Capítulo 7

E depois de todos prontos nós saímos de casa, levei Manu junto com Lena e as meninas pra casa dos meus pais, falei com eles rapidamente que eu não iria poder ficar pois tinha um compromisso e depois voltei pro centro do Rio, em direção a aquela casa que eu nunca mais tinha visto, e sinceramente não sei se estou pronto pra ver de novo, mas eu tenho escolha? Não, eu não tenho... pelo menos não foi aquela que eu mantinha Manuela, pois se fosse, eu não sei o que eu faria, não sei nem se eu conseguiria entrar nela... chegando eu estacionei e desci, respirei fundo olhando praquela casa e muitos pensamentos me vieram a mente, aqueles pensamentos horríveis que eu não queria lembrar nunca mais, mas é inevitável, toda vez que nós olhamos pra alguma coisa que um dia nos fez mal, nos lembramos exatamente de como era.


Fui me aproximando da entrada e meu coração disparava de tão tenso que eu estava... por sorte não eram os mesmo seguranças que trabalharam pra mim... entrei e nada lá dentro havia mudado, estava tudo exatamente igual, não haviam muitas pessoas, eram muito poucas... caminhei até o bar e fiquei esperando pra ver quando Pedro apareceria.


- Uma bebida gato? Perguntou uma mulher.

- Não, não obrigado... estou procurando Pedro, sabe onde ele está? Perguntei.

- Claro, eu chamo pra você... disse ela piscando e saindo.


Continuei olhando em volta e haviam poucas mulheres também, parece que aquele lugar havia falido, por mim estava ótimo, eu não queria mesmo que isso durasse, quando vendi eu disse ao comprador que se desfizesse das casas, mas pelo jeito ele não fez isso e o comprador nem era Pedro, mas parece que agora ele é o dono...


- Ele já está vindo... disse a mulher voltando pro bar.

- Obrigado... eu disse e fiquei esperando.

Minutos depois Pedro desceu e veio até o bar onde eu estava.

- Você veio... disse ele.

- Pois é, estou aqui, agora diga.

- Como é voltar ao lugar que um dia foi um império e que hoje está assim? Com poucas pessoas, poucas mulheres, praticamente falido? Perguntou ele.

- Quer saber mesmo? To satisfeito... eu disse e ele gargalhou.

- Por pouco tempo Bernardo... por favor gostosa, serve um uísque pro senhor aqui e pra mim também... disse ele a mulher.

- o que quer dizer com isso? Eu perguntei.

- Temos muitos assuntos pra tratar, e o primeiro é... quero Bernardo Davies Montoya, o maior cafetão do Rio de Janeiro de volta! Ele diz pegando seu uísque e dando um gole.

Não consegui conter a risada, eu ri, mas bem irônico.

- Nos seus sonhos? Só pode ser Pedro... eu disse.

- Não querido Bernardo, aqui, nessa realidade... eu agora sou dono de tudo que um dia foi seu, mas quero que você volte a administrar tudo pra mim... ele disse.

- Isso jamais, sinto muito mas vai ficar falido pra toda a sua vida... eu digo.

- Eu vou? Você tem certeza disso? Pensa melhor Bernardo, pro seu bem e pro bem das suas meninas, Lívia, Laura e Manuela... disse ele e eu me enchi de raiva.

- Se você tocar nas minhas filhas e na minha mulher eu te mato! Eu disse encarando ele.

- Só depende de você a segurança delas... me ajuda e eu te ajudo... você sabe que eu posso acabar com quem eu quiser na hora que eu quiser... você me conhece bem, sabe quantos contatos eu tenho, e você? Você não tem mais nenhum, porque você não é mais aquele Bernardo de antigamente, podemos até dizer que aquele Bernardo sou eu agora... disse ele rindo.

- Desgraçado! Você pensa que pode comigo? Eu também tenho meios de acabar com você seu traficante de merda! Eu disse, meu rosto já estava queimando de raiva.

- Como? Falando com a polícia? Tenho todos eles no meu caderno Bernardo, se você me denunciar eu acabo com sua linda família a troco de nada... pensa bem, eu te dou o fim de semana pra pensar, e ai na segunda feira você me dá uma resposta.

- Eu não vou mais voltar a essa vida, nunca mais, eu não tenho o que pensar... eu disse.

- Tem sim, e vai pensar... e na segunda, eu espero a sua resposta, agora, já pode ir... disse ele dando um tapinha em minhas costas e subindo novamente.


Infeliz! Eu disse por dentro, sai dali feito um furacão, peguei meu carro o mais rápido possível e voltei pra casa dos meus pais, eu estava muito nervoso, queria ver como estavam minhas filhas e Manuela, elas me importavam mais do que qualquer coisa agora, eu não podia deixar elas desprotegidas, não com esse psicopata ameaçando a vida delas... eu não sei o que farei, realmente eu não sei, mas preciso proteger a minha família, de tudo e de todos, nem que pra isso eu tenha que matar ou morrer.


Manuela

Nós havíamos terminado de jantar e estávamos na sala conversando, Ben estava no chão brincando com as meninas.


- Sogra, o Bernardo quer saber se as meninas podem ficar aqui no domingo, ele quer me levar em um lugar... eu disse.

- Claro querida, podem sim... Lena me ajuda com elas, não é Lena? Perguntou ela.

- Sim, ajudo sim dona Lúcia... disse Lena.

- Elas estão cada dia mais lindas, temos que marcar um almoço pra toda família pra eles as verem, só vieram no aniversário de um ano e depois não vieram mais... disse ela.

- É verdade, temos sim, vou falar isso com Bernardo... eu disse.


A campainha tocou, me levantei e fui atender, era Bernardo.


- Veio cedo amor, pensei que ia demorar mais... eu disse.

- Pois é, foi uma conversa rápida, ele também estava com pressa... está tudo bem? E as meninas?

- estão bem, estão brincando com o Benjamim, vamos entrar estão todos na sala... eu disse e entramos.

- Querido, não demorou nada... disse dona Lúcia.

- É eu estava dizendo a Manu que a conversa foi rápida... ele disse, mas parecia um pouco tenso, eu percebi, mas não disse nada.


Nos sentamos e ficamos conversando, mas Bernardo parecia não estar ali, eu já o conheço muito bem pra saber que ele está preocupado com alguma coisa, mas eu não quis dizer nada na frente de todos, quando chegarmos em casa eu converso com ele.


E depois de muito bate papo nós resolvemos ir, então pegamos as meninas, nos despedimos de todos e fomos, ele ficou o caminho inteiro calado e com os olhos fixados na pista, com certeza alguma coisa estava acontecendo... será que ele soube de Marisol? Eu deveria ter contado logo a ele, talvez seja isso, mas eu vou contar tudo assim que eu puder, não vai ser fácil pra ele saber isso, vai ser um baque.

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