Capítulo 3

Ashley

Sentia alguém me sacudindo levemente. — Acorde, Ash. Você dormiu o dia inteiro sem comer.

— Não estou com fome, Sandra. — Resmunguei, tentando puxar as cobertas sobre meu corpo novamente.

— Você precisa comer alguma coisa, Ash. Lembre que está carregando uma criança dentro de você que precisa de comida e, além disso, depois que tomar banho e comer alguma coisa, tenho certeza de que se sentirá muito melhor.

— Está dizendo que estou fedendo? — Suspirei.

— Não, mas tenho certeza de que depois que você se refrescar, se sentirá muito melhor.

Olhei para ela e percebi que ela estava certa. Precisia me endireitar. Não podia continuar assim. Já fiz dois dias desde que encontrei o Adrian.

— Tudo bem, já vou descer. Me dê alguns minutos. — Finalmente disse enquanto me levantava.

Sandra saiu do quarto e eu rapidamente fui tomar um banho. Sandra estava certa: me sintia muito melhor depois do banho. Desci para comer alguma coisa. Quando meu telefone tocou.

— Boa tarde. É a Sra. Black falando? — Ouvi uma voz masculina no telefone.

— Sim, com quem estou falando?

— O Sr. King, advogado do Sr. Black.

Franzi a testa, me perguntando por que ele me ligaria se eu já assinei os papéis. Sandra deveria ter notado meu olhar confuso e levantou uma sobrancelha, mas eu a ignorei.

— Sra. Black, ainda está aí? — A voz do advogado me trouxe de volta à realidade.

— Sim, ainda estou aqui.

— Liguei para informar que o Sr. Black redigiu um novo acordo de divórcio, então você poderia vir amanhã às nove da manhã?

Me perguntei sobre o que ele estava falando, mas respondi:

— Sim, estarei lá.

Desliguei e olhei para Sandra. — Ele quer que eu assine novos papéis de divórcio.

— Mas por quê? — Ela disse mais para si mesma enquanto olhava para seu café.

— Eu não sei. Acho que vou descobrir amanhã de manhã. — Dei de ombros.

— Aposto que aquela vagabunda da Tonya tem algo a ver com isso. Juro que vou matar ela um dia. — Sandra ameaça para me fazer rir. — Sinto muito, eu sei que ela é sua irmã gêmea. Mas, droga, ela me deixa furiosa! Especialmente porque ela bajula aquele idiota do meu primo!

— Está tudo bem. Além disso, só saberei amanhã. Só espero que ela não esteja lá. — Eu disse.

Não consegui acreditar nele. Como ele pude fazer isso comigo depois de todos esses anos que estivemos juntos? Como ele pude acreditar na Tonya e não em mim? Como ele pude pensar que eu o traí? Ou que fez algo assim com a Tonya. Sabia que não tínhamos o melhor relacionamento entre irmãs, mas eu nunca a machucaria dessa forma.

— Eu sempre estarei aqui por você. — Sandra diz, pegando minha mão.

Dei um pequeno sorriso, grata por ter elas em minha vida.

A família do Adrian não aprovava que eu casasse com seu filho. Eles sempre gostaram mais da Tonya. Diziam que ela seria uma ótima esposa para ele, já que ela sempre estava no centro das atenções e era popular, diferente de mim, que era discreta e estava sempre ocupada com livros. Mas, no final, ele me escolheu depois que ela trocou ele pelo Fred no ensino médio. Nunca pensei que ele se apaixonaria por mim, mas ele tinha outros planos para nós. Namoramos por dois anos antes de nos casarmos. Sandra e Cassady sempre me apoiaram. Elas eram primas dele por parte de pai e também eram gêmeas. Às vezes eu queria que Tonya e eu tivéssemos esse tipo de vínculo, mas infelizmente isso nunca aconteceu. A irmã de Adrian, Sally, e Tonya são melhores amigas. Sei que ela nunca me aprovou, mas isso não me incomodava muito, já que era uma decisão de Adrian. Sally sempre me intimidava quando Adrian não estava por perto e eu nunca contei a ele, pois sabia o quanto ele amava a irmã. Eu não queria ser a pessoa que criava uma barreira entre os dois. Sandra e Cassady sempre me repreendiam por não contar ao Adrian o que a irmã dele fazia comigo.

O dia passou rápido. Sandra e eu assistimos a filmes românticos o dia todo enquanto tomávamos sorvete.

Contei a Cassady sobre o telefonema que recebi e sobre o que aconteceu esta manhã, e dizer que ela ficou furiosa é pouco. Ela queria ir até o Adrian dizer o que pensava, mas implorei que deixasse ele em paz.

— Se ele ousar levantar as mãos para você amanhã, prometo que corto a porra da mão dele! — Ela falou exaltada.

— Ash, você precisa que eu vá com você amanhã? — Cassady perguntou, e eu sabia por que ela queria ir.

— Não, eu vou ficar bem. — Disse a ela, mesmo sabendo que era mentira.

— Me liga assim que sair de lá. — Sandra disse e eu concordei.

— Eu ligo, prometo.

Ficamos acordadas até depois das dez quando eu disse a elas que ia me deitar, pois teria um longo dia amanhã.

Fiquei me revirando a noite toda, pensando no dia seguinte, quando vou ter que encarar o Adrian novamente. Não sei se sou forte o suficiente para passar por outra humilhação. Acho que não vou suportar isso dessa vez, especialmente se Tonya estiver com ele. Não sei quantas decepções amorosas posso suportar mais.

Na manhã seguinte, acordei cedo. Cheguei ao escritório do advogado dez minutos antes das nove e respirei fundo antes de subir.

“Você consegue, Ash.”  Me encorajei enquanto ia para o elevador. Pressionei o número do escritório do advogado e, quando cheguei, vi sua assistente e sorri para ela.

— Olá, sou Ashley Black. Tenho um compromisso com o Sr. King às nove.

— Sim, Sra. Black, eles estão esperando por você. — Ela sorriu e me guiou para uma sala, onde bateu e abriu a porta para mim.

Ele estava lá. Adrian Black, meu ex-marido. Estava sentado lá em toda a sua glória, tão bonito como sempre. Desviei o olhar, como se só de olhar para ele fosse me matar.

— Bom dia, Sra. Black, sou Paul King, estávamos esperando por você. Por favor, sente-se. — Diz o Sr. King, apontando para uma cadeira vazia.

— Bom dia. — Digo, me surpreendendo com o quão confiante pareço.

Olhei para o Adrian, mas ele não respondeu nem olhou para mim enquanto continuava digitando no seu celular.

— Vamos começar. O motivo pelo qual pedi que viesse é que o Sr. Black fez algumas alterações no contrato de divórcio, que lerei para você agora, Srta. Anderson. — Disse o Sr. King, me entregando um papel.

— Como pode ver, Srta. Anderson, você não receberá nada deste casamento. Você não tem nenhum direito sobre as propriedades, dinheiro ou a empresa dele. Correto, Sr. Black?

 Por que estava aqui se é igual ao primeiro contrato que assinei?

— Correto, Sr. King, ela não vai ganhar nada com esse casamento. Ela vai sair do jeito que entrou. — Disse o Adrian, olhando para mim pela primeira vez desde que cheguei e tudo o que vejo em seus olhos é ódio.

— Srta. Anderson, antes de continuarmos, gostaria de saber, pois me chamou a atenção. Você está grávida?

Olhei para ele, franzindo a testa. — Sim. — Respondo, sem medo de dizer em voz alta, já que a criança é do Adrian.

— Nesse caso, terei que pedir que assine este documento junto com os papéis do divórcio que lhe dei. — Disse o Sr. King, entregando os documentos.

Franzi o rosto quando olhei para o advogado. — O que é isso?

— O Sr. Black não reconhece essa criança como sua e quer ter certeza de que você não o processará por dinheiro pela criança no futuro. — Disse ele, olhando para mim com tristeza.

Fiquei surpresa e magoada depois de ouvir ele dizer aquilo e não consegui impedir as lágrimas de rolarem pelo meu rosto. Como ele poderia ser tão cruel?

Não acreditei que ele me humilhou desse jeito! Como ele ousa!

Peguei a caneta, assinei os documentos com raiva e pedi uma cópia dos documentos. Depois que ele me deu, me levantei.

— Posso ir embora agora? — Perguntei, não querendo ficar na mesma sala que aquele diabo.

— Sim, Srta. Anderson, você pode ir agora.

Saí da sala e estava prestes a entrar no elevador quando alguém me puxou de volta com força e disse: — Não tão rápido.

— Quero seu anel e seu colar. São muito caros para uma prostituta e estupradora como você. —Disse o Adrian, me deixando ofegante.

Tirei e joguei nele. — Eu não queria ficar com isso mesmo.

Ele olhou para mim com um olhar assassino e sussurrou no meu ouvido: — Espero que você e seu bebê bastardo consigam se virar sem meu dinheiro. Essa pobre criança bastarda não sabe que sua mãe é uma prostituta.

Ele me soltou e, no instante em que me libertei, dei um tapa nele. — Meu filho bastardo, como você o chama, vai ficar bem! — Cuspi nele antes de entrar no elevador, deixando um Adrian em choque para trás.

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