E depois de todos prontos nós saímos de casa, levei Manu junto com Lena e as meninas pra casa dos meus pais, falei com eles rapidamente que eu não iria poder ficar pois tinha um compromisso e depois voltei pro centro do Rio, em direção a aquela casa que eu nunca mais tinha visto, e sinceramente não sei se estou pronto pra ver de novo, mas eu tenho escolha? Não, eu não tenho... pelo menos não foi aquela que eu mantinha Manuela, pois se fosse, eu não sei o que eu faria, não sei nem se eu conseguiria entrar nela... chegando eu estacionei e desci, respirei fundo olhando praquela casa e muitos pensamentos me vieram a mente, aqueles pensamentos horríveis que eu não queria lembrar nunca mais, mas é inevitável, toda vez que nós olhamos pra alguma coisa que um dia nos fez mal, nos lembramos exatamente de como era.
Fui me aproximando da entrada e meu coração disparava de tão tenso que eu estava... por sorte não eram os mesmo seguranças que trabalharam pra mim... entrei e nada lá dentro havia mudado, estava tudo exatamente igual, não haviam muitas pessoas, eram muito poucas... caminhei até o bar e fiquei esperando pra ver quando Pedro apareceria.
- Uma bebida gato? Perguntou uma mulher.
- Não, não obrigado... estou procurando Pedro, sabe onde ele está? Perguntei.
- Claro, eu chamo pra você... disse ela piscando e saindo.
Continuei olhando em volta e haviam poucas mulheres também, parece que aquele lugar havia falido, por mim estava ótimo, eu não queria mesmo que isso durasse, quando vendi eu disse ao comprador que se desfizesse das casas, mas pelo jeito ele não fez isso e o comprador nem era Pedro, mas parece que agora ele é o dono...
- Ele já está vindo... disse a mulher voltando pro bar.
- Obrigado... eu disse e fiquei esperando.
Minutos depois Pedro desceu e veio até o bar onde eu estava.
- Você veio... disse ele.
- Pois é, estou aqui, agora diga.
- Como é voltar ao lugar que um dia foi um império e que hoje está assim? Com poucas pessoas, poucas mulheres, praticamente falido? Perguntou ele.
- Quer saber mesmo? To satisfeito... eu disse e ele gargalhou.
- Por pouco tempo Bernardo... por favor gostosa, serve um uísque pro senhor aqui e pra mim também... disse ele a mulher.
- o que quer dizer com isso? Eu perguntei.
- Temos muitos assuntos pra tratar, e o primeiro é... quero Bernardo Davies Montoya, o maior cafetão do Rio de Janeiro de volta! Ele diz pegando seu uísque e dando um gole.
Não consegui conter a risada, eu ri, mas bem irônico.
- Nos seus sonhos? Só pode ser Pedro... eu disse.
- Não querido Bernardo, aqui, nessa realidade... eu agora sou dono de tudo que um dia foi seu, mas quero que você volte a administrar tudo pra mim... ele disse.
- Isso jamais, sinto muito mas vai ficar falido pra toda a sua vida... eu digo.
- Eu vou? Você tem certeza disso? Pensa melhor Bernardo, pro seu bem e pro bem das suas meninas, Lívia, Laura e Manuela... disse ele e eu me enchi de raiva.
- Se você tocar nas minhas filhas e na minha mulher eu te mato! Eu disse encarando ele.
- Só depende de você a segurança delas... me ajuda e eu te ajudo... você sabe que eu posso acabar com quem eu quiser na hora que eu quiser... você me conhece bem, sabe quantos contatos eu tenho, e você? Você não tem mais nenhum, porque você não é mais aquele Bernardo de antigamente, podemos até dizer que aquele Bernardo sou eu agora... disse ele rindo.
- Desgraçado! Você pensa que pode comigo? Eu também tenho meios de acabar com você seu traficante de merda! Eu disse, meu rosto já estava queimando de raiva.
- Como? Falando com a polícia? Tenho todos eles no meu caderno Bernardo, se você me denunciar eu acabo com sua linda família a troco de nada... pensa bem, eu te dou o fim de semana pra pensar, e ai na segunda feira você me dá uma resposta.
- Eu não vou mais voltar a essa vida, nunca mais, eu não tenho o que pensar... eu disse.
- Tem sim, e vai pensar... e na segunda, eu espero a sua resposta, agora, já pode ir... disse ele dando um tapinha em minhas costas e subindo novamente.
Infeliz! Eu disse por dentro, sai dali feito um furacão, peguei meu carro o mais rápido possível e voltei pra casa dos meus pais, eu estava muito nervoso, queria ver como estavam minhas filhas e Manuela, elas me importavam mais do que qualquer coisa agora, eu não podia deixar elas desprotegidas, não com esse psicopata ameaçando a vida delas... eu não sei o que farei, realmente eu não sei, mas preciso proteger a minha família, de tudo e de todos, nem que pra isso eu tenha que matar ou morrer.
Manuela
Nós havíamos terminado de jantar e estávamos na sala conversando, Ben estava no chão brincando com as meninas.
- Sogra, o Bernardo quer saber se as meninas podem ficar aqui no domingo, ele quer me levar em um lugar... eu disse.
- Claro querida, podem sim... Lena me ajuda com elas, não é Lena? Perguntou ela.
- Sim, ajudo sim dona Lúcia... disse Lena.
- Elas estão cada dia mais lindas, temos que marcar um almoço pra toda família pra eles as verem, só vieram no aniversário de um ano e depois não vieram mais... disse ela.
- É verdade, temos sim, vou falar isso com Bernardo... eu disse.
A campainha tocou, me levantei e fui atender, era Bernardo.
- Veio cedo amor, pensei que ia demorar mais... eu disse.
- Pois é, foi uma conversa rápida, ele também estava com pressa... está tudo bem? E as meninas?
- estão bem, estão brincando com o Benjamim, vamos entrar estão todos na sala... eu disse e entramos.
- Querido, não demorou nada... disse dona Lúcia.
- É eu estava dizendo a Manu que a conversa foi rápida... ele disse, mas parecia um pouco tenso, eu percebi, mas não disse nada.
Nos sentamos e ficamos conversando, mas Bernardo parecia não estar ali, eu já o conheço muito bem pra saber que ele está preocupado com alguma coisa, mas eu não quis dizer nada na frente de todos, quando chegarmos em casa eu converso com ele.
E depois de muito bate papo nós resolvemos ir, então pegamos as meninas, nos despedimos de todos e fomos, ele ficou o caminho inteiro calado e com os olhos fixados na pista, com certeza alguma coisa estava acontecendo... será que ele soube de Marisol? Eu deveria ter contado logo a ele, talvez seja isso, mas eu vou contar tudo assim que eu puder, não vai ser fácil pra ele saber isso, vai ser um baque.
Assim que chegamos fomos levar as meninas pro quarto, pois elas haviam dormido, colocamos elas em suas caminhas e colocamos os seus pijamas, e depois de nos despedir delas fomos pro nosso quarto... Bernardo foi tomar banho primeiro, eu até quis ir com ele mas pelo jeito que ele tava, nada ia rolar... esperei ele sair e depois fui, e quando voltei já de camisola ele estava sentado na cama somente de cueca como sempre, recostado na cabeceira, com os olhos fixos no nada... me aproximei e sentei ao seu lado.- Hei, o que foi? Está tão distraído... eu disse.- Hum? Não, não amor, é que eu to pensando aqui numas coisas de trabalho, só isso... ele disse voltando os olhos pra mim.- Parece que essa conversa com esse tal cliente te deixou nervoso, preocupado, tenso... eu disse.- Eu? Não, impressão sua, claro que não.- Não mente pra mim Bernardo, parece até que n
Depois que minha pequena me acordou, eu tomei um banho pra acordar de verdade e me arrumei pra levar elas pra dá um passeio no shopping como ela havia pedido.Fui pra cozinha e Manuela estava com Lena tomando café.- Bom dia senhoras... digo dando um beijo nas duas.- Hum, acordou muito bem hoje né Perguntou Manu.- Digamos que sim... eu pisquei pra ela... prontas pra passear? Perguntei.- Sinto muito, mas você vai ter que ir sozinho com as meninas... disse Manu.- Porque? Que compromisso você tem hoje? Perguntei.- Ir com sua mãe e com Lena visitar um orfanato que precisa de ajuda.- Huuum.. sua promessa ainda de pé né... eu disse revirando os olhos.- O que é isso Bernardo? Ela perguntou brava.- Nada, só comentei... eu disse tomando um gole de café.- Qu
Depois de almoçarmos, Benjamin e eu levamos as meninas pra brincar mais um pouco num lugar lá no shopping que era tipo um playground, nos sentamos em um banco que ficava de frente e enquanto elas brincavam nós conversávamos.- E ai, me fala, qual o problema cara? Ele perguntou.- O problema é o passado... eu disse... to sendo ameaçado por um desgraçado que um dia foi meu cliente e que hoje é dono de tudo que eu tinha.- Que? Me explica isso direito Bernardo... ele disse.- Ele comprou as casas que eram minha, mas ele não conseguiu fazê-las progredir, elas faliram, e o maldito quer que eu volte a administrar as casas... ele ameaçou a Manu e as meninas, eu to desesperado, não sei nem o que fazer... eu disse.- Mas que filho da mãe cara! Você tem que falar com a polícia Berna.- Cara, é muito complicado, tudo indica que ele tem a polícia no c
ManuelaDepois que Bernardo sai com as meninas pro shopping eu fui ao orfanato com Lena e com minha sogra... mas antes que ele saísse conseguiu criar um caso... isso quase sempre acontece quando eu digo que vou fazer alguma caridade... não porque ele não goste que eu ajude as pessoas, mas sim porque ele acha que sempre que faço isso eu fico me lembrando de Lohan e ele morre de ciúmes... mas como não lembrar? Lohan passou a vida dele ajudando as pessoas, inclusive a mim, e o que ele mais queria era que eu continuasse essa boa ação, e depois de 4 anos ajudando eu não podia para assim do nada sendo que eu tinha condições pra isso.Mais caso ele criaria se ele soubesse que eu ainda tenho uma conta em meu nome que Lohan deixou, disso ele não sabe, eu nunca disse, mas essa conta eu não uso pra mim, eu uso pra ajudar mais fora o dinheiro que eu ganho com
Domingo de manhã - ManuelaQuando acordei estranhei o silêncio em casa, olhei pro lado na cama e Bernardo não estava, então me levantei e fui pra sala, as meninas também não estavam... fui até a cozinha e Bernardo estava tomando café sozinho.- Hei, cadê as meninas? Perguntei a ele.- Levei pra minha mãe, lembra que o dia hoje é nosso? Ele disse.- Nem me deixou se despedir delas amor... eu disse.- Elas se despediram de você, não tenho culpa se você não acordou... ele disse.- Af Bernardo... enfim, o que vamos fazer hoje?- Vou te levar a um lugar aí... ele disse se levantando.- Que lugar? Pra que? Perguntei.- Ih mulher, pra que tanta pergunta, quando chegar lá você vai ver.- Só estou perguntando p
Noite de domingo - Bernardo.Acordei e já era noite... Manuela ainda dormia, me levantei devagar pra não acorda-la e vesti minha roupa ficando apenas sem camisa... corria um vento frio da sacada, então fechei a porta... me sentei em uma poltrona como era de costume e fiquei observando ela dormir... e não pude deixar de me lembrar do que estava acontecendo, da proposta que eu teria que aceitar se não quisesse ver minha Manuela e minhas filhas em perigo... eu estava mais uma vez pondo em risco a minha felicidade, a minha vida, minha família, eu sei que eles jamais vão me perdoar se descobrirem o que eu vou ter que fazer, mas ao menos eu terei a certeza de que estou fazendo isso somente pensando no bem delas, das minhas meninas.Observando Manuela eu me lembrei do dia em que eu encontrei ela depois de tantos ano
Manhã de segunda - feira - BernardoNo dia seguinte eu acordei bem cedo, mas Manuela já não estava mais na cama, achei estranho porque era cedo demais pra ela está acordada... me levantei e fui tomar um banho rápido, depois me vesti pra ir trabalhar, mas antes precisava falar com Manu, acho que ontem eu exagerei, não devia ter ido dormir brigado com ela, mas ela também me tirou do sério com tudo aquilo de pensar que eu sinto ciúmes do caso de Benjamin e Marisol, isso é totalmente sem cabimento, ela sabe disso.Fui até a sala procurando por ela e nada, nem na cozinha ela estava, só podia está no quarto das meninas... me aproximei da porta devagar e a vi sentada na beira da cama de Lívia, então entrei devagar no quarto.- O que foi? Eu perguntei.- Ela não está bem, passou a madrugada com febre, já
ManuelaDepois de voltarmos do hospital eu dei os remédios pra Lívia e deixei ela dormindo, a febre já havia baixado, ela iria ficar bem... fui pra cozinha e Lena estava com Laura, dando a ela seu café da manhã, me aproximei e dei um beijo nas duas.- Lívia já está melhor, a febre já baixou... eu disse me sentando a mesa.- Que bom... Laurinha já estava triste com saudades da mana não é pequena? Disse Lena e Laura balançou a cabeça concordando.- Sua mana ta dormindo, quando ela acordar você vai ver que ela já ta boa minha linda, não fique triste... eu disse.- Ta bom mamãe... disse ela.- E você Manu, algum problema? Perguntou Lena.- Não, nada de mais, só o seu “menino” com seus momentos de grosseria... eu disse e respirei fundo... coisa que eu já me acostumei.