim, arma em punho. Resolvi, então, não interromper o momento, pois a última coisa que desejava era que algo de maléfico lhe acontecesse por minha causa. Embora minha ida ao poço se devesse unicamente à necessidade de coletar água, uma parte de mim ansiava por confirmar, de maneira velada, se o Alfa Karim manteria o apoio que me oferecera.Eu realmente não sei ao certo. Talvez eu seja imprudente ou mesmo instável, pois, inexplicavelmente, ainda eu ansiava pela atenção dele, mesmo depois de ter deixado claro, de forma repetida, que desejava ser deixada em paz. Temia, com todo o meu ser, que seu interesse por mim tivesse se esvaído, especialmente considerando que já se passaram quatro dias sem que ele se aproximasse ou sequer se lembrasse de enviar-me algo para come
— Isso é ótimo. Estou feliz por você.— E você? Por que o Alfa Karim te deixou ir?Te deixou ir.Essas palavras me atingiram de forma avassaladora, como se, finalmente, ele tivesse decidido me libertar; será que aquilo significava que ele, enfim, optara por me deixar ir? Teria sido isso que ele discutiu com Sekani? Eu não queria acreditar nisso. Teria sido por isso que ele quis foder aquela fêmea?— Eu... — Palavras me faltaram, sufocadas pela emoção e pela incredulidade.— Agora que você está livre, pode se afastar daqui. Você mesma disse que ninguém quer lhe oferecer trabalho por aqui. Muitas pessoas estão, neste exato momento, em busca de mãos habilidosas para o bando da Lua Vermelha, onde, aliás, ninguém sequer conhece o seu nome. Eu vou lhe arranjar um emprego.Meu olhar permaneceu fixo na tenda do Alfa Karim, enquanto eu esforçava meus ouvidos para captar qualquer murmúrio que pudesse vir daquela morada, mas tudo permanecia envolto em silêncio.— Laika.Virei-me para encarar Seka