Os Herdeiros Bilionários
Os Herdeiros Bilionários
Por: Marlize Beneke
Capítulo 1
Ashley

Andei de um lado para o outro na sala de estar da nossa casa, esperando meu marido chegar em casa. Tive enjoos matinais nos últimos dias. Fui ao médico hoje para confirmar minha suspeita e hoje ele me deu a melhor notícia que esperei ouvir há quase quatro anos. Sabia que Adrian quer um filho e, depois de quatro anos de luta, nós finalmente seríamos pai e mãe.

Ouvindo a porta se abrir, corri para a entrada da casa. Ele estava mais atrasado do que o normal e eu estava ficando preocupada. Ele tinha chegado mais tarde em casa esta semana inteira e está distante de mim, isso estava me deixando ansiosa.

— Adrian, é você? — Perguntei alegremente, mas meu sorriso desapareceu imediatamente quando vi uma mulher, e não qualquer mulher, mas minha irmã gêmea o acompanhando. Ele estava rindo de algo que ela disse e senti uma pontada de ciúmes quando percebi o quão íntimos eles são. Limpei a garganta, chamando a atenção deles. Adrian olhou para mim com raiva nos olhos, enquanto minha irmã me lançou um olhar furioso.

“O que diabos ela está fazendo aqui e com o Adrian? Por que ele está bravo comigo?”

Ele olha para Tonya e lhe dá um sorriso sexy antes de sussurrar em seu ouvido, então a puxando para mais perto dele.

“O que diabos está acontecendo? Pensei que minha irmã estava em Londres com seu noivo.”

Ele passa por mim, me ignorando enquanto leva a Tonya escada acima e eu franzo as sobrancelhas, confusa.

“Isso é algum tipo de piada? Ele está tentando me deixar brava?” Eu sabia que os dois eram um casal quando estávamos no ensino médio, mas ela conheceu o Frank e desde então eles são apenas amigos.

Eu estava com raiva. Se era isso que ele queria, ele conseguiu, sem dúvida.

Olhei para as escadas, esperando que tudo isso seja apenas um pesadelo, mas alguns segundos depois, Adrian voltou.

— Que diabos, Adrian? — Eu gritei.

Sim, estava furiosa que ele trouxe ela para nossa casa! Ele sabia que Tonya e eu não nos damos bem, mas teve a cara de pau de trazer ela. Não confio nem um pouco nela.

— Você quer mesmo saber, sua vagabunda? — Disse friamente.

Ele parecia furioso, mas por quê? Eu não sabia.

— Sim, claro, por favor me diga.

Não sabia o que estava acontecendo ou por que ele estava me chamando de vagabunda. Fui sua parceira e sua esposa pelos últimos quatro anos. Ele estava olhando para mim como se quisesse me matar.

— Você acusou sua irmã de ter um caso! O Frank a deixou ontem e a expulsou! Você chegou a pagar alguém para estuprar ela no quarto de hotel dela, e escondeu uma câmera! Como pôde fazer algo assim? Eu descobri seu caso e sabe de uma coisa? Você não passa de uma prostituta! — Ele grita enquanto fico ali chocada, sem saber do que diabos ele estava falando.

— O quê? Paguei alguém para estuprar ela? Como ia fazer isso se eu nem sabia em que hotel ela estava hospedada, Adrian? Você sabe que recebe notificações quando uso o cartão! Eu não a vejo há muito tempo! De que caso você está falando? Eu nunca te traí! — Eu engasguei, chocada, minha voz embargada. Este não era o Adrian. Este não era o homem que amei por seis anos, este não era meu marido.

— Você queria mais, mais e mais! Você é uma vagabunda interesseira! Em pensar que caí nas suas mentiras ao longo dos anos. Como você pôde fazer isso com a Tonya? Ela é sua única família! Como você pôde fazer isso comigo? Vi a transferência que você fez para uma conta desconhecida! Você pagou 1 milhão de reais para essa pessoa! — Ele gritou e eu engasguei.

Como ele poderia dizer isso?

— Do que diabos você está falando, Adrian? — Perguntei com raiva.

— Você sabe exatamente do que estou falando! — Gritou na minha cara enquanto dei um passo para trás. O Adrian que eu conheço nunca levantou a voz para mim, muito menos me xingou.

— Vocês dois acharam que eu não descobriria o seu segredinho? O que fez você querer roubar meu dinheiro enquanto eu estava cegamente apaixonado por você? Me diga, vadia! — Ele gritou.

— Quem diabos é esse? O que diabos você está dizendo? Você não está fazendo sentido!— Perguntei em voz alta.

— Você e seu suposto melhor amigo gay, Jason! Vocês dois estavam transando pelas minhas costas! — Gritou para mim.

— Está se ouvindo? O Jason é gay! Por que ele mentiria sobre isso?! — Gritei.

— Você é uma vagabunda patética! — Ele disse, revirando os olhos.

— Eu juro que não te traí! — Disse enquanto lágrimas caíam pelo meu rosto. Tentei me segurar, mas falhei miseravelmente.

— Pare de agir como inocente, eu sei de tudo, então faça um favor a si mesma e pare de mentir, porra! — Ele disse.

— Eu não te traí, porra! — Gritei. Então, algo que nunca pensei que ele faria, aconteceu. Adrian levantou a mão e me deu um tapa forte no rosto e eu sei que isso vai deixar uma marca. Fiquei lá, em choque, enquanto lágrimas rolavam pelo meu rosto. Eu nunca pensei que ele levantaria a mão para mim, porque ele sabia tudo sobre o meu passado.

Os olhos do Adrian se arregalaram em choque, mas ele rapidamente os cobriu com raiva. Minha boca ainda estava aberta pelo choque enquanto tentava dizer algo, mas nada saía.

— De hoje em diante, você está morta para mim!

Engasguei-me e foi o suficiente para eu correr escada acima. Entrei em nosso quarto e fechei a porta. Assim que ouvi o clique da porta fechando, caí no chão e deixei as lágrimas caírem. Solucei e pressionei minha mão no peito. A dor era brutal, como se alguém tivesse acabado de arrancar meu coração. Parecia que alguém estava me esfaqueando com uma faca e torcendo. Senti um ataque de pânico chegando, mas rapidamente me levantei e fui até a janela para tomar um pouco de ar fresco.

Olhei para a lua enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto, então minha mão encontrou o caminho para minha barriga e sorri tristemente.

“Desculpa, meu bebê, desculpa por não poder contar ao seu papai sobre você. Sei que você vai precisar de um pai enquanto cresce, mas você me terá, uma mãe que vai te amar e fazer tudo por você.”

Fui até o armário e peguei duas malas vazias, enchi elas com minhas roupas, as únicas coisas que tinha. Todas as joias e móveis pertenciam ao Adrian. Eu não poderia pegar as joias que ele comprou para mim, só pensar nele já me doía.

Eu rapidamente vesti meus jeans rasgados, uma camiseta preta, meus tênis e arrumei meu cabelo. Olhei ao redor do quarto e sorri tristemente. Decoramos o quarto juntos quando tínhamos acabado de comprar a casa, nossa foto de casamento ainda estava na gaveta, parecíamos felizes, nós contra o mundo, o dia em que prometemos estar um com o outro nos momentos bons e ruins, o dia em que prometi até que a morte nos separasse, mas parece que Adrian não levou seus votos a sério.

Peguei a foto e a coloquei na minha bolsa. Não poderia deixar ela aqui, esta foi a única coisa que tinha do nosso dia feliz — o dia em que me casei com o amor da minha vida.

“Terminou?”

Ouvi uma voz chamando do outro lado da porta. Sua voz encheu o quarto de raiva e ódio. Limpei minhas lágrimas. Tinha que ser forte, consegui fazer isso, já fiz isso antes de conhecer ele. Limpei meu rosto novamente enquanto respiro fundo, peguei minha mala e dou uma última olhada no quarto onde passei tantos momentos maravilhosos, onde me entreguei a ele, onde cuidei dele quando estava doente, onde fizemos amor sem parar e onde concebemos nosso filho. Balancei a cabeça para me livrar das imagens enquanto abro a porta.

Ele olhou para mim com desgosto, enquanto senti meu coração já partido se despedaçar ainda mais. Ele andou na frente e eu o segui como um cachorrinho perdido. Assim que descemos as escadas, ele me entregou os papéis. Peguei cuidadosamente enquanto meu coração começou a bater rápido e, assim que vi o que era, minha respiração ficou presa na garganta.

Papéis do divórcio!

Fiquei em choque. Senti como se estivesse tendo um pesadelo do qual iria acordar, mas não estava acordando. Ele me entregou uma caneta e olhei para o lugar onde minha assinatura deveria estar e então algo chamou minha atenção, ele já havia assinado os papéis.

— Você vai sair desse casamento como entrou, apenas com suas roupas. Não vai receber um centavo, nem casa ou carro. Assine e vá embora.

Lutei contra as lágrimas enquanto assinava os papéis e, quando olhei para ele, quase me engasguei ao ver o ódio que ele tinha ao olhar para mim.

— No dia em que você perceber que cometeu um erro, será tarde demais. — Disse a ele sem emoção. Enquanto caminhava até a porta, quando estava prestes a sair, senti alguém agarrar meu braço com força, me fazendo gemer.

— Por que eu iria querer alguém tão nojenta e feia quanto você de novo? Estou feliz por finalmente ter me livrado de você. Por que eu iria querer voltar correndo para você, Ash?

Senti meu coração se despedaçar em um milhão de pedaços quando ouvi ele dizer essas palavras dolorosas.

— Por favor, solte meu braço, você está me machucando. — Disse com uma voz fraca e ouvi a quão abatida estava.

Ele soltou, olhou para mim e disse:

— Saia da minha vida! Boa viagem para o lixo!

Olhei para ele, em choque por ele ter falado comigo assim e, quando olhei para ele, vi algo, talvez arrependimento. Dei um passo para trás e olhei para ele mais uma vez, como se estivesse esperando que ele dissesse que era tudo uma piada, mas nada aconteceu, e me virei, me afastando do homem que amo de todo o coração.

Não sabia o que aconteceu com Adrian. Eu nunca o traí com o Jason, como poderia? Jason e eu éramos amigos desde o jardim de infância, crescíamos no mesmo orfanato junto com minha irmã. Éramos como unha e carne, inseparáveis. Sempre nos apoiamos quando as outras crianças zombavam de nós por sermos órfãos. Adrian sabia que Jason era gay, ele conheceu vários ficantes do Jason, mas ele ainda acredita que eu o traí.

“Como ele pode pensar que eu fiz algo assim com a Tonya? Ela planejou tudo isso? Por que ela voltou para nossas vidas? Estávamos felizes nessa manhã.”

Andei pelas ruas, sem saber para onde ir, já que Jason estava viajando para uma sessão de fotos e eu só tinha duzentos reais comigo — não era o suficiente para arranjar um lugar para passar a noite até que eu pudesse descobrir para onde ir. Continuei andando, sem saber para onde ir. O vento soprava, tornando a luz da noite fria. A noite escura com as estrelas estava lá comigo enquanto a lua brilhava sobre mim.

Meu rosto e braço estavam doendo do abuso que sofri do Adrian e senti uma lágrima rolar pelo meu rosto ao me lembrar do tapa que ele me deu.

Estávamos bem nessa manhã. Agora estava sem-teto e meu marido me odeia. Como isso foi possível?

Depois de caminhar por mais de uma hora, cansei, sem saber o que fazer ou para onde ir. Decidi descansar um pouco, sentada na calçada. Não tenho família e meu melhor amigo está viajando.

Sandra? Sim, talvez eu possa ir até a Sandra.

Levantei me e rezei para um táxi passar e, felizmente, alguns minutos depois, um táxi parou. Dei a ele o endereço e, depois de algum tempo, chegamos à casa dela. Saí e caminhei até o apartamento dela, depois de pagar o motorista. Toquei a campainha e Sandra abriu, olhou para mim com a testa franzida.

— Ashley? — Ela perguntou assim que me viu.

— O que você está fazendo aqui? Onde está o Adrian? — Ela perguntou, olhando ao redor para procurar ele.

— Eu… eu… — Eu não conseguia falar enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto.

— O que aconteceu com você, Ash?

Ouvi sua voz preocupada, mas não consegui dizer as palavras que vão me assombrar pelo resto da minha vida.

— Venha para dentro. — Ela disse, abrindo mais a porta e me deixando entrar.

Fomos até a cozinha, onde ela me entregou um copo de água.

— Ash, aconteceu alguma coisa com o Adrian?

Balancei minha cabeça negativamente e então olhei nos olhos dela enquanto mais lágrimas escorreram pelo meu rosto.

— Eu… eu o perdi. — Soluçava enquanto ela me olha confusa.

— O que você quer dizer com você o perdeu?

Limpei minhas lágrimas, tentando o meu melhor para explicar a ela o que aconteceu esta noite. Do que ele me acusou e do que ele me chamou.

— Aquele filho da puta! Como diabos ele pode acreditar naquela cobra! — Ela gritou assim que terminei de contar minha história.

— Como ele pôde te acusar de algo assim? Ele é um idiota de merda por acreditar que você e o Jason fariam isso com ele e a Tonya!

— Eu não sei, mas nunca o vi tão bravo antes. — Solucei mais uma vez.

— Ah, querida, venha aqui. — Ela disse enquanto me abraçava.

— Querida, cheguei. — Ouço a voz da Cassady vindo da porta, mas assim que ela me viu, ela pareceu preocupada.

— O que aconteceu, Ash? — Cassady perguntou enquanto corria até mim.

— Seu primo de merda. — Sandra falou enquanto empurrava a mesa.
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