Ângela Souza Ontem, depois que cheguei a minha casa, antes de passar quase duas horas direto no telefone falando com César, fui me deliciar do bolo de chocolate com calda de morango que Marta, havia feito. O que começou com uma fatia, acabou que devorei quase a metade do bolo. As horas restantes, no entanto, passei acordada até ser envolvida por um sono profundo, e nem ao menos me dediquei a estudar para o simulado. Agora tendo uma cúmplice, que estava até mais empolgada do que tudo, pois como ela mesma disse por diversas vezes enquanto relatava as histórias do seu passado, de como era astuta e diante de como ela disse, um romance proibido, que desta vez teria um final feliz. Hoje antes de sair de casa, o senhor Alberto, foi avisado por Nina, que não precisava vir me buscar, já que eu iria almoçar na casa de uma amiga. Ainda no intervalo, recebi uma mensagem de César. Sendo dele os últimos dois horários, eu não precisava me preocupar em terminar logo o simulado. Desta forma,
Ângela Souza Meus olhos ficaram fixos na direção do casal a minha frente, enquanto isso, eles começaram a descer os degraus da escada. Embora sentindo sempre os dois longe de mim, até quando estavam por perto, eu ficava imensamente feliz pelos poucos dias em que ficavam em casa. Contudo, a volta deles tão repentina, quando na verdade só iriam chegar na próxima semana, me causou uma sensação ruim, como se toda a minha felicidade fosse se esvaindo dando lugar a uma angústia profunda, e um aperto forte em meu peito, como se meu coração estivesse sendo esmagado. Fui tirada do estado de estupor em que me encontrava quando senti os braços do meu pai me envolvendo, dando-me um abraço apertado. Algo que quando criança sempre fazia-me sentir segura, mas hoje somente sinto isso quando estou nos braços de César, como se nada e ninguém pudesse me machucar. — Estava com saudades princesa — disse ele assim que se afastou um pouco. — Também estava pai. — Então suas alunas deram resultado?— fa
Richard Johnson Eu estava consumido pela raiva, a ponto de tornar-me irreconhecível. O meu ódio era tanto, que se aquele desgraçado estivesse em minha frente nesse exato momento, cometeria uma atrocidade. Com o aparelho em mãos, comecei a andar rapidamente, quase correndo em direção à porta. Cheguei ao jardim, porém, o meu coração estava acelerado e parecia que iria sair pela boca. Minha respiração estava ofegante e então fui obrigado a parar e segurar a respiração para que voltasse a funcionar no ritmo normal. Meu olhar foi de encontro ao homem que estava saindo da entrada que dava acesso a cozinha e certamente havia terminado de almoçar. — Alberto! — ele ao ouvir minha voz e tratou rapidamente de diminuir a distância que nos separava. — Vamos sair agora mesmo. O homem deve ter achado estranho o fato de sair com ele e não com o meu motorista, porém, não disse nada e caminhou até a porta do veículo, assumindo o controle do volante. Instantes depois, o carro entrou em movimento
Ângela Souza Eu estava assustada e tremendo de medo. Nunca, em toda a minha vida, eu havia visto aquela expressão em sua face. Era assustadora. Vários sentimentos misturados, ódio, raiva, ira, tudo se mesclando em seu semblante, enquanto ele olhava para mim como se estivesse se controlando para conter tudo que estava sentido. De repente o silêncio foi quebrado pela minha mãe. — Richard, o que está acontecendo? Como resposta, ele passou um de seus dedos na direção da tela do aparelho que estava sobre sua posse e somente quando estendeu na direção dela, eu percebi que era o meu celular. Os olhos de Gisele ficaram cravados no visor e o homem que estava fazendo voto de silêncio resolveu interrompê-lo. — Veja que tipo de aula a sua filha estava tendo. De repente, os meus pulmões começaram a funcionar aos espasmos, como se estivessem queimando como brasa. Minha garganta ardia e eu não conseguia respirar, enquanto a mulher se virou em minha direção e seus olhos estavam faiscando de fúr
César Medeiros Depois do confronto com Richard. Eu sabia que ele e Gisele, fariam de tudo para afastá-la de mim, no entanto, não esperava que ele fosse agir tão rápido. Não adiantava ligar para ela, já que sabia que seu celular estava sob a posse dele e muito menos fazer algo agindo por impulso ou colocaria tudo a perder. Entretanto, ao ir para escola no dia seguinte, sabia que poderia não encontra-la, e após quase cinco horas de aula, ao sair e ver o sorriso vitorioso no rosto da infeliz e em seguida ouvir as palavras que foram ditas por ela. Precisava ser muito mais rápido que os dois ou Ângela seria afastada de mim para sempre, porém, se eu não soube a forma que Richard descobriu tudo, teria eu mesmo dado um fim naquela vadia, que ao saber que Ângela, estava prestes ai estudar em outro país, estava explodindo de felicidade, como se tivesse ganhado na loteria. Uma corrida contra o tempo foi iniciada, e nunca me foi tão útil na vida ser um homem dono de uma fortuna exorbitante
Ângela Souza Minha respiração ficou acelerada assim como o meu coração se aqueceu. Mas, desta vez, era pela felicidade que me envolveu ao ouvir as palavras que saíram da boca dele. César novamente aproximou a sua boca da minha. Ele colou os seus lábios macios nos meus e antes de me beijar, as três palavras que se tornaram música para os meus ouvidos, saíram por entre seus lábios. — Eu amo você. Ao ouvir sua frase, algo dentro de mim vibrou e minha intimidade começou a pulsar. Ele continua explorando a minha boca me deixando com falta de ar. Minha respiração se tornava mais áspera e úmida. Então, afastou sua boca dá minha quando percebeu que eu já estava ficando sem fôlego. Minutos depois... Mesmo contra minha vontade, eu deixei sua casa e juntos iriamos enfrentar até o mundo todo se fosse preciso, mas, não iria abrir mão da minha felicidade. Medeiros, durante o percurso, após apertar o botão e levantar a divisória da limusine, não perdeu a oportunidade e atacou a minha boca com
Ângela Souza Tudo está tão calmo e não sinto dor. Sinto uma sensação de paz tão grande. Meus olhos se abriram, mas o arrependimento veio logo depois. Uma forte claridade maltrata minha retina, voltei a fechá-los de imediato. Instante depois, abri novamente meus olhos tentando me adaptar àquela luz e quando passei o olhar em volta do ambiente, às primeiras lembranças que vieram na minha memória foram as dos meus pais confrontando César. Involuntariamente as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, assim como o medo tomou conta do meu corpo inteiro. "César!" Quando tentei me mexer, ouvi o barulho da porta sendo aberta e o par, de olhos azuis, ficaram focados nos meus. Havia uma expressão de preocupação em seu rosto e sem demora, ele avançou em minha direção, impedindo que eu me levantasse. — Fique quieta, anjo — disse e segurou uma de minhas mãos. — Eu pensei que haviam me afastado de você. — Você nunca mais vai ficar longe do seu homem — falou beijando a minha mão, forcei a
Ângela Minutos depois... Entre as quatro aulas que tivemos, nenhuma foi tão intensa quanto à de Sociologia. A matéria que se tornou a minha favorita, hoje teve um clima de despedida o que deixou vários alunos tristes ao saberem que César Medeiros, não faria mais parte do corpo docente da instituição. O reitor achou melhor não entrar em detalhes sobre o motivo de seu afastamento, que acabou sendo solicitado pelo próprio César, para que no futuro, eu não me tornasse alvo de comentários maliciosos, pelo fato de eu ter dezessete anos, não é considerado crime a sua conduta no estado da Califórnia, mas, algumas escolas tem prevista em seu regimento interno que são contra sobre o envolvimento entre aluno e professor. Quando terminou o último horário, deixei a sala e fui ao encontro dele que estava assinando alguns documentos na sala da diretoria. Quando estava atravessando o corredor, enquanto os demais alunos caminhavam rumo ao portão de saída, minha atenção se voltou para mens